O interesse do Barcelona na contratação de Bruno Fernandes — para depois o emprestar ao Valencia até ao final da temporada e assim desbloquear a ida de Rodrigo para Camp Nou — acelerou as negociações do Sporting com o Manchester United. Confrontado com a possibilidade de o médio português rumar a Espanha, o clube inglês apresentou esta terça-feira uma segunda proposta para fechar a contratação do jogador ainda durante o presente mercado de inverno.

Mendes abre uma terceira vi(d)a para Bruno Fernandes: Valencia por empréstimo do Barcelona

O Manchester United apresentou uma proposta inicial de 50 milhões fixos mais 20 milhões em variáveis — negócio que o Sporting recusou, exigindo desde logo um valor fixo de 60 milhões mais 10 em variáveis. Esta nova proposta dos ingleses oferece um valor fixo de 55 milhões mais 25 milhões em variáveis: sendo que, e é essa a principal novidade retirada desta segunda ronda de negociações, 10 desses 25 milhões são objetivos considerados simples de atingir, como um número específico de jogos a realizar por Bruno Fernandes ao serviço do Manchester United. Os restantes 15 seriam então mais complexos, dependentes de títulos coletivos e individuais, como a Bola de Ouro. Resumindo, e no cenário mais provável de os objetivos facilmente concretizáveis serem atingidos, o Sporting poderia encaixar um total de 65 milhões de euros com a saída de Bruno Fernandes.

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Ainda que o negócio não esteja para já totalmente fechado, o Sporting está tentado a aceitar devido às regalias financeiras imediatas. As conversações que aproximavam Bruno Fernandes do Barcelona e consequentemente do Valencia, mediadas por Jorge Mendes, implicavam que a primeira tranche paga pelos catalães fosse mais reduzida do que as restantes, devido às regras do fairplay financeiro. Com o Manchester United, o cenário seria inverso: a primeira tranche seria a maior, ao passo que as restantes seriam de valor inferior.

A concretizar-se, a saída de Bruno Fernandes vai tornar-se a maior transferência da história do Sporting, ultrapassando João Mário, que no verão de 2016 foi vendido ao Inter Milão por 40 milhões de euros.

De recordar que, no verão, apesar de várias sondagens, houve apenas uma proposta em concreto pelo passe do número 8 e do Tottenham, que colocou em cima da mesa 45 milhões de euros mais 20 milhões por objetivos que seriam complicados de atingir na ótica dos dirigentes leoninos. Depois da transferência recorde de João Félix, Frederico Varandas colocou a fasquia nos 70 milhões de euros, valor do qual nunca abdicou – algo que foi também explicado logo na altura ao jogador, que aceitou as justificações apresentadas. Agora, neste mercado de inverno, a base de conversa com o Manchester United começou por ser os tais 60 milhões mais dez de objetivos.

A hipótese de haver jogadores envolvidos no negócio foi colocada inicialmente nas conversas mas esbarrou em dois obstáculos que abortaram essa possibilidade: por um lado, os nomes que desportivamente interessavam aos leões por cedência temporária tinham vencimentos incomportáveis para os reajustamentos orçamentais que a SAD tem feito desde janeiro de 2019; por outro, os nomes que os ingleses apresentaram como alternativa não motivaram interesse dos responsáveis verde e brancos, que abdicaram assim dessa ideia.