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Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas
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Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas

JAIME RIBEIRO/OBSERVADOR

Os dados oficiais são disponibilizados pelo Ministério da Educação. Em parceria com a Nova SBE, o Observador cria a ordenação das escolas

JAIME RIBEIRO/OBSERVADOR

Onde há mais professores? E onde estão os melhores alunos? Sete curiosidades do ranking do secundário

Sabia que só em quatro escolas os alunos têm média superior a 16 valores? E que a escola que mais puxa pelos alunos pobres tem quase 30% de carenciados? Estas são algumas das curiosidades de 2022.

Todos os gráficos são interativos. Passe o cursor sobre as tabelas para ver mais informação.

Vamos imaginar que estamos no Instagram. As fotografias típicas mostram selfies com os amigos, viagens de sonho, comida gourmet, crianças e animais na praia e na natureza. Tudo o que for instagramável. Depois, veio a pandemia de Covid-19 e as imagens passaram a ser da vida feita em casa, com famílias fechadas entre quatro paredes. Com os exames nacionais — e com o ranking das escolas feitos a partir das notas dos alunos — aconteceu o mesmo.

Houve uma constância de fatores até 2019 que permitia algumas comparações de um ano para o outro, série que foi posta em causa durante a pandemia, com as suas novas regras na educação. Agora, o regresso à normalidade não é exatamente um regresso ao passado. Há regras criadas para lidar com a Covid-19 que se mantêm nas escolas e outras que desapareceram completamente. O problema? Os rankings de 2022 são um momento isolado no tempo, em que todas as comparações saem forçadas — seja com o período pré-pandemia, seja com o ano anterior.

O disclaimer não é uma isenção de responsabilidade: as comparações são feitas, explicando em cada momento as reticências da análise, mas levando em conta que, por vezes, as diferenças entre os dois momentos são tão diferentes como usar um telefone de teclas ou um smartphone. 

Em mais de 500 escolas, as médias dos alunos praticamente não mexeram

Vamos saltar à frente do padrão habitual: os alunos com médias mais altas são os que frequentam o ensino privado. A escola que fica no 1.º lugar do ranking clássico (o das médias dos exames nacionais) é a mesma do ano passado: o Colégio Efanor, escola sonhada pelo empresário Belmiro de Azevedo. Entre as 50 escolas onde os alunos têm médias mais altas, há três do Estado: a primeira surge em 40.º lugar e é a Secundária de Vila Nova de Paiva. Em 43.º está a Secundária de Vouzela e em 48.º lugar, quase a arriscar ficar de fora, aparece uma escola de Lisboa, a D. Filipa de Lencastre.

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Se fizermos antes um top 100, a diferença de números esbate-se: há 58 privadas e 42 públicas, mas estas últimas estão quase todas na metade de baixo da tabela. Abaixo do centésimo lugar, encontramos 35 colégios e 466 estabelecimentos da rede pública.

Número 1 do ranking. A história de sucesso do Colégio Efanor começa na escola primária de Belmiro de Azevedo

Olhando para as médias dos alunos, em relação a 2021, a esmagadora maioria das escolas que entram no ranking do Observador pouco ou nada mexe na posição que ocupa. No entanto, o universo de alunos é diferente: o ano passado foram contados todos os alunos que fizeram exames e, em 2022, apenas aqueles que, aos exames, têm uma nota interna associada (dada pelo professor). No ano passado, o ranking tinha 614 escolas, este ano tem 601.

Pegando nas escolas que entraram em ambos os rankings — e feita a ressalva —, o que se encontra são 561 em que a diferença da média é quase nula, considerando como extremos uma subida ou uma descida de 1,5 valores. Mesmo que se reduza o intervalo, pondo o foco apenas nas escolas onde a média subiu (ou desceu) menos de 1 valor, há 485 estabelecimentos nesta situação — incluindo, no zero absoluto, a Secundária Gago Coutinho, em Vila Franca de Xira.

As notas muito elevadas, que surgiram durante a pandemia devido à mudança de regras nos exames, desaparecem. Assim, a média mais elevada — a do Colégio Efanor — é de 16,44 valores, e em apenas quatro escolas os alunos conseguiram ter uma média superior a 16 (todas colégios, todas no norte).

Em 2020, o ano das grandes subidas, a média mais alta foi de 18,17. No ano seguinte foi de 16,1 valores.

Há 38 escolas com média abaixo de 10 valores, três delas são privadas

Continuando a olhar para a divisão de notas, há 15 escolas onde os alunos passam os 15 valores, 22 escolas onde superam os 14 e, por fim, 52 estabelecimentos de ensino onde os alunos garantem médias superiores a 13 valores. A esmagadora maioria das escolas está no intervalo entre os 10 e os 12 valores de média. Contas certas: 470 estabelecimentos de ensino.

Em contrapartida, há 38 escolas com média abaixo de 10 valores, duas delas onde os alunos não conseguem passar da média de 7. Não se pense que esta realidade não afeta o ensino privado. Dentro deste universo, há três colégios: o Real Colégio de Portugal, em Lisboa (média de 8,38 valores), o Externato Flor do Campo, em Odivelas (9,13), e o Externato S. Miguel de Refojos, em Cabeceiras de Basto (9,53).

Ainda entre as privadas com piores resultados, embora com médias acima de 10 valores, encontram-se o Instituto Pedro Hispano, em Soure (10,06 valores) e o Colégio de Nossa Senhora da Graça, em Odemira (10,71).

Colégio Dona Filipa, na Amadora, é a única escola com uma subida acima de três valores na média dos exames

A escola que mais vê a média dos alunos subir é um colégio, o Dona Filipa, na Amadora. Neste caso, com uma média de 12,57 valores, a subida fica acima dos 3 valores (3,94), caso único em toda a tabela. Nos dois anos de maior efeito da pandemia, 2020 e 2021, o colégio (que abriu em 1983) estava entre os últimos classificados da tabela: 606.º e 608.º lugar do ranking, com 10,71 e 8,62 valores de média de exames, respetivamente.

Aliás, em ambas as ocasiões entrou na lista de privadas onde os alunos tiveram piores classificações.

Há, por outro lado, cinco escolas em que a subida é superior a 2 valores e todas pertencem à rede pública de ensino. São elas a Secundária Eng. Dionísio Augusto Cunha, em Nelas (subida de 2,69 para 12,87 valores); a Aquilino Ribeiro, em Oeiras (12,39 valores, uma subida de 2,68); a Secundária da Graciosa (11,51 valores, mais 2,18 do que no ano anterior); e a Secundária de Vila Nova de Paiva — a escola pública mais bem colocada no ranking clássico sobe 2,13 valores, ficando com uma média de 14,10.

Por último, a Sacadura Cabral, em Celorico da Beira, sobe 2,09 valores para uma média de 12,51.

Quando se analisa as descidas, o panorama é semelhante: só cinco escolas, todas públicas, descem para lá dos 2 valores: a Escola Básica e Secundária Padre José Agostinho Rodrigues, em Alter do Chão (8,57 valores); a Escola Secundária da Baixa da Banheira (7,87 valores); a Escola Básica e Secundária de Fornos de Algodres (9,79); a Escola Secundária Fonseca Benevides, em Lisboa (8 valores), e a Escola Básica e Secundária de Vila Nova de Cerveira (10,71).

Clara de Resende, no Porto, já foi a pública mais bem classificada. Agora, tem 61 escolas à sua frente

Em 2018, a Secundária Clara Resende era a escola pública onde os alunos melhor se saíram nos exames nacionais. Era novidade o primeiro lugar no pódio, apesar de ser presença recorrente no grupo das melhores classificadas. A secundária do Porto, durante anos a melhor pública do concelho (taco a taco com a Garcia de Orta), estava quase sempre no topo da tabela. Com a pandemia, isso mudou. Nos últimos dois anos, a escola ficou para lá do centésimo lugar na tabela.

Este ano recupera. Em 2021, estava na posição número 136 (total de 614 escolas), enquanto no mais recente ranking está em 62.º lugar em 601 escolas. A média sobe de 12,3 valores para 13,41 e a Clara de Resende tem 12 escolas públicas à sua frente (se olharmos apenas para a rede do Estado).

Em Lisboa, também a D. Filipa de Lencastre recupera. É, habitualmente, a melhor cotada de Lisboa — e assim era o ano passado —, mas com um grande pulo na tabela. Em 2021, a secundária estava em 80.º lugar no ranking, com 21 públicas e 58 colégios, 11 deles na capital, à sua frente. Em 2022, consegue estar no top 50, em 48.º lugar e com uma média de 13,81 valores. No concelho, continua a ser a primeira pública a surgir na tabela, com os mesmos 11 colégios lisboetas à sua frente.

Mantendo o olhar nas escolas públicas, a melhor classificada é a Secundária de Vila Nova de Paiva, onde os alunos alcançaram uma média de 14,10 valores (no ano passado tinham obtido 11,96 e, em 2020, 12,94 valores). A subida na tabela é grande: sai do 189.º lugar para entrar no top 50, direta para a posição número 40. Em 2019, no pré-pandemia, a escola tinha-se distinguido por ficar em 1.º lugar no ranking dos percursos diretos de sucesso — alunos que nunca chumbaram no ciclo anterior e tiveram positiva nos exames.

A segunda classificada entre as públicas é a Secundária de Vouzela, em 43.º lugar, com uma média nos exames de 13,94 valores. No ano anterior, a escola estava depois do centésimo lugar (139.º) e, em 2020 e em 2019, andava lá perto, em 93.º e 98.º, respetivamente.

O top das cinco públicas com melhor classificação fecha com a D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, a Secundária João Gonçalves Zarco, em Matosinhos, e a Escola Básica e Secundária Dr. Vieira de Carvalho, na Maia.

O topo da tabela tem pronúncia do norte: mais de metade das escolas do Porto estão no top 100

O primeiro lugar do ranking dos exames nacionais foi para Matosinhos. O segundo lugar, para o Porto. O terceiro, para Braga; o quarto lugar, também para o Porto. Quando se analisa a presença dos concelhos no top 100 das escolas com classificação mais alta, o norte tem peso.

Embora seja o concelho de Lisboa que mais escolas tem entre as 100 primeiras (15), seguido pelo Porto (11) — o que é normal, já que são os concelhos com mais agrupamentos —, há muitos que passam à frente da capital quando se olha para a razão entre o número de escolas no top 100 e o número de escolas existentes no concelho.

Neste caso, quando a percentagem é levada em conta, as escolas de Lisboa que chegam ao topo representam 44,1% do bolo total, enquanto no Porto são mais de metade (52,3%).

Tirando Lisboa e Porto, somente outros três concelhos têm mais que duas escolas representadas no top: Coimbra (quatro escolas), Braga (três) e Santo Tirso (também três). Em termos percentuais, Santo Tirso vence o outro concelho nortenho e o concelho do centro: as três escolas que estão no cimo da tabela representam 60% das escolas (cinco) que Santo Tirso tem no ranking.

Em Arcos de Valdevez, todos os alunos com ASE fizeram o secundário em três anos

No ranking da equidade, o vencedor é o concelho da Covilhã. É ali que se encontra a escola que obtém o primeiro lugar, a Secundária Frei Heitor Pinto, onde 28,3% dos alunos têm ASE. A subida é grande, já que em 2021 se encontrava na 194.ª posição. Em 2020, estava ainda mais abaixo, em 321.º.

Agora, quando se cruza os resultados destes alunos com aqueles que o Ministério da Educação considera serem comparáveis, o seu desempenho é 30,57% superior — o único valor do país acima de 30. No ranking dos exames, a escola ficou em 554.º lugar (em 601) e a média dos exames foi de 10,23 valores.

Embora esteja em 1.º lugar no ranking da equidade, e 96% dos seus alunos com ASE tenham concluído os cursos científico-humanísticos em três anos, esta percentagem não é a mais alta do país. Há uma escola, apenas uma, em que todos os alunos que recebem apoio do Estado fizeram o secundário de uma só vez. Aconteceu na Escola Básica e Secundária de Valdevez, que está em 10.º lugar no ranking da equidade (os alunos mais pobres têm um desempenho 22,76% superior à média nacional) e em 249.º lugar no dos exames.

Olhando ao detalhe para o ranking da equidade, há um padrão que se mantém desde 2021: o comportamento das escolas públicas está dividido ao meio. Há 122 escolas em que os seus alunos carenciados conseguem melhores resultados que a média nacional (sempre num universo de escolas comparáveis), enquanto 115 escolas fazem menos. O Ministério disponibilizou dados para 237 escolas.

Em termos de desvios, a parte de cima e a parte de baixo comportam-se como um espelho. Há apenas uma escola em que os alunos carenciados têm um desempenho 30% acima da média nacional. E também só encontramos duas escolas com uma prestação 30% inferior ao valor da média nacional. Quando o desvio é positivo e está entre os 20 e os 29%, há 14 escolas. Quando pomos um símbolo de menos à frente desse intervalo (-20 e -29%), contamos 12 escolas.

Não existem escolas com todos os professores no quadro (e as que têm mais de 90% estão a diminuir)

É em Coimbra que se encontra a escola com maior percentagem de professores no quadro: o valor é de 94,9% e a escola, que está 552.º lugar no ranking dos exames, com uma média de 14,41 valores, é a Secundária D. Dinis. Um ano antes, apresentava um valor de 93%.

Nessa altura, 2021, o valor mais elevado encontrava-se na Secundária de Vila Verde, que tinha 96% dos seus docentes no quadro. A queda, de lá para cá, é grande: o valor desceu para 77,7%.

Não é caso único. Recuando a 2020, a recordista de professores no quadro era a Básica e Secundária de Melgaço (97%), já que não havia — e não há — uma única escola pública com todos os professores no quadro. Agora, a percentagem diminuiu até aos 72,5%.

Se olharmos para o cenário global, o que se vê é uma diminuição considerável das escolas que têm mais de 90% do seu corpo docente nos quadros. As 16 escolas que ainda o conseguem representam cerca de 3% do total. No ano anterior, eram 41 escolas, que perfaziam uma fatia de 8,6%. Antes disso, em 2020, eram 45 estabelecimentos de ensino, equivalente a uma percentagem de 9,5%.

O grosso continua a ser o das escolas que têm entre 70 e 89% de professores no quadro: é isso que acontece num total de 247 escolas (entre as 472 para as quais há dados da tutela), que representam 73,5% do universo em causa.

 
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