Picasso é mágico. Foi e é porque as pessoas belas nunca morrem verdadeiramente, principalmente quando deixam o seu legado para o mundo. Morreu há 50 anos, mas foi pintor, escultor, desenhista e viajante, deixando marcas do seu trabalho em várias cidades de Espanha – país onde nasceu – e França, onde viveu grande parte da sua vida.
Assim, para comemorar o talento e a intemporalidade do mestre do cubismo, Espanha preparou um roteiro incrível que passa por Málaga, Madrid, Barcelona e Coruña e que integra exposições e vários eventos ao longo do ano. Para além da vida e obra de um dos artistas mais influentes do Séc. XX, o convite é extensível a conhecer a vida destas cidades que continuam de boa saúde, oferecendo uma experiência de viagem, certamente, inesquecível. Faça-se à estrada com o Observador.
Malága: nasceu um artista
Aqui nasceu Pablo Ruiz Picasso, a 25 de Outubro de 1881. Foi também aqui que foi batizado e onde passou parte da sua infância. Inicie o seu roteiro picassiano no Museu Picasso Málaga, com obras como Olga Kokhlova com mantilha, Natureza morta com crânio e três ouriços ou Jacqueline sentada. Siga para a Fundação Picasso – Museu Casa Natal de Picasso, e tenha o privilégio de ver objetos pessoais do artista e da sua família, como os desenhos preparatórios para a obra As Senhoritas de Avignon. Para que o roteiro fique completo, não deixe de visitar a Igreja de Santiago, onde foi batizado.
Já que está aqui...
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Perca-se num misto de história e contemporaneidade. Está na Andaluzia e, segundo lhe chamam, na capital da costa do sol que se reiventa a cada instante. Se procura lugares centenários, nada como visitar Alcabaza, uma das maiores fortalezas árabes desta província ou o Castelo de Gibralfaro, que oferece, provavelmente, a melhor vista de toda a cidade. Aos pés do castelo ficam o Teatro Romano e um centro histórico perfeito para passear. Nas suas ruas vão surgindo lugares onde poderá sentar-se para tomar um aperitivo, como o Mercado de Las Atarazanas, e monumentos como a Catedral, conhecida como “La Manquita” devido à sua torre direita que está inacabada.
No entanto, Málaga também tem uma personalidade moderna e arrojada. Se fizer mais o seu estilo, não deixe de visitar o Museu Carmen Thyssen, o único Centro Pompidou que existe fora de França – o seu cubo colorido já se tornou um ícone – ou a Coleção do Museu Russo de San Petersburgo. Aqueles que procuram uma cultura mais underground não podem perder o Centro de Arte Contemporânea, nem a arte urbana das fachadas e dos locais do bairro alternativo do Soho.
Corunha: os primeiros passos do génio
A viagem continua em direção ao norte, na Galiza, para onde Picasso se mudou com 10 anos. Filho de um professor da Escola de Belas Artes, acabou por entrar para essa mesma escola onde começou a pintar os seus primeiros retratos. Aqui, fazem parte do roteiro a Praia de Orzán, a Torre de Hércules – declarada Património Mundial pela UNESCO –, o Teatro Rosalía de Castro e a Casa-Museu Picasso.
Não deixe a cidade...
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… sem explorar a bonita arquitetura, as praças e o passeio marítimo. Saia um pouco do plano urbano e visite a imponente Costa da Morte com escarpadas falésias, dunas e vilas marinheiras com tradicionais faróis e praias. Repaste-se com a qualidade dos frutos do mar, como perceves ou caranguejos.
Madrid: o salto do artista
A capital de Espanha é de passagem obrigatória se quer pisar um dos melhores museus do mundo – o Museu Nacional do Prado. Pois é, foi aqui que Picasso, apenas com 14 anos, entrou pela primeira vez, sem a mínima ideia de que viria a ser nomeado diretor honorário do museu em 1936. Consta que foi aqui também que terá ficado impactado pela obra de artistas como Velásquez e El Greco. Ainda assim, o Museu do Prado não é a única referencia a Pablo Picasso na capital.
Aventure-se pelo Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, onde, entre outras obras, poderá espantar-se com o Guernica: um mural de quase oito metros de comprimento que o artista pintou para dar testemunho do horror que foi a Guerra Civil Espanhola. Uma cena trágica em que muitos interpretam uma ode à esperança.
Capital que é capital
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Não nos deixa ir embora sem antes conhecer aquilo que tem de mais emblemático. Procure o Passeo del Arte, onde se concentram os principais museus com algumas das melhores coleções do mundo, e que está rodeado por palácios e bonitos jardins. Para completar o passeio perca-se com as icónicas fontes de Cibeles e Neptuno, os antigos Correios, Banco de Espanha e visite os belíssimos Jardim Botânico e Observatório Astronómico.
Barcelona e a horta de Sant Joan:
Foi apenas com 14 anos que Picasso entrou para a Escola de Belas Artes de Barcelona – La Llotja. Foi nesta cidade aberta ao mundo que um dos génios da pintura ocupou o seu primeiro estúdio e realizou a primeira exposição pessoal das suas obras no famoso restaurante Els Quatre Gats. Visite o Museu Picasso de Barcelona e surpreenda-se, por exemplo, com a interpretação pessoal que ele fez de As Meninas de Velásquez.
Já na Horta de Sant Joan, um pequeno povoado do interior a cerca de 200 quilómetros de Barcelona, consta que Picasso experimentou as suas emoções mais puras. Aqui, não perca o Centro Picasso, com reproduções das obras que o artista criou em Horta e nas quais imortalizou o povoado. Para completar a experiência, procure alguns dos monumentos que aparecem nos seus quadros – Convento de São Salvador, Praça de Missa e a Casa de Campo de Tafetans.
Barcelona intemporal
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Barcelona é um mundo. Ou uma cidade aberta ao mundo, se preferir. Fique uns quantos dias, visite as ruínas romanas e os bairros medievais (como não ir ao Bairro Gótico?), perca-se em construções vanguardistas. Acreditamos que Picasso lhe diria que seria imprescindível conhecer o legado do modernista Gaudi, que também o influenciou.
Saiba a agenda de exposições e eventos aqui e comece a fazer planos. Já agora, podemos ir na sua mala?