O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) afirmou que todos os custos com a operação e manutenção do navio polivalente logístico Siroco estão “acomodados” em termos orçamentais e que a sua compra é uma oportunidade.
O comandante das Forças Armadas, general Artur Pina Monteiro, falava à agência Lusa e ao Diário de Notícias no final de uma audição à porta fechada na comissão parlamentar de Defesa, em que esteve acompanhado pelo chefe da Marinha, almirante Macieira Fragoso.
“Estamos convictos que a informação adicional que foi prestada à comissão de Defesa Nacional atingiu os objetivos porque fomos claros, precisos, concisos, em relação a toda a informação que temos disponível” sobre o Siroco, que o Governo pretende comprar ao Estado francês.
Pina Monteiro recusou adiantar pormenores sobre os custos de operação e manutenção “por razões negociais”, mas disse que “os trabalhos que foram feitos pela Marinha, com cuidado, envolvem todos esses aspetos e tudo está acomodado em termos de efetivos, em termos de operação e manutenção”.
“E os custos de aquisição já são públicos [cerca de 80 milhões de euros] e serão com certeza objeto de negociação pelo Governo caso venha a ser tomada a decisão final de aquisição”, afirmou.
O CEMGFA afirmou ainda que nenhuma das cinco fragatas da Marinha será vendida e que, “no quadro da Lei da Programação Militar, o seu ‘upgrade’ será reconfigurado para que duas das fragatas possam contribuir para a aquisição do navio”.
“Vou continuar a contar com cinco fragatas operacionais, ajustando-as às missões que nos forem atribuídas”, referiu, acrescentando que o Siroco tem uma “dimensão conjunta” e que por exemplo a projeção de forças em teatros de operações será paga pelo ramo respetivo.
“O que quero dizer é que tudo o que está estudado é acomodável em termos de efetivos e em termos do orçamento previsto para as Forças Armadas e foi nessa perspetiva que ousámos aceitar o desafio de propor ao Governo a aquisição do navio e de não deixar que esta oportunidade seja perdida, em prol do país e das Forças Armadas”, declarou.
Pina Monteiro disse conhecer “perfeitamente as limitações financeiras que politicamente estão afetas às Forças Armadas”: “É nesse quadro que fazemos esta proposta”.