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“É aquilo que quiser: crédito, ALD, ‘leasing’, ‘renting’?”, perguntou o vendedor num concessionário Volkswagen, em Lisboa. “No crédito, pode ser até 100%. Pode ser até 120 meses, 10 anos. Taxa fixa ou variável. É o que quiser. Consigo fazer tudo”, acrescentou. Após aprovação do financiamento, o potencial cliente poderia sair da loja com um Volkswagen Golf 1.0 TSI, novo, por 643,50 euros, a soma das despesas iniciais e do Imposto do Selo sobre o crédito. Depois, pagaria 245 euros por mês durante 10 anos.
A experiência na Volkswagen não foi um caso isolado. Em todos os concessionários visitados anonimamente pelo Observador — que comercializam as dez marcas automóveis mais populares em Portugal —, as principais propostas passaram por esticar o prazo até ao máximo, muitas vezes 10 anos, para os clientes ficarem a pagar o mínimo.
António Menezes Rodrigues, presidente da ASFAC — Associação de Instituições de Crédito Especializado, defende que um crédito automóvel a 10 anos pode ser o mais indicado para alguns consumidores. “Se o prazo do crédito ajustado à taxa de esforço for 10 anos poderá outorgar-se o contrato nesses termos”, diz.
Para Helder Pedro, secretário-geral da ACAP — Associação Automóvel de Portugal, créditos automóveis de uma década “não fazem sentido”. “Fico muito surpreendido. A prática nesta área [de automóveis novos] é de 48 meses”, acrescenta, recordando que a idade média dos carros em Portugal é de 12 anos e meio.
Um consumidor que opte por um crédito a uma década em vez de quatro anos mais do que duplica o custo do empréstimo (juros, comissões e impostos): num financiamento de 14.000 euros, esse custo passa de 3.086 euros para 7.165 euros, assumindo a taxa média do crédito ao consumo (7,5% em fevereiro, segundo o Banco de Portugal) e as comissões médias das instituições que concedem crédito automóvel.
Os empréstimos longos são um bom negócio para os construtores automóveis. Em 2017, um sétimo da faturação da Volkswagen foi na área dos serviços financeiros, o que inclui a sucursal portuguesa do Volkswagen Bank. A rentabilidade operacional do negócio financeiro, de 7,9% em 2017, é superior a todos os outros segmentos da companhia.
Na Europa, metade dos veículos que saem dos concessionários ligados ao grupo Volkswagen — que inclui as marcas Audi, Skoda e Seat — é financiado. Em Portugal, “estima-se que a penetração do crédito na venda de viaturas novas não vá muito além dos 40%”, revela Menezes Rodrigues, da ASFAC.
Banco de Portugal está preocupado
“Um crédito a 10 anos é uma excelente opção”, garantiu um vendedor que sugeriu um Opel Corsa 1.0T por 188 euros por mês, após uma entrada de 1.565 euros. “As taxas de juro [de 9%] são enormes, mas o intuito não é pagar em 10 anos. Daqui a 10 anos, até pode nem ter carro”, explicou. “Fica agora com uma prestação baixa e daqui a 3 ou 4 anos pode conseguir fazer uma antecipação do contrato”, acrescentou.
Vendedores registados no Banco de Portugal
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Todos os concessionários automóveis que facilitem o acesso a financiamento terão de se registar junto do Banco de Portugal como intermediários de crédito até ao final de 2018. Pelas novas regras, que entraram em vigor no início do ano, um intermediário de crédito é uma pessoa, singular ou coletiva, que participa no processo de concessão de crédito, o que pode se resumir à apresentação da solução como incluir serviços de consultoria.
O Banco de Portugal, que é responsável por supervisionar os financiamentos automóveis, está preocupado com o alargar dos prazos. “Em 2016, é de realçar, por exemplo, o aumento da importância dos contratos de crédito automóvel com prazos mais longos (superiores a sete anos), quer no crédito destinado à aquisição de veículos novos, quer no crédito destinado à aquisição de veículos usados”, lê-se no documento de referência que acompanhou um conjunto de recomendações para evitar que o setor financeiro português regresse aos excessos do passado.
Helder Pedro defende que os consumidores estão mais protegidos. “Há novas exigências com custos para os concessionários que dão segurança ao consumidor”, explica. O secretário-geral da ACAP diz que Portugal “tem a legislação mais apertadas da União Europeia”. “Não nos parece que existam motivos de peso que levem o Banco de Portugal a preocupar-se com esta situação, tanto mais que o crédito à aquisição de viaturas tem como colateral, normalmente, a própria viatura”, acrescenta Menezes Rodrigues, da ASFAC.
Em 2017, fizeram-se quase 200 mil contratos de financiamento automóvel num montante que ultrapassou 2,7 mil milhões de euros, segundo o Banco de Portugal. A maioria dos contratos de financiamento é crédito automóvel. Nesta modalidade, a instituição financeira empresta dinheiro ao cliente e pode fazer a chamada “reserva de propriedade”: um registo na conservatória de que tem um direito sobre o automóvel, em caso de incumprimento.
Alternativas ao crédito
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A locação financeira (conhecida por “leasing”) e o aluguer de longa duração (ALD) são menos populares do que crédito automóvel: apenas um em cada dez contratos de financiamento é que adota uma destas opções. Na locação, a propriedade é da instituição financeira e, no final do contrato, o cliente pode facultativamente comprar o carro por um valor definido no contrato (o valor residual). No ALD, o intermediário é também o proprietário, mas, no final do prazo, o cliente tem de comprar obrigatoriamente o veículo. O aluguer operacional de viaturas (conhecido por “renting”) não é uma modalidade de financiamento: é, como no nome indica, um aluguer em troca de uma renda mensal.
Leve o carro sem pagar
O número de carros nas estradas portuguesas continua a aumentar. Em 2017, venderam-se 222 mil automóveis ligeiros novos, segundo a ACAP, um aumento de 7% face a 2016. A expansão dos empréstimos para compra de carro tem sido muito mais veloz: em 2017, o saldo de crédito automóvel a famílias aumentou 20%, segundo o Banco de Portugal. É o segmento de financiamento a particulares que mais cresce. (O crédito à habitação, por exemplo, caiu 1,6%.)
Há agora 765 mil famílias com empréstimos para a compra de automóvel. Desde 2012 que não havia tantas.
“Se me fizer chegar a documentação de manhã, à hora de almoço já tenho um OK. Trabalhamos com o nosso banco. A análise é extremamente rápida”, indicou o vendedor de um concessionário Audi, que, como pertence ao grupo Volkswagen, também está ligado ao Volkswagen Bank. “Se o carro já estiver matriculado, de um dia para o outro pode levar o carro. É só pedir a emissão dos contratos e fazer a preparação para a entrega”, acrescenta.
Na Audi, tal como em lojas de outras marcas, propuseram, em paralelo com um financiamento pelo prazo máximo, não haver entrada e englobar todos os encargos no empréstimo. Assim, após a aprovação, o cliente potencial poderia sair do concessionário com um Audi A3 Sportback 1.0 TFSI, novo, sem pagar nada; apenas teria de assinar os contratos de crédito. No caso simulado, de um empréstimo de 30.700 euros, ficaria a pagar mensalmente 330 euros na próxima década, o que reflete uma taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) de 6,1%.
Muitos concessionários, como no caso da Audi, matriculam os automóveis para os clientes poderem sair rapidamente com a sua compra. “Com esta campanha, leva um Qashqai, novo, a diesel, por 25.600, que é um preço excelente”, explicou uma funcionária de um concessionário Nissan que tinha matriculado 30 automóveis ao abrigo dessa promoção.
“Os carros matriculados, com zero quilómetros, podem sair mais baratos. Matriculamos para ter um objetivo. É uma maneira de fazermos um preço mais baixo. Não há nenhuma desvantagem para o cliente”, avisou o colaborador de uma loja Fiat, que aconselhou um crédito da FCA Capital Portugal a 8 anos com uma TAEG de 7% para a compra de um Fiat 500. A FCA Capital Portugal, controlada em partes iguais pelo grupo Fiat Chrysler Automobiles e pelo Crédit Agricole, é uma das financeiras que mais tem aumentado o financiamento em Portugal: nos 12 meses que terminaram em setembro de 2017, a sua carteira de crédito aumentou 25%.
4,9 milhões de carros
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As estatísticas mais recentes, de 2016, indicam que circulam 4,9 milhões de veículos ligeiros de passageiros em Portugal. O número de veículos por milhar de habitante está abaixo da média da União Europeia.
Número de veículos ligeiros de passageiros por 1.000 habitantes (2016)
Luxemburgo: 662
Itália: 625
Malta: 615
Finlândia: 604
Chipre: 595
Polónia: 571
Alemanha: 555
Estónia: 534
Eslovénia: 531
Noruega: 506
Bélgica: 503
República Checa: 502
Espanha: 492
Países Baixos: 481
Grécia: 479
França: 479
Suécia: 477
Portugal: 470
Reino Unido: 469
Lituânia: 456
Bulgária: 443
Irlanda: 439
Eslováquia: 390
Croácia: 374
Hungria: 338
Fonte: Eurostat.
O Observador Cetelem, um conjunto de estudos de mercado que têm por base sondagens em 15 países, incluindo Portugal, aponta para um crescimento de vendas de veículos particulares novos de 3,1% em 2018. “Portugal continua entre os estados europeus onde o setor automóvel demonstra maior vitalidade”, comentou, através de comunicado, Pedro Ferreira, diretor do segmento automóvel do BNP Paribas Personal Finance, que atua com a marca Cetelem. (Apesar do nome, o Observador Cetelem não tem qualquer ligação a este jornal.)
Helder Pedro, da ACAP, confirma que o crescimento do mercado está a desacelerar. Nos primeiros 3 meses de 2018, venderam-se mais 5,5% de veículos ligeiros de passageiros do que no mesmo trimestre de 2017. “A nossa perspetiva é um crescimento [anual] abaixo de 2 dígitos nos próximos 2 anos”, concretiza o secretário-geral da ACAP.
É, todavia, no crédito no mercado de usados que a expansão está a ser mais acentuada. Menezes Rodrigues calcula que esse mercado tenha crescido 8%, mas “as associadas da ASFAC viram o número de contratos celebrados em 2017 crescer 22,9%”.
Se fizer crédito, recebe desconto
“Não há nada mais baixo no mercado automóvel do que isto!”, exclamou o vendedor no concessionário da marca Peugeot. A campanha, que vigorava até ao final do passado mês de março, revelava uma taxa de juro de 1,7%, que se traduzia numa TAEG de 3,5%. O produto do Santander Consumer, chamado “Easy Credit”, concedia ainda um desconto de 4.500 euros no preço do Peugeot 208 1.2 PureTech. Assim, em vez de pagar cerca de 19.250 euros a pronto, o potencial cliente poderia liquidar 47 prestações mensais de 158 euros e um pagamento final de 8.140 euros.
A concessão de desconto no preço do carro para quem contrata um financiamento automóvel não é caso único da Peugeot, embora não tenhamos encontrado deduções tão acentuadas noutras marcas.
“O carro [Renault Clio TCe 90] custava-lhe 19.582 e fica-lhe em 16.150 euros, graças ao financiamento. É a nossa campanha de financiamento”, explicou um comercial da Renault. “Quanto mais adicionar [extras e serviços], mais lhe baixa a taxa”, acrescentou. Segundo o vendedor, as suas propostas começam sempre na versão Limited Edition, pintura metalizada especial, sistemas de ajuda ao estacionamento, pneu sobressalente, manutenção programada e pernes de segurança das jantes, o que adicionava mais 2.000 euros ao preço sem desconto. A TAEG de um crédito de 14.500 euros a 5 anos era de 6,1%.
O Clio foi o carro mais vendido em 2017 (12.743 unidades, segundo a ACAP), colocando a Renault na liderança do mercado de ligeiros de passageiros. Um em cada 8 carros em Portugal são Renault.
Renault lidera nas vendas
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Entre as dez marcas automóveis mais vendidas em 2017, que representam 70% do mercado, apenas a Volkswagen apresentou uma queda no número de unidades comercializadas. Em 2015, o grupo alemão confirmou ter manipulado as emissões poluentes dos seus veículos.
Unidades vendidas em 2017 (variação face a 2016)
Renault: 30.112 (+16,4%)
Peugeot: 21.102 (+6,3%)
Volkswagen: 16.473 (-3,3%)
Mercedes-Benz: 16.272 (+6,3%)
BMW: 14.534 (+1,9%)
Opel: 13.186 (+9,3%)
Nissan: 12.974 (+10,8%)
Fiat: 12.022 (+18,1%)
Citroën: 10.858 (+9,5%)
Audi: 9.614 (+1,2%)
Fonte: ACAP.
“Neste momento, temos campanha no crédito e outra no carro”, resumiu o comercial da marca BMW. Na soma, o desconto num BMW 116d era de 4.400 euros. A BMW, que faz empréstimos em metade das operações de venda de automóveis em todo o mundo, é uma das construtoras mais dependentes do negócio de financiamento: um quarto da faturação tem origem no segmento de crédito e locação financeira. Entre os 5 grupos automóveis que mais vendem a nível mundial — Volkswagen, Toyota, Ford, General Motors e Daimler —, um décimo do volume de negócios vem das unidades de financiamento automóvel, quase 100 mil milhões de euros por ano.
Se uma financeira não empresta, consulta-se outra
Nas dez visitas a concessionários automóveis de diferentes marcas, apenas os colaboradores das marcas Renault e Volkswagen forneceram fichas de informação normalizada sobre os créditos propostos, algo que é obrigatório por lei. “[O] credor e, se for o caso, o intermediário de crédito devem (…) prestar ao consumidor as informações necessárias” (…) “através da ficha sobre ‘informação normalizada europeia em matéria de crédito a consumidores’”, lê-se na norma.
A maioria dos vendedores apenas forneceu um resumo das condições do crédito, o que deixa de parte alguma informação importante, como as garantias exigidas, as condições de reembolso antecipado, os encargos do financiamento e o montante total imputado ao consumidores. Alguns vendedores não deram qualquer documento ou rabiscaram o valor das prestações nas costas da proposta de venda do carro.
As comissões dos bancos e das sociedades financeiras não são negligenciáveis. As comissões iniciais dos contratos de crédito — muitas vezes chamadas de “despesas de dossiê” — podem chegar aos 900 euros, cerca de 6% do montante médio dos contratos de financiamento. É esse o valor que cobra, no máximo, o Credibom, depois de acrescentar o Imposto do Selo sobre a comissão. Em média, esse encargo é de 380 euros, de acordo com os preçários dos 30 intermediários que têm soluções de crédito automóvel.
É também o Credibom que mais cobra na altura de processar as prestações: 5 euros por prestação, no máximo, o equivalente a 60 euros por ano. O encargo médio entre as 30 instituições financeiras é de 3 euros por mês, ou seja, 36 euros por ano. O Observador questionou o Credibom sobre as comissões que cobram, em média, aos seus clientes, mas não obteve resposta. Fonte oficial do banco, que pertence ao grupo Crédit Agricole, disse, no entanto, que foi “a instituição financeira que mais crédito concedeu para a aquisição de automóvel, sobretudo para compra de viaturas usadas”, em 2017. No final desse ano, tinha uma carteira de crédito automóvel de 1,1 mil milhões de euros, mais 14,9% do que um ano antes.
Pelo menos para um vendedor, o Credibom é uma solução de último recurso. “O Santander é um banco muito criterioso”, explicou o vendedor do grupo Citroën, que, embora tenha uma entidade financeira, a PSA Finance, delegou o negócio do financiamento em Portugal no Santander Consumer desde 2015. “Quando o Santander não aprova, tentamos sempre uma outra financeira: o Credibom ou o BBVA [Consumer Finance]. Em princípio, se a pessoa não tiver antecedentes, não há problema”, tranquilizou o comercial, que simulou a compra de um C3 1.2 PureTech por 208 euros por mês durante 10 anos, com todas as despesas financiadas pelo crédito automóvel.
“Os critérios de concessão de crédito são rigorosos, respeitam as regras nacionais e internacionais sobre esta matéria e têm sempre em conta uma análise da situação financeira dos clientes de modo a reduzir o risco de incumprimento”, reagiu fonte oficial do Credibom. “O BBVA Consumer Finance cumpre de forma muito rigorosa todos os requisitos de análise de solvabilidade de crédito dos seus clientes”, indicou fonte oficial desta instituição de crédito.
Todos os vendedores disseram que a probabilidade de não ser concedido crédito aos clientes é baixa, embora salientassem que é sempre necessário uma análise pela instituição financeira. “No espaço do último ano, tive apenas uma situação de não aprovação, entre muitos, mesmo muitos” pedidos de financiamento, revelou o vendedor da Audi. “De notar que mesmo no contexto atual de crescimento e otimismos, as taxas de recusa de financiamentos ainda são elevadas no contexto atual, logo não nos parece que a asserção dos vendedores seja fundada”, opõe-se Menezes Rodrigues, da ASFAC. “Acontece que o crédito automóvel é dos segmentos com menor taxa de incumprimento, por um lado e, por outro lado, a análise de risco de crédito é inteiramente rigorosa, as instituições de crédito que representamos não podem conceder crédito a quem não tem capacidade financeira para o pagar e somos responsáveis perante o Banco de Portugal, pela justificação dessa mesma análise”, acrescenta.
Uma em cada 11 famílias está em incumprimento no crédito automóvel, segundo as últimas estatísticas do Banco de Portugal. É a proporção mais baixa dos últimos oito anos, pelo menos.
Taxas de juro começam em 0%
Embora o Observador tenha investigado unicamente soluções de crédito automóvel para particulares, no concessionário da Mercedes-Benz insistiram num ALD. “Não cobramos juros. A taxa é de zero”, explicou o funcionário. A TAEG, que inclui todos os custos, era de 0,6%. Mas a solução não era indicada para todos: na contratação, o cliente pagaria logo um quinto do valor do automóvel e, nas quatro datas de aniversário seguintes, os outros quatro quintos.
Entre os concessionários que forneceram fichas de informação ou documentos de resumo das simulações nas visitas anónimas do Observador, a TAEG mais elevada foi proposta na Peugeot: se o cliente não optasse pelo “Easy Credit” (que tinha uma TAEG de 3,5%), teria de aceitar uma TAEG de 9,7% num crédito a 8 anos no Santander Consumer. Essa taxa coincide com o máximo permitido pelo Banco de Portugal no primeiro semestre de 2018 nos créditos para aquisição de automóveis novos. (Nos usados, a taxa máxima é agora de 12,2%.)
Para colocar todas as instituições financeiras em igualdade, o Observador solicitou simulações homogéneas de crédito automóvel às 25 entidades que concedem financiamento a taxa fixa.
Instituição financeira | Prestação mensal | Taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) | Montante total imputado ao consumidor |
Crédito Agrícola | 255,00€ | 5,1% | 15.812,54€ |
Banco BPI | 262,15€ | 6,4% | 16.277,00€ |
Volkswagen Bank | 262,15€ | 6,9% | 16.419,00€ |
BBVA Consumer Finance | 263,81€ | 7,3% | 16.548,60€ |
Credibom* | 278,79€ | 7,6% | 16.787,40€ |
Cetelem | 276,48€ | 7,8% | 16.798,80€ |
Novo Banco** | 273,16€ | 8,0% | 16.833,16€ |
Santander Totta | 267,16€ | 9,0% | 17.159,21€ |
Fonte: instituições financeiras entre 4 e 10 de abril de 2018. *Crédito inclui financiamento do Imposto do Selo. **Crédito inclui financiamento de encargos. |
Não recebemos simulações das seguintes instituições: 321 Crédito, Banco Invest, Banco Primus, BiG, BMW Bank, Caixa Geral de Depósitos, Caixa Leasing e Factoring, Cofidis, Deutsche Bank, EuroBic, FCA Capital, FCE Bank, Mercedes-Benz Financial Services, Montepio Crédito, RCI Banque, Toyota Kreditbank e Santander Consumer.
Embora os bancos comerciais pareçam ser mais económicos no financiamento de carro novo (ao contrário do que defendeu a maioria dos vendedores de automóveis), o Volkswagen Bank surge à frente no crédito para aquisição de viaturas usadas.
Instituição financeira | Prestação mensal | Taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) | Montante total imputado ao consumidor |
Volkswagen Bank | 174,80€ | 6,6% | 15.442,70€ |
Novo Banco** | 184,21€ | 7,5% | 15.868,75€ |
BBVA Consumer Finance | 179,39€ | 7,7% | 15.930,26€ |
Banco BPI | 184,05€ | 8,3% | 16.191,10€ |
Cetelem | 202,93€ | 8,7% | 17.233,62€ |
Santander Totta | 180,62€ | 8,8% | 16.454,13€ |
Credibom* | 204,15€ | 10,1% | 17.232,60€ |
Fonte: instituições financeiras entre 4 e 10 de abril de 2018. *Crédito inclui financiamento do Imposto do Selo. **Crédito inclui financiamento de encargos. |
De fora desta análise ficaram cinco entidades que apenas fazem crédito automóvel com taxa indexada: Caixa de Crédito da Chamusca, Caixa de Crédito de Leiria, Caixa de Mafra, Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo e Millennium bcp.