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O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE
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O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE

RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE

RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

Escolas públicas no top 50 aumentam, mas são ainda uma minoria. Colégio fundado por Belmiro de Azevedo ocupa o 1.º lugar (pela terceira vez)

Há mais escolas públicas entre as 50 melhores do país, mas correspondem apenas a 10%. A primeira -- a secundária de Vouzela -- surge em 24.º lugar no ranking de 2023 (16 posições acima face a 2022).

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Todos os gráficos são interativos. Passe o cursor sobre as tabelas para ver mais informação.

É no distrito de Viseu que se encontra a escola secundária pública mais bem classificada no ranking das escolas de 2023. Com uma média de 14,92 valores nos exames nacionais, a secundária de Vouzela ocupa o 24.º lugar nesta classificação. Face a 2022, o número de escolas públicas no top 50 aumentou de três para cinco e todas se situam nas regiões Norte e Centro. Pelo terceiro ano consecutivo, o primeiro lugar do pódio é ocupado pelo colégio privado Efanor, fundado por Belmiro de Azevedo. Na outra ponta da tabela, em último lugar, está a escola pública Passos Manuel, na capital.

Comecemos pela pública com melhor média de exames numa longa lista de 602 escolas: na secundária de Vouzela, em Viseu, realizaram-se 41 provas. A média dos exames foi de 14,92 valores, o que significa um aumento de quase um valor face a 2022 (quando a média de exames se fixara nos 13,94 valores), enquanto a média interna foi de 14,66 em 2023. Apesar de os chumbos na escola secundária de Vouzela terem aumentado de 6% para 11%, a percentagem de alunos carenciados nesta escola diminuiu (de 33,3% para 28%).

Ranking das Escolas 2023. Veja na tabela interativa em que lugar ficou a sua?

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Os dados oficiais que servem de base aos rankings de 2023 foram avançados pelo Ministério da Educação e o Observador, em parceria com a Nova SBE, agregou e trabalhou os números, ordenando as escolas. À semelhança do ano anterior, este ranking inclui apenas as escolas que realizaram pelos menos 20 exames nacionais. E, para efeitos de cálculo, considera apenas as 10 disciplinas com maior número de inscrições para exame (Português, Matemática A, Física e Química A, Biologia e Geologia A, Geografia A, História A, Filosofia, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Economia A e Geometria Descritiva).

Não só não é a primeira vez que a escola secundária de Vouzela surge entre as 50 melhores no ranking das escolas, como, face a 2022, foi a única a repetir tal proeza. Mas há uma grande diferença a apontar: subiu 19 lugares face a 2022 (quando aparecia no 43.º lugar).

Alguns lugares abaixo da secundária de Vouzela surgem a segunda e terceira escolas públicas. A escola básica e secundária Fernão de Magalhães (em Chaves, no distrito de Vila Real) aparece no 31.º lugar, com uma média de exames de 14,45 valores. Já a escola básica e secundária Engenheiro Dionísio Augusto Cunha (em Viseu), está na 37.ª posição, com uma média de exames um pouco abaixo: 14,29 valores. Em 2022 estas duas escolas ocupavam a 135.ª e 106.ª posição, respetivamente.

Ainda no top 50 das melhores escolas de ensino secundário surge a básica e secundária À Beira Douro. Esta escola de Gondomar, no distrito do Porto, ficou em 44.º lugar, com uma média de 14,04 valores nos exames nacionais. Em 2022 tinha ficado em 111.º lugar, o que representa uma subida de 67 posições.

A quinta (e última) instituição pública a marcar presença entre as 50 melhores escolas é a secundária Alves Martins, em Viseu, com 13,89 valores na média de exames. Neste ranking de 2023 a escola alcança o 47.º lugar, depois de em 2022 ter ficado em 59.º.

Em 2022 apenas três escolas públicas tinham tido lugar no top 50. A primeira surgia no 40.º lugar, a secundária de Vila Nova de Paiva, que agora nos rankings de 2023 cai para 137.ª posição (menos 97 lugares). Na posição 43.ª surgia a única escola estatal que conseguiu manter-se no top 50 em 2023 (a secundária de Vouzela). A outra escola que ficava entre as 50 melhores em 2022 era a básica e secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa — e que neste ranking de 2023 cai 6 posições, ficando em 54.º lugar.

Se recuarmos mais, a 2021, o número de escolas públicas entre as 50 melhores era ainda menor: apenas duas — a básica e secundária José Relvas, em Alpiarça, no distrito de Santarém (em 49.º lugar) e a secundária Quinta das Palmeiras, na Covilhã, no distrito de Castelo Branco (em 50.º). Se as procurarmos no ranking de 2023, verificamos que caíram para 145.º e 126.º lugar, respetivamente.

Se alargarmos a análise ao top 100 das escolas com melhor média de exames em 2023, verifica-se uma pequena oscilação positiva do número de escolas públicas face a 2022, passando de 42 para 43 escolas.

"Não tem qualquer relevância [estarem cinco escolas no top 50]. Em cinquenta escolas é 10%. Podem ser variações que resultam das amostras."
João Marôco, especialista em Estatística que no IAVE coordenou estudos internacionais de avaliação de alunos

Apesar de haver mais escolas públicas entre as melhores, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP) desvaloriza, considerando esta uma “falsa tabela classificativa” que “não serve para comparar nada”. “Temos de dar uma importância muito relativa aos dados dos rankings. Nada têm a ver com o trabalho realizado anualmente” pelas escolas, defende Filinto Lima.

Também João Marôco relativiza estes resultados e acrescenta que, estatisticamente, estarem cinco escolas no top 50 “não tem qualquer relevância”. “Em 50 escolas é 10%. Podem ser variações que resultam das amostras”, aponta o especialista em Estatística, que no IAVE (Instituto de Avaliação Educativa) coordenou estudos internacionais de avaliação de alunos como o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).

“Há uma contradição aparente. As médias nacionais sobem, mas depois, nas provas internacionais em que o governo não tem influência [como o PISA], como é que explicamos que as notas venham a descer desde 2015?“, salienta. A explicação estará na estrutura da prova, diz: “Os exames, desde a Covid, passaram a ter um bolo de cinco questões às quais os alunos respondem, mas só são consideradas para a prestação final as três melhores. A explicação não é o conhecimento dos alunos.”

Além disto, refere que “os exames têm cada vez mais itens de escolha múltipla, que são mais fáceis cognitivamente. Ainda por cima não são descontadas as [respostas] erradas, aumentando a probabilidade de ter melhores notas”.

É no distrito do Porto que estão as quatro melhores escolas

No topo geral da tabela dos rankings de 2023, pelo terceiro ano consecutivo, está a instituição privada idealizada por Belmiro de Azevedo. Os alunos do Colégio Efanor, em Matosinhos, atingiram uma média de 16,29 valores nos exames nacionais (menos 0,15 valores face a 2022). Já a média interna subiu: passou de 17,06 para 17,37 valores.

Neste colégio, as propinas ultrapassam os 600 euros por mês — ainda que tenha bolsas para os alunos que mostram ter mérito académico. O colégio foi criado em 2008 através da Fundação Belmiro de Azevedo, tendo o projeto sido idealizado pelo próprio empresário. No entanto, o ensino secundário só surgiu no ano letivo de 2017/2018.

Logo atrás, com uma média de 16,24 valores nos exames nacionais, surge o Colégio Casa Mãe, em Paredes, que subiu 18 lugares face a 2022. A 3.º melhor escola neste ranking é o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no concelho do Porto, que registou uma média de 16,18 valores (tendo subido um lugar em relação a 2022).

Em 4.º lugar na tabela está o Externato Senhora do Carmo, no concelho de Lousada, distrito do Porto. A média de exames registada foi de 16,04 valores, mais 0,28 valores face a 2022. Nesse ano, esta instituição de ensino privada ocupava o 8.º lugar da tabela. Estas quatro escolas são as únicas no ranking de 2023 onde as médias ultrapassam os 16 valores.

No 5.º lugar, com uma média de 15,95 valores nos exames nacionais (e uma média interna de 16,97 valores), está o colégio privado D. Diogo de Sousa, em Braga. Face ao ranking do ano anterior, este colégio caiu duas posições. Esta escola católica — que é propriedade da Arquidocese de Braga desde 1954 — ocupa regularmente os primeiros lugares: nos últimos dois anos (2022 e 2021) ficou no 3.º lugar no ranking nacional, no ano anterior (2020) tinha sido 5.º e, em 2019, 3.º.

"Se calhar é altura de fazer duas coisas: criar contratos de associação que permitam ao ensino privado receber alunos com maiores dificuldades e um contrato de autonomia"
Rodrigo Queiroz e Melo, diretor da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP)

O responsável pela Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) não ficou surpreendido. Estes resultados “têm sido constantes ao longo de 20 anos”, sublinha Rodrigo Queiroz e Melo. E aponta que o foco deveria estar agora em “perceber quanto custa o serviço educativo”: “Há escolas a obter ótimos resultados com poucos recursos e também o oposto. Não podemos tirar da equação que os bons resultados são importantes”.

Em defesa da escola pública, Filinto Lima diz que “é um erro comparar” as médias do público com as dos privados. E brinca: “As públicas não treinam os alunos para os penáltis, que são os exames. Preparam-nos para o Ensino Superior e isso é que devia ser comparado”.

Se nos focarmos apenas nos quatro primeiros lugares desta tabela, concluímos que o Porto é o grande vencedor: todos os colégios privados se situam neste distrito do Norte. Já a capital fica mais abaixo, com a primeira escola situada em Lisboa a surgir em 7.º lugar no ranking. Trata-se da Academia de Música de Santa Cecília (com uma média de 15,65 valores) — no ano passado já tinha sido a primeira da capital (mas em 5.º lugar).

O diretor da AEEP, Queiroz e Melo, diz “não ser difícil de explicar” algumas variações nos primeiros lugares dos rankings: “Nós reagimos a incentivos e a vantagem de haver competições entre colégios é que queremos ser sempre melhor que os outros. Temos de prestar um serviço educativo de grande qualidade. É um ciclo vicioso.”

“Se calhar é altura de fazer duas coisas: criar contratos de associação que permitam ao ensino privado receber alunos com maiores dificuldades e um contrato de autonomia”, para que as escolas públicas possam, por exemplo, “contratar quem quiserem”.

O representante dos agrupamentos de Escolas Públicas está de acordo com esta visão. “As escolas públicas, numa primeira fase, com critérios claros e assessoradas pelos Conselhos Pedagógicos, deviam poder contratar uma certa parte dos seus profissionais. Tem de haver coragem política para mudar o modelo de contratação“. Isto iria “criar estabilidade no corpo docente” e assegurar que “são contratados os professores que melhor se adequam ao projeto educativo daquela escola”, remata Filinto Lima.

Há menos 17 escolas com médias negativas

A contrastar com o Colégio Efanor, na outra ponta da tabela, está a escola básica e secundária Passos Manuel, em Lisboa. A instituição pública ficou em 602.º lugar, com uma média 7,69 valores nos exames a nível nacional (e 14,23 valores na média interna, quase o dobro). Nesta escola, 39% dos alunos são carenciados e 30% dos estudantes ficaram retidos (que inclui aqueles que chumbaram e os que anularam a matrícula). As médias de exame por disciplina mais baixas foram Matemática (3,8 valores) e Física e Química A (5,79 valores).

Para Filinto Lima, isto “não quer dizer que a escola não faz um esforço para que os alunos tenham melhores resultados. Quer dizer que nos exames nacionais [os alunos] não tiveram as melhores classificações. Ou porque tiveram poucos apoios [para se prepararem], ou porque estão numa escola onde não há estabilidade do corpo docente ou até porque durante meses não tiveram disciplinas.”

A pior escola privada não fica muito longe do liceu Passos Manuel, apenas a quatro posições. Falamos do Real Colégio de Portugal, na capital, que ocupa — empatado com a escola pública José Cardoso Pires, em Loures — a posição 597. Nesta escola privada registou-se uma média de 8,95 valores nos exames a nível nacional (e 14,29 valores na média de nota interna). Em 2022, este colégio estava apenas um lugar acima no ranking (596).

"É um erro comparar [as médias dos públicos com as dos privados]. As públicas não treinam os alunos para os penáltis, que são os exames. Preparam-nos para o Ensino Superior".
Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP)

No fim da tabela, com menos de 10 valores na média dos exames, estão 20 escolas, duas das quais privadas (o Real Colégio de Portugal e o Colégio da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos, em Fafe). Face ao ranking de 2022, houve um melhoria: há menos 17 escolas a registar médias negativas. 

A má prestação destas privadas é a “exceção à regra”, diz João Marôco. E acrescenta: “Na estatística falamos sempre de valores médios, mas há exceções. Nas privadas, de forma geral, há melhores resultados, explicados pelo acesso a maiores recursos, mas exceções vão sempre aparecer.

Das duas dezenas de escolas com médias abaixo de 10 valores nos exames, a maioria situa-se na Grande Lisboa (15): cinco no concelho de Lisboa, três no da Amadora, duas no de Loures, duas no de Sintra, uma na Moita, uma no Barreiro e outra em Cascais. Mas aquela onde existe maior número de alunos carenciados (58%) é a escola básica e secundária Professor António da Natividade, no distrito de Vila Real (em 586.º lugar). Já a escola secundária da Baixa da Banheira, na Moita, é a que regista a maior percentagem de chumbos: 40% dos alunos. Esta instituição ocupa o lugar número 601 da tabela.

Contudo, se não centrarmos a análise apenas nas escolas com média de exame negativa em 2023, a nível nacional há outras com maiores taxas de alunos carenciados, ou seja, com ASE (Ação Social Escolar): a básica e secundária Abel Botelho, no distrito de Viseu (na 448.ª posição), com 67%. E também escolas com níveis mais elevados de retenção: a básica e secundária Mestre Domingos Saraiva, no concelho de Sintra (no 539.º lugar), com 56%.

Escolas do Norte são as que levam alunos carenciados mais longe

Se não nos focarmos apenas no desempenho de cada escola nos exames nacionais, é no distrito de Braga que encontramos a instituição de ensino que mais ajudou os alunos carenciados a obter melhores desempenhos académicos — e ficou em primeiro lugar no ranking de equidade. Falamos da escola secundária de Amares, uma pública em que 24% dos alunos têm ASE.

O indicador da equidade foi introduzido pelo Ministério da Educação pela primeira vez nos rankings de 2020 e tem por base os alunos carenciados que recebem apoio do Estado. É comparada a percentagem de percursos de sucesso numa determinada escola (ou seja, a quantidade de alunos com ASE que realizou o percurso escolar no tempo esperado, sem chumbos) com o universo nacional de alunos na mesma situação. No fundo, os estudantes carenciados são diretamente comparados com colegas em situações económicas semelhantes a nível nacional.

O objetivo é perceber se as escolas estão a conseguir levar os alunos com mais dificuldades económicas — um dos motivos que justifica o insucesso escolar — a obterem melhores desempenhos. Noutras palavras: entender se a escola está a conseguir funcionar como elevador social e a permitir que, mesmo quem parte em desvantagem económica, tem a possibilidade de estar em pé de igualdade com os restantes colegas.

O abandono escolar ainda faz parte da vida de muitas crianças açorianas, entre quem foge para jogar futebol ou troca os livros pelo trabalho, copiam-se percursos de insucesso e faltas consecutivas até o absentismo se tornar preocupante, em Ponta Delgada, 16 de maio de 2024. Muitos dos aluno aceitam um projeto alternativo e passam a frequentar a Perkursos, um projeto educativo que recebe anualmente cerca de 90 alunos entre os 14 e os 25 anos. A Perkursos é uma escola diferente. Há um estúdio de som, onde os alunos podem gravar músicas ou pod-casts, uma gigantesca sala para aulas de expressão dramática. Há um espaço ao ar livre, onde até podem fumar. Mas os alunos apontam como principal a relação com os professores. (ACOMPANHA TEXTO DA LUSA DO 22 DE JUNHO DE 2024). EDUARDO COSTA/LUSA

Sucesso dos aluno depende do acesso aos "recursos facilitadores de aprendizagens", defende João Marôco

EDUARDO COSTA/LUSA

Nesta escola de Braga (que está no 1.º lugar no ranking de equidade e em 456.º no ranking de exames) o sucesso escolar de alunos carenciados foi de 100% e o desempenho dos alunos foi 29,06% acima do esperado. Em 2022 esta escola ocupava o 49.º lugar no ranking da equidade.

Em 2023, as escolas com maior nível de equidade estão na região Norte. Em 2.º lugar surg a escola secundária Arquitecto Oliveira Ferreira, em Vila Nova de Gaia. Nesta instituição de ensino (em 407.º no ranking de exames), há 39% de alunos carenciados e 94% de sucesso escolar.  Abaixo surge a escola básica e secundária de Airães, no distrito do Porto (em 223.º no ranking de exames), com 43% de alunos socioeconomicamente vulneráveis e uma taxa de sucesso de 100%.

O especialista João Marôco salienta que ter mais dificuldades económicas “pode influenciar” o desempenho escolar. “Os professores até têm o mesmo tipo de treino, a mesma formação, os currículos são praticamente os mesmos”, mas o sucesso de um aluno depende do acesso aos “recursos facilitadores de aprendizagens, como um quarto próprio, acesso a eventos culturais, um computador, acesso a livros, secretária própria”, algo que se torna mais difícil quando as famílias têm menos recursos financeiros.

Medalha de ouro da equidade em 2022 desce 97 posições

No ranking de 2022, a secundária Frei Heitor Pinto, no distrito de Castelo Branco, destacou-se por ocupar o primeiro lugar da tabela de equidade com um desempenho 30,57% acima do esperado. Mas a escola caiu 97 lugares, apesar de ter menos alunos carenciados (passou de 28,3% para 24%) e de a taxa de sucesso dos alunos carenciados ser de 79%. O especialista em Estatística, João Marôco, reconhece que neste caso houve uma “queda significativa”, mas lembra que “pode ser explicado pelo estatuto diferente dos alunos”, dando como exemplo um maior número de imigrantes, que por vezes não entendem a língua, o que torna mais difícil obter bons resultados escolares.

Já a escola que nesse ano ocupava a segunda posição (a secundária de Alcácer do Sal) não apresentou dados em 2023. Quanto à escola que estava em 3.º (a básica e secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes): desceu para o 90.º lugar.

A maioria das escolas privadas que garantiu presença no ranking de exames, não forneceu dados de contexto que permitissem avaliar a equidade, mas 7 colégios foram exceção. Destas, a que teve melhor colocação na tabela foi o Externato Cooperativo da Benedita, no distrito de Leiria. Esta escola surge em 5.º lugar a nível de equidade, com uma taxa de desempenho dos alunos carenciados 25,09% acima do esperado e 100% de sucesso. Mas em 410.º no ranking de exames.

Ranking 2023. A escola que subiu mais de 3 valores e as que tiveram melhor média a Português e Matemática: 8 curiosidades (e 7 gráficos)

No entanto, que não se trata de uma instituição totalmente privada, tendo sido celebrado um contrato de associação para 2022/23. Isto, diz Queiroz e Melo, sustenta a sua opinião: “Não há motivos para as políticas educativas não serem baseadas em dados. Estes confirmam que foi mau acabar com os contratos de associação.”

Relativamente às cinco melhores escolas no ranking clássico — Colégio Efanor, Colégio Casa Mãe, Colégio Nossa Senhora do Rosário, Externato Senhora do Carmo e Colégio D. Diogo de Sousa — nenhuma surge no ranking de equidade, por falta de dados.

Neste ranking de 2023, 14 escolas conseguiram garantir que o desempenho dos alunos era pelo menos 20% acima do esperado, das quais cinco registaram um sucesso escolar de 100%. São elas, além da escola secundária de Amares (em 1.º a nível de equidade): a básica e secundária de Airães, no Porto (em 3.º); a básica e secundária de Pinheiro, no Porto (em 4.º); Externato Cooperativo da Benedita, em Leiria (em 5.º); e a básica e secundária Professor António da Natividade, em Vila Real (em 8.º).

Em 2022 o cenário era semelhante: 15 escolas garantiram uma equidade acima de 20 — houve uma até que ultrapassou os 30% acima do esperado. Mas destas, apenas uma registou um sucesso escolar de 100%.

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