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David Neres explicou a Vlachodimos a forma correta de lutar por um lugar (a crónica do Benfica-Estrela)

Este artigo tem mais de 6 meses

Num dia marcado pela discussão entre Vlachodimos e Schmidt por sair da equipa e numa exibição entre picos de ansiedade e forcing no ataque, David Neres saiu do banco para dar uma lição a todos (2-0).

Tengstedt e Rafa marcaram os golos do Benfica num jogo em que Ángel Di María ameaçou por várias vezes o golo e David Neres saiu do banco para resolver com duas assistências
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Tengstedt e Rafa marcaram os golos do Benfica num jogo em que Ángel Di María ameaçou por várias vezes o golo e David Neres saiu do banco para resolver com duas assistências

Tengstedt e Rafa marcaram os golos do Benfica num jogo em que Ángel Di María ameaçou por várias vezes o golo e David Neres saiu do banco para resolver com duas assistências

Sofrer três golos num só jogo e ter um jogador expulso com vermelho direto, nunca tinha acontecido. Perder um jogo nos descontos, acontecera apenas uma vez e na pior fase da época em Chaves. Começar a ganhar e permitir a reviravolta, acontecera também uma única vez e no clássico na Luz frente ao FC Porto. Sem que nada o fizesse prever perante aquilo que se tinha passado na primeira parte, Roger Schmidt viu o Benfica afundar-se em erros próprios no segundo tempo da primeira jornada da Liga até à surpreendente derrota com o Boavista no Bessa. Erros do guarda-redes, erros da defesa, erros do ataque (neste caso com as várias oportunidades falhadas), erros do próprio treinador. E o alemão não fugiu a parte desses erros antes da estreia no Campeonato em casa frente ao Estrela da Amadora, sobretudo em relação a Vlachodimos.

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“Críticas a Vlachodimos? Honestamente, não foi o melhor dia dele. Isso é óbvio e não há que escondê-lo. Já fez jogos muito bons e agora podia ter feito melhor. Se virem o jogo, houve momentos em que o Boavista podia fazer golo e acabou por fazer. Mas não foi só ele, toda a nossa exibição a nível defensivo podia ter sido melhor. Uma bola longa, depois um penálti, um contra-ataque onde não fomos perfeitos taticamente… Foi uma questão para a toda a equipa. Em última instância é o guarda-redes que tem de prevenir que haja golos e nestes momentos podia ter feito melhor”, assumiu o técnico que, com Musa castigado, abriu a porta não só à estreia do avançado Arthur Cabral mas também a um possível lançamento de Trubin.

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“Na minha opinião, ainda era um bocadinho cedo para os chamar contra o Boavista, mas agora é um momento melhor. Têm de estar na equipa, têm de estar ligados com a equipa e amanhã [sábado] será uma situação diferente. Estão bem. É sempre um desafio quando os jogadores não entram logo na pré-temporada para se integrarem, precisamos de lhes dar todas as informações para os jogos, também taticamente. Tenho de tomar o momento certo para introduzir os dois na equipa. Claro que quero que tenham um início perfeito”, explicou Schmidt, deixando a dúvida sobre quem poderia ocupar a baliza dos encarnados no seguimento de uma semana de “ressaca” onde o internacional grego foi o mais visado entre dos adeptos.

Sobre as alterações feitas no Bessa, sobretudo após a expulsão de Musa com vermelho direto, apenas a ideia indireta de que a insatisfação de Ángel Di María depois de ser substituído não era um “caso”. No entanto, na sequência dessa derrota a abrir o Campeonato que acabou por ser uma das grandes surpresas da jornada a par do desaire caseiro do Sp. Braga com o Famalicão, havia uma necessidade de resposta por parte da equipa. Era nisso que Schmidt apostava, com essa garantia de que não haveria uma pressão extra por esses três pontos perdidos naquele que era o regresso à Luz onde o Benfica fez 46 de 51 pontos possíveis em 2022/23.

“Estamos muito felizes por jogarmos novamente no Estádio da Luz. Queremos mostrar bom futebol e ganhar o jogo, naturalmente. Não é fácil jogar contra equipas que subiram à Primeira Liga mas acho o Estrela da Amadora merece estar onde está. Sabemos jogar contra estas equipas, estamos conscientes das dificuldades que nos esperam, mas os jogadores estão focados. Temos de estar preparados para tudo. Pressão extra pela derrota a abrir? Estamos sempre pressionados. Vencer o Campeonato é sempre o objetivo e para isso é preciso vencer muitos jogos. Tentamos sempre fazê-lo para amealhar o máximo de pontos possível”, frisara, entre essa informação extra de que Jurásek, por lesão, não poderia também dar o contributo aos encarnados.

Pairava a ameaça de surpresa, confirmou-se uma surpresa a triplicar. Arthur Cabral fez mesmo a estreia no onze inicial, deixando boas indicações mesmo entre dificuldades físicas que se adensaram na segunda parte. Aursnes recuou para lateral esquerdo, sendo opção à frente de Ristic numa “inovação” que trouxe poucos ou nenhuns resultados práticos. Vlachodimos saiu mesmo da baliza, dando o lugar a Samuel Soares e não a Trubin. De acordo com a imprensa desportiva, o grego discutir com Schmidt quando soube da decisão e por isso ficou mesmo fora da lista, num caso que promete não ter ficado encerrado neste sábado.

Era mais uma razão a reforçar a importância de uma vitória para desanuviar os ares mas a mesma só apareceu a partir do momento em que David Neres saiu do banco. Kökçu fez o melhor jogo pelo Benfica mas foi com o brasileiro que tudo mudou, naquilo que representou uma “lição” para todos. Para a equipa, que aprendeu como se deve desbloquear um jogo. Para Vlachodimos, que viu a melhor e mais correta forma de “pedir” um lugar na equipa. Para Schmidt, que muitas vezes prefere olhar para os equilíbrios de toda a equipa e secundariza o facto de ter um decisor nato no banco que pode “abrir” jogos numa fase mais inicial mesmo havendo agora um campeão mundial chamado Ángel Di María, que voltou esta noite a jogar na Luz.

Ficha de jogo

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Benfica-Estrela da Amadora, 2-0

2.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Gustavo Correia (AF Porto)

Benfica: Samuel Soares; Bah, António Silva, Otamendi, Aursnes; João Neves (Florentino Luís, 46′), Kokçu (Chiquinho, 90+8′); Ángel Di María, Rafa, João Mário (David Neres, 69′) e Arthur Cabral (Tengstedt, 78′)

Suplentes não utilizados: Trubin, Morato, Ristic, Tomás Araújo e Schjelderup

Estrela da Amadora: Bruno Brígido; Kialonda Gaspar, Omorwa, Mansur; Leo Jabá (Regis, 59′), Leonardo (Keliano, 71′), Vitó (Pedro Sá, 71′), João Reis (Jean Filipe, 53′), Hevertton; Ronald e Ronaldo Tavares (Ndour, 71′)

Suplentes não utilizados: António Filipe, Aloísio Souza, Erivaldo Almeida e Kikas

Treinador: Luís Matos (por castigo de Sérgio Vieira)

Treinador: Roger Schmidt

Golos: Tengstedt (79′) e Rafa (90+3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Omurwa (11′), João Neves (37′), João Mário (44′), Arthur Cabral (50′), Mansur (55′) e Hevertton (90+6′)

A partida começou como um espelho daquilo que seria a maioria dos minutos em termos posicionais, com um Estrela da Amadora com um bloco médio/baixo que juntava muito as linhas para tirar jogo entre setores a elementos como Rafa, João Mário ou Kökçu, um Benfica a dominar por completo a partida e a posse. No entanto, e durante os 15 minutos iniciais, o conjunto da Reboleira teve o condão de conseguir afastar os campeões do seu último terço, não havendo sequer um remate entre um livre direto de Kökçu que ficou na barreira, um lance individual de Di María que não encontrou Arthur Cabral na área e uma desmarcação de rutura que foi demasiado longa para Bah. Assim, só mesmo após o “dobrar” do primeiro quarto de hora houve lances de perigo na Luz, com Kialonda Gaspar a tirar o golo a Rafa em boa posição na área com corte para canto (16′) e um remate de meia distância de João Neves que passou um pouco ao lado (17′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-Estrela em vídeo]

O Benfica ia experimentando outras soluções para chegar com mais perigo ao ataque, como aconteceu por volta dos 20 minutos quando trocou a bola na linha recuada para chamar a equipa do Estrela alguns metros mais à frente, ganhou esse espaço mas a combinação entre João Mário e Aursnes acabou por sair pela linha de fundo. Seria até o Estrela a deixar a ameaça inicial na área contrária, com Ronaldo Tavares a ganhar na esquerda a Bah antes do cruzamento atrasado para o desvio por cima de Ronald Pereira (23′). Mesmo que de forma tímida, começavam-se a ouvir alguns assobios seguidos de aplausos perante uma exibição bem menos inspirada do que a versão “média” dos encarnados em 2022/23 (em relação à melhor face estava a anos luz, também com mérito dos visitantes) e só mesmo duas tentativas de Ángel Di María que passaram longe do alvo deram o mote para serenar ânimos e não aumentar a ansiedade que se começava a sentir.

Só mesmo quando Kökçu começou a agarrar mais no jogo é que o Benfica se instalou em definitivo no meio-campo contrário a ter capacidade de criar ocasiões. A primeira surgiu logo na primeira combinação ofensiva típica dessa melhor versão dos encarnados em que o turco recebeu no meio, cruzou largo para o lado direito vendo Bah a dar a largura mas o cabeceamento do dinamarquês saiu ao lado (32′). Logo a seguir, mas desta vez pelo corredor central, o antigo jogador do Feyenoord teve uma grande assistência para Arthur Cabral mas o brasileiro atirou de pé esquerdo para defesa de Bruno Brígido (33′). O Benfica apertava o cerco à área de um Estrela que perdera capacidade de saída mas nem por isso o nulo foi desfeito, entre mais uma grande defesa de Bruno Brígido em mais uma diagonal de Di María a partir da direita para o meio (41′).

Depois do bom final de primeira parte, Roger Schmidt fez apenas uma mexida na equipa e por necessidade, tirando de campo João Neves por ter já um cartão amarelo e poder ficar exposto a uma falta que merecesse uma nova admoestação e lançando em campo o aniversariante Florentino Luís. Contudo, a única coisa que se manteve dos derradeiros minutos antes do intervalo foi mesmo o coro de assobios com qualquer decisão do árbitro Gustavo Corrreia, que recomeçou num lance em que Arthur Cabral viu amarelo por pisar a perna de João Reis (50′). De resto, o Estrela não só travou a enxurrada ofensiva dos encarnados como foi trocando a bola de forma mais confiante em terrenos mais adiantados, tendo mesmo um lance que inicialmente foi considerado penálti mas depois acabou anulado por mão de Florentino na área (58′).

Foi nesta fase que Kökçu voltou a aparecer em terrenos mais adiantados, recebendo uma bola no corredor central perto da área para um remate que foi desviado num defesa contrário e saiu perto do poste da baliza do Estrela (60′). Estava dado o mote para mais um período de maior pressão ofensiva dos encarnados, com mais um duelo ganho por Bruno Brígido a Di María em mais uma diagonal do argentino da direita para o meio com remate em arco (66′). O guarda-redes do Estrela começava a trabalhar para ser o MVP tendo uma postura muito discreta entre os postes, travando com mais uma grande defesa outro remate em posição central de Kökçu em mais um raide de David Neres, que entrara para o lugar de João Mário (72′).

O Estrela não tinha capacidade de saída, o Benfica “apertava” mas era a entrada de Neres que desequilibrava de vez as contas de todo o jogo. Aliás, nos últimos 20 minutos o encontro resumiu-se a uma ação tão simples como colocar a bola nos pés do brasileiro, procurar o melhor local para receber o passe na área e rematar à baliza de Bruno Brígido. Na primeira tentativa do assalto final, foi “quase”: Arthur Cabral permitiu a defesa ao guarda-redes do conjunto da Reboleira e a recarga de Ángel Di María foi às malhas laterais (75′). Logo a seguir, o “quase” passou mesmo a golo: Tengstedt, acabado de entrada para o lugar de Arthur Cabral, foi ao primeiro poste à ponta de lança e desviou de primeira um cruzamento rasteiro de Neres, marcando o 1-0 na primeira vez em que tocou na bola. Apesar do sofrimento, estava ali o regresso às vitórias, que fechou com o 2-0 de Rafa aos 90+3′ após mais um lance de génio de David Neres pelo corredor central.

 
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