Castelo de Vide, 8h30. O despertador toca exatamente àquela hora em todos os quartos do hotel. O triiiiiim do telefone soa quase ao “Alvorada! Alvorada!” que acorda os marinheiros. Não há hipótese, por mais longa que tenha sido a noite anterior, é mesmo hora de acordar para ir para as aulas. É que o “reitor”, o eurodeputado Carlos Coelho, deixou claro, desde o primeiro dia, quais eram as regras: 10h não são 10h10 nem 10h02. Por isso, é vê-los às 9h50, a beber o último golo de café à pressa, pegar na mochila e correr escadas fora rumo à sala de aula, onde os espera a professora Maria Luís Albuquerque para falar sobre Economia e Finanças.
Peniche, 10h10. Na sala do pequeno-almoço do hotel onde, por estes dias, estiveram hospedados cerca de 130 jovens democratas-cristãos circulam folhas de presença, olha-se para o relógio e pega-se no telemóvel. Já passa da hora de começar o primeiro painel do dia e muitos dos jovens ainda não desceram dos quartos. O líder da Juventude Popular acelera o passo e tenta alinhar as tropas, perguntando pelos ausentes, mas o “diretor” Diogo Feio pouco se importa: “Isto não é o Colégio Militar”. A pontualidade no CDS tem uma base cultural: a chamada “hora CDS” era 60 minutos depois da hora marcada na agenda. Não importava. Pedro Mexia, o orador convidado, também estava ligeiramente atrasado.
As escolas de formação de quadros dos dois partidos de direita terminaram este domingo e, um ano após o fim do casamento entre PSD e CDS, foi a primeira vez que ambas coincidiram no calendário. Embora os sociais-democratas não queiram pôr os dois eventos no mesmo saco, fazendo valer a sua experiência e antiguidade, chega-se a Peniche, três dias depois de ter arrancado a universidade laranja, e há o nós e o eles. Apontam-se diferenças e define-se quem é melhor: aqui não há salas de aula, não há palestras, não há visões uniformes, dizem os centristas. Mas são eles que mais vestem a pele política do partido. Ali há presidentes de concelhias da JP, que levam as equipas das suas secções, há um líder que conhece todos os discípulos e a maior parte dos “alunos” já frequentou as edições anteriores da Escola. Como disse um dos organizadores, João Muñoz, na sessão de abertura, os jovens são incitados a usar a Escola de Quadros para “gostar mais de política e do CDS” e para “perceber melhor o discurso do CDS nas várias matérias”. No final dos debates, não é raro vê-los a tirar fotografias com os deputados e dirigentes centristas que mais admiram (o eurodeputado Nuno Melo, diga-se, foi muito solicitado).
O lema laranja em Castelo de Vide é “formar não é formatar”, e, ao contrário do que acontece no CDS, a seleção dos jovens participantes é feita mais pela “vontade” de participar do que propriamente pela militância. São mais tímidos, discretos e até ingénuos. E são essas “soft skills” — argumentar, intervir, perder a timidez — que os organizadores querem trabalhar. Houve até casos, em edições anteriores, em que um jovem candidato a vereador de Castelo de Vide pelo PS e também um independente que tinha entrado nas listas do PCP como independente tiveram vaga na Universidade. Em Peniche o lema é mais “não viemos para debitar viemos para debater”, e os jovens mais do que habituados a fazer política nas secções do concelho e distrito a que pertencem orgulham-se de sublinhar que as salas de aulas ali são substituídas por salas de debate. Nas duas escolas de formação política há sapatos de vela, calças beges e camisas às riscas em todo o lado, mas há sobretudo uma semelhança: todos querem fazer política (não como carreira, reforçam) e todos têm o discurso dos partidos na ponta da língua. Não há pudor em ser conservador ou liberal, nem há dúvidas sobre as opções dos seus partidos: a austeridade foi uma necessidade não uma convicção, repetem. Em Castelo de Vide, Pedro Passos Coelho é rei e “ídolo”. Em Peniche, Paulo Portas nem tanto.
“Amar” o partido e sonhar ser primeiro-ministro
Do alto dos seus 16 anos, Diana Camões, que coordena o grupo “Roxo” na escola dos sociais-democratas, não tem problemas em afirmar: “Amo o PSD desde pequena. Lembro-me que tinha oito anos e perguntava à minha mãe se se importava que eu votasse no PSD”, conta ao Observador, sublinhando que não tem na família ninguém que seja militante, e que, pelo contrário, a maior parte até é simpatizante do PCP. Aos 15 anos Diana filiou-se na JSD, mas como surgiu a ligação? A culpa será talvez do atual líder do partido.
“Quando Passos Coelho foi eleito eu comecei a despertar mais. Tentava sempre defender o PSD na escola. Quando as pessoas ficavam revoltadas com a austeridade eu tentava explicar que era uma necessidade e que tínhamos de resolver os problemas, não empurrá-los com a barriga”, defende a jovem de Santa Maria da Feira, que reproduz o discurso dos adultos para dizer que “demagogia e populismo não podem ser considerados parte da política”.
Universidade de Verão do PSD
↓ Mostrar
↑ Esconder
Existe desde 2003, e realiza-se sempre no mesmo hotel em Castelo de Vide. Este ano foi a 14ª edição.
Reitor: Eurodeputado Carlos Coelho
Número de participantes: 98 (dos 14 aos 30 anos)
Apoio: PSD, JSD, Instituto Francisco Sá Carneiro, PPE (Partido Popular Europeu). Custo para os participantes: 130 euros de propina.
Oradores principais: Maria Luís Albuquerque, Poiares Maduro, Paulo Rangel, Carlos Moedas, Marques Mendes e o socialista Jaime Gama.
Modelo: Jovens de todo o país reúnem-se uma semana (de segunda a domingo) para terem aulas, conferências e palestras. Organizam-se em 10 grupos, cada um com uma cor e um estandarte. Planeiam perguntas aos oradores, participam na elaboração do jornal da Universidade de Verão, e terminam a semana com a simulação de uma sessão parlamentar, onde defendem um tema na pele de Governo e de oposição, à vez.
Requisito: Não têm de ser filiados na JSD, apesar de a maioria ser militante. Jovens candidatam-se, apresentam carta de motivações e são selecionados pelos “avaliadores”.
Não é permitido repetentes, cada jovem só se pode frequentar um ano a Universidade de Verão.
À chegada poucos se conhecem entre si.
As últimas palavras de Diana fazem lembrar outras ouvidas horas antes. Miguel Poiares Maduro, ex-ministro Adjunto de Passos Coelho tomou o lugar que antes era ocupado pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa e foi a Castelo de Vide dar uma aula sobre o que é ser social-democrata. Falou de Eduard Bernstein, o pai do socialismo evolucionário, falou do liberalismo como o “herdeiro legítimo da democracia”, por assegurar a igualdade e a liberdade através da universalidade, e acusou o Governo de populismo e demagogia. Durante a palestra, os jovens ouviam atentamente. Horas depois, em conversa com o Observador, reproduziam o discurso.
“O Estado deve regular, primeiro, mas depois deve ser dada uma liberdade de iniciativa às pessoas”, defendia João Pedro Luís, o mais novo dos alunos, de apenas 14 anos, que se considera, sem pudor, um “conservador nos costumes e um liberal na economia”. Católico, fervoroso adepto de touradas, contra o aborto e contra a adoção de crianças por casais homossexuais, lembra-se bem de como a bancada do PSD votou estas várias questões fraturantes no Parlamento e não se considera menos social-democrata por estar mais à direita do que a maioria. Sai rapidamente em defesa do Governo anterior ao dizer que a austeridade “não foi uma convicção ideológica mas sim uma obrigação de qualquer Governo naquela situação” e não hesita quando instado a escolher uma inspiração política: Pedro Passos Coelho. Seguido de Sá Carneiro e Aníbal Cavaco Silva.
Ainda nem mudou a voz, mas João Pedro já fala como gente grande: quer ser primeiro-ministro um dia, e antes quer ser líder da Juventude Social Democrata. Um dos ensinamentos que lhes é dado por aqueles dias, nomeadamente pelo “professor” Luís Marques Mendes, é precisamente que devem estudar e ter uma profissão, primeiro, deixando a política para um plano paralelo. Sabem disso, mas é pela política que os olhos brilham.
Na escola do PSD a lógica é de retiro. Sete dias, 93 jovens, num hotel mediano, onde às vezes até falha a água quente, no interior alentejano do país, onde só há um bar para sair à noite. Carlos Coelho explica ao Observador que a ideia é mesmo essa, e até tem um caráter “simbólico” por se realizar há 14 anos nessas condições relativamente adversas. “Houve uma altura que se queria passar a Universidade para o litoral mas isso retirava parte do misticismo”, diz. Certo é que até o cozinheiro que chefia o staff do hotel vai de propósito para Castelo de Vide nesta semana, e até o dono do único bar da vila rege os seus horários de abertura e fecho em função das vontades dos “miúdos”.
A noite é por conta deles, desde que na manhã seguinte acordem ao som do “triiiiim” da Alvorada.
“Isto não é uma entrevista de emprego”
É precisamente no litoral que por estes dias se fixam os jovens do CDS. Chegam ao hotel de Peniche onde ficariam até domingo de malas e sorrisos. Ao contrário do que acontece na Universidade de Verão dos sociais-democratas, aqui todos se conhecem. Não chegam nervosos e com o medo típico do primeiro dia de aulas, mas sim ansiosos por uns dias de “férias” entre amigos. Conhecem-se (quase) todos pelo nome e pela concelhia a que pertencem. E todos conhecem o presidente da Juventude Popular, que os escolheu e organizou por grupos. Ali é requisito obrigatório ter cartão de militante. Francisco Tavares, que é atualmente secretário-geral da JP, lembra-se que no ano passado houve um ou outro jovem que se quis inscrever mas não era filiado e resolveu-se o assunto tratando da filiação e da inscrição na escola em simultâneo.
Escola de Quadros do CDS
↓ Mostrar
↑ Esconder
Existe há três anos sempre na primeira semana de setembro. Este ano e na primeira edição foi em Peniche, no ano passado em Ofir.
Diretor (e não reitor): Diogo Feio, ex-eurodeputado e atual responsável pelo gabinete de estudos do CDS.
Número de participantes: cerca de 130, 11 dos quais são menores de idade. A esses é-lhes atribuído um “padrinho”, que se responsabiliza.
Apoio: CDS, JP, PPE (Partido Popular Europeu). Custo para os participantes: 15 euros de propina.
Oradores principais: Nuno Melo, Adolfo Mesquita Nunes, Paulo Portas, Pedro Mexia, Carlos Moedas e os socialistas Maria de Lurdes Rodrigues e António Vitorino.
Modelo: Jovens dos vários distritos da Juventude Popular (JP) reúnem-se quatro dias (de quinta a domingo) para assistirem a debates e town halls (conferências informais) sobre vários temas. Organizam-se em 11 grupos, cada um com um coordenador escolhido pela organização. Planeiam perguntas aos oradores, geralmente via whatsapp, e no último dia cada grupo tem 5 minutos para defender uma ideia perante um júri.
Requisito: Têm de ser filiados na JP.
Maioria dos jovens são repetentes, tendo participado nas três edições da Escola. É a JP que escolhe os participantes e faz os grupos, em função da representatividade das várias concelhias do partido.
À chegada (quase) todos se conhecem entre si.
Em Castelo de Vide, contudo, faz-se da formação “cívica” e do treino dos soft skills uma bandeira maior do que a do partido e, por isso, o processo de seleção dos aprendizes é mais rigoroso. No processo de candidatura, jovens de todo o país enviam uma carta de motivações e são instados a responder a um conjunto de questões-base: música preferida, livro, filme, hobbie, qualidade mais apreciada nos outros, ou o que gostariam de vir a ser “quando forem grandes”. É isso que, explica Carlos Coelho, permite escolher os melhores e mais motivados. No final, diz-se que os escolhidos são a verdadeira “seleção nacional”. A crème de la crème dos jotas simpatizantes da social-democracia.
Este ano houve de tudo: aspirantes a advogados, juízes, diplomatas, jornalistas, médicos ou farmacêuticos. Havia jovens candidatas a líderes parlamentares, jovens que ambicionavam ser presidente da JSD ou presidente da Junta de freguesia. Ou os que queriam apenas ser políticos, economistas ou engenheiros “de sucesso”, ou apenas “ter um cargo executivo”.
A ideia de uma seleção rigorosa, contudo, é rejeitada pelos organizadores da Escola de Quadros do CDS. “Isto não é uma entrevista de emprego”, diz Diogo Feio, explicando que participam todos os “jotas” que querem participar, as vezes que quiserem participar, dando-se no entanto prioridade aos estreantes e à diversidade geográfica e etária. Em todo o caso, são permitidos repetentes e muitos dos que frequentaram a escola este ano, já tinham frequentado nos anos anteriores.
Certo é que as regras e a organização da Universidade laranja fazem rir a escola democrata-cristã. Longe vão os tempos da coligação, onde muitos partilharam campanhas e fizeram amigos. Agora são rivais. “Quem está na JP sabe porque está na JP e o que isso significa, conhece a matriz identitária do partido, conhece as ideias base, o que quer para o país. E na JSD não vejo isso, vejo pessoas que não sabem muito bem explicar o que é a social-democracia”, diz Inês Vargas, uma conservadora de 22 anos, de Rio Maior.
Follow the leader: sigam o Chicão
Se entrar na Escola de Quadros do CDS e chamar o “Francisco” é provável que pelo menos um terço da sala (talvez seja exagerado) olhe para trás. São de facto muitos e, passo o estereótipo, têm muitos apelidos. Mas há um que sobressai e que, por isso mesmo, é conhecido por outro nome: Chicão, alcunha dos tempos de faculdade de Francisco Rodrigues dos Santos, presidente da Juventude Popular desde dezembro.
É por Chicão que o trata Paulo Portas ou Assunção Cristas e é o Chicão que ofusca o próprio Paulo Portas no sábado à noite quando o ex-líder é o convidado de honra num painel sobre política externa. É que Francisco Rodrigues dos Santos era o moderador do debate entre Portas e o socialista António Vitorino e era a ele que os “jotas” agradeciam e elogiavam no início de cada intervenção. A cada elogio uma torrente de aplausos e gritos de guerra da Juventude Popular. “É bem!”, aplaudiam sistematicamente.
O culto do líder é evidente, e talvez não fosse tão visível desde a geração de João Almeida na “jota”. Questionados sobre quem é a sua inspiração política, vários são os jovens que, a par de Francisco Lucas Pires ou Adelino Amaro da Costa elegem…Francisco Rodrigues dos Santos. “Desde dezembro temos vivido uma grande reviravolta e o nosso presidente tem sido uma inspiração muito grande”, diz Inês Vargas ao Observador. Também Tomás Monteiro, presidente da concelhia da JP de Cascais, que levou toda a sua “equipa” de Cascais para Peniche, segue as palavras do “líder” para defender as suas posições sobre a criminalização do aborto, o casamento homossexual ou a posição “contida” que Portugal deve ter na Europa.
Francisco é o líder orgulhoso da Juventude Popular desde dezembro e, desde então, já tem dado que falar. Começou por ser das vozes mais críticas e mais exigentes nas redes sociais quando o deputado centrista Hélder Amaral foi ao congresso do MPLA defender que havia proximidade entre os dois partidos. E continuou quando, numa entrevista ao jornal i, deixou claras as suas posições liberais e profundamente conservadoras.
É nessa entrevista que diz ser contra o aborto, ser “eurocontido” e ser contra o carimbo “casamento” para justificar a união entre duas pessoas do mesmo sexo. É essa entrevista que, semanas depois, os “alunos” da Escola de Quadros evocam quando questionados sobre a sua opinião em várias matérias e é essa entrevista que continua a ser motivo de conversa dos jovens nos corredores e no pátio do hotel de Peniche. Alguns não perceberam o que quis dizer quando disse que aceitaria o casamento entre pessoas do mesmo sexo se não se chamasse “casamento” e querem clarificar a ideia. Trocam argumentos e posições e tentam chegar a uma mensagem mais clara que ponha a “jota” a falar a uma só voz.
Uma coisa é certa: a juventude centrista está a fazer um caminho descomprometido para a direita da direita, em sentido inverso ao caminho de abertura e recentramento que Assunção Cristas está a tentar conduzir o partido na era pós-Portas. Assumindo o espírito conservador, mas sublinhando que não quer fazer política à boleia das questões fraturantes, o jovem líder da JP lembra ao Observador que em todas as questões fraturantes se mantém fiel àquilo que tem sido a votação do CDS no Parlamento: contra o aborto, contra o casamento homossexual, contra a adoção por casais do mesmo sexo, contra as barrigas de aluguer. Só que a nova líder do partido, Assunção Cristas, tem dado sinais contrários, e já em 2010 admitia só não ter votado a favor do casamento homossexual para respeitar a decisão do partido. A jota, contudo, faz o seu caminho desprendido e prepara-se para organizar este mês a sua primeira corrida de touros. Ninguém tem pudor em falar sobre os temas fraturantes que defendem ou o posicionamento ideológico que têm.
É o caso do jovem Bernardo, que aproveita a ida de Adolfo Mesquita Nunes ao painel sobre Economia para, no final, ir falar individualmente com ele. “É uma das minhas referências na ala liberal do CDS”, diz ao Observador. O jovem faz parte de um novo think tank sobre liberalismo económico e assume-se como mais liberal do que os mais liberais dentro do partido, por pura convicção ideológica. Ao dirigente do partido, pergunta-lhe sobre a melhor forma de a população menos letrada despertar para a iniciativa privada e as oportunidade individuais de trabalho. Adolfo Mesquita Nunes, no debate com o jornalista António Costa, tinha estado a defender a importância da concorrência no mercado livre e o jovem quer saber o que o ex-secretário de Estado do Turismo pensa sobre o assunto. Ao longo dos quatro dias em que decorreu a Escola de Quadros em Peniche não era raro vê-lo com o seu grupo de volta do vice-presidente do partido.
Direita desencontrada
No primeiro verão desde que foi desfeita a aliança entre PSD e CDS, as escolas de formação política foram mais um reflexo de que o casamento da direita está desfeito. Pela primeira vez, o calendário das duas coincidiu e os dois partidos tiveram de gerir o espaço mediático. “Nós sempre fizemos a Escola de Quadros no primeiro fim de semana de setembro”, diz ao Observador Diogo Feio, sublinhando que o calendário da Universidade de Verão do PSD é que não é fixo.
Outro exemplo disso foi a presença do comissário europeu Carlos Moedas (ex-secretário de Estado de Passos), que esteve na Universidade da JSD na quinta-feira de manhã e nesse mesmo dia à noite já estava na escola dos jovens democratas-cristãos, a partilhar o palco com Nuno Melo. Uma dupla presença que causou algum incómodo aos sociais-democratas. O pontapé final foi a coincidência de horários nos discursos de encerramento dos dois líderes este domingo, com Passos Coelho em Castelo de Vide a atropelar a intervenção de Assunção Cristas em Peniche. Desencontro ou disputa de protagonismo, os próximos dias o dirão.