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A Ribeira

Rua de S. Domingos, Montemor-o-Novo. Tel.: 266 890 211 (Preço médio: 15 euros por pessoa)

Dica: use o GPS, fica num local isolado, e prepare-se para um concerto inesperado

Ponto prévio: não espere um restaurante calmo. Nem grande glamour. A Ribeira era inicialmente uma tasca à beira rio (bem, às vezes a água nem corre, mas é um Rio, o Almansor, afluente direto do Tejo), que o Carlos fez crescer para restaurante. Primeiro de petiscos. Que ainda são muitos. E que ainda valem bem a pena. Depois de boa comida em geral. Sempre com o toque alentejano: estão lá os coentros, os poejos e as muitas ervas que fazem esta comida tão especial. Comecemos então pelos petiscos: se se quiser aventurar numas perninhas de rã, há dias em que há. E não torça o nariz, porque eu faço o mesmo com os caracóis, e ele também os faz bem para uma bela conversa à mesa num qualquer fim de tarde. Mas há outras e variadas opções. Para o almoço ou jantar (o melhor é ir ou bem cedo ou bem tarde, porque a casa, ainda que já muito aumentada, está sempre cheia), sugiro as tirinhas de choco frrrrito (desculpem, não resisti), que fazem inveja a muito bom restaurante de Setúbal. Na época, há sempre um bom borrego no forno. Eu costumo escolher uns filetes de peixe galo acompanhados pelas tradicionais migas de espargos. Mas desde que as migas fiquem no prato, também posso juntar-lhe uns lombinhos ou até uns jaquinzinhos. Agora o segredo, cada vez mais mal guardado, porque o Carlos se tornou uma estrela das redes sociais e até já da televisão: a ementa é cantada! Isso. Cantada por ele, em diversos estilos, conforme a disposição. Às vezes sai em rap, outras em fado. Umas vezes em cima de uma cadeira, para a sala inteira, outras à beira do cliente tardio. Ah, e a conta também vem sempre com melodia. E nem sequer é triste, que os preços são bem acessíveis. Filomena Martins

Casa Ti’Augusta

Rua Principal, Figueira, Proença-a-Nova. Tel.: 274 822 134 (Preço médio: 25 euros por pessoa)

Dica: com um grupo maior é mais fácil garantir o cabrito

A aldeia de xisto da Figueira, a 15 minutos do centro de Proença-a-Nova, é uma cápsula do tempo onde a vida de outros tempos da Beira Baixa está impecavelmente preservada. Até o forno comunitário no centro da aldeia ainda funciona. Mas o destino final depois de um passeio a pé pelas ruas minúsculas é a Casa ti’Augusta, uma construção tradicional muito bem restaurada onde se come ainda melhor. Evidentemente, a carne de cabra e de cabrito são a prioridade, mas também os enchidos tradicionais da Beira Baixa, incluindo o maranho e o bucho, e a tigelada para a sobremesa. Uma sugestão: telefonar com antecedência para reservar umas boas doses de cabrito estonado, receita clássica da região. João Francisco Gomes

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O Burgo

Ermida da Senhora da Piedade, Lousã, Coimbra. Tel.: 239 991 162 (preço médio: 20 euros por pessoa)

Dica: não está aberto todos os dias, pelo que o melhor é telefonar a reservar caso esteja na zona de Coimbra.

Explorado há três décadas por uma família e localizado entre o castelo da Lousã e a Cascata da Praia Fluvial de Nossa Senhora da Piedade, entrar neste restaurante em pedra é mergulhar no passado. Decorado com ferramentas de outros tempos, cântaros em barro e cestos de verga, à mesa servem-se sobre toalhas aos quadrados vermelhos e brancos os verdadeiros pratos tradicionais da região. Destaque para o javali, se tiver dúvidas entre este prato e a chanfana. Também há bacalhau e migas (que, atenção, são diferentes das alentejanas). As entradas servem como um verdadeiro menu de degustação para o que aí vem. Além dos sabores, da decoração, a paisagem lá fora, onde é possível fazer caminhadas junto ao curso de água. É difícil deixar espaço para a sobremesa. Sónia Simões

Manuel Azinheirinha

Santiago do Escoural – Montemor-o-Novo – Estrada Regional 2 N79. Tel.: 266857504 (Preço médio: 20 euros pessoa)

Dica: vá com tempo e deixe as escolhas óbvias para a rotina na cidade

É preciso ir devagar para não perder a entrada. Entra-se no café e segue-se pela porta à esquerda, que dá acesso à sala de jantar. Manuel Azinheirinha e a mulher servem comida típica alentejana confecionada com produtos de grande qualidade. O meu problema em identificar este ou aquele prato é “gosto de tudo”. Vale a pena perder-se nas entradas e arriscar em escolhas mais tradicionais e menos citadinas, como o javali, deixando o bitoque para outras paragens. É aconselhável marcar e ir sem pressa. É um daqueles locais onde entramos para almoçar e podemos ficar até ao lanche. Ricardo Conceição

Taberna do Ganhão

Largo dos Amigos do Baleal nº1, Peniche. Tel.: 262 286 381 ( Preço médio: 30 euros por pessoa)

Uma dica: chegue cedo e fuja às horas mais movimentadas (não fazem reserva)

A afluência em agosto é tal que chegue a que horas chegar, é provável que já encontre uma fila. Se estiver de férias, é aceitar sem irritações: pode por exemplo pedir um cocktail no exterior e ficar a bebê-lo cá fora. O restaurante fica mesmo à frente da praia do Baleal e é uma opção ideal para o jantar, saindo cedo da praia. Não há reserva e é preciso dar o nome à chegada, mas “O Padrinho” (22€), como ali chamam ao atum braseado acompanhado por batata no forno, rúcula, tomate, cebola roxa, aioli e redução de balsâmico, vale todos os minutos de espera. O mesmo se aplica ao “O Nosso Polvo”, tentáculos braseados e com acompanhamento semelhante, e ao “O Guloso” bacalhau — bacalhau confitado em azeite, puré de grão, couve salteada e amêndoas. Encerra às quartas-feiras. Gonçalo Correia

O Charneco

R. Joaquim M. Charneco, 11, Estômbar, Lagoa. Tel.: 282 431 113 (Menu degustação: 30 a 35 euros)

Uma dica: é o restaurante ideal para quem se aborrece com cartas longas, que trazem dores de cabeça na hora de pedir

Só aberto ao jantar, O Charneco é um dos melhores segredos do Barlavento algarvio. Ali o cliente não decide nada. A ementa varia consoante a oferta da casa naquele dia, num menu de degustação (entre os 30 e 35 euros) de incríveis petiscos algarvios. Pode ser surpreendido com amêijoas, carapaus alimados, uma belíssima patanisca de raia, salada de ovas de choco, muxama de atum com amêndoas, um inigualável tomate rosa, feijoada de buzinas, ossobuco, xerém ou arroz de tamboril. Vai chegando tudo à mesa à vez, a ponto de às vezes ser necessário pedir para não trazerem mais, e a qualidade dos produtos e da confeção é inatacável. O menu inclui a bebida. Gonçalo Correia

Casa de Pasto Zé Leiteiro

R. das Portas do Mar 15, Armação de Pêra. Tel.:  282 314 551 (Rodízio de peixe all you can eat: 17 euros)

Uma dica: chegar até às 11h45 para almoçar (não serve jantares)

É aquele restaurante simples, pequeno, mesas corridas lá dentro e esplanada numa rua estreita a uns 50 metros da praia. Peixe fresquíssimo – robalo, sardinha, lulas, corvina e o que mais houver – com salada de tomate algarvia e batata cozida com pele (mais vale abdicar da batata para ter espaço suficiente no estômago para o peixinho, já que é all you can eat). O vinho branco da casa à pressão é bom – é ir pedindo uns jarrinhos frescos e ficar a almoçar durante duas horas ou mais. O dono, o senhor Zé Leiteiro, morreu este ano, mas a família, que já trabalhava no restaurante, continua com o negócio. É uma casa portuguesa, com certeza! Vanessa Cruz

Jorge D’Amália

Calçada da memória 20A, Ajuda, Lisboa. Tel.: 968 174 413 (Preço médio: 10 euros)

Uma dica: é mais que uma sugestão, é uma certeza: é o melhor bitoque de Lisboa (vá, um dos melhores)

Zero requinte, uma genuína tasca onde se pode comer o melhor bitoque. Numa pequena sala decorada sobretudo com artigos alusivos ao Clube de futebol “Os Belenenses” podemos comer aquele que é considerado um dos melhores bitoques do país. Com um preço justo e um atendimento “à antiga”, o Jorge D’Amália serve a verdadeira experiência “alfacinha”. André Teixeira

Ponto G

Largo Padre Margalhau, 6, Amor, Leiria. Tel.: 244 811 223 (Preço médio: 10 euros)

Uma dica: se se sentir perdido vá direto ao “Hambúrguer Ponto G”

Primeiro ponto: existe mesmo. Segundo ponto: não é nada difícil de encontrar. Mas para os mais desorientados aqui vai uma indicação que vos vai ajudar a encontrar o ”Ponto G”, sem qualquer margem para dúvidas: se estiverem em Amor, mesmo em frente à igreja, basta andarem uns 30 metros para diante e é lá que ele está localizado. Neste “ex-libris” da pequena freguesia de Leiria pode encontrar de tudo um pouco, do tradicional bitoque à francesinha ou às tostas, mas o prazer da comida passa sobretudo pelos hambúrgueres artesanais e diferenciados. Sente-se romântico o suficiente ao ponto de degustar um hambúrguer com pão cor de rosa? O “Ponto G” tem. E todos os meses a carta oferece o que promete ser “um novo prazer de degustação”, com o hambúrguer do mês surpresa. O espaço é pequeno, mas decorado com bom gosto. E conta com uma pequena esplanada no exterior para os dias de Verão. Com vista, lá está, para o largo da igreja. João Santos Duarte

Ponto M

R. dos Curvais 19, Meco. Tel.:  966 479 005. Quinta-feira a terça-feira, das 8h às 19h. (Preço médio: 10 a 25 euros)

Dica: pergunte à Titi pelos pratos do dia, porque são sempre uma delícia

Para um almoço antes da praia, daqueles que, em terras junto ao mar, não pedem longas mariscadas, mas antes uma boa sanduíche ou prato do dia — quem sabe com um copo de vinho ou sumo natural. Porque para estar nesta lista a comida tem de ser boa, começamos pelos recursos humanos: dirigido pelas “Manas”, é assim que são conhecidas, o destaque do Ponto M vai mesmo para a Titi, uma tia que é de todos e que, conforme a agitação das mesas (nunca me sentei lá dentro, sugiro sempre o exterior), nuns dias é doce e noutros é mais a dar para o ácido. O certo é que nunca é para levar a mal, ela está lá para receber os nossos pedidos e para garantir que nos chegam à mesa. No fundo, para cuidar de nós. Sobre o espaço: está perto do mar, mas não o suficiente para que o possamos ver ou ouvir. A vista da agradável esplanada é para uns quantos pinheiros e para uma singela rua do Meco, em frente à papelaria desta aldeia — se não trouxer leitura consigo, sugiro que passe por lá.

Ponto de encontro entre todos os habitués do Meco (perdoem-me, senhores frequentadores, mas a casa já está sempre cheia de qualquer forma), no que respeita à comida, a sugestão vai para um dos pratos do dia, que nunca são bitoque ou secretos servidos em prato de barro (nada contra, adoramos, mas a gordura não é fácil de digerir, podendo resultar num estado de inércia antes de montar o barraco no areal), mas são sempre excelentes. Uma das manas, a que está na cozinha, tem mão de ouro e vê-se que gosta de experimentar um pouco de tudo. Na última passagem por lá, provei os melhores filetes de pescada da minha vida, fritos no ponto certo, crocantes por fora, suaves e branquinhos por dentro (sinto até que será até difícil voltar a replicar). Éramos três e porque todas as opções pareciam boas, decidimos partilhar: ao menu tripartido juntou-se então um risotto de cogumelos incrível e uma salada de salmão perfeita para dar cor de vitamina à nossa refeição, sem descurar do sabor e da diversão das texturas.

Em suma, um espaço para todas as estações (no inverno é igualmente bom, mas mais calminho), que não é para jantar, não é para as grandes mariscadas que precedem um ótimo dia na praia, mas que antecede da melhor forma todos estes momentos. Um sítio que é familiar e despretensioso e que nunca descura do brio nos pratos que leva ao cliente. Se quiser sobremesa, não pense duas vezes: o cheesecake é de sonho, o bolo de cenoura com chocolate de cair para o lado. Ana Luísa Bernardino

O Rola

Carrasqueira com acesso a partir da estrada que liga Alcácer do Sal à Comporta. Tel.: 265 497 003 (Preço médio: 12 a 14 euros)

Uma dica: se quiser comer na esplanada, convém fazê-lo antes da hora dos mosquitos, o que aliás é recomendado pelos próprios funcionários. Chegar cedo (logo a seguir à praia e antes de tomar banho) também ajuda a arranjar mesa

A Carrasqueira é uma aldeia a poucos quilómetros da Comporta conhecida pelo cais palafítico que é uma atração turística, para além de acolher barcos de pesca artesanal. A terra é conhecida pelos restaurantes de choco frito que ficam ao pé do cais de onde aliás se pode ver a Arrábida e Setúbal. O Rola é uma marisqueira que fica na rua de acesso ao cais palafítico. Para além do choco frito, o restaurante é conhecido pelos pratos com lingueirão pescado mesmo ali. Desde o arroz de lingueirão até ao lingueirão à bulhão pato ou ao natural. Também serve marisco e petiscos. Ana Suspiro

Restaurante Típico do Mezio

N2 25, Mezio, a 13 km de Castro Daire e a 16 km de Lamego. Tel.: 254 689 265 (Preço médio: 15 euros)

Dica: chegue cedo e aproveite o passeio pela montanha depois do almoço

Em plena Nacional 2, a meio caminho entre Castro Daire e Lamego, a paragem no Mezio é obrigatória. Ou, se esta singela lista fosse o guia Michelin, diria mesmo que vale o desvio. Ou até a deslocação propositada. Mas para que não vá ao engano, fica desde já o aviso de que o Restaurante Típico do Mezio é sinónimo de uma iguaria: arroz de feijão com salpicão. Feito ao momento, é servido numa dose generosa que chega à mesa a fumegar no tacho. De comer até não sobrar um grão de arroz. Existem outras opções no menu, como o excelente cabrito assado com batata e arroz em forno a lenha, feito por encomenda ou na carta ao domingo, ou a feijoada. Antes do prato principal, não vai resistir a uma (ou muitas) dentadas no pão quente que vem com o couvert. No final da refeição, que não custará mais de 12 euros por pessoa, pode começar a fazer a digestão na loja de artesanato que faz parte do restaurante, com vista para a serra de Montemuro. Do mais genuíno que pode haver. Ana Sanlez

Marisqueira Lismar “O Ledo”

Av. Marginal 87, Praia da Vieira. Tel.: 244 695 690 (preço: o arroz de marisco ronda os 25 euros)

Uma dica: aproveite a hora do pôr do sol

Nota muito importante se quiser ser (ainda melhor) servido: não diga que vai almoçar, ou jantar, à “Vieira”. É que a rivalidade entre a vila de Vieira de Leiria e a Praia da Vieira é tanta que, se quiser começar por conquistar a simpatia de quem o vai servir o melhor mesmo é começar com um elogio ao pôr do sol da Praia. Depois… Opte pelo arroz de marisco. Não é por ter ganhado há uns anos a distinção de “uma das 7 maravilhas da gastronomia” que o dizemos, é porque já muitos anos antes disso toda a gente lhe reconhecia o valor. Não se esqueça do vinho fresco, aproveite a paisagem frente ao Atlântico e… Se for em pleno agosto, vá com tempo para esperar. Se já não conseguir lugar à hora de almoço, enquanto espera pelo jantar aproveite para dar um passeio pela pequena terra de pescadores, comprar peixe fresco na lota uns metros mais à frente e carapau enjoado às peixeiras nas bancas coloridas junto à marginal. Rita Penela

O Chana do Bernardino

Aldeia da Serra, Serra d’Ossa, Redondo. Tel.: 266 909 414 (Preço médio por dose: 12 euros)

Uma dica: se for aos passadiços, leve água

Percorremos a Serra d’Ossa à procura dos passadiços com o mesmo nome. Encontrámos a igreja de Nossa Senhora do Monte da Virgem e a vista maravilhosa sobre a paisagem alentejana. Por trás da igreja, a escadaria que haveríamos de descer (e depois subir). Foram mais de duas centenas de degraus, mas certamente um percurso mais fácil do que aquele feito pelos monges eremitas que ali mantiveram hortas e pomares — como podemos ver ao longo do caminho. Chegámos à Aldeia da Serra sem planos, mas com muita fome e, sem outras opções, entrámos n’O Chana. Fomos agradavelmente surpreendidos pelo acolhimento familiar: o dono recitou-nos um discurso de boas vindas, que fazia a todos os clientes, e disse-nos de memória tudo o que podíamos encontrar no menu (e fora dele). O difícil mesmo foi escolher, mas asseguro que a sopa de tomate e o ensopado de borrego estavam deliciosos. Vera Novais

Cervejaria Bogotá

Av. Santos Mattos 3, Amadora. Tel.: 21 493 0342 (Preço médio: 10 euros)

Uma dica: aproveite a Black Friday (2ª cerveja preta de oferta na primeira sexta-feira de cada mês)

Não há amadorense que nunca tenha ido ao Bogotá, pelo menos para beber uma bica. Avisa-se previamente que aqui não há lugares sentados: o espaço é um pequeno corredor com um balcão de zinco à esquerda, daqueles onde o metal ajuda a conservar o cheiro do vinho tinto que os habituais consomem em copos pequenos. Das paredes sorriem-nos os azulejos à anos 80, decorados com as garrafas de whisky expostas “para consumo da casa”. Sim, não há volta a dar: estamos mesmo numa tasca. Os pratos são sobretudo de carne (bitoque, lombinhos, entremeada), mas também há petiscos (salada de polvo, pica-pau ou as eternas gambas “au alho”). Os preços são baixos, muito baixos. E a qualidade nota-se no clássico prego no pão — com alho, muito alho — e, sobretudo, nos salgados. Vale a pena a visita, nem que seja para comer o melhor croquete dos subúrbios de Lisboa. Cátia Bruno

Casa Borges

Correlhã, Ponte de Lima. Tel.: 258 942 442 (Preço médio: 20 euros)

Dica: reserve com antecedência (sobretudo em época alta) e peça para ficar no espaço exterior

Ponte de Lima é sinónimo de arroz de sarrabulho – não confundir com papas, pecado que os limianos não costumam perdoar –, e a Casa Borges, a sete minutos do centro da vila, é um dos sítios de excelência para encher o bandulho, sobretudo porque tem um espaço exterior muito simpático. Não podem faltar os rojões à minhota e o vinho verde tinto servido na malga. Ideal para refeições longas e com muita gente à mesa. Aconselha-se uma sesta depois do almoço. Miguel Santos Carrapatoso

O Camelo

R. do Facho 3 14, Apúlia, Esposende. tel.: 253 987 600 (Preço médio: 25 euros)

Dica: é mesmo preciso reservar mesa porque há verdadeiras excursões ao local, sobretudo durante o verão. O arroz de marisco é imbatível

Marisco, sol, barulho e sotaque do Norte. Combinação imperdível para quem não resiste a uma patuscada com sabor a mar. O arroz de marisco é a estrela da casa, mas o mais difícil é encontrar algum elemento que desiluda: as gambas, as ostras, as sapateiras, as lagostas, as amêijoas, os lavagantes… nada falha. Venha o vinho branco e o dia está feito. Para quem não gosta de marisco há opções engraçadas, como o “Cabritinho Pequenino Mamão”. Miguel Santos Carrapatoso

Marreta

Rua 2 1345, 4500-333, Espinho. Tel.: 22 732 5241 (Preço médio: 25 euros)

Dica: para quem gosta da comida um bocadinho mais picante, peça aos funcionários que tragam o molho da casa.

Arroz de robalo e vinho branco, muito obrigado. Na marginal de Espinho, o “Marretas” é uma espécie de paragem obrigatória. De preferência, no piso superior com vista privilegiada para o mar. Pensado para almoços que se prolongam à mesa. Miguel Santos Carrapatoso

Tomba Lobos

Rua 19 de Junho 2, Portalegre. Tel.: 245 906 111 (Preço médio: 25 euros)

Dica: leve o estômago vazio porque vai precisar de espaço. Vinho tinto é uma escolha obrigatória para acompanhar a carne alentejana.

Uma arquitetura que nos remete para algo entre um esconderijo e uma gruta, com um túnel e tetos abobadados. Só pela decoração do Tomba Lobos, quase colado ao Castelo de Portalegre, já valeria a pena conhecer o espaço. Mas o grande trunfo é mesmo a cozinha alentejana e a carta de vinhos – as bochechas de porco (grelhadas ou no forno) são uma das joias da coroa. O difícil, neste caso, é não ficar bloqueado na hora de escolher. Boa sorte. Miguel Santos Carrapatoso

Páteo Velho

Av. Alm. Gago Coutinho, 151, Atalaia (Alenquer). Tel.: 961 738 066 (Preço médio: 22 euros)

Dica: vá com vontade de acompanhar a refeição com vinho, para aproveitar os preços convidativos dos (bons) vinhos da região

O Páteo Velho justifica toda e qualquer visita à freguesia da Atalaia, no concelho de Alenquer (zona Oeste). O restaurante abriu em 1993 e entretanto expandiu-se para os serviços (paralelos) de catering e decoração. É um segredo bem guardado, graças à localização discreta. No espaço — acolhedor —, pode começar a refeição pelo azeite aromatizado com flor de sal (1,5€) e/ou pelo conjunto manteiga de ervas finas e chouriço, paté de fígado caseiro (3€). Depois tudo depende da fome. No segmento petiscos para partilhar encontra o choco frito com maionese de alho (5,5€), as bolinhas de bacalhau (5,9€ por seis unidades), os ovos rotos com camarão salteado e puré trufado (8,5€) e o pica-pau do lombo de novilho (8€). Se preferir um prato, tem boas opções nas lascas de bacalhau com broa, esmagada de brócolos, batata a murro e puré de azeitona verde (15,50€), no lombo de atum braseado com arroz asiático, sésamo e cebola crocante (16€), na presa grelhada com cremoso de feijão, espargos e chips de alho (15€) e na opção vegetariana risotto de cogumelos selvagens ocm espargos grelhados (14€). Para sobremesa, a tarte de mousse com caramelo salgado (5,5€) é uma boa aposta, idealmente para dividir a dois. A lista de vinhos tem sobretudo opções de quintas da região (a Quinta da Chocapalha, por exemplo, é mesmo ali ao lado), talvez por isso a preços muito convidativos. Gonçalo Correia

Oásis

R. do Campo da Bola 1, Longueira, Vila Nova de Milfontes. Tel.: 283 998 020 (Preço médio: 15 euros)

Dica: peça para ficar no exterior (é a esplanada que dá encanto ao restaurante) e de preferência com vista desimpedida para o rio Mira

Mesmo em cima da Praia das Furnas, com vista privilegiada para o rio Mira e para Vila Nova de Milfontes, tem cataplanas, peixe fresco e arroz de marisco ou tamboril a abrilhantar a carta. O “Oásis” é uma das melhores opções para quem quer almoçar junto à praia, de preferência ao sol e com vinho fresco. Para melhorar só mesmo uma sesta na praia logo a seguir. Miguel Santos Carrapatoso

Casa da Igreja

R. de Cacela Velha 2, Cacela Velha. Tel.: 289 952 126 (Preço médio: 15 euros)

Dica: evite dias ventosos, chegue muito cedo e tente resistir: apesar da qualidade indiscutível dos petiscos, é importante saber parar de comer a tempo

Por dispensar grandes apresentações torna-se obrigatório sair relativamente cedo da praia para ter oportunidade de comer qualquer coisa – caso contrário, é para esquecer. Amêijoas, ostras, chouriço assado, gambas fritas e pão. Não há absolutamente nada que não seja bom. Venha de lá a cerveja. Miguel Santos Carrapatoso

3 Pipos

Morada: Rua de Santo Amaro, 966, Tondela. Tel.: 232 816 851 (Preço do prato: 18,50 euros)

Dica: não vá ao domingo (está fechado) e peça ajuda para escolher um bom vinho para acompanhar o cabrito

Se está de férias e vai a caminho da Serra do Caramulo faça uma pequena pausa a cerca de 18 quilómetros e pare no restaurante que passa despercebido por entre as casas da aldeia, mas que quando lá se entra não há nada que enganar… Um ambiente rústico com as paredes revestidas de pedra e uma garrafeira completa a que se juntam os pratos típicos. Se tiver paciência para esperar e conseguir lugar para o almoço, opte por comer o tradicional e delicioso “Cabrito à Casa”. Terminada a refeição, passe pela “Lojinha” que existe dentro do restaurante onde pode comprar compota ou queijo da serra. Depois… é seguir viagem! Inês Capucho

A Tasquinha

Av. Infante Dom Henrique 55 R/C, Guarda. Tel.: 271 212 170 (Preço médio: 12 euros)

Dica: não deixe o restaurante sem provar o licor da casa

Bem no centro da cidade da Guarda, local de peregrinação obrigatória para políticos que arriscam fazer campanha eleitoral (não faltam fotografias de ilustres na parede), a Tasquinha é um daqueles sítios que faz qualquer um sentir-se em casa mesmo estando a quilómetros de distância do poiso habitual. Comida típica, quantidades enormes e preços que já não existem. Se houver coelho estufado entre os pratos do dia não há que hesitar. Miguel Santos Carrapatoso

Fraga

Rua Guilhermina Sugia, 10, Lisboa. Tel.: 21 848 3936 (Preço médio: 12 a 14 euros)

Uma dica: é um restaurante mais de almoço, muito procurado na hora “normal” por quadros de empresas 

O Fraga é um clássico restaurante do Bairro de Alvalade que tem a particularidade de ficar afastado da maior concentração de bons restaurantes que existem nesta zona da cidade. Pode por isso ser uma opção para quem está no eixo entre a Avenida Estados Unidos da América, onde a oferta de restauração não é muita, e a Avenida Gago Coutinho. É mais animado ao almoço e serve comida portuguesa. Desde o peixe fresco, com destaque para o salmonete, até ao cabrito assado no forno. Vale mais pela comida, que é de confiança, do que pelo ambiente ou decoração que é tradicional. O serviço é eficiente. Tem uma esplanada coberta em cima e lateralmente. Ana Suspiro

Café S. Cristóvão

Rua 8 de Março, São Cristóvão, Montemor-o-Novo. Tel.: 266837058 (Preço médio: 15 a 20 euros)

Uma dica: não deixe de provar o cozido de grão em panela de barro feito no lume de chão (mas encomende com tempo)

Correndo o risco de ser acusada de ser das poucas a repetir sugestões, de as escolhas serem sempre perto de casa (a que me viu nascer), e também de só sugerir restaurantes de amigos, aviso desde já, e feitas as declarações de interesse, que não ganho nada com isto: quem lá for sim, sairá bem servido e com vontade de voltar. Vamos ao que interessa: se for ao café S. Cristóvão, na terra com o mesmo nome, ali a uns 15 km de Montemor-o-Novo (na direção de quem vai para Alcácer do Sal e para as praias do Carvalhal à Comporta e Troia) — claro que também pode vir em sentido contrário, de Alcácer até lá, passando pela linda vila de Santa Susana —, pode à partida nem perceber que é um restaurante. Porque à entrada é apenas o que o nome indica, um café. É preciso passar por baixo de um arco, avançar por um corredor estreito e entrar então na sala não muito grande, com uma janela para o quintal. Quintal onde crescem as couves, as batatas e outros legumes, mais as ervas de cheiro e demais temperos, que hão-de ir para a panela de barro onde a Zezinha e o marido põem todos os ingredientes, carnes e enchidos caseiros incluídos, claro está, do cozido de grão que haverá de cozinhar lentamente nas brasas do lume de chão à chaminé que também fica lá fora. Sim, o cozido de grão em panela de barro no lume de chão é o que parece: de chorar por mais. E chega para muitos. Mas convém encomendar e com muita antecedência. Se não gostar, não lhe faltam outras sugestões: é perguntar à chef. Filomena Martins

Restaurante Armando

Tv. do Codeçal, nº10, Lordelo, Guimarães. Tel.: 252 842 095 (preço médio: 18 euros)

Dica: provavelmente, a melhor vitela assada do país

É espaçoso, mas acolhedor, é histórico, mas familiar. Junto à estrada nacional 105, que liga Santo Tirso a Guimarães, e a pouca distância do Estádio do Moreirense, encontramos um casarão onde o Bacalhau Rachado deu fama de décadas a esta casa, mas onde a Vitela Assada bate qualquer concorrência. Sabem aquelas fatias de vitela assada esbranquiçadas que nos servem nos jantares de grupo? Esqueçam isso completamente. No restaurante Armando a vitela é servida aos toros e é mais tenra que queijo e mais saborosa que a mais fina e famosa das carnes internacionais. A acompanhar, as batatas redondas, loiríssimas e suculentas que fazem da Vitela Assada do Armando um pretexto mais que válido para tornar uma viagem à cidade berço ainda mais inesquecível. Nelson Ferreira

Casa do Xisto

Estrada da Boalhosa nº2085 Boalhosa-Insalde, Paredes de Coura Tel.: 939 334 564  (preço médio: 20 euros)

Dica: Se não for lá pelas trutas, vá pelo javali

Quinze minutos de carro levam-nos do centro da vila de Paredes de Coura até à Boalhosa (Insalde). É lá que, escondida no meio de nenhures, encontramos a “Casa do Xisto”, um tesouro da região que é conhecido pelas carnes (sobretudo o javali) mas, também, pelas duas lagoas cheias de trutas que ali foram “plantadas”. Para muitas famílias, é uma manhã bem passada: usando as caninhas que a “Casa do Xisto” disponibiliza, quem quiser pode pescar as trutas que, depois de colocadas na balança, vão ser confecionadas pelo restaurante e servidas ao mesmo cliente – grelhadas ou preparadas à “moda de Coura”, fritas com uma fatia de presunto de porco bísaro enfiada na barriga. Quem não alinha em pescarias – nem mesmo em trutas – tem javali estufado, vitela assada, rojões, grelhada mista ou com enchidos feitos com porco bísaro, raça autóctone desta região e que faz uma feijoada inigualável. É para ir com tempo, para saborear uma refeição em ambiente bucólico e tranquilo. Por força da lei da vida, quem chega já não é recebido pelo sorriso da Dona Cila, mas a restante família e o “staff” jovem mantêm o atendimento despretensioso e acolhedor, tão típico das gentes do Alto Minho. Edgar Caetano