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Aos 56 anos, Miguel Vieira é um dos nomes maiores da moda nacional. Apresenta este sábado a sua coleção no Portugal Portugal Fashion. (Fotografia: Octávio Passos/Observador)
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Aos 56 anos, Miguel Vieira é um dos nomes maiores da moda nacional. Apresenta este sábado a sua coleção no Portugal Portugal Fashion. (Fotografia: Octávio Passos/Observador)

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Aos 56 anos, Miguel Vieira é um dos nomes maiores da moda nacional. Apresenta este sábado a sua coleção no Portugal Portugal Fashion. (Fotografia: Octávio Passos/Observador)

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No ateliê de Miguel Vieira: “Acho estupidamente aborrecido comprarem um look meu da cabeça aos pés. Eu não o faria."

É dos nomes maiores da moda nacional e apresenta este sábado no Portugal Fashion a sua mais recente coleção. Fala das peripécias no início da carreira, do que lhe falta fazer e faz apelos ao Governo.

É em São João da Madeira, a sua terra natal, que Miguel Vieira tem o seu ateliê e raramente abre a porta a estranhos. Depois de um corredor pincelado de preto, a sua cor de eleição, chegámos a uma sala colorida com roupa pendurada em charriots, amostras de tecidos, tesouras e fitas métricas espalhadas nas secretárias, prateleiras repletas de dossiês, manequins despidos, caixas com o logótipo da marca e paredes forradas com desenhos e croquis. A cinco dias de mais um desfile no Portugal Fashion, o ambiente é calmo, sinal de quem já está habituado a estas andanças.

Em criança gostava de desenhar e estudar arquitetura parecia ser a coisa mais óbvia, mas a moda surgiu na sua vida e é nela e com ela que tem sido feliz nos últimos 36 anos. Criou uma marca homónima em 1988, a primeira coleção feminina era focada nas malhas, mais tarde aventura-se em propostas masculinas e de criança, mas também em produtos como calçado, acessórios, joalharia, óculos e até mobiliário. Começou cedo a mostrar o seu trabalho em desfiles e a provar o que valia além-fronteiras, em cidades como Madrid, Paris, São Paulo, Istambul, Uruguai ou Barcelona, mas pisar a passerelle da semana de moda masculina em Milão foi uma das maiores conquistas da sua carreira.

Miguel Vieira ficou conhecido pelos cortes clássicos de alfaiataria e por usar e abusar do preto e do branco em peças elegantes, sofisticadas e intemporais. Mais de 90% dos materiais que trabalha chegam de Itália e todas as coleções partem de um estímulo diferente, num processo criativo que tem tanto de coletivo como de doloroso. Ao longos dos anos, criou uma identidade e um estilo inconfundíveis, conseguiu equilibrar a mensagem de uma coleção com o que é mais comercial e nunca se deixou deslumbrar com prémios e distinções.

Otimista, destemido e sem se levar demasiado a sério, Miguel Vieira parece já não ter medo de errar, surpreende-se frequentemente com as novas gerações e não tem dúvidas de que a moda mudou, talvez para melhor. A pandemia ensinou-o a abrandar e a cozinhar, só a doença o incentivou um dia a desistir, mantém o desejo antigo de abrir um hotel e de lançar uma linha de cosmética para homem e mulher.

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Hoje lamenta que o poder político não valorize a moda de autor, apela ao bom senso, a mais investimento e não acredita que esta será mesmo a última edição do Portugal Fashion. Este sábado, pelas 15h30, apresenta no renovado Mercado do Bolhão a sua mais recente coleção, onde a cor e os materiais sustentáveis dão nas vistas em coordenados inspirados num jardim imaginário.

"Espero que o Governo português acorde, tenha bom senso e perceba toda esta situação. Gostava mesmo que o nosso país tivesse uma tradição de moda." (Fotografia: Octávio Passos/Observador)

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A moda era um caminho provável para si?
Não, de todo. Nunca brinquei com trapos e nunca dei demasiada importância à roupa. Usava aquilo que os meus pais me obrigavam a vestir, usei imenso calções, da primeira comunhão à minha comunhão solene [risos].

Tinha alguém na família ligado às artes?
A minha avó materna era pianista e pintora, o meu avô tinha empresas de ferro forjado e de lápis, criou a famosa marca Viarco, aqui em São João da Madeira.

Sempre gostou de desenhar?
Sim, edifícios, casas e carros essencialmente. Continuo a dizer que um dia ainda vou tirar o curso de arquitetura, mas acho que já não vou a tempo. Gosto muito de arquitetura, é algo que me inspira. Depois acabei por tirar um curso de Controlo de Qualidade Têxtil, no Instituto Superior de Engenharia do Porto, e especializei-me em têxtil porque não me identificava com as outras opções. Juntei o gosto pelo desenho a esse universo da moda e quando termino o curso vou trabalhar durante um ano para uma empresa têxtil portuguesa especializada em malhas e foi aí que tive contacto com os fios e toda a matéria prima. Achei graça e como desenhava relativamente bem fiz a minha primeira coleção em 1986.

Lembra-se de como era essa primeira coleção?
Era uma coleção de malhas direcionada para o público feminino, depois comecei a criar calçado, carteiras e lenços. Passado uns quatro anos comecei a fazer desfiles e os looks já eram meus dos pés à cabeça.

Como era a moda nessa altura?
Havia moda de autor, vários designers a começar a fazer uma carreira simpática, mas muito focada em Portugal, paravam ali em Vigo. Eu bebia muitas referências e influências das revistas como Vogue, Elle ou Marie Claire e depois tive a sorte de poder viajar e conhecer todos esse mundo.

Que feedback recebe quando começa a apresentar o seu trabalho em desfiles?
Eu era um one man show, desenhava a roupa, mandava-a produzir, separava e organiza as peças, embalava-as e ia entregá-las aos clientes, ou seja, lojas multimarca aqui em Portugal. Entregava as caixas fechadas com um laço e alguns olhavam para mim e diziam: “gostei muito desta encomenda, mande cumprimentos ao Sr. Miguel Vieira”. Era engraçado. Lembro-me de fazer uma feira importante em Lisboa em que os designers iam com dois ou três dias antes montar os stands que eram estruturas enormes. Fui de São João da Madeira a Lisboa de carro, um Autobianchi, o primeiro que tive e que paguei sozinho, levei tudo, mas não conseguia mexer a cara porque levava o ferro do charriot no meio e que ocupava o comprimento do carro todo. Lembro-me de comprar no estrangeiro uns sofás insufláveis para ocupar menos espaço, mas no final quase já não cabia a roupa. Foi importante passar por isto, a nova geração talvez já não passe.

Houve algum momento em que percebeu que era mesmo isto que queria fazer para o resto da vida?
Penso que não, foi acontecendo. Achava graça ir tirar arquitetura, mas depois comecei a perceber que as minhas peças tinham uma grande aceitação por parte dos clientes, as lojas telefonavam-me a pedir mais peças e os desfiles já eram um sucesso. Penso que sempre consegui associar a moda de autor a uma vertente mais comercial, é importante perceber o que resulta, o que funciona e o que vende, independentemente da mensagem que queremos passar. No sábado vou apresentar a coleção primavera-verão 2023, que já está pronta desde junho, a próxima de outono-inverno está praticamente pronta e inclusive já comprei tecidos em Itália para o próximo verão de 2024. Apesar de ser uma coleção de verão, tem de ter pêlo para os países em que faz mais frio, tem que ser pensada para pessoas negras, nórdicas, asiáticas, altas, baixas. Todos os designers têm de pensar desta forma se quiserem realmente ter uma marca global, não é por ser português que tenho apenas de pensar e viver para Portugal.

Ter uma noção de negócio tão presente não condiciona a parte mais criativa e conceptual?
Não, uma coleção tem 300 ou 400 peças e acabo sempre por selecionar apenas as que me interessa usar no desfile para passar uma determinada mensagem.

"Fazer uma coleção com 40 ou 50 coordenados em preto é estupidamente mais difícil do que fazer uma coleção cheia de cor e, mesmo assim, o preto tornou-se algo muito associado a mim. São esses detalhes que fui construindo e que fizeram a marca, faço para que ela seja coerente e que tenha um estilo próprio."

Tem identidade muito própria naquilo que faz, é dos poucos designers que assina um coordenado dos pés à cabeça, do chapéu ao lenço de lapela, das alianças aos sapatos. Quando é percebeu que tinha mesmo um ADN na moda?
Lentamente comecei a achar que era importante para uma marca sólida apostar em vários detalhes que fossem capazes de criar uma identidade. O nome, que é a minha assinatura, o logótipo, que são duas asas, as matérias primas de qualidade, em que mais de 90% vou buscar a Itália, o preto, o tom com que mais me identifico, a maquilhagem nos homens ou as unhas pintadas, fui encontrando tudo isso no meu caminho e achei que fazia sentido juntar. O pintar as unhas do homem não é, no meu caso, sinónimo de defender uma causa ou querer chocar alguém, já o faço há muitos anos e acho que faz sentido para a marca. Fazer uma coleção com 40 ou 50 coordenados em preto é estupidamente mais difícil do que fazer uma coleção cheia de cor e, mesmo assim, o preto tornou-se algo muito associado a mim. São esses detalhes que fui construindo e que fizeram a marca, faço para que ela seja coerente e que tenha um estilo próprio.

O seu processo de internacionalização começa bem cedo. Quais são os seus principais mercados atualmente?
Vendo para quase todos os mercados, do Dubai ao Brasil, passando pelos Estados Unidos, só não vendo para a China.

Porquê?
Vendendo para a China estou a fazer contrafação, eles registaram a minha marca há 20 anos, tenho problemas gigantes com a China desde essa altura, pedem-me 20 milhões pela minha marca. Têm lojas Miguel Vieira, com a minha assinatura e a minha imagem, em aeroportos e centros comerciais, mas que não são minhas. Além disso, a marca lá está registada em 99 categorias, portanto têm algas para o sushi, tabaco, lares de terceira idade, infantários, preservativos, joias, acessórios e calçado com o meu nome.

Como contornou esta situação?
Em cada peça existe um holograma prata com chumbo e cada peça tem um número sequencial para se perceber que não é contrafeita. Não há uma única peça que não seja numerada e só nós é que o praticamos em Portugal.

Vende essencialmente para lojas multimarca, nunca pensou abrir um espaço próprio?
Não, preferia ter um hotel [risos]. É um desejo antigo, gosto muito de arquitetura e de decoração de interiores, mobiliário, tendo um hotel conseguiria ter os funcionários fardados com a minha roupa, usar uma playlist minha no espaço e até poder uma loja com produtos meus. Preciso de investidores para poder avançar, sozinho não irei conseguir fazer.

Ao fim de tantos anos, o que ainda o estimula a criar estação após estação?
Tenho sorte, quando tenho um caderno em branco consigo ter cliques e passar para lá ideias. Tento viajar o mais possível e observar muito os outros, consigo ao fim de 30 segundos com uma pessoa memorizar o que tem vestido, tudo isto são fotografias que se vão acumulando na minha cabeça. Quando começo a pensar numa coleção sou capaz de ir com a minha equipa ao cinema ver um filme ou ouvir uma banda sonora inteira. O meu processo criativo é muito coletivo, mas continua a ser também muito doloroso.

Porquê?
Há muita folha que acaba rasgada no lixo, há muitas ideias que não vão a lado nenhum, mas quando penso num estampado começo logo a pensar nos sapatos, nas malas, nos cintos, nas gravatas, nos lenços, nas joias e nos óculos de sol. Estação após estação consigo sempre inspirar-me em coisas diferentes e ter vários pontos de partida, claro que tenho bases já formatadas. Se há um molde maravilhoso de blazer masculino não vou mexer nele, vou adaptando-o, jogando com cores, tecidos ou texturas.

"Há muitas ideias que não vão a lado nenhum." (Fotografia: Octávio Passos/Observador)

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A moda mudou muito, hoje é mais digital, global e acessível. Como é que o Miguel Vieira, que criou uma marca há mais de 30 anos, se adaptou a tudo isso?
Nós portugueses adaptamo-nos muito facilmente às coisas e somos altamente criativos. Temos uma feira em Milão, chega a roupa toda, mas não chega a mesa para receber os clientes: os americanos pegam no telemóvel, escolhem uma aplicação e resolvem o assunto, nós vamos rapidamente ao caixote do lixo buscar duas paletes e fazemos uma mesa do caraças. Somos bons nisso. Depois não nos podemos esquecer que há muitas profissões dentro desta, um designer de moda tem de saber coser um botão, fazer uma bainha, perceber como se regista uma marca, falar línguas, trabalhar com redes sociais, saber como se faz uma fatura, lidar com os clientes, entender um pouco de fotografia, essa versatilidade é fundamental. Um criador de moda não tem sábados nem domingos.

Como é a sua rotina?
Odeio trabalhar à noite por isso acordo cedo, vivo em Miramar em frente ao mar, adoro acordar e ver o mar, depois venho para o ateliê, em São João da Madeira, é a minha cidade e nunca fiz questão de trabalhar em mais lado nenhum, acho que só não tenho aqui uma rua com o meu nome porque ainda não morri [risos]. Durante o dia percorro as várias fábricas que fazem a minha confeção aqui na zona Norte, estar próximo deles e fazer este acompanhamento é fundamental para mim. No ateliê desenho essencialmente, sinto-me muito confortável porque tenho os tecidos, os desenhos, os arquivos, em casa só tenho talheres e pratos.

Mas gosta de cozinhar?
Aprendi durante a pandemia, aliás, a pandemia foi a melhor fase da minha vida, sei que é estranho dizer isto, mas foram as melhores férias que já tive. Vi séries, cozinhei, finalmente descansei, não senti falta desta correria, deste stress e desta pressão. Foi um período importante para me reorganizar e para perceber uma série de coisas. Durou o tempo ideal, depois regressei com vontade e com saudades, claro.

Os seus clientes mantêm-se os mesmos desde o início?
Não necessariamente. Há uma nova geração que tem uma particularidade ótima em relação às anteriores que é serem os seus próprios stylists e saberem coordenar bem as peças. Faço coisas muito clássicas, algumas um pouco arrojadas que nem todas as lojas procuram, e esta nova geração sabe juntar uma camisa clássica ou um blazer feminino com umas calças de feito treino ou uns ténis, antigamente os meus clientes eram formatados para uma determinada combinação. Apesar de apresentar um look total de homem e mulher não significa que seja opção a correta ou a melhor, irrita-me solenemente quem usa tudo junto. Acho estupidamente aborrecido alguém comprar um look Miguel Vieira da cabeça aos pés, eu não o faria. Fico contente quando faço uma proposta e depois vejo alguém conseguir algo completamente fora da caixa com uma peça minha, é uma possibilidade super válida.

"Lamento que um ciclista ganhe uma medalha de prata, chegue a Portugal e seja recebido pelo Presidente da República. Eu não vou ganhar dinheiro numa fashion week, estou representar o meu país e a mostrar ao mundo que se faz moda em Portugal para que as grandes casas de moda e as grandes marcas venham a Portugal fabricar milhões."

Que coleção vamos poder ver no sábado no Mercado do Bolhão à boleia Portugal Fashion?
É uma coleção inspirada num jardim imaginário porque adoro plantas, em março regressei ao preto, aqui há cor que nunca mais acaba, há flores e estampados e materiais sustentáveis, como algodões ou lãs virgens para verão.

Portugal continuar a não valorizar estas opções de confeção e a moda de autor no geral?
Não me posso queixar porque já ganhei tudo o que havia para ganhar a nível de prémios, só fico triste quando um português ao fim de 30 anos consegue chegar a uma semana de moda italiana, e ser o único estrangeiro a apresentar coleções ali, as instâncias governamentais não valorizarem, não haver ninguém que direcione uma carta ou um telefonema a felicitar esse feito. Tenho todo o respeito por ciclistas, mas lamento que um ciclista ganhe uma medalha de prata, chegue a Portugal e seja recebido pelo Presidente da República. Eu não vou ganhar dinheiro numa fashion week, estou representar o meu país e a mostrar ao mundo que se faz moda em Portugal para que as grandes casas de moda e as grandes marcas venham a Portugal fabricar milhões. Lamento que presidentes, ministros e secretários de Estado não façam uma chamada telefónica de agradecimento, mas não preciso disso para continuar a fazer o que tenho a fazer. Chegar à semana de moda de Itália foi uma das minhas maiores conquistas e podia perfeitamente ter morrido na praia, remei muito contra a maré.

Em junho não esteve presente na semana de moda em Milão, evento promovido pelo Portugal Fashion, cuja atual edição poderá ser a última. Como recebeu a notícia?
Com muita tristeza. Até à última hora pensei que fosse possível arranjar uma solução, mas não dependia única e exclusivamente da organização. Tenho pena que se gastem milhões de euros em tanta coisa e depois não se gastem meia dúzia de tostões num evento destes. Claro que para o público é muito dinheiro. 50 ou 100 mil euros para fazer um desfile? Claro que é muito dinheiro, mas um evento como o Portugal Fashion dá um retorno enorme na indústria têxtil e do calçado. Sinceramente, não acredito que esteja tudo em causa, espero mesmo que o Governo português acorde, tenha bom senso e perceba toda esta situação. Gostava mesmo que o nosso país tivesse uma tradição de moda.

"Espero que as pessoas sintam que sou um gajo porreiro e acessível, acima de tudo." (Fotografia: Octávio Passos/Observador)

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Nunca pensou em desistir?
Só há 20 anos, quando fiquei doente com cancro e me deram uma semana de vida, não sabia se era verdade ou mentira, mas isso nunca mais me saiu da cabeça. Fiz um rewind da minha vida toda e pensei que se conseguisse ultrapassar a doença continuaria a trabalhar em moda, vale sempre a pena fazermos aquilo que gostamos.

Além de abrir um hotel, o que ainda lhe falta fazer?
Uma linha de cosmética, make up para homem e mulher, perfumes e vernizes. Tenho de encontrar os parceiros certos para poder avançar.

Que imagem é que acha que as pessoas têm de si?
Espero que as pessoas sintam que sou um gajo porreiro e acessível, acima de tudo.

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