(Entrevista publicada antes de Fernando Pimenta ter conquistado a medalha de bronze)
São 9h30 e no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho já se sentem os 34 graus e ouvem-se as gruas a funcionar nas obras vizinhas. Numa pista de água com 2.000 metros de extensão, e rodeada por espigas de milho, treina Fernando Pimenta. “Ele agora não a vai atender, vai ter de esperar ali”, diz um segurança que aponta para a porta número 9, junto ao cais. O emblema do Benfica e uma fotografia do canoísta na entrada não deixam dúvidas de que ali é o seu hangar.
Ouve-se a música da moda num rádio ligado, há caiaques arrumados nas paredes, sapatilhas e bonés guardados em cacifos, uma máquina de remo e uma bicicleta estática vazias, alteres no chão e um TRX preso na parede. Junto aos sofás, eis uma mesa preenchida com garrafas de água, um computador portátil e uma embalagem de um produto que limpa móveis. “É um truque que usamos para conseguir deslizar mais facilmente no assento do caiaque”, revela um atleta argentino que também treina por ali.
Acaba o primeiro treino da manhã e o treinador Hélio Lucas Araújo avisa que Fernando Pimenta precisa de mais uns minutos para ir a casa comer qualquer coisa. “Comam um croissant de chocolate por mim”, atira o canoísta à equipa do Observador, sorrindo e, ao mesmo tempo, lamentando a sua dieta restrita antes dos Jogos Olímpicos.
Regressa ao hangar de estômago forrado e a empurrar um carrinho de bebé. “Esta é a minha filha, Margarida”, apresenta-a orgulhoso, acrescentando que felizmente chega de Tóquio a tempo de festejar os seus oito meses de vida. Enquanto a bebé fica com a mãe, Pimenta conversa sem pressa e posa para as fotografias completamente descalço num alcatrão a escaldar. “Já viu a quantidade de calos que tenho nas mãos e nos pés? Já não sinto nada. Isto é o que as pessoas não veem, isto e as queimaduras que tenho no rabo. Quando terminar a carreira vou andar com um andarilho”, diz.
É tempo de se equipar para o próximo treino na água e há todo um ritual que Pimenta já sabe de cor. Veste um calções de licra pretos, uma camisola de manga cava branca com o nome de Portugal nas costas, besunta-se de protetor solar na cara e nos ombros em frente a um espelho improvisado, coloca um boné amarelo na cabeça, calça uns chinelos, procura uns óculos de sol espelhados e enche mais uma garrafa com água fresca. “O caiaque está ali parado e deve estar bem quentinho”, diz a caminho do cais, segurando na pagaia e já com os olhos postos na água e na velocidade do vento. “Vou ali fazer dez quilómetros e já venho.”
“Controla o movimento”, “vamos, mais gás”, “3, 2, 1” são algumas coordenadas que soam do megafone do treinador que acompanha Fernando Pimenta desde os 12 anos. É num barco a motor, com direito a uma cadeira alta e a uma mesa cheia de folhas presas, que Hélio Lucas orienta o treino do atleta de Ponte de Lima, de megafone na mão e cronómetro pendurado ao pescoço.
Fernando Pimenta descobriu a canoagem numas férias da escola e hoje tem mais de 50 títulos nacionais e mais de 100 medalhas internacionais nesta modalidade. Recorda feliz a medalha de prata conquistada nos Jogos de Londres em 2012, mas não esquece a mágoa do resultado obtido nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Era um dos favoritos, mas perdeu um lugar no pódio devido às condições da água que dificultaram o seu desempenho. Chorou, foi criticado e até ponderou deixar o desporto, mas conseguiu reerguer-se, voltou a acreditar e, claro, a competir. Habituado a fazer muito com pouco, Pimenta lamenta que o país não invista mais na preparação dos atletas e crítica a lentidão do poder político nestas matérias.
Sereno, discreto e sem medo das palavras, o canoísta de 31 anos conhece bem a responsabilidade que tem dentro e fora da água, quer deixar um legado e ser um homem de causas. Falta-lhe vencer uma medalha olímpica individualmente, mas antevê participar na prova “mais renhida e bem disputada de sempre” agora em Tóquio e talvez por isso seja poupado na ambição. Ainda assim, garante estar numa das suas melhores formas físicas e admite que o ouro é uma possibilidade. “Não há impossíveis”, afirma Fernando Pimenta que na madrugada desta terça-feira vai disputar as medalhas em Tóquio.
Como tem sido a rotina nestes últimos dias de treino em Portugal?
Tem sido muito aproximada daquilo que normalmente fazemos para as grandes competições, como os campeonatos da Europa ou os campeonatos do Mundo. Não há muita ciência, não há muito que inventar, quando as coisas correm bem são para continuar. Acordo todos os dias por volta das 7h ou 7h30, o primeiro treino é por volta das 9h e fazemos duas sessões de treino de manhã. Depois almoço e faço uma sesta, cujo o tempo nunca é certo e pode variar. Tento acordar com o máximo de energia possível, lancho e preparo-me para os dois treinos da tarde. Geralmente faço três a quatro treinos por dia, mas depende muito da especificidade do que vou fazer. Se treinar velocidade pode ser uma sessão mais longa, mas com menos quilómetros porque preciso de mais tempo para a recuperação entre as séries. Os treinos na água variam sempre entre os 90 minutos e uma hora e meia. Basicamente tento descansar o máximo possível e tentar ter alguns cuidados com a alimentação, evitar tudo o que é gorduras, excesso de sal e açúcar, tudo isto acaba por ser fundamental para conseguir ter uma boa constituição corporal.
Está há dois anos a preparar estes Jogos Olímpicos e já disse que estava numa das suas melhores formas físicas. Isto deve-se à idade, à experiência ou à preparação?
Espero chegar lá numa das melhores formas físicas de sempre e isso é sobretudo resultado da nossa experiência, de saber controlar vários fatores. Com o tempo, começamos a conhecer melhor o nosso corpo e a perceber exatamente o que estamos a produzir em cada treino. A idade não traz só desvantagens, também tem as suas vantagens, penso que um atleta mais novo tem mais dificuldade em controlar as suas emoções e manter o foco. Quando falamos noutros países, como Alemanha ou Hungria, todos eles têm um acompanhamento muito mais rigoroso, os atletas são autênticas máquinas no momento da competição, enquanto que nós não.
Como assim?
Aquilo que eles conseguem ter e absorver num ou dois anos, nós necessitamos de seis ou sete anos para aprender. Com pouco fazemos muito, já eles têm as coisas facilitadas, trabalham de uma forma mais profissional e conseguem ter condições mais profissionais do que nós. Vou dar-lhe um exemplo: os caiaques dos meus colegas da Alemanha, da Hungria ou da Eslováquia viajam praticamente com eles para a competição, os nossos já saíram há três meses dentro de um contentor, o que me obriga a treinar com material que não irei usar lá. São pormenores que fazem uma grande diferença. Em voos muitos longos, os ingleses e os alemães viajam sempre em primeira classe, há um investimento de milhares de euros nos atletas e na sua preparação durante quatro anos, o que faz com que eles se sintam descansados e descontraídos. Nós viajamos em classe económica e num voo noturno se quiser dormir tenho de me deitar no corredor, tudo isto conta. Se conseguir chegar lá e fazer um treino, muito bem, agora se chegar lá e ainda tiver que descansar e fazer uma adaptação, há ali momentos que se perdem e nunca mais se recuperam.
Tem a expectativa de que Portugal invista dessa forma nos atletas?
Gostava que isso fosse uma realidade, mas acho que, infelizmente, será algo para daqui a muitos anos. Estamos num processo que ainda é muito lento e onde há muita burocracia. Falando em modalidades dita amadoras, como é a canoagem, é muito mais difícil conseguir encontrar algum retorno.
Este atraso do país motiva ou desmotiva?
Sinceramente, nem uma coisa nem outra. Tenho de estar focado naquilo que posso fazer e que consigo controlar, o que não consigo controlar está nas mãos dos nossos governantes. Há fatores que só dependem de mim e é nisso que tenho de me focar, de conseguir chegar lá na minha melhor forma. Se as pessoas ouvirem isto parece um capricho, mas não é. Gostava muito de poder sair de um treino intenso e ir logo recuperar, com uma massagem ou hidroterapia. Estas coisas ajudam-me a que no dia a seguir consiga ter uma performance melhor e possa continuar a evoluir. Interromper este processo de recuperação torna as coisas muito mais duras, é aí que vemos atletas, como eu, a ter lesões, que podem simplesmente terminar uma carreira desportiva. Lutamos para que um dia isto seja possível na nossa modalidade e no desporto em geral.
Quais as diferenças entre competir sozinho e em equipa? O que prefere?
Gosto muito de competir em ambos os formatos, são bastante diferentes. O individual depende só de mim, é onde me testo mais, o resultado é sempre uma consequência do meu esforço diário até à competição e isso dá-me muito mais responsabilidade. Claro que dentro de um K4 também temos de sentir essa responsabilidade, pois o resultado dos nossos colegas depende do nosso e vice versa. Trabalhar e competir numa tripulação, seja numa embarcação K2 ou K4, é como um casamento, temos de estar todos em sintonia, caso contrário um dia acaba e não há felicidade. Dá-me um prazer enorme estar dentro de um barco com colegas que têm os mesmos objetivos que eu, a representar Portugal e a tentar chegar o mais rapidamente possível à meta. São sempre provas boas de se competir e de se ver, mas se tivesse de escolher, escolheria competir sozinho.
Que memórias guarda da medalha de prata que conquistou com Emanuel Silva nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012?
Desse tempo recordo-me perfeitamente do mergulho, de cair à agua, de olhar para o lado no cruzar a meta e ver que tínhamos sido medalha. Tive logo essa sensação, quando olhámos a primeira vez para o resultado percebemos logo que tínhamos sido prata ou ouro e naqueles 30 segundos a seguir à prova tanto fazia ser uma coisa ou outra. Estávamos contentíssimos com a medalha, escrevemos o nosso nome na história do desporto português e da canoagem. Esse cruzar de meta foi, sem dúvida, um momento alto da minha carreira.
É descrito por muitos como um superatleta. É assim que se vê?
Provavelmente chamam-me superatleta pelos resultados e pela forma como trabalho diariamente. O que mais gosto de fazer é de competir, mesmo nos treinos. Infelizmente faço grande parte da minha preparação sozinho, não tenho qualquer tipo de parceiro. Tanto eu como o meu treinador fazemos um esforço enorme para tentar trabalhar com atletas de outros países. Treinar junto de outros que também querem ser cada vez melhores faz com que sejamos superatletas e queiramos estar sempre na luta pelos melhores resultados. Ser considerado um superatleta é um rótulo bom, é um bom sinal. As pessoas verem-me assim, é algo que também me ajuda em termos emocionais.
Ser uma referência para tantas pessoas, traz-lhe peso, responsabilidade ou vaidade?
Peso não, porque para pesado já chego eu [risos]. Traz-me responsabilidade, sim, sinto que tudo aquilo que fizer dentro ou fora da competição conta muito. Tento sempre ser o mais correto e o mais limpo possível, é daquelas coisas que tenho muito claras na minha cabeça. Sei que existe também uma responsabilidade fora de água, que quero manter e melhorar. Tenho consciência de que o Fernando Pimenta cidadão, não apenas o atleta, tem ainda bastante a oferecer à comunidade. Quero poder ajudar, abrir horizontes, criar um legado e estar associado a boas causas.
Portugal continua a ter apenas medalhas de ouro olímpicas no atletismo. Poder ganhar uma na canoagem terá ainda mais importância por isto?
Essa possibilidade neste momento existe, tenho-a em cima da mesa, mas também tenho a consciência de que todos os meus adversários estão lá para o mesmo. Provavelmente esta prova de K1 1000 metros será a mais renhida e a mais bem disputada de sempre. Até agora, só era possível apresentar uma embarcação por país, desta vez vai existir a hipótese de apresentarem dois atletas por nacionalidade, é o que vai acontecer em países fortes como Alemanha, República Checa, França ou Hungria. Só tenho de fazer o meu trabalho e esperar que as coisas corram pelo melhor.
Estuda muitos os seus adversários?
Sim, hoje em dia sim. Tenho de contar com eles porque nos tentam sempre surpreender e mudar alguma coisa. Vai ser das provas mais duras e exigentes de sempre, sei disso. Este ano, entrar numa final olímpica já vai ser um passo muito importante.
Vai saber a vitória?
Quase. Vamos assistir a atletas que foram muito medalhados durante este ciclo olímpico a ficarem fora da final.
Já ganhou mais de 100 medalhas internacionais, o que ainda lhe falta fazer?
Gostava de repetir alguns êxitos e de vencer uma medalha olímpica individualmente. Quero continuar a aumentar o palmarés em todas as competições internacionais, trazendo cada vez mais medalhas para Portugal.
Como gostava de ficar recordado? Apenas pela medalhas que ganhou?
Não, essencialmente pela pessoa que sou, por ser alguém que quer o melhor para os outros, que gosta de ajudar sempre que é possível. Confesso que às vezes tenho tendência a distanciar-me, principalmente nesta fase agora que estou a viver. Tenho tentando afastar-me um pouco dos meus amigos e da minha própria família, estar na minha bolha, sei que se um teste positivo antes de embarcar para Tóquio são cinco anos de trabalho atirados para o lixo. Sinto que às vezes temos de ser um pouco frios, aliás, os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016 tornaram-me um atleta muito mais frio perante os resultados que tenho.
Porquê?
Saí de lá magoado e sentido por todo o esforço que tinha feito, tinha sido o maior esforço da minha vida, estava mesmo na minha melhor forma. Perdi por um fator que não controlei, o que torna as coisas ainda piores, e depois a forma como fui barbaramente criticado por portugueses quando terminei a prova. Criticaram-me de alto a baixo, se calhar sem nunca terem visto canoagem na vida, mas conseguiram ser especialistas e treinadores de bancada de segunda categoria e isso deixou-me magoado. Por outro lado, também me ensinou que nesses momentos a única que importa é o meu resultado e o meu bem estar, tudo o resto passa.
Lida mal com as críticas no geral?
Mexem comigo, não me são indiferentes, mas com esse episódio do Rio de Janeiro confesso que me têm passado um bocado ao lado. Fiquei mais frio, às vezes as pessoas criticam sem saber e só querem ter protagonismo. Se não lhes respondermos, elas não terão esse protagonismo.
As críticas vindas de portugueses magoam ainda mais?
Magoam muito mais. Quando vim do Rio, tive treinadores de adversários, como a Alemanha, que é um pais que percebe muito de canoagem, a dizerem-me: “Achámos que ias ganhar, não ganhaste, mas para mim és tu a medalha de ouro”. Depois disto, chegar a Portugal e ser praticamente enxovalhado é mau, quase que me tiravam o passaporte português [risos].
De que forma é que a pandemia condicionou a sua preparação?
Obrigou-me a mais cuidados, já fiz quase 50 testes e felizmente já estou vacinado. Tomei a Pfizer e não tive efeitos secundários, aliás, no dia seguinte já estava a fazer treinos de simulação de prova. Tínhamos planeado fazer em novembro e dezembro os estágios em altitude na cidade do México e na Colômbia, mas não conseguimos, não sentimos que estavam reunidas todas as condições de segurança. Depois foram as restrições normais, essencialmente manter a bolha familiar para evitar contágios, penso que fazer uma modalidade outdoor também ajuda.
Ainda se lembra como descobriu a canoagem?
Claro, foi em 2001 quando experimentei pela primeira vez na minha terra, em Ponte de Lima, durante umas férias escolares. Já fazia natação desde os quatros anos e fui simplesmente por curiosidade. A canoagem era uma coisa diferente, onde não conhecia ninguém, mas gosto de experiências diferentes, mais fora da caixa.
Adaptou-se logo?
No primeiro ano não gostei muito, não tinha jeitinho nenhum, sentia muito a falta de equilíbrio. No verão aquilo era giro porque caía à água e até sabia bem, depois fui convidado pelo meu atual treinador a ficar na equipa de competição. Na altura achei o convite ridículo, se durante o verão já me via aflito para estar em cima do caiaque, quanto mais no inverno. O primeiro inverno foi uma autêntica terapia de choque, é nessas alturas que se vê quem gosta e quem não gosta desta modalidade. Adaptei-me e sobrevivi, com a ajuda do grupo de amigos que criei lá as coisas foram ficando mais fáceis.
Está ansioso por competir ou preferia ter-se preparado durante mais tempo?
Se pudesse, competia já amanhã. As coisas vão acontecer como têm de acontecer, iremos fazer tudo para que não haja falhas e depois é desfrutar do processo e do caminho. Se viver demasiado ansioso não vou usufruir. Claro que tenho as minhas limitações, como a alimentação e o descanso, mas preciso de viver, de conhecer pessoas, de viajar e de aproveitar todos os momentos. Não é por causa de uns Jogos Olímpicos que se deixa de fazer certas coisas. Tenho o foco e a consciência de que tenho de dar o meu melhor, mas os Jogos Olímpicos não são uma coisa de vida ou morte. Já fui pai, a minha maior medalha já a conquistei, tudo aquilo que vier será bem vindo.
Como tem sido gerir o desporto de alta competição com uma vida familiar? Relativiza tudo ou continua a ser um competidor nato?
Continuo a ser um competidor, claro que em termos familiares é preciso ter as pessoas certas ao nosso lado. Para nós, atletas, o mais importante é ter alguém que nos compreenda e nos apoie em todas as decisões.
Agora custa-lhe mais passar mais tempo em competições e estágios do que em casa?
As pessoas podem achar-me maluco, mas não. Já estou habituado a passar muito tempo longe da família, a dizer ‘não posso’, ‘não dá’ ou ‘estou fora’, e tudo isso nos molda e nos torna mais rígidos. Claro que o último beijinho que dou à minha filha antes de sair de casa, sabendo que vou estar 15 dias fora, custa, mas não posso dizer que quando estou em estágio ou em competição penso naquele momento, até porque pode ser uma fraqueza para mim. Tenho de pensar na minha família como uma força maior e não como um coitadinho. No último campeonato europeu estava no aeroporto a fazer um vídeochamada com a minha mulher, a minha filha Margarida ainda é pequena, mas já reage quando ouve a minha voz. Ao meu lado, estava um senhor a fazer uma vídeochamada exatamente na mesma situação que eu, a falar para a mulher e para a filha. Fiquei emocionado, com uma espinha na garganta, revi-me naquilo, mas depois tenho de mudar o chip e focar-me no estágio. Estar longe é um opção minha, estou a fazer aquilo que gosto e aquilo que quero, não me posso queixar por isso.
Vai fazer 32 anos em Tóquio?
Já faço em Portugal, só se não existirem voos por algum motivo até dia 13. No dia 2 de agosto tenho eliminatórias e quartos de final, e dia 3, semi-final e final. Vai ser tudo de manhã, o que é bom. Prefiro competir de manhã, assim fico com o dia arrumado e à tarde já posso vaguear um bocadinho.
Mas gosta de festejar os anos a passear?
É um dia igual aos outros, gosto de fazer anos só para poder estar com os meus amigos e família. Há pessoas que veem na idade uma limitação, eu vejo que cada ano e cada competição que passa pode ser uma oportunidade desperdiçada e tento sempre não desperdiçar as minhas oportunidades.