Após uma reunião de emergência realizada este domingo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu o “retorno ao acordo de cessar-fogo de novembro de 2012” entre ambas as partes do conflito que, ao 14.º dia, já causou 509 mortes entre os palestinianos e 20 entre os israelitas. Os 15 Estados-membros também manifestaram preocupação com o número crescente de vítimas mortais em Gaza. “Os membros do Conselho de Segurança manifestaram preocupação relativamente ao crescimento do número de vítimas”, disse o embaixador Eugene Richard Gasana.

Os bombardeamentos desta segunda-feira já causaram 15 mortos palestinianos, entre eles quatro crianças, a sul da Faixa de Gaza. Na mesma zona, os socorristas continuam a encontrar corpos dos ataques de domingo, o dia mas sangrento do conflito para ambas as partes: mais de 140 palestinianos e 13 soldados israelitas foram mortos, depois de o cessar-fogo decretado por duas horas ter sido quebrado ainda antes de a primeira hora ter passado. O número de vítimas mortais ascende agora a mais de 500 do lado palestiniano – mais de 100 das quais são crianças, segundo as Nações Unidas.

No sábado à noite, as forças armadas israelitas aumentaram o número de soldados no terreno e intensificaram aquilo a que chamam “o esforço para combater o terror”. Do lado de Israel, 13 militares morreram, informação confirmada pelo próprio exército israelita, e a Cruz Vermelha pediu ao governo uma trégua humanitária de três horas, mas Israel acedeu a duas horas e apenas nas imediações de Shuja’iyya, perto da cidade de Gaza, onde os combates mais violentos tiveram lugar. O cessar-fogo foi quebrado uma vez mais, alegadamente pelo Hamas, de acordo com um porta-voz do exército israelita. Não chegou a durar uma hora.

Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, classificou o ataque de Israel a Gaza como um “massacre” e voltou a apelar ao fim dos bombardeamentos. O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, por seu turno, pediu às famílias que vivem em Gaza que fujam de suas casas. “Vão-se embora, não fiquem aqui. O Hamas quer que vocês morram, mas vocês não devem morrer pelo Hamas. Eles não querem saber de vocês. Mas nós queremos que estejam seguros”, disse Netanyahu à BBC.

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Algumas imagens da destruição provocada pelos bombardeamentos

Ao décimo quarto dia de conflitos em Gaza o número de deslocados já superou os 83 mil. Nas forças armadas de Israel, o número de vítimas mortais subiu para 18, havendo ainda pelo menos 28 soldados hospitalizados com ferimentos.

O governo egípcio reiterou a proposta de cessar-fogo feita na passada segunda-feira, proposta que foi aceite por Israel e recusada pelo Hamas. Foi precisamente após a recusa do lado palestiniano que os israelitas avançaram com a ofensiva no terreno. O ministro dos negócios estrangeiros egípcio, Sameh Shukri, disse que a proposta de cessar-fogo continua de pé porque “é a hipótese para os dois lados colocarem um ponto final no derrame de sangue”.

No terreno, o exército israelita reclama ter encontrado e inutilizado 13 túneis, que o Hamas terá escavado ao longo dos anos para levar a cabo ataques contra Israel. Um rocket disparado contra a cidade de Dimona, conhecida por albergar um reactor nuclear, terá resultado na morte do segundo israelita, pelo menos é o que reclama o Hamas.