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Tiago Petinga/LUSA

Tiago Petinga/LUSA

Há 63 cursos e mestrados com emprego garantido e 31 com a maior taxa de desemprego. Saiba quais são

Se garantir emprego for o mais importante na hora de escolher o curso, saiba que há muitos em Portugal sem registo de desempregados. A escolha é vasta e passa pela medicina e pelas engenharias.

O que é que têm em comum o curso de Teologia da Católica e o de Matemática Aplicada do Técnico? Desemprego zero entre os seus licenciados. Na hora de escolher um curso superior os fatores são muitos, mas a taxa de empregabilidade acaba sempre por aparecer, mais à frente ou mais atrás, na lista de prós e contras. Em Portugal, há 63 cursos e mestrados integrados que prometem emprego no fim dos estudos, um número que mais do que duplica o do ano passado, quando apenas 31 se podiam gabar desse feito. No entanto, há ressalvas a fazer. Os números, disponíveis no portal Infocursos, desde a meia-noite de domingo, 7 de julho, olham apenas para a percentagem de recém-diplomados registados como desempregados no IEFP — Instituto do Emprego e Formação Profissional. Ou seja, apesar de estarem a trabalhar podiam não estar a fazê-lo na área em que se formaram.

A explicar o aumento exponencial de licenciaturas com desemprego zero está a mudança na metodologia usada para calcular os números divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. Os mestrados integrados passaram a ser contemplados, e não só as licenciaturas como até aqui. Por outro lado, para calcular a taxa de desemprego olhou-se para os diplomados entre os anos letivos de 2013/14 e 2016/17, calculando-se uma média, e não apenas os valores de um ano letivo.

Quem são afinal os cursos com menos estudantes desempregados? Na lista há um pouco de tudo, desde Turismo a Gestão, passando por Psicologia e Educação Básica e, claro, engenharias e Cursos de Medicina (veja no gráfico todos os cursos). Na velha luta entre ensino público e privado, a rede estatal fica a ganhar. A maioria (47) dos cursos e mestrados com desemprego zero são tirados em universidades e politécnico públicos, só havendo 16 licenciaturas de instituições de ensino privado. Entre estas destaca-se a Universidade Católica com três cursos — Teologia, Ciências Religiosas e Psicologia —, a Lusíada também com três — Psicologia, Economia e Jazz e Música Moderna — e o ISEC de Lisboa com dois cursos — Engenharia de Segurança do Trabalho e Gestão Aeronaútica.

[Para ver todos os dados, passe o cursor sobre a tabela]

Quando o filtro é feito entre institutos politécnicos e universidades, a distribuição é quase idêntica à de privados versus públicos. Na lista de cursos com desemprego zero, só 19 são são de politécnicos e entre eles o que aparece mais vezes repetido é o de Enfermagem.

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Entre as universidades públicas, a que mais vezes oferece cursos sem desemprego é a Universidade de Lisboa, 8 dos quais do Instituto Superior Técnico — vários cursos de Engenharia, um de Matemática Aplicada e Computação e o de Arquitetura. Com 6 e 5 cursos representados, seguem-se a Faculdade de Ciências e a de Letras, com oferta tão diversa como Química, Estatística Aplicada, História de Artes ou Estudos Comparatistas.

A Universidade do Porto aparece com dois cursos: Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e Engenharia Física da Faculdade de Ciências. Também o curso de Medicina da Universidade do Minho tem desemprego zero, o único desta instituição. Idem para a Universidade de Coimbra que tem, no entanto, mais um curso na lista — Química Medicinal.

Olhando para os cursos, Medicina tem cinco lugares — faltam referir os das universidades de Lisboa e da Beira Interior — num ranking onde as Engenharias ganham, com 17 cursos representados, do Ambiente à Informática, passando pela Biomédica e a Naval. Entre os cursos que se repetem destacam-se ainda os de Enfermagem (4) e os de Gestã0 (3).

[Para ver todos os dados, passe o cursor sobre a tabela]

Olhando agora para o fundo da tabela, para os cursos com maior taxa de desemprego, o primeiro a surgir é o de Serviço Social da Universidade Católica, com 25,8%. Tal como para os cursos que parecem oferecer emprego garantido, também para calcular os que têm maior desemprego se olhou para apenas um indicador: os licenciados inscritos como desempregados no IEFP.

Continuando a descer na tabela (percorra o gráfico para ver quais os 31 cursos com maior taxa de desemprego), segue-se Comunicação Multimédia no Instituto Politécnico da Guarda, com 18,7%, um valor bastante mais abaixo do curso que ficou em primeiro lugar. Segue-se, com um valor muito semelhante (18,5%), o curso de Gestão Turística, Cultural e Patrimonial do Politécnico de Viseu.

Em quarto lugar entre os cursos com mais desemprego aparece o curso de Turismo da Escola Superior de Tecnologias de Fafe (17,7%), seguido de perto pelo curso de Marketing e Publicidade do Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo (17,4%).

Por último, filtrando os resultados por tipo de instituição e natureza de ensino, vê-se uma alteração de padrão. Entre os cursos com mais desemprego aparecem mais politécnicos do que universidades (19 contra 12) e a diferença entre cursos ministrados entre rede pública e privada esbate-se (também 19 versus 12).

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Depois de ver a taxa de empregabilidade, vale também a pena olhar para as médias de entrada do curso, para ver se tem hipótese ou não de conseguir um lugar no curso mais desejado. Os números agora divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência não são novidade — foram divulgados depois de terminadas as colocações no ensino superior no ano letivo passado —, mas são uma indicação do que pode esperar se for candidato este ano. Para além disso, os rankings passaram a integrar os mestrados integrados, o que alterou um pouco os dados em relação aos divulgados em setembro passado.

Apesar disso, Engenharia soma e segue e nos últimos três anos roubou o primeiro lugar tradicionalmente entregue aos cursos de Medicina — são agora elas, as engenharias, a ter as notas de colocação mais altas. Primeiro, Engenharia Física Tecnológica; segundo, Engenharia e Gestão Industrial; terceiro, Engenharia Aeroespacial, e só em quarto lugar a Medicina.

Médias. Engenharia soma e segue, Medicina cai no ranking e há 33 cursos onde se entra com menos de 10 valores

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Antes de pôr a cruz no curso escolhido, importa também saber se vai ter muita ou pouca concorrência. Entre aos cursos mais procurados, as Engenharias continuam a estar no topo da procura, seguindo-se a área das Ciências Empresariais e, em terceiro lugar, a Saúde. Este ano, os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência trouxeram uma novidade e é possível ver também que mestrados do 2.º ciclo têm mais procura.

Se Direito era o curso que entre as licenciaturas mais atraia alunos, quando se olha para os mestrados de 2.º ciclo esse lugar vai para Gestão da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Um total de 500 alunos preferiu e entrou neste mestrado. Em segundo lugar, Engenharia Mecânica do Instituto Politécnico do Porto, com apenas menos 11 colocados.

Com a medalha de bronze fica então o mestrado de Direito, ministrado na Universidade de Coimbra, com 425 alunos. Os dois lugares seguintes são para Engenharias: primeiro, Engenharia Informática no Instituto Politécnico do Porto. Depois, Engenharia Informática e de Computadores na Universidade de Lisboa. Entre os 31 mais procurados, só quatro mestrados são no ensino privado, todos eles da mesma área de estudo: mestrado de Engenharia Informática no Instituto Politécnico do Porto, os de Engenharia Mecânica e de Electrotécnica, ambos no Instituto Politécnico de Lisboa e, por último, Engenharia Informática na Universidade de Coimbra.

O que os universitários procuram? Cursos de Engenharia, Lisboa e Porto

A versão de 2019 do portal Infocursos contém informação sobre cerca de 4100 cursos ministrados em 116 instituições de ensino superior e, este ano, alarga a informação disponível a todos os cursos de Técnico Superior Profissional (TeSP) e de Mestrado de 2.º ciclo do país, sendo a data de referência das estatísticas do ano letivo 2017/18.

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