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Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas
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Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas

JAIME RIBEIRO/OBSERVADOR

Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas

JAIME RIBEIRO/OBSERVADOR

Há menos escolas públicas no top 100; só 17 privadas tiveram média acima dos 4 valores. Cinco curiosidades do 9.º ano

Mais de 900 escolas tiveram média abaixo de 3 valores (45 privadas). Por outro lado, mais de metade dos alunos são de contextos desfavorecidos em 113 escolas. Estas são as curiosidades de 2022.

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O valor mais alto é de 4,53. Foi essa a média que os alunos do 9.º ano – aqueles que conseguiram os melhores resultados em todo o país — alcançaram nos exames nacionais. Desta vez, esse primeiro lugar nas classificações vai para o Grande Colégio Universal quando, em 2019, foi para o Externato das Escravas do Sagrado Coração, no Porto. Tanto num ano como no outro, as duas privadas estão entre as dez melhores classificadas. A diferença para 2019, o último ano em que houve rankings de escolas para o 3.º ciclo, não é muito significativa: 4,44 valores.

Entre as escolas públicas, a diferença é maior quando se observa o antes e o depois da pandemia, já que em 2020 e 2021 não houve exames para o 9.º ano: no ranking atual, a média mais alta é de 3,89 valores. Em 2019, era de 4,07.

Com estes números, a primeira classificada das escolas públicas, a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, fica em 31.º lugar em 1.177 escolas. Três anos antes, a Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, ficava em 16.º em 1.111 escolas. Tanto em 2022 como em 2019, os dois conservatórios surgem no top 100.

Estas são algumas das conclusões que se podem tirar depois de apurado o ranking de escolas que o Observador faz anualmente, a partir de dados oficiais do Ministério da Educação, em parceria com a Nova School of Business & Economics (SBE). Há, no entanto, uma diferença em relação a 2019. As escolas estão ordenadas de acordo com a média em percentagem e, para isso, é preciso determinar um número mínimo de provas feitas em cada estabelecimento. No momento pré-pandemia, eram 40 provas. Agora, e para evitar perder 137 escolas num total de 1.208, considerámos um limite de 20. Ainda assim, há 31 escolas que são eliminadas (2,6%), restando 1.177.

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Depois de dois anos sem exame, médias das provas de 9.º ano caem 5 valores a Português e 10 a Matemática

Há 11 escolas públicas entre as 100 primeiras (menos 6 que em 2019)

As escolas privadas conseguem o habitual: são os seus alunos quem tem melhores notas nos exames de 9.º ano, conseguindo ficar com 89 dos primeiros 100 lugares. Em 2019, eram 83. Num universo de mais de mil escolas, essa diferença de seis é pequena e nota-se ainda menos se nos focarmos no detalhe e em cada caso individual.

Primeiro, as públicas. Neste ranking, há 11 escolas da rede estatal, menos seis que em 2019 (17). Acontece que, três anos antes, quase todas estavam no top 100, com apenas duas exceções: a Escola Artística de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa, estava então na 138.ª posição e, com um grande salto na tabela, surge a Escola Secundária de Caldas de Vizela, que estava em 323.º lugar.

As outras nove, embora com oscilações, já estavam no topo — além do Conservatório de Braga, as públicas com melhor classificação são:

  • A Escola Básica Vasco da Gama, em Lisboa (50.º);
  • A Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim (56.º);
  • A Escola Básica e Secundária da Quinta das Flores, em Coimbra (60.º);
  • A Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra (65.º);
  • A Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa (69.º);
  • A Escola Artística do Conservatório de Música do Porto (73.º);
  • A Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, em Aveiro (88.º);
  • E a Escola Secundária Alves Martins, em Viseu (100.º).

Ainda na comparação com 2019, há algumas escolas que desaparecem, mas não se distanciam muito do centésimo lugar. Uma delas é a D. Filipa de Lencastre, em Lisboa (que desce de 69.º lugar para 111.º), outro caso é o da Grão Vasco, em Viseu (de 74.º para 102.º). Queda maior dá a Escola Básica Carolina Beatriz Ângelo, Guarda (de 75.º para 344.º) ou a Escola Básica de Rates, Póvoa de Varzim (94 para 244.º).

Há outras quatro escolas públicas que saem do top 100, mas continuam a estar entre as 200 melhores classificadas. São elas a Escola Secundária D. Manuel I, em Beja (83.º para 120.º), a Escola Secundária Quinta das Palmeiras, na Covilhã (89 para 195), a Escola Básica Francisco Torrinha, no Porto (95 para 151) e a Escola Secundária do Bocage (196), em Setúbal.

17 escolas (todas privadas) tiveram média acima de 4 e a maioria fica no Porto

Se o valor mais alto é o dos alunos do Grande Colégio Universal — 4,53 numa escala de 1 a 5 —, não há uma única escola, pública ou privada, em que a média dos exames do 9.º ano corresponda à nota máxima. O que, aliás, faz sentido, já que se trata de uma média: era preciso que todos os alunos, sem exceção, tivessem tido 5 nas duas provas finais de 9.º ano, Português e Matemática, para que tal acontecesse.

Descendo um degrau, para os 4 valores — média que ainda requer que a esmagadora maioria dos alunos tenha tido notas elevadas nas duas provas —, também não se encontram muitas escolas nestas condições. Todas somadas, são 17, as primeiras do ranking, e pertencem à rede privada.

Olhando para os concelhos, a maioria (4) das escolas são do Porto — Grande Colégio Universal, Externato das Escravas Sagrado Coração de Jesus, Colégio Nossa Senhora do Rosário e Colégio Luso-Francês —, seguindo-se Lisboa com três escolas — Externato As Descobertas, Colégio Moderno e Academia de Música de Santa Cecília.

Se, no bolo total de 1.177, não existe qualquer escola com média final de 5, no caso das escolas com média de 4 valores encontramos uma pequena fatia de 1,4%, um valor mais curto que o de 2019. Nessa altura, 27 privadas (em 1.111 escolas) chegavam aos 4 valores, representando 2,4% do total. Outra diferença em relação aos dados mais recentes é que, em 2019, entre essas 27 escolas havia uma pública: a Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa.

Mais de 900 escolas tiveram média abaixo de 3 valores, 45 são privadas

Em mais de três quartos das escolas analisadas (79%), os resultados dos estudantes nas provas de Português e Matemática são maus: a média dos alunos em 930 estabelecimentos de ensino (em 1.177) não foi sequer suficiente para chegar aos 3 valores. Neste universo, 45 escolas são de ensino privado e 885 da rede pública.

O cenário é pior que em 2019. Nessa altura, também a maioria das escolas não chegava aos 3 valores de média, embora fossem pouco mais de metade (52%). Agora, representam quase 80% — e, desta fatia, uma parte mais pequena (3,3%) corresponde a 39 escolas onde a média não chegou aos 2 valores. Dois anos antes, isso acontecia apenas em 5 escolas (0,45%).

Nos rankings de 2022, entre as escolas com médias mais baixas estão dois colégios da Casa Pia, um deles vocacionado para o ensino de crianças e jovens surdos.

Em 113 escolas, mais de metade dos alunos são de contextos desfavorecidos

Na maioria das escolas, pelo menos um quarto dos alunos pertence a famílias carenciadas e, por isso, têm apoio da Ação Social Escolar (ASE). Estes dados do Ministério da Educação estão disponíveis para 949 estabelecimentos de ensino, embora sejam referentes ao agrupamento e existam apenas para escolas públicas de Portugal Continental. Os valores dizem respeito ao ano letivo de 2020/21.

Assim, em 637 escolas (67% do total) a percentagem de alunos com ASE é superior a 25%. Em 2019, o valor era mais alto: em termos percentuais, essa realidade correspondia a 88% das escolas, um universo de 793 unidades de ensino.

Se fecharmos o filtro, e procurarmos as escolas onde mais de metade dos estudantes pertence a contextos desfavorecidos, os números continuam a ser elevados. Em 113 escolas, os alunos com ASE representam mais de metade dos estudantes da instituição (11,9% do total de escolas analisadas).

Num caso limite, há uma escola em que o universo de alunos carenciados é de 8 em cada 10 (85,2% de alunos têm ASE), somando-se a esta outros 8 estabelecimentos em que a proporção de carenciados é de 7 para 10.

Em 2019, a situação era mais grave: em 22% das escolas (205 em 899), mais de metade dos alunos pertenciam a famílias que recebiam apoios financeiros do Estado. O caso com o valor mais alto de alunos desfavorecidos entre a população escolar era o de uma instituição em que 86,5% das crianças tinha ASE — apenas uma escola ultrapassava os 8 em cada 10, tal como em 2022. E noutras 13 escolas a percentagem de alunos com ASE estava entre 70 e 79%.

Notas dos alunos desfavorecidos estão acima da média em quase 450 escolas (e abaixo em 364)

Quando se fala de ranking da equidade, compara-se estudantes carenciados com outros alunos semelhantes. No secundário, o melhor resultado é de uma escola da Covilhã que consegue que os seus estudantes com ASE tenham um desempenho 30,57% superior ao esperado. No ranking do 9.º ano, não se encontra um valor tão alto e nenhuma escola tem, sequer, um desvio acima de 20% na comparação entre esses dois universos. Na outra ponta da tabela, entre as escolas que fazem menos do que o esperado, o valor é maior: um desvio de -41,45%, obtido na Escola Básica Dr. Abranches Ferrão, em Seia.

Olhando para cima, encontra-se a Escola Secundária de Figueiró dos Vinhos, onde os alunos mais pobres têm um desempenho 19,75% superior à média dos alunos que o Ministério da Educação considera comparáveis. Em 2019, o valor mais alto era de 37,47% (Escola Básica de Campo de Besteiros, Tondela) e havia 32 escolas com valor superior aos atuais 19,75%.

Apesar de tudo, as escolas que puxam mais pelos alunos desfavorecidos continuam a ser mais do que as que fazem o contrário: 446 têm desvios positivos versus 364 com desvios negativos. Em 2019, as escolas dividiam-se metade para cada lado, com 496 a ter um desvio negativo e 495 positivo.

Desta vez, existem dados para 810 escolas e mostram a diferença entre o valor de alunos com ASE que completam o 3.º ciclo no tempo esperado (três anos) e a média nacional dos alunos com perfil socioeconómico semelhante. Os dados dizem respeito ao ano letivo de 2020/21 e só estão disponíveis para os agrupamentos de escolas públicas de Portugal Continental.

Além da escola de Figueiró dos Vinhos, apenas outras sete conseguem ter um desvio acima de 15% e estão espalhadas por todo o país. Em Boticas, a Gomes Monteiro é a segunda escola pública que mais puxa pelos desfavorecidos, com um desempenho 18,83% acima da média. Em terceiro lugar, em Pedrógão Grande, com 17,99%, está a Escola Básica Miguel Leitão de Andrade.

As restantes cinco estão cada uma em seu concelho: a Básica José Saraiva, em Leiria, consegue superar a média em 17,19%, enquanto, em Estarreja, a Básica de Pardilhó tem um desvio positivo de 16,91%. A lista finaliza com a Escola Básica D. Afonso Henriques, em Creixomil, Guimarães (16,83), a D. Pedro Varela, no Montijo (16,78), e a Escola Básica Conde de Oeiras, em Oeiras (16,56).

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