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Pontos mais turísticos de Doha estão cada vez mais cheios para um Mundial onde é possível pela primeira vez assistir a quatro jogos no mesmo dia
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Pontos mais turísticos de Doha estão cada vez mais cheios para um Mundial onde é possível pela primeira vez assistir a quatro jogos no mesmo dia

Pontos mais turísticos de Doha estão cada vez mais cheios para um Mundial onde é possível pela primeira vez assistir a quatro jogos no mesmo dia

O Mundial mais a sério no meio do faz de conta: o filme de uma década até o Qatar se tornar a Disneyland do futebol por 29 dias

Nem tudo o que se critica é sempre assim mas há elogios a coisas artificiais: como o Qatar se preparou para receber o Mundial e continua a ter vitórias numa diplomacia que deixa Kissinger nostálgico.

Enviado especial do Observador em Doha, no Qatar

“Será que devo recordar os candidatos?”, dizia Sepp Blatter enquanto se ouvia o barulho a abrir o envelope que todos sabiam ter apenas cinco letras e um burburinho ao fundo da sala. “Austrália…”, atirou com um movimento de sobrolho quase como se tivesse dúvidas sobre o que estava a dizer. “Japão, Coreia do Sul, Qatar, EUA…”, continuou enquanto entretanto já tinha o papel ligeiramente de fora mas virado para si, como se fosse o primeiro a saber aquilo que todos sabiam. “O vencedor da organização do Mundial da FIFA em 2022 é… Qatar”, revelou enquanto olhava para o lado da sala onde estava a família real do país e todos os membros ligados à candidatura que viram premiados os múltiplos esforços para arriscar o impossível. Que, afinal, era apenas complicado. Ou, como se percebe mais de uma década depois, uma questão de tempo.

Hamad bin Khalifa al Thani, na altura emir do Qatar, foi o primeiro a subir ao palco. Abraçou e beijou Sepp Blatter visivelmente emocionado, recebeu a taça de campeão do mundo, olhou para a plateia e pediu mais aplausos (ou mais audíveis) perante as palmas de circunstância. O som aumentou ligeiramente, numa sala tão grande ficou aquém do que podia ser. Logo aí, há 12 anos, este era um Mundial que reunia tudo menos consensos – fosse no plano desportivo, económico ou social. Mais de uma década depois, na antecâmara do pontapé de saída, a unanimidade parece um fenómeno cada vez mais longínquo. Assim continuará a ser. Muito provavelmente, assim será ainda mais após a realização da prova. A única dúvida é mesmo perceber até que ponto a competição consegue ser um paliativo para algo que tão cedo não irá sarar.

O Estádio Al Bayt, uma das melhores homenagens às tradições locais através do seu desenho e construção, vai servir de palco para um pontapé de saída entre Qatar e Equador que esteve para não ser até que a FIFA lá conseguiu convencer tudo e todos de que não fazia sentido o país organizador não estar na partida inaugural do primeiro Mundial realizado num país árabe regido pela sharia (lei islâmica) que até o tempo parece estar a controlar – e para quem descrevia Doha como a cidade com duas estações que eram o verão e o inferno, o que encontrou este sábado foi um arrefecer quase europeu quando o sol começou a desaparecer.

A Amnistia Internacional falou em “branqueamento” através do futebol, o El País referia com ironia de que se tratava de uma campanha de Relações Públicas cara, alguns portugueses que vivem ou viveram no Qatar apontam para um Mundial concentrado em Doha e arredores em forma de Disneylândia onde tudo o que pode ser bom é ainda melhor desviando os olhares de tudo o que é mau e pode ser ainda pior. Desde 2010, desde aquele momento em que Blatter entregou a taça ao emir, que o Qatar teve noção de que seria assim. Perante isso, aceitou que seria alvo de críticas com a esperança de que as mesmas passassem e tentou preparar-se para fazer o melhor espectáculo possível para reduzir as fronteiras entre Ocidente e Médio Oriente e mostrar uma cultura na sua ótica interpretada de forma errática e estereotipada. Para isso, colocou pessoas especializadas nos Mundiais do Brasil e Rússia com uma grande conclusão: a maior prova de seleções não é apenas futebol. E foi isso que marcou a última década de discussão em torno do tema.

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Hamad bin Khalifa al Thani, então emir do Qatar, a receber das mãos de Joseph Blatter a taça de campeão mundial em 2010

FIFA via Getty Images

O tempo foi trazendo ao de cima uma série de dados que compilados dariam uma novela chamada “Como fazer com que se goste da outra face da moeda”. Alguns exemplos práticos: uma reunião nove dias antes da decisão entre o então presidente francês Nicolas Sarkozy, o líder da FIFA Sepp Blatter, o número 1 da UEFA Michel Platini e o emir do Qatar Hamad bin Khalifa al Thani (descrita pelo El Mundo como perversa mas no âmbito do que se chama diplomacia) onde o resgate do PSG esteve também em cima da mesa; a demissão de Michael Garcia, que tinha ficando incumbido de verificar se tinha existido algo incorreto na atribuição do Mundial mas viu todas as provas desvalorizadas pelo Comité de Ética da FIFA; ou o acordo milionário feito pela Al Jazeera para a compra dos direitos televisivos (com a promessa de que valores iguais chegariam de seguida se o Mundial fosse no país do Médio Oriente). “O Qatar é um pequeno estado de grandes políticas”, escreveu o professor universitário Mehran Kamrava. Porquê? Mais do que pagar e pagar por tudo o que quer (e tinha fundos para isso), sabe há muito que a arma é ter capacidade de influência.

O FBI pode ter entrado pelo Congresso da FIFA em 2015, naquele que se tornou o fim de Blatter no órgão e o arranque de uma série de investigações por alegada corrupção. “As intrigas da entrega daquele Mundial deixaram-me nostálgico”, assumiu Henry Kissinger, numa frase que ficou também como uma das mais simbólicas em torno da problemática. Contas feitas, e são fáceis de fazer, o Mundial do Qatar, que custou 17 vezes mais do que o da Rússia apesar de ter passado de 12 para oito estádios tutelados por um Comité Superior de Projetos, Património e Legado, vai arrancar este domingo com um custo total de 225 mil milhões de euros mas já garantiu 95% dos revenues que estavam previstos (e vai passar essa barreira).

"O Qatar é um pequeno estado de grandes políticas", escreveu o professor universitário Mehran Kamrava. Porquê? Mais do que pagar e pagar por tudo o que quer (e tinha fundos para isso), sabe há muito que a principal arma é ter capacidade de influência.

Qatar, o legado para o futuro e um ecossistema de tolerância artificial

Se a televisão tem o poder da imagem, a rádio faz a diferença pelo som e as palavras podem ser também uma arma para a imprensa, há um aspeto do Qatar que coloca todos os meios ao mesmo nível: não há como ter mais impacto quando aquilo que mais sobressai numa situação é o cheiro. O país, que se desenvolveu a anos luz com pormenores impensáveis como ter mais de 20 perfuradoras ao mesmo tempo num local ainda assim tão pequeno como Doha a trabalhar ao mesmo tempo para acelerar a construção do metro, conseguiu atingir um desenvolvimento tal que só mesmo nas horas de oração há um período de trégua dos barulhos das gruas e máquinas. Cresce, cresce e cresce ainda mais a nível de infraestruturas, umas que ficaram por terminar por não serem necessárias para já (como aconteceu com as casas de alojamento FIFA) e outras que acabaram mas lá dentro estão vazias porque só houve tempo para ficar bonito sem conhecer sentido prático.

Por vezes, os GPS não reconhecem determinado sítio porque o mesmo foi literalmente feito da noite para o dia. Por vezes, os taxistas e motoristas de Uber perdem-se enquanto explicam que na semana anterior nada daquilo era assim. No entanto, não há nada como os cheiros no Qatar. É quase um traço de identidade do país, tudo tem de ter o seu cheiro, seja ele qual for. Nas lojas, nos centros comerciais, nos transportes, na comida que se confunde em alguns casos com a especiaria com que é feita. E também é fácil “cheirar” a forma de fazer as coisas que possibilita ao Qatar ter hoje a organização do Mundial. Um exemplo prático: quem chegar a Doha pela Qatar Airlines já sabe que vai encontrar um filme de Gianni Infantino, presidente da FIFA, a explicar todo o seu percurso até à parceria com o país por esta fase final, outro filme com David Beckham a mostrar o melhor do Qatar e mais uns quantos espaços de promoção do Mundial na viagem.

Dinheiro não falta no Qatar. Não falta nem faltará, ou não estivéssemos a falar de um país onde a Qatar Investment Autorithy gere cerca de 450 mil milhões de euros para depois investir em vários atividades e setores da Europa e onde o petróleo e o gás têm reservas que durarão pelo menos mais 200 anos – e nem o embargo de Arábia Saudita, EAU, Bahrein e Egito, que acusavam o país de apoiar islamitas radicais, serviu para mexer com esse traço. O que faltava? Por exemplo, leite. E foram compradas mais de 4.000 vacas.

Por vezes, os GPS não reconhecem determinado sítio porque o mesmo foi literalmente feito da noite para o dia. Por vezes, os taxistas e motoristas de Uber perdem-se enquanto explicam que na semana anterior nada daquilo era assim. Tudo estava planeado, muito o Mundial acelerou e algumas coisas acabaram agora de ser construídas mas não estão a ser usadas.

Também aí, o Qatar é um país de contrastes. Num total de 2,7 milhões de habitantes estimados nesta fase, 80% estão concentrados em Doha mas só 15% têm nacionalidade qatari. É neles, de forma esmagadora, que reverte um dos rendimentos per capita mais altos do mundo, com educação e saúde pagas numa opção que mantém também o país “controlado” a nível social. Este é o país onde as mulheres continuam a precisar de autorizações para casar ou ter determinados trabalhos mas é também o país que, recebendo o Mundial, coloca mulheres a chefiar vários departamentos (e isso tem sido comprovado pelo Observador em Doha). É o país que condena com pena de cadeia relações homossexuais, procurando ter um efeito dissuasor com o corte de todas as ligações quando encontra um caso mas, de acordo com algumas reportagens feitas por meios internacionais, sabe que tem homossexuais a trabalhar no Departamento de Segurança e Prevenção. É o país que considera o sexo fora do matrimónio um delito mas que “permitiu” quase um fechar de olhos ao caso de uma professora não casada que engravidou, andou disfarçada, casou na Geórgia e voltou sem represálias.

A abolição do kafala, que obrigava a que cada trabalhador que entrasse no país só pudesse sair mediante a autorização do seu “patrocinador” na chegada, foi um avanço, como destacam os locais. As próprias regras tiveram uma certa flexibilização neste período, embora pontos como a permissão de venda de álcool nos estádios durante os jogos tenham merecido novas discussões com a FIFA e um posterior veto. É o discurso do “são todos bem-vindos para a festa mas sem esquecer que a festa tem regras”, sendo que essas regras são conhecidas por todos. Foi durante a preparação do Mundial que passou a haver um salário mínimo, que o limite máximo de horas de trabalho baixou para dez, que entre 1 de junho e 15 de setembro (o tal período em que não é verão mas sim inferno) não pode haver trabalho no exterior entre as 10h e as 15h30 e que 280.000 trabalhadores tiveram a oportunidade de trocar a empresa à qual estavam vinculados.

Pode ser este um legado para o futuro? Essa é a principal dúvida. A nível económico, tudo o que se gastar é ainda pouco perante o que se tem. No plano desportivo, não haverá qualquer recinto que se transforme num elefante branco tendo em conta que todos têm já projetos para depois da competição inseridos na própria comunidade (o Lusail é o centro de uma nova cidade, o Cidade da Educação reforça a Aspire Zone de todas as universidades e centros de pesquisa, o 974 é desmontado e ruma a outro país). Na parte social entronca a grande questão ainda por desmontar: será este um ecossistema de tolerância meramente artificial?

A isso juntou-se a questão dos direitos humanos tendo como símbolo a figura do trabalhador migrante que chega ao país em busca de melhores condições e vai para a construção. O maior confronto de números tem aqui a sua raiz, com o The Guardian a falar numa investigação na morte de 6.500 migrantes que perderam a vida desde 2010 por causa do Mundial, a Amnistia Internacional a apontar para valores que são quase o dobro e os responsáveis do Qatar a assumirem apenas 37, sendo que três resultaram de acidentes. Como foram explicando ao Observador, nenhum dos números estará mesmo certo – uns quiseram juntar todas mortes por qualquer causa, outros quiseram omitir mais mortes por não apurarem devidamente a causa. Oficialmente, mais de 30 milhões de pessoas estiveram envolvidas neste boom do Qatar ao longo de 425 milhões de horas de trabalho em dezenas de locais diferentes. Na sombra ficaram as condições precárias.

Número de mortos na construção de infraestruturas apresentados por The Guardian, Amnistia Internacional e Qatar são diametralmente opostos mas há realidades difíceis de esconder

Três casos reais que foram contados pelos jornais ingleses ao longo dos últimos meses: Ghal Singh Rai, do Nepal, pagou o equivalente a 1.000 libras (cerca de 1.150 euros) para poder ser um dos escolhidos numa vaga de contratação, não aguentou depois toda a pressão e terá cometido suicídio; Mohammad Shahid Miah, do Bangladesh, perdeu a vida eletrocutado no local onde vivia; Madhu Bollapally, da Índia, não tinha qualquer problema de saúde mas surgiu na autópsia como tendo morrido de causas naturais aos 43 anos. Países como Índia, Bangladesh, Nepal, Sri Lanka ou Paquistão apresentam problemas de registos que depois fazem com que não “existam” nas tentativas de cruzamento com vítimas. Outros como Filipinas e Quénia multiplicam histórias de pessoas que deixam as famílias em busca de lhes dar sustento mas não tardam a não ter nem para eles próprios. Mais recentemente, o The Guardian levantou também cinco casos de mulheres do Quénia que se queixaram de assédio sexual nos hotéis onde trabalhavam mas não tiveram qualquer proteção. Os problemas existiram e existem, sendo que nesta altura deixaram apenas de estar debaixo dos holofotes.

Como seduzir influencers e Youtubers: a diplomacia adaptada ao século XXI?

Podem ter vindo da Índia, do Bangladesh ou do Quénia, mas os motoristas com que nos vamos também cruzando por estes dias (a facilidade com que se chama carros a um preço relativamente barato para o resto da realidade noutros aspetos é quase como a dos portugueses naquele hábito de ir beber um café) só pensam no Mundial. No futebol. Na festa. Argentina e Portugal são sempre as seleções mais escolhidas num duelo que acaba sempre a falar de Messi e Ronaldo, ser do país do (ainda) jogador do Manchester United é quase um passe gratuito para fazer sentir como um emir naquele lapso de cinco ou dez minutos. Com um deles, Robiul, a questão dos migrantes em condições mais complicadas ainda chegou a ser tema por ser amigo de alguns. “Sim, é difícil. Mas não é para todos nós? Agora temos o futebol”, atirou. “O único problema é como se consegue ver os jogos mas alguém vai encontrar uma TV para nos juntar a todos”, acrescentou.

Com os bilhetes mais caros, acima do valor na Rússia em 2018, são milhares e milhares os adeptos que vão começando a chegar ao Qatar e a encher as principais artérias turísticas (além do Fan Festival, com lotação para 40.000 mas que ainda com metade das equipas fora do Qatar já enchia para ver os concertos de alguns dos maiores DJ ou artistas de reggaetón). Os EUA lideram essa contabilidade a nível de ingressos vendidos, seguidos pelas habituais Inglaterra, México e Argentina. Até as questões com o álcool têm sobretudo um problema chamado preço, sendo que quem vem para o Qatar seguir um Mundial, com viagem e estadia, não sente assim tanto o impacto. De resto, há pubs e espaços de música em zonas mais turísticas.

México faz a estreia no Mundial esta terça-feira mas adeptos já estão em massa na cidade de Doha

Também aqui, a organização da prova teve o seu “truque” – a envolver dinheiro, sim, mas de forma lícita que coloca o ónus da aceitação ou não do outro. Mais recentemente vieram a público várias notícias de adeptos britânicos que tinham sido pagos, com viagem, estadia, bilhetes e uma diária, para aproveitarem a festa promovendo o melhor que a mesma tem nas redes sociais e sendo quase uma espécie de “espiões” para os comentários negativos que fossem aparecendo. Antes, alguns meios foram também convidados para irem conhecendo o país, os melhores pontos de visita e as tradições mas, como aconteceu por exemplo com os brasileiros do UOL, tiveram de assinar antes um contrato onde se comprometiam a não dizer mal daquilo que são os costumes e as regras do Qatar. O mesmo acontecera já antes com alguns dos principais influencers das redes sociais ou canais com mais seguidores no Youtube. Tudo planeado antes.

É quase uma diplomacia versão século XXI de um país que nos últimos 12 anos tentou construir um projeto desportivo com as melhores condições a nível de infraestruturas e tecnologia para tornar a equipa de futebol o mais competitiva possível para esta competição. A tradição na modalidade não é muita, com a primeira liga nacional a surgir em 1963 (antes houve versões experimentais, com a maioria das equipas radicadas em Doha e arredores e uma em Durkhan) e a seleção a aparecer em 1970, sendo que aquilo que se tornou hoje quase um “ópio” do povo, as transmissões televisivas, surgiram apenas mais tarde. Ainda assim, e tendo em conta também a esmagadora percentagem de migrantes no país, chegou para ficar e agora mais.

FIFA acedeu a inverter o que já estava programado e não permitir venda de álcool nos estádios, algo que também fragiliza (ainda mais) o órgão em qualquer tipo de intervenção contra essas manifestações a favor dos direitos humanos de seleções, jogadores e/ou adeptos.

Há toda uma vertente desportiva que começa a entusiasmar os adeptos. Conseguirão Brasil e Argentina ser de novo campeões do mundo? Continuarão as seleções europeias como França, Espanha, Alemanha ou Portugal entre possíveis surpresas levar a melhor? Durante um mês, até 18 de dezembro, é isso que estará em discussão. Depois, e no meio dessa corrida, deverão ser alguns os episódios de protesto de equipas, jogadores e/ou adeptos nas bancadas em relação aos direitos humanos, sendo que a forma como a FIFA acedeu a inverter o que já estava programado e não permitir venda de álcool nos estádios fragiliza qualquer tipo de intervenção contra essas manifestações. Este é o Mundial que é mais do que um Mundial. E o caminho até aqui desde que Sepp Blatter abriu o envelope com o nome Qatar em 2010 ajuda também a perceber o porquê de a Primavera Árabe ter passado ao lado do país, entre alianças com os EUA em torno da segurança ou acordos com o Irão a propósito do gás. Tudo se conseguiu. E tudo foi pensado para isso.

Voltando a um dos pontos iniciais, e deixando de parte o facto de muitos adeptos terem de estar alojados em zonas que não são próximas do centro de Doha (porque não havia nem espaço nos hotéis nem carteira para isso), o Qatar vai ser uma Disneyland do futebol durante 29 dias. No meio do faz de conta, nunca um Mundial deu a oportunidade para ver ao vivo dois, três ou mesmo quatro jogos no mesmo dia, nunca um Mundial teve tanto foco na sustentabilidade do projeto para a década que se segue. Ah, e nunca um Mundial foi tão a sério, no sentido em que o facto de decorrer entre novembro e dezembro faz com que os jogadores não cheguem exaustos de uma longa temporada – além dos desafios extra que a pandemia trouxe porque, salvo raras exceções, as seleções jogaram pouco ou nada com conjuntos de fora do seu continente.

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