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Os protetores solares ganham protagonismo no verão, mas os especialistas recomendam o uso todo o ano e todos os dias, nas zonas do corpo que vão estar expostas ao sol.
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Os protetores solares ganham protagonismo no verão, mas os especialistas recomendam o uso todo o ano e todos os dias, nas zonas do corpo que vão estar expostas ao sol.

Os protetores solares ganham protagonismo no verão, mas os especialistas recomendam o uso todo o ano e todos os dias, nas zonas do corpo que vão estar expostas ao sol.

O tipo de pele, a textura do creme ou os cuidados com as crianças: 15 perguntas e respostas sobre protetores solares

Como escolher um protetor solar? E como o usar? Escolha um fator alto, aplique todos os dias e todo o ano. Mas saiba que uma camada não chega e não se esqueça dos lábios e das orelhas.

O verão está à porta, mas se acha que o protetor solar é um produto típico desta altura do ano, desengane-se. Há já vários anos que especialistas alertam para a necessidade de utilizar protetor solar todos os dias e todo o ano, não apenas quando se vai à praia ou está em busca de um tom de pele mais bronzeado.

Contudo, continua a haver dúvidas que dificultam os hábitos e as escolhas, perante tanta informação e ainda mais oferta no mercado. Por isso reunimos algumas questões básicas com que nos deparamos no dia a dia e procuramos respondê-las com a ajuda de profissionais do meio.

Seja com creme, leite, spray ou óleo, a regra número um é aplicar protetor solar. Importa alertar que os efeitos do sol são cumulativos (os efeitos da exposição deste ano irão somar-se aos anos que estão para trás e aos que virão pela frente), por isso todos os anos a proteção é importante para que numa idade mais avançada não haja surpresas desagradáveis.

Não podemos, no entanto, esquecer outros truques ou bons hábitos de proteção como os chapéus ou as roupas leves. Depois da exposição ao sol há ainda os cuidados de hidratação, mas deixemos esses para um futuro artigo.

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Perante avanços tecnológicos, problemas de saúde, rituais de cuidados diários ou princípios de sustentabilidade deixamos algumas pistas para escolher o próximo protetor solar, com ajuda dos especialistas.

Como e quando devemos aplicar protetor solar?

Devemos usar protetor solar o ano todo e não apenas na época de verão. Na praia e na piscina pode colocar-se mais porque causa do suor e da água. No dia a dia o protetor deve ser colocado logo de manhã em massagem, para que penetre na pele, e devem ser aplicadas duas ou três camadas. As zonas do corpo a ter em atenção são as que vão estar expostas ao sol, ou seja, normalmente, pescoço, decote, braços e pernas. Se em alguma zona a pele ficar vermelha deve-se aplicar uma nova camada de protetor.

O médico António Massa, presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) e profissional na área há, pelo menos, quatro décadas, explica que para conseguirmos a proteção total de um protetor com um fator 50+ é necessário ter 2ml por centímetro quadrado de pele, o que equivale a pôr duas ou três camadas para conseguir o efeito.

“Check your birthday suit on your birthday” é um lema que a Academia Americana de Dermatologia lançou há uns anos e convidava as pessoas a olharem para a sua pele (o “fato” com que nasceram) no dia do seu aniversário para compararem a evolução de ano a ano. Parece um exercício simples, mas pode ser um verdadeiro desafio.

Óleo capilar, Nuxe, 18,90 euros. Creme Rosto, Avène, 19,85 euros. Protetor de Corpo, Solare na Wells, 10,19 euros. Creme protetor, Garnier Ambre Solaire. Protetor para crianças, Acorelle, 22,50 euros.

Os lábios precisam de proteção contra o sol? E a cabeça de um homem sem cabelo?

Sim. Nos lábios deve ser usado um batom protetor. Esta zona é muitas vezes descuidada, tal como as orelhas e o nariz. Todos precisam de atenção especial, por serem zonas muito sensíveis. Como já vimos, todas as partes do corpo expostas ao sol devem ser protegidas diariamente e “a careca” não é exceção. Mesmo sob a utilização de um chapéu, a pele deve ter protetor solar. Não há um tipo de produto específico, mas recomenda-se que seja de fácil aplicação e resistente ao suor.

Qual a diferença entre os protetores de rosto e os protetores de corpo?

No que diz respeito à proteção não há diferenças. Contudo, da mesma forma que há cremes hidratantes para o corpo e cremes para o rosto, quem quiser, pode apostar num protetor solar especificamente para a pele da cara. Estes produtos respondem, de forma mais focada, às necessidades desta parte do corpo.

Porque no universo da cosmética a investigação não pára, a tecnologia une-se à curiosidade e as novidades sucedem-se. Mesmo sem mergulhar de cabeça nas infindáveis possibilidades que a ciência nos oferece na proteção solar, procurámos o ponto de vista de quem trabalha com uma marca de farmácia, como a Avène, e Ana Raquel Santos, Training Manager da Eau Thermale Avène exemplifica: “Um protetor solar para uma pele oleosa e de tendência acneica contém, geralmente, um conjunto de ingredientes que controlam o excesso de produção de sebo e uma textura de acabamento mate”. Por seu lado, os protetores solares de corpo, de uma forma geral, contêm fórmulas mais hidratantes e nutritivas que proporcionam mais conforto à pele durante a exposição solar explica.

Óleo capilar, Klorane, 16,30 euros. Protetor stick, Mádara, 15,96 euros. Bruma de corpo, Mesoestetic, 45,44 euros. batom protetor, Babé, 5,10 euros. Protetor de rosto e corpo, Collistar, 37,75 euros.

Quais as vantagens dos protetores solares biológicos?

A primeira grande vantagem será a ausência de substâncias químicas. Cátia Curica, fundadora da Organii, defende que estes produtos são mais seguros, têm uma proteção imediata e, simultaneamente, hidratam a pele. Por exemplo, os produtos “à base de aloé vera, óleo de argão, jojoba e calêndula, são ideais para nutrir até a pele sensível dos mais pequenos”. Os ingredientes de origem vegetal também são ricos em antioxidantes. Acrescenta que estes protetores estão sujeitos aos mesmos testes universais que todos os produtos da União Europeia. O certificado biológico é dado por uma associação independente e os produtos devem conter na sua formulação partículas minerais e/ou extratos vegetais.

Não existem substâncias químicas que reajam com a radiação solar permitidas pelas associações que certificam a cosmética biológica. Apenas substâncias naturais que reagem com os raios solares para os neutralizarem, nomeadamente o óleo de laranja.  “Ou então a proteção é fornecida pelos protetores solares físicos que contêm barreiras UVA e UVB feitas por minerais como o dióxido de titânio, nunca na forma de nano partículas. São de segurança máxima e extremamente eficazes” e, garante, estes produtos podem ser usados em bebés, idosos, pessoas com doenças de pele, imunodeprimidos ou até pessoas com doenças cancerosas.

Na praia, quais os principais cuidados a ter?

Em primeiro lugar é importante escolher as horas a que se vai estar na praia. “Devemos estar expostos ao sol até às 10h00 e depois a partir das 16h00, 17h00 ou até das 18h00. Quase diria que entre as 11h00 e as 15h00 deveria ser proibido estar na praia” diz António Massa. E mesmo com chapéus de sol, toldos, tendas ou abrigos é melhor não ter ilusões, o sol apanha-nos à mesma, seja através destas proteções ou por reflexão. Por isso o médico acrescenta que “se estiver numa zona com cimento ou granito ou tijoleira clara a reflexão pode chegar a 85%, já na praia, entre areia molhada e areia húmida, deve-se estar perto da areia molhada porque o grau de reflexão é menor do que na areia seca”.

Quando estamos na praia, quantas vezes por dia devemos pôr protetor solar?

Há protetores solares que resistem melhor à água e à transpiração. Contudo, se a isto juntarmos ainda o contacto com a toalha de praia ou com o local onde se está instalado, a verdade é que o protetor não é resistente a toda esta atividade. Por isso, deve ser reaplicado com alguma frequência. A médica Helena Toda Brito recomenda uma aplicação de protetor a cada duas horas ou sempre que mergulhar. Durante um dia de exposição solar que não seja de praia o médico António Massa recomenda que se apliquem duas camadas três vezes (por exemplo: às 8h00, às 12h00 e às 16h00).

Protetor stick, Mustela, 11,51 euros. Protetor anti-idade, Eucerin, 21,55 euros. Protetor stick, Vichy, 13,39 euros. Protetor de rosto, Ringana, 30 euros. Protetor rosto e corpo, Kiehl's, 29 euros.

O uso de protetor solar impede-nos de receber vitamina D?

Não. O presidente da SPDV afirma que quando se apanha sol, apanha-se no corpo todo e que o excesso de protetor solar não causa nenhum problema e lembra: “A vitamina D é boa na nossa pele, sempre que possível (pelo menos ao fim de semana) durante quase todo o ano. O sol faz parte da vida, é necessário, sem sol não há vida”.

Como devemos escolher a melhor proteção solar para o nosso tipo de pele?

Embora o objetivo número um seja proteger a pele e o mais simples produto cumprirá a função, desde que tenha um fator elevado, pode-se tentar escolher o protetor que melhor se adapta às necessidades e hábitos de cada pessoa de forma a potenciar o efeito protetor.

Ana Raquel Santos define três critérios a ter em conta que nos podem ajudar na altura de escolher um protetor: o fotótipo, a natureza da pele e o espetro de radiação. Quanto ao primeiro, as peles muito claras precisam de uma proteção mais forte do que as peles mais morenas. Quanto ao segundo, a textura do produto deve responder às necessidades da pele e aprofundamos na pergunta seguinte. Por último defende que devemos ter em conta a capacidade de proteção no que diz respeito ao espetro de radiação e, por isso, devemos optar por produtos que garantam uma proteção solar de ultra amplo espetro UVB-UVA-Luz Visível.

Neste âmbito apresentou também o tema da inovação deste ano da Avène: a luz azul. Explica que faz parte do espetro de radiação visível emitida pelo sol e que “essa faixa estreita de luz azul está muito próxima dos raios UVA, por isso os seus fotões contêm muita energia, daí designar-se luz visível de alta energia (HEV, high energy visible light)“. A sua capacidade de penetração na pele é bastante elevada, chegando a atravessar as camadas superficiais atingindo estruturas celulares da hipoderme, o que leva à formação dos temidos radicais livres e também de manchas na pele.

Protetor peles sensíveis, Martiderm, 25,65 euros. Protetor água, Lancaster, 41,50 euros. Para pele oleosa, Ducray, 15,90 euros. Para rosto, Apivita, 15,60 euros. Para rosto, Caudalie, 20,50 euros.

Diferentes tipos de pele têm diferentes necessidades?

Sim. Embora um protetor solar em creme, spray ou outro suporte seja facilmente aplicado na pele, há que pensar em escolher um produto que seja agradável e confortável, tanto na aplicação como durante o dia, para que facilite a sua utilização como um hábito. A Training Manager da Eau Thermale Avène explica dando como exemplo que “texturas em creme mais aveludadas proporcionam maior conforto a uma pele seca, pelo contrário, texturas fluidas, ligeiras e frescas ‘combinam’ melhor com pele mista”. E chama também a atenção para casos de necessidades mais específicas da pele, como por exemplo acne, rosácea ou atopia, às quais o protetor solar deve responder.  Entre a grande variedade de protetores solares que há hoje no mercado é possível encontrar produtos para diferentes tipos de pele, com ou sem aromas e até com cor, de forma a dar à pele um acabamento com uma textura mais uniforme e luminosa.

Como se escolhe o fator de proteção?

Primeiro, existem seis tipos de fotótipos: o 1 é a pessoa com pele muito clara e o 6 é a pessoa com pele muito escura, que têm mais resistência à exposição solar. Segundo, a sigla SPF, que aparece em todos os protetores solares, significa “Solar Protection Factor”, ou seja “Fator de Proteção Solar, FPS” e quanto mais elevado o factor, maior a proteção. Um SPF 30 já dá uma proteção acima dos 90% e um SPF 50 estará já próxima dos 100%.

“Adicionalmente, é importante verificar que o protetor solar seja de largo espectro, protegendo também contra a radiação UVA”, explica a médica Helena Toda Brito, dermatologista consultora da Garnier, e acrescenta que uma vez que a maioria das pessoas não aplica protetor solar na quantidade desejável, o melhor será optar por um fator de proteção elevado. A especialista partilha o ponto de vista de uma marca de grande divulgação e expressão comercial, e esclarece também sobre a tecnologia Netlock, a novidade da marca para este verão, que “prende os óleos e os filtros solares em microcristais para formar uma rede forte e flexível na superfície da pele”, formando, portanto, uma “película protetora fina, lisa e uniforme”.

No que toca à proteção, é importante referir que, conforme a própria pele ganha melanina vai ficando mais pigmentada, e defende-nos mais. Um bom exemplo disto é a experiência que o médico António Massa partilha com o Observador: “Há um trabalho desenvolvido por alemães, que consistiu em levar pessoas de Berlim, que trabalhavam em ambiente de escritório e que trabalhavam ao ar livre, para a zona do Mar Morto. Verificaram que as pessoas que trabalhavam em escritório desenvolviam mais lesões do que as pessoas que trabalhavam ao ar livre. Porque já tinham a pele mais defendida.”

Há diferenças entre a proteção solar de crianças e de adultos?

Sim, deve haver. A pele das crianças é mais fina e, por isso, precisa de mais cuidados de proteção. António Massa afirma que “quando a pele está mais indefesa é nas crianças pequenas ou nas pessoas mais velhas” e recomenda: “apanhar sol só a partir dos 6 meses e é conveniente não apanhar o sol direto mas por reflexão estando dentro de casa ou debaixo de um guarda-sol muito largo” e  sempre respeitando as horas de exposição ao sol. No que toca às diferenças que possa haver nos protetores solares, a proteção é a mesma, mas a médica Helena Toda Brito explica que os produtos para crianças são “tipicamente hipoalergénicos e mais resistentes à água e remoção acidental pelo atrito”.

Protetor anti-envelhecimento, Lierac, 29,90 euros. Stick para zonas sensíveis, Sisley, 91,50 euros. Protetor gel Isdin, 24,60 euros. Spray sensitive, Nivea, 20,99 euros. Spray, A-Derma, 22,92 euros.

É verdade que o sol pode causar manchas na pele?

O sol pode provocar lesões e, depois, agravá-las. Com a proteção solar as manchas têm regressão e o próprio organismo tratará de as fazer desaparecer, contudo se estiverem num estado avançado serão necessários outros produtos e cuidados. António Massa refere as queratoses actínicas ou solares como um tipo de manchas com relação direta com o  sol. Mas também afirma que o sol agrava, em especial, o aparecimento do melasma (que são manchas escuras que aparecem na cara, com muita frequência nas grávidas) e aproveita para aconselhar um reforço da proteção solar durante a gravidez.

Quais as diferenças entre óleos e cremes protetores?

A diferença está na textura. Uma vez que a proteção é a mesma, a escolha deverá ser uma questão pessoal. “A diferença está na formulação e cosmeticidade. Desde que corretamente aplicados (em camada espessa e uniforme, sem áreas por cobrir e reaplicados frequentemente), ambos protegem da mesma forma, de acordo com o grau de proteção indicado no rótulo do produto”, explica a médica Helena Toda Brito. A estes dois tipos de produto, acrescenta ainda o stick e o gel e refere que, habitualmente, os óleos são preferidos para aplicação em zonas do corpo com pelos e no cabelo e couro cabeludo.

Os protetores solares podem passar de um verão para o seguinte ou estragam-se?

“O protetor solar deve ser gasto em três ou quatro meses, mesmo a embalagem maior que existe no mercado”, explica o médico António Massa não deixando dúvidas quanto à importância de usar com frequência este produto. Conta ainda que a Austrália é o país do mundo com mais cancro de pele — realidade que associa ao facto de ter sido colonizada por escoceses, pessoas de pele clara. Há alguns anos visitou a cidade de  Cairns, a zona com mais cancro de pele do mundo, e nas visitas que gosta de fazer aos supermercados dos locais que visita para ver a oferta de produtos locais, registou que as embalagens de protetor solar são de 400 ml ou mesmo de um litro.

Quando é que os escaldões ou os sinais são preocupantes?

Quanto ao escaldão, trata-se de uma queimadura, por isso deve sempre ser evitado. Quanto aos sinais, o presidente da SPDV explica que alguns sinais requerem cuidado e esclarece: “se aparecer um sinal, sobretudo que seja escuro, com bordos irregulares, com várias tonalidades, às vezes com um contorno avermelhado, que está a crescer, que tem rugosidades e com três sintomas: dor, prurido ou comichão e aumento de sensibilidade é obrigatório ser observado por um profissional de saúde”. Com a ajuda de um aparelho que se chama dermatoscópio, utilizado para ver os sinais, é possível ter uma ideia da sua gravidade.

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