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Obras de construção da cúpula do altar palco que irá servir para receber o Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), no Parque Tejo-Trancão, em Lisboa, 10 de julho de 2023. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
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JOSÉ SENA GOULÂO/LUSA

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Fronteiras e espaço aéreo com restrições, ruas condicionadas e transportes reforçados: tudo sobre o plano de mobilidade e segurança da JMJ

Plano de segurança e mobilidade foi apresentado esta sexta-feira. Zonas de circulação vão funcionar como durante a pandemia: só com comprovativo de residência. Peregrinos têm passes especiais.

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A imprevisibilidade foi a característica que José Sá Fernandes, coordenador do Grupo de Projeto para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), fez questão de sublinhar esta sexta-feira, na apresentação dos planos de mobilidade e segurança do evento que é já tido como o maior alguma vez organizado em Portugal. “Ainda hoje não sabemos quantos peregrinos vêm. A imprevisibilidade ainda hoje é um fator de risco na análise”, explicou. O número de inscritos é de cerca de 600 mil, mas as previsões apontam para mais de um milhão, já que há participantes que optam por não fazer inscrição.

E os planos, quer de mobilidade, quer de segurança, basearam-se nas estimativas daquilo que poderá acontecer durante a primeira semana do mês de agosto. “Desde o início que dissemos que o plano de mobilidade seria apresentado neste dia. Tivemos de sofrer, mas não sucumbimos”, apontou Sá Fernandes.

Transportes públicos reforçados e passes especiais para peregrinos

Todos os peregrinos já inscritos na JMJ — são cerca de 600 mil — vão receber um kit. Entre a mochila, o chapéu e a garrafa de água, os participantes vão receber também um passe para utilizar nos transportes públicos da área metropolitana de Lisboa. O anúncio foi feito por Sá Fernandes, durante a apresentação do plano de mobilidade, que acrescentou que esta ideia nasceu de um acordo feito entre a Fundação JMJ e o Governo, que vai financiar estes passes em 40%.

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Os passes terão várias modalidades, de acordo com os dias de inscrição de cada peregrino, tendo em conta que há jovens que não ficarão em Portugal durante toda a semana da Jornada. Há passes de três, nove e 16 dias. O objetivo é então “evitar um excedente de filas” e é também “um incentivo para andar nos transportes públicos”, adiantou Sá Fernandes.

Já em relação aos transportes públicos, o plano de mobilidade e transportes, que foi elaborado pela consultora VTM, especializada em engenharia e planeamento e que o Governo contratou em dezembro do ano passado por 89 mil euros, está previsto um reforço, que varia ao longo da semana, acompanhando o previsível aumento do número de participantes no fim de semana, ou seja, nos últimos dois dias de Jornada Mundial da Juventude.

Por exemplo, e como é possível ver no gráfico mostrado durante a apresentação desta sexta-feira, nos autocarros haverá mais 119 mil lugares, todos os dias, entre 1 e 4 agosto. E, durante o fim de semana, serão mais 429 mil lugares extra por dia.

Depois, nos comboios, está previsto um reforço de mais 90 mil lugares para os primeiros quatro dias da JMJ e mais 170 mil para os dois últimos dias. No metro e metro de superfície haverá mais 143 mil lugares diários de 1 a 4 de agosto e mais 154 mil lugares durante 5 e 6 de agosto. E nos barcos estão previstos mais dois mil lugares nos primeiros quatro dias e mais 27 mil nos restantes.

Apesar deste reforço anunciado, as contas ainda não estão fechadas, sugeriu Sá Fernandes: “Ainda vamos tentar reforçar mais num ou outro transporte”. No total, em cada um dos dias do fim de semana, haverá mais 780 mil lugares. 

Metro com constrangimentos e estações de comboio encerradas

Apesar do reforço dos transportes públicos, haverá constrangimentos — pelo menos, no Metro e nos comboios. Na linha do Metro de Lisboa, as estações da Avenida, Marquês de Pombal, Parque e Restauradores vão estar encerradas durante alguns períodos dos dias 1,3 e 4. Significa isto que não haverá dias em que as carruagens não param nestas quatro estações, mas nos momentos em que os eventos de maior dimensão sejam nestas zonas, a circulação será interrompida.

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Já nos comboios, as carruagens da CP não vão parar em Moscavide, Sacavém, Bobadela e Santa Iria nos dias 5 e 6. E aqui a paralisação será durante todo o dia e coincide com o fim de semana da JMJ, quando são esperados mais peregrinos.

Restrições à circulação: zonas vermelhas vão funcionar como na pandemia

Além da imprevisibilidade, minimizar as perturbações foi outro ponto repetido ao longo da tarde desta sexta-feira, por todos aqueles que apresentaram os planos de mobilidade e de segurança. Para já, estão identificadas três zonas na área de Lisboa: uma verde, uma amarela e um vermelha. E cada uma delas tem diferentes regras, como já tinha sido anunciado, aliás, esta semana pela Câmara Municipal de Lisboa.

Na zona vermelha, o trânsito será cortado entre o Parque Eduardo VII e o Terreiro do Paço durante os dias 1, 3 e 4 de agosto, uma vez que é nesta zona que vão realizar-se os eventos de maior dimensão e que vão, inevitavelmente, concentrar mais pessoas. Nesta zona, como explicou Magina da Silva, diretor nacional da PSP, não são permitidas bicicletas e só poderão circular os carros dos residentes, desde que mostrem o comprovativo de residência e pessoas que trabalhem naquela zona, desde que apresentem também um comprovativo da entidade patronal. No fundo, o funcionamento é semelhante ao aplicado durante a pandemia, quando estava proibida a circulação.

Na zona amarela, tal como a Câmara Municipal de Lisboa já tinha avançado, a circulação será também reduzida, com exceção para os residentes e trabalhadores que têm de se deslocar para estes locais. Estão aqui incluídas zonas como o Cais do Sodré, Largo do Rato, Praça de Espanha, Avenida da República, Largo Dona Estefânia, Martim Moniz, Largo da Graça e Santa Apolónia. Depois, na zona verde, à partida, não há restrições, exceto se, de acordo com a avaliação que é feita em tempo real, for necessário cortar alguma via.

Já no fim de semana, 5 e 6 de agosto, as restrições mudam de sítio e dirigem-se para a zona do Parque Tejo-Trancão, com a zona amarela a incluir a Avenida de Berlim e a estrada da Circunvalação.

Parques de estacionamento e uma aplicação para autocarros

“Sabemos já hoje que, pelo menos, 2500 autocarros estarão disponíveis, ao dia de hoje. Temos o objetivo de 4 mil e a capacidade para 7 mil”, explicou Isabel Pimenta, responsável da empresa VTM, durante a apresentação do plano de mobilidade. E estão já identificados dois locais “com elevada capacidade de estacionamento” e que estão ainda em obras: um na Alta de Lisboa, para receber 840 autocarros, e outro no Campo da Graça, para receber mil. Se for necessário, também “foram identificados 2.250 lugares de estacionamento no Terrapleno de Algés”.

“Foram ainda identificados 14 locais adicionais que acomodam mais cerca de 1900 lugares, num total de cerca de 6 mil lugares que poderão ser ampliados até 7.200 para cenário de contingência que possa vir a ocorrer, recorrendo a locais fora da cidade”, refere o plano de mobilidade.

E para os carros também já há soluções: no Jamor existe capacidade para três mil lugares, em Loures há dois mil lugares disponíveis e no Parque das Nações há 400 lugares. “Embora a maioria dos peregrinos se desloque de transporte público e a pé, uma percentagem estimada em cerca de 20% do total dos peregrinos, deslocar-se-á de viatura individual, a que poderão corresponder cerca de 60 mil” carros. Além dos três locais já indicados, o grupo de coordenação refere ainda que existe uma oferta na via pública de 200 mil lugares e 85 parques com 32 mil lugares.

Segurança: mobilizados 16 mil elementos da polícia, proteção civil e emergência médica

O plano de segurança da Jornada Mundial da Juventude (ver aqui documento completo) ficou a cargo do Sistema de Segurança Interna (SSI) e, apesar de não ser revelado na íntegra, o secretário-geral desta entidade, Paulo Vizeu Pinheiro, anunciou esta sexta-feira alguns detalhes. Para já, serão mobilizados para as zonas onde vão decorrer os eventos da JMJ 16 mil elementos da polícia, da proteção civil e de emergência médica.

Além da mobilização de meios — por exemplo, são esperados agentes da PSP de zonas fora da área metropolitana de Lisboa –, um dos focos de preocupação a nível de segurança é saber quantas pessoas estão nos vários recintos onde vão decorrer os eventos, para garantir que o número máximo não é ultrapassado. Para isso, haverá um sistema de controlo para “ter, em tempo real, a informação fidedigna, do número de pessoas que estão dentro dos recintos e de zonas onde há eventos maiores”, explicou o secretário-geral do SSI.

A dimensão deste evento tem sido apontada várias vezes ao longo dos últimos meses e os números dados por Paulo Vizeu Pinheiro logo no início da apresentação do plano de segurança mostram essa grandeza: foram realizadas 187 reuniões, estiveram envolvidas 33 entidades e foram feitos 11 planos setoriais de segurança.

E, para dar mais contornos a esta ideia de dimensão, Ana Catarina Mendes, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, ainda acrescentou, logo na abertura da sessão, que este “é um plano nacional, como não poderia deixar de ser”. “Vamos ter no nosso território entre um milhão a um milhão e meio de peregrinos. Isto diz bem da dimensão do eventos. Se olharmos para trás e fizermos o balanço do que foi a Expo 98, ou em 2004, com o Euro 2004, onde tivemos o mesmo número de pessoas espalhadas pelo território, percebemos bem a dimensão do evento que vamos receber“, acrescentou.

Fronteiras e espaço aéreo com restrições

Durante o evento, o espaço aéreo também não escapa às restrições. E entre Lisboa e Fátima vão existir quatro zonas de exclusão aérea, onde não será possível sobrevoar, ou haverá limitações na circulação. Está também definido que 23 aeródromos vão ter constrangimentos e que haverá um sistema de deteção de drones não autorizados. Apesar destas restrições, os aeroportos de Lisboa e de Cascais vão continuar a fazer voos comerciais, sem qualquer limitação.

As fronteiras são uma das preocupações a nível de segurança e será feito um controlo apertado antes e durante a semana em que o Papa visita Portugal. Nas fronteiras, haverá 21 pontos de passagem autorizados, “com controlo seletivo, com base em indicadores de risco e informações”. Esses indicadores de risco, por segurança, não são revelados.

No fim da apresentação do plano de mobilidade e segurança, Sá Fernandes, que no início falou sobre imprevisibilidade, quis deixar outra nota: “A responsabilidade de tudo o que correr mal na JMJ em relação a esta matéria é minha. Se falhar, a responsabilidade é minha”.

 
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