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Não, Quaresma, eles não estavam "cagados" (a crónica do V. Guimarães-Sporting)

Este artigo tem mais de 3 anos

Sporting não rematou muito e não teve mais bola. Mostrou-se eficaz no passe, correu e foi letal no ataque. E quando Quaresma tentou motivar o V. Guimarães, foram os leões que ouviram esse grito (0-4).

Pedro Gonçalves assistiu Nuno Santos no primeiro golo e marcou o segundo e o terceiro na goleada do Sporting em Guimarães
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Pedro Gonçalves assistiu Nuno Santos no primeiro golo e marcou o segundo e o terceiro na goleada do Sporting em Guimarães

Jose M. Alvarez/JARSportimages.com

Pedro Gonçalves assistiu Nuno Santos no primeiro golo e marcou o segundo e o terceiro na goleada do Sporting em Guimarães

Jose M. Alvarez/JARSportimages.com

“Pedi para que não lessem jornais depois da derrota com o LASK Linz, vou pedir agora para não lerem jornais a seguir a esta vitória com o Tondela”. Ao contrário do que aconteceu há não muito tempo em Alvalade, Rúben Amorim não pretende que se faça um boicote à comunicação social nem tem propriamente nada contra a imprensa mas quer colocar a equipa do Sporting numa espécie de uma bolha, no bom e no mau. Ou seja, mesmo sabendo que será sempre impossível haver uma total desconexão da realidade e dos sentimentos que se vivem entre adeptos, sócios e comentadores, o técnico acredita que o sucesso leonino passa também por encontrar uma estabilidade emocional que se possa aliar ao crescimento coletivo de uma equipa que começou a ser trabalhada na última época mas que só na presente temporada teve jogadores para dar um “salto”. Agora, em Guimarães, teria o grande teste além do clássico com o FC Porto, ainda para mais com um Vitória a crescer com João Henriques.

Sporting goleia V. Guimarães com bis de Pote e reforça liderança no Campeonato (4-0)

“O nosso processo [como equipa] não deixa de estar no início, sabemos que vai haver altos e baixos, mas tem de haver consistência”, admitiu o técnico verde e branco na conferência. “Como podemos manter a liderança da Liga? É desconstruir tudo à volta do primeiro lugar. Somos capazes de vencer o V. Guimarães ou não? Há que simplificar as coisas, se ganharmos mantemos a posição. É mais um jogo que temos de ganhar, seja o grupo mais jovem ou mais experiente”, resumiu, antes de garantir também que não é a atual posição que muda uma possível ida ao mercado em janeiro: “Está muito longe, não temos qualquer ideia, fazemos as coisas de forma planeada e não é por estarmos em primeiro que vamos investir mais ou menos. Há um processo, as ideias são claras, ninguém está a pensar no mercado. Os jogadores têm o discurso do treinador, da Direção, estamos todos a uma só voz”.

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Em relação ao V. Guimarães, curiosamente o primeiro adversário forasteiro de Rúben Amorim depois da estreia com o Desp. Aves e a longa paragem pela pandemia, muitos elogios e a certeza de que as alterações nos minhotos poderiam trazer outras dificuldades. “É uma equipa diferente na sua forma de jogar relativamente ao ano passado. No ano passado era ofensivamente muito forte mas defensivamente tinha lacunas. Tem um novo treinador, que conhecemos do Santa Clara, é uma equipa forte, é a que tem menos golos sofridos no Campeonato, com individualidades como o Quaresma e o Edwards que podem fazer a diferença. Antevejo um jogo difícil mas o Sporting está preparado”, antevia o técnico leonino no lançamento do encontro no Minho.

Já com João Mário integrado na equipa e a funcionar como mais valia capaz de melhorar todos os elementos à sua volta (como Palhinha ou os próprios laterais), Rúben Amorim apostou em Nuno Santos em vez de Tiago Tomás em relação ao onze que goleou o Tondela e manteve toda a restante estrutura, incluindo a referência Sporar na frente depois de alguns jogos em que saiu do banco apesar de ser o único elemento com características mais puras de ‘9’. Apesar de ter uma bola na trave logo abrir, João Mário não foi aquele elemento que mais deu nas vistas. Porque houve Pedro Gonçalves, a bisar mais uma vez. Porque houve Palhinha, a dominar de novo no meio-campo. Porque houve Porro e Nuno Mendes, muito fortes pelas laterais. Mas o internacional português dá uma outra qualidade a todas as ações de um coletivo cada vez mais forte e que contrariou a ideia de Quaresma quase a acabar a primeira parte, quando o extremo (o melhor dos minhotos) atirou a fraseBora, bora, que já estão cagados” para tentar motivar os companheiros. A equipa do Sporting é jovem mas está tudo menos assustada. E voltou a golear.

Ficha de jogo

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V. Guimarães-Sporting, 0-4

7.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Dom Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa)

V. Guimarães: Bruno Varela; Sacko, Abdul Mumin, Suliman, Mensah; André André (André Almeida, 75′), Mikel (Pepelu, 24′), Poha (Miguel Luís, 68′); Marcus Edwards (Rochinha, 68′), Quaresma e Bruno Duarte (Lyle Foster, 75′)

Suplentes não utilizados: Trmal, Sílvio, Maddox e Noah Holm

Treinador: João Henriques

Sporting: Adán; Neto, Coates, Feddal; Pedro Porro (Gonzalo Plata, 79′), João Mário (Matheus Nunes, 58′), Palhinha, Nuno Mendes; Pedro Gonçalves (Daniel Bragança, 79′), Nuno Mendes (Jovane Cabral, 66′) e Sporar (Tiago Tomás, 66′)

Suplentes não utilizados: Luís Maximiano, Gonçalo Inácio, Borja e Rodrigo Fernandes

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Nuno Santos (11′), Pedro Gonçalves (43′ e 55′) e Jovane Cabral (74′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Mikel (3′), Pedro Porro (40′), André André (40′) e Suliman (42′)

O encontro começou a todo o gás, com o Sporting a ter duas oportunidades flagrantes logo no minuto inicial: João Mário desmarcou em profundidade Sporar, o avançado não conseguiu desviar a bola de Bruno Varela que saiu a deslizar da baliza e o médio tentou depois o remate em força acertando na trave. Pouco depois, aproveitando um erro na saída de bola a partir de trás, o esloveno voltou a ter espaço para visar a baliza dos minhotos mas o tiro cruzado saiu ao lado (7′). E como não há duas sem três, o golo apareceu mesmo ainda no primeiro quarto de hora, com Pedro Gonçalves a fazer uma interceção no meio-campo, a ser lançado em profundidade por Sporar e a cruzar ao segundo poste para Nuno Santos rematar cruzado e inaugurar o marcador na Cidade Berço, coroando o início personalizado e muito confiante de um conjunto verde e branco mais intenso e rápido na partida.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do V. Guimarães-Sporting em vídeo]

Ricardo Quaresma, à esquerda num duelo aceso com Porro (e João Palhinha, que caía muitas vezes na direita para ajudar também o espanhol), era o mais inconformado dos minhotos mas existiam demasiadas lacunas para que se esboçasse uma reação: a defesa continuava a dar demasiados espaços, o meio-campo sem agarrar no jogo e com dificuldades nas transições, um ataque com Bruno Duarte sem bola, Marcus Edwards sem magia e o internacional português a disfarçar as lacunas coletivas pelo individual. Suliman, de cabeça após livre lateral, teve a única chance à baliza de Adán na primeira meia hora, que teve depois um Sporting sem tanta capacidade de esticar jogo mas a conseguir controlar as incidências visando sempre as saídas em transição. Depois, seguiram-se alguns remates, incluindo um acrobático de Quaresma que saiu por cima mas que confirmou a melhoria dos minhotos. Bora, bora, que já estão cagados”, soltou o extremo, tentando motivar os companheiros para o empate.

Esse foi o melhor momento do V. Guimarães na primeira parte mas esse foi também o primeiro passo para a equipa voltar a ter descoordenações de posicionamentos nas ações defensivas, aproveitadas de forma exímia pelo Sporting: já depois de um lance em que Suliman evitou males maiores agarrando Pedro Gonçalves, Pedro Porro e Sporar combinarem pela direita, o espanhol cruzou atrasado e o mesmo Pedro Gonçalves, na passada, rematou com o central minhoto a desviar ainda a trajetória de Bruno Varela e a “ajudar” ao 2-0 em cima do intervalo (43′).

Ao intervalo, o V. Guimarães tinha mais posse (57%) e mais remates (7-6) mas o Sporting imperava em dois pontos que faziam depois a diferença em termos globais: tinha mais 20% de eficácia de passe (82-63) e correra no total quase mais 11 quilómetros do que os jogadores contrários. Faz diferença. Faria ainda mais diferença, apesar da boa tentativa de reação dos minhotos sempre pelos pés de Quaresma, que sacou mais uma das habituais trivelas da esquerda, encontrou André André para o golo mas o médio estava em posição irregular (50′). Os visitados sabiam que tinham de reduzir a distância para os leões o mais depressa possível, por forma a reentrarem no encontro e lutarem ainda por pontos. Ao invés, acabaram por cometer erros crassos. E acabaram goleados.

Numa jogada que dificilmente já se vê nos iniciados, Adán bateu uma falta à entrada da área procurando os três homens da frente, Suliman calculou mal o tempo de salto, a bola ficou nos pés de Pedro Gonçalves e o médio que hoje atua em terrenos mais adiantados manteve a frieza para aumentar a vantagem para 3-0 sozinho perante Bruno Varela, fixando uma média de um golo por cada 70 minutos ao nível de nomes como Lewandowski, Mbappé ou Son… não sendo um avançado. A partir daí, o V. Guimarães quebrou de vez, Rúben Amorim poupou mesmo João Mário com uma hora de jogo para reforçar o “miolo” com Matheus Nunes e a goleada acabou por surgir de forma natural, com Jovane a fazer o 4-0 a 15 minutos do final depois de várias oportunidades falhadas.

 
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