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Atualmente, MrBeast tem 112 milhões subscritores no YouTube

Getty Images for MrBeast Burger

Atualmente, MrBeast tem 112 milhões subscritores no YouTube

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Adeus, PewDiePie. Quase dez anos depois há uma "besta" na liderança da popularidade do YouTube

MrBeast ultrapassou PewDiePie e é o youtuber com mais seguidores do mundo. Conhecido por se dedicar à filantropia e desafiar subscritores, o jovem "besta" quer ser como Elon Musk no futuro.

O sueco Felix Kjellbergtem, mais conhecido como PewDiePie, tornou-se no youtuber com mais subscritores em 2013. Seis anos depois foi o primeiro a conseguir chegar aos 100 milhões de seguidores. Esta terça-feira, o seu reinado chegou ao fim.

MrBeast é o novo número um: o indivíduo mais seguido no YouTube. Esta foi a primeira mudança na liderança em quase 10 anos. PewDiePie conta com 111 milhões de subscritores e MrBeast com 112 milhões, o que o torna o youtuber com mais seguidores na plataforma. Contudo, está longe de ter o maior canal. Esse título pertence à T-Series, uma editora e produtora indiana de músicas e filmes que conta com mais de 200 milhões de subscritores.

Em 2018, PewDiePie tinha o maior canal de YouTube, mas a T-Series estava a ganhar destaque e começou uma espécie de concurso — que a BBC diz ter sido em jeito de brincadeira — a ver quem conseguia mais fãs. Segundo a BBC, MrBeast foi o primeiro grande youtuber a apoiar o sueco, comprando anúncios de rádio e outdoors na Carolina do Norte onde instava as pessoas a subscreverem o canal do colega.

Apesar das tentativas para impedir que a T-Series ultrapassasse PewDiePie, que tem 33 anos, no número de subscritores, isso acabou mesmo por acontecer. A produtora indiana continua a ser o canal com mais seguidores. Quanto ao trono do youtuber mais seguido passou agora a ser ocupado por MrBeast.

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Durante quase 10 anos PewDiePie foi o youtuber com mais subscritores do mundo

WireImage

Quem é MrBeast, o youtuber com mais subscritores no mundo?

Jimmy Donaldson, de 24 anos, cresceu no leste da Carolina do Norte, na cidade de Greenville. Publicou o primeiro vídeo no YouTube há uma década e nele falava sobre o jogo Minecraft. Ainda assim, demorou alguns anos até conseguir perceber o tipo de conteúdo que o público queria ver.

Na infância tinha poucos amigos e o foco que colocava na plataforma de vídeos levou os seus colegas de escola a considerá-lo um pouco autista, contou em entrevista à Rolling Stone. “Existiu um período de cinco anos na minha vida em que eu estava incansavelmente obcecado em estudar como se tornar viral, em estudar o algoritmo do YouTube”, afirmou.

Quando estava no nono ano foi diagnosticado com a doença de Crohn — doença inflamatória intestinal crónica — e, por isso, embora gostasse de jogar basebol, teve que deixar o desporto. O stress relacionado com o diagnóstico fez com que passasse mais tempo dentro de casa e, consequentemente, no computador e no YouTube.

Quando terminou o ensino secundário, a mãe queria que fosse para a faculdade. MrBeast concordou e matriculou-se (embora não se conheçam os detalhes nem sobre o estabelecimento nem sobre o curso), mas não chegou a ir a qualquer aula e desistiu a meio do primeiro semestre do primeiro ano. Por isso, foi expulso de casa quando tinha acabado de atingir 750 mil subscritores. Pouco depois conseguiu o primeiro contrato com uma marca e ao invés de gastar o que tinha recebido reinvestiu o dinheiro num vídeo onde se via MrBeast a dar um cheque de 10 mil dólares a um sem-abrigo.

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Jimmy Donaldson dedica-se à filantropia e a desafiar subscritores

Getty Images

Esse foi um dos vídeos que impulsionou a popularidade de MrBeast. O mundo do Minecraft ficou definitivamente para trás e Jimmy Donaldson passou a dedicar-se à filantropia e a desafiar subscritores, que podem ganhar significativas quantias de dinheiro. Com a fama, quatro dos seus amigos de infância (Chris, Chandler, Garret e Jake) foram contratados para trabalhar consigo no seu canal.

Na maioria dos vídeos de MrBeast os subscritores recebem dinheiro se concluírem determinadas tarefas ou desafios, por exemplo: sobreviver 100 dias num círculo de relva, onde é colocada uma casa que aos poucos vai sendo demolida, para ganhar 500 mil dólares.

O conceito de alguns dos vídeos é até algo controverso. Em novembro de 2021 foi criticado porque gastou 3,5 milhões de dólares num Squid Game da vida real. Dos 436 jogadores que participaram apenas um não foi eliminado nos jogos que se foram realizando ao longo de mais de 25 minutos e ganhou um prémio de 456 mil dólares. Ao contrário do que acontece na série na Netflix, na brincadeira de MrBeast ninguém morreu.

Jimmy Donaldson criou também, em 2021, um canal de YouTube dedicado à filantropia, que conta com mais de 10 milhões de seguidores. “100% dos lucros das minhas receitas publicitárias, vendas de merchadising e patrocínios destinam-se a tornar o mundo num lugar melhor” é o lema do canal que tem o nome Beast Philanthropy. Para além disso, a BBC escreve que o youtuber tem uma instituição de caridade, que funciona como um banco alimentar para comunidades um pouco por todos os EUA.

Preocupado com o meio ambiente, no final de 2019, lançou um desafio para arrecadar fundos chamado Team Trees com o objetivo — concluído com sucesso — de plantar 20 milhões de árvores até 2020. A iniciativa foi apoiada por PewDiePie, que doou quase 70 mil dólares para o projeto.

Depois, no currículo de MrBeast, seguiu-se o Team Seas, um projeto de limpeza dos oceanos para arrecadar 30 milhões de dólares com o objetivo de remover 30 milhões de toneladas de lixo dos mares até 1 de janeiro de 2022, não se conhecendo o resultado. Além disso, em 2020, criou sua própria marca de fast-food chamada MrBeast Burger, que primeiro só fazia entregas e que, entretanto, em setembro deste ano, abriu o primeiro restaurante em Nova Jersey, nos EUA.

Em 2021, Jimmy Donaldson ganhou 54 milhões de dólares — o máximo de sempre de qualquer youtuber, destaca a Forbes. Ainda assim, o criador de conteúdos ambiciona mais e quer ser como Elon Musk, o homem mais rico do mundo e dono do Twitter, no futuro. Em entrevista à Rolling Stone reforçou que acha “inspirador” que o patrão da Tesla e da Space X “esteja a afastar o mundo do petróleo” e a “reconstruir a imaginação” no que à exploração espacial diz respeito.

Ao longo dos anos, em paralelo com o sucesso dos seus vídeos, chegaram as acusações de homofobia, sobretudo depois da revista The Atlantic ter analisado em 2018 alguns tweets antigos, que entretanto foram apagados. Nessas publicações, MrBeast escrevia coisas como “o Windows é gay” e utilizava a palavra “fag” (bicha, em tradução livre) diversas vezes. Contactado, o youtuber disse que não era “ofensivo com ninguém” em nada do que fazia.

MrBeast e PewDiePie ainda não reagiram

Quando alcançou mais de 111 milhões de subscritores, no dia 11 de novembro, MrBeast mostrou no Twitter que comprou bilhetes da lotaria para comemorar o marco. O número de seguidores já indicava que estava próximo de ultrapassar PewDiePie — o que aconteceu esta terça-feira. Ainda assim, até ao momento, o novo “rei” do YouTube ainda não reagiu à conquista.

PewDiePie também permanece em silêncio. Porém, em agosto deste ano, num vídeo de perguntas e respostas que partilhou no YouTube já previa que MrBeast o ia “definitivamente” ultrapassar. O youtuber sueco tinha anunciado que iria parar de publicar vídeos na plataforma, mas tem continuado — ainda que com menos frequência.

PewDiePie, cujo nome verdadeiro é Felix Kjellberg, começou a sua carreira no YouTube em 2010. Inicialmente produzia conteúdos sobre videojogos, mas com o passar do tempo dedicou-se mais a vlogs. Em dezembro de 2019 anunciou que planeava fazer uma pausa por estar com um esgotamento e começou a partilhar menos conteúdos. Em maio deste ano, segundo o Business Insider, o sueco revelou que tinha deixado de viver em Inglaterra e que se tinha mudado para o Japão. Desde então, partilha alguns vídeos no YouTube onde mostra o seu dia a dia nesse país.

Ao contrário de PewDiePie, MrBeast não partilha tantos conteúdos acerca do seu dia a dia devido a preocupações de segurança. Há alguns anos o seu apartamento foi invadido e, desde então, mora num condomínio, numa moradia com janelas à prova de bala. Sempre que se aventura pelas ruas de Greenville é acompanhado por um guarda-costas. Quanto ao futuro, esse já está pensado: quando morrer quer doar todo o seu dinheiro.

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