Índice
Índice
O príncipe Rainier chegou ao trono do Mónaco com 25 anos em 1949. Largou a paixão pelo mar para se dedicar a um país sem atrativos e no centro de uma Europa mergulhada no pós II Guerra Mundial. Quando morreu, a 5 de abril de 2005, Rainier era o monarca europeu a reinar há mais tempo, quase 56 anos. Tinha cerca de 140 títulos mas, além dos aristocráticos, sobressai o de “construtor do principado”. Pelo meio, o príncipe foi o responsável pelo Festival de Circo de Monte Carlo e pelo Festival Internacional de Televisão, investiu na cultura e no turismo e fez do seu país um destino de desejo.
“Mónaco, um sítio soalheiro para gente sombria”, assim descreveu o autor e dramaturgo Somerset Maugham o principado. Viria a ser um dos cerca de 600 convidados do casamento do príncipe Rainier com Grace Kelly em 1956, o maior evento de sempre do Mónaco e que viria a mudar o rumo da história daquele local. Rainier e Grace transformaram o principado e criaram uma das mais atraentes famílias reais do século XX. Entre o brilho e a tragédia, o luxuoso brilho do Mónaco nunca mais se apagou.
“Ligue o gravador para lhe falar do meu amigo Rainier”
“Ele é lembrado como o construtor. Ele construiu o Mónaco moderno”, afirma o jornalista e escritor Jeffrey Robinson, sobre o príncipe Rainier. O autor da biografia autorizada do soberano e da princesa Grace falou com o Observador desde a sua casa em Nova Iorque para contar como era o homem com quem diz ter tido o privilégio de privar. Nos anos que se seguiram à morte da princesa Grace, havia muitos livros sobre ela e foi quando surgiu a possibilidade de Jeffrey Robinson escrever uma biografia autorizada. O autor vivia no sul de França na altura, era amigo pessoal da princesa Carolina, tinha também privado com Grace e conhecia o agente de imprensa do príncipe. Rainier pediu-lhe que escrevesse uma carta e depois falou com os filhos sobre a possibilidade de Robinson escrever um livro sobre ele e a princesa Grace e a princesa Carolina disse ao pai “a mãe gostava muito dele”, então o príncipe decidiu avançar, mas quis conhecer o autor primeiro.
Robinson partiu para o Mónaco e foi quando conheceu o príncipe, em 1987. Encontraram-se no escritório do soberano, no topo de uma torre no palácio, onde viriam a ter várias entrevistas ao longo dos meses seguintes. “Ele era um homem muito tímido que estava hesitante. Temos de perceber que, enquanto príncipe reinante, todas as pessoas novas que ele conhece querem algo dele.” Estiveram duas horas à conversa e no fim Rainier disse-lhe para a avançar “com a condição de contar a verdade”.
Rainier sabia que quando o avô morresse iria ser príncipe, conta o autor. “Mas esse não foi o seu primeiro amor. O seu primeiro amor foi o mar. Ele adorava estar no barco e velejar e ciência marinha.” O novo príncipe teve de construir a sua própria equipa e não teve treino nenhum por parte do antecessor para o seu papel de príncipe reinante. “Ele achou que teve um problema sério em perceber qual era o seu papel.” Já o príncipe Alberto, passou 20 anos a acompanhar o pai em preparação para o cargo. “Ele deixou o Mónaco e os monegascos um milhão de vezes melhor do que encontrou” e garantiu que deixava uma sucessão preparada. Robinson acrescenta que o legado do príncipe “são os três filhos sensacionais que ele criou com Grace e os netos”. E houve algo que ele quisesse fazer e não tivesse tido oportunidade? “Sim, explorar oceanos.” Contudo o autor acrescenta que “o maior arrependimento foi não ter envelhecido com Grace”.
O pequeno príncipe de um país pequeno
Quando o príncipe Louis II do Mónaco morreu, a 9 de maio de 1949, foi o neto quem lhe sucedeu. Rainier III ascendeu ao poder com 25 anos (tal como a Rainha Isabel II) e tornou-se o 31.º membro da dinastia Grimaldi a comandar o principado. O primeiro Grimaldi a chegar ao Mónaco foi François, conhecido como O Vingativo. Chegou ao Mónaco em 1297 vindo de Génova e disfarçado de monge com o objetivo de ficar com aquele território à beira mar. Desde então, a dinastia Grimaldi tem comandado o principado, à exceção de um curto período entre 1793 e 1814.
Rainier Louis Henri Maxence Bertrand Grimaldi nasceu a 31 de maio de 1923 no Palácio Princier do Mónaco, foi o primeiro soberano do país a nascer no palácio desde Honoré IV em 1758. A mãe era a princesa Charlotte Louise Juliette, duquesa de Valentinois e filha única do príncipe reinante Louis II. Era ilegítima, mas sendo a única descendente foi adotada. O pai era o Pierre Marie Xavier Antoine Melchior, o conde de Polignac, de nacionalidades francesa e mexicana que se tornou príncipe do Mónaco por ordem do sogro. Antes de Rainier nasceu a sua irmã mais velha, a princesa Antoinette, a 28 de dezembro de 1920 em Paris e viria a morrer em 2011 no Mónaco. Os pais de Rainier divorciaram-se em 1929 e o príncipe Louis II proibiu o genro de regressar ao principado e, consequentemente, de o vir a governar.
O pequeno príncipe foi batizado Rainier, o nome por tradição dos príncipes herdeiros há pelo menos cinco séculos na dinastia Grimaldi. Rainier estudou em Inglaterra, na Suíça e fez a universidade em Montepellier (no sul de França) e depois foi para Paris estudar na École Libre des Sciences Politiques. Em 1944 alistou-se como voluntário estrangeiro no Free French Army. Esteve na campanha da Alsácia e recebeu distinções. Depois da guerra foi promovido e destacado para a secção de economia da missão militar francesa em Berlim, conta o Times. Em 1947 foi feito Chevalier de la Légion d’Honneur pelo presidente do governo provisório da República Francesa, Léon Blum e chegou a coronel em 1954.
Em junho de 1944, depois de fazer 21 anos e da mãe renunciar ao seu direito de sucessão, Rainier tornou-se oficialmente herdeiro do trono. Quando o avô morreu, a 9 de maio de 1949, o neto já tinha regressado ao Mónaco e ascendeu ao trono como príncipe soberano. A coroação só aconteceria a 11 de abril de 1950. Ao contrário dos seus antecessores, que passavam muito tempo fora do principado, Rainier decidiu viver e reinar no Palácio Princier, que se ergue no cimo do rochedo com ar de fortaleza.
Era uma vez… um dos contos de fadas reais do século XX
O príncipe Rainier e Grace conheceram-se na tarde de 6 de maio de 1955. Grace Kelly, uma das atrizes do momento em Hollywood, musa de Hitchcock e vencedora de um Óscar de Melhor Atriz, estava na riviera francesa para o Festival de Cinema de Cannes. O jornalista da revista francesa Paris Match teve a ideia de convidar a atriz a ir ao Mónaco e conhecer o príncipe sabendo que as fotografias do encontro tinham potencial para serem um sucesso. Do lado do principado esta foi uma oportunidade de publicidade. O encontro estava marcado para as três, mas o trabalho atrasou Rainier uma hora, durante a qual Grace tomou chá e fez uma visita pelo palácio. O príncipe tinha 31 anos e a atriz 25 e fizeram um passeio pelos jardins, incluindo o jardim zoológico. Na altura não parecia ter-se acendido a chama do romance, mas Rainier e Grace viriam a namorar por carta ao longo de meses. O pedido de casamento aconteceu em Nova Iorque a 28 de dezembro de 1955, num passeio por Park Avenue. O anúncio do casamento à imprensa foi feito em Filadélfia alguns dias depois, a 5 de janeiro de 1956.
Grace partiu de barco e de Nova Iorque a 4 de abril de 1956 rumo à sua nova vida. A borda seguiram com ela cerca de uma centena de jornalistas. Rainier e Grace tiveram o seu casamento civil a 18 de abril e o religioso no dia seguinte. Cerca de 1600 jornalistas e fotógrafos, 600 convidados na catedral e 1500 na receção, faltaram muitas figuras ilustres da época, mas nem por isso este casamento deixou de ser um dos maiores acontecimentos do século XX. O casamento foi um espetáculo de proporções internacionais de onde os seus protagonistas só queriam fugir. Grace usou um vestido criado pela figurinista de Hollywood Helen Rose, que foi um presente de casamento da MGM e se tornou icónico. O casal passou a lua de mel a bordo do Deo Juvante II pelo Mediterrâneo.
A princesa Carolina nasceu a 23 de janeiro de 1957, o príncipe Alberto nasceu no ano seguinte a 14 de março e Stéphanie chegaria a 1 de fevereiro de 1965. A adaptação foi difícil para Grace, que quando chegou ao Mónaco não falava francês e não conhecia ninguém. Mas acabou por se tornar uma princesa amada que se deixava ver no principado. Era ela quem ia pôr e buscar os filhos à escola, conduzia o seu próprio carro, ia às compras. Transformaram o palácio num lar. “A ideia da minha vida ser um conto de fadas é por si só um conto de fadas”, diria Grace numa entrevista mais tarde na sua vida.
Entre os altos e baixos de uma vida familiar como tantas outras, mas com a diferença de estar sob os holofotes do principado e as objetivas dos paparazzi, foi em 1982 que tudo mudou. A 13 de setembro desse ano a princesa Grace e a filha mais nova, a princesa Stéphanie, tiveram um acidente de carro quando se dirigiam da casa da família em Roc Agel para o Mónaco, uma das estradas de curvas características daquela zona. No dia seguinte Rainier, Carolina e Alberto despediram-se de Grace e desligaram a máquina, enquanto Stéphanie estava ainda hospitalizada. Depois do enterro de Grace e da recuperação da Grimaldi mais nova o príncipe Rainier partiu com os três filhos numa longa viagem para tratarem a grande dor que partilhavam.
Dor e glória: o discreto charme de Carolina do Mónaco aos 65 anos
Nas entrevistas com Jeffrey Robinson para o livro o tema mais difícil de abordar para o autor seria o acidente que tirou a vida a Grace, mas acabou por ser Rainier a puxar o assunto. “Estávamos sentados no escritório dele, começamos às três da tarde e era de dia, estávamos cada um numa cadeira com uma mesa de café onde estavam dois gravadores, e ele começou a falar do acidente e como tiveram de desligar a máquina e deixá-la partir. Falámos durante várias horas e foi ficando cada vez mais escuro e demos por nós os dois sentados no escritório dele, no escuro, a chorar.” O autor explica que eles completavam-se e construíram juntos o Mónaco moderno. Nos anos que se seguiram, Rainier saiu com outras mulheres, mas estava fora de questão voltar a casar. “Os meus filhos não quereriam e eu não lhes faria isso”, disse ao autor. “Nunca seria capaz de trazer outra mulher para o palácio. Ela [Grace] está em todo o lado.”
Como transformar um rochedo num pedaço de paraíso?
Quando Rainier III ascendeu ao trono estava decidido e cheio de planos e dedicou-se totalmente a transformar o principado, apostou no turismo e na cultura. Parece ser uma tradição os príncipes do Mónaco interessarem-se pelo mar e pela vida marinha e Rainier fez a sua parte na continuação do trabalho do seu bisavô, o príncipe Alberto I, que fundou o famoso Museu Oceanográfico do Mónaco em 1889. Rainier criou o Monaco Scientific Centre, o Albert I Great Oceanographic Prize e a Paleontological Reserve, entre outras iniciativas.
Foi Rainier III quem fundou o Festival Internacional de Televisão de Monte Carlo em 1960, o Festival Internacional de Circo em 1974 e a Companhia de Ballet de Monte Carlo em 1985. Outro dos grandes eventos que coloca o Mónaco sob os olhares do mundo é o Grande Prémio de Fórmula 1 de Monte Carlo. O evento remonta a 1929 e, embora não tenha sido obra de Rainier, o príncipe fez questão de apoiar a prova com a sua presença na entrega dos troféus. Foi ainda o príncipe que fundou o Jardim Zoológico do Mónaco, em 1954. Atualmente são cerca de 300 animais de 60 espécies diferentes. O que torna este espaço especial é o facto destes animais serem adotados, abandonados ou doados por outras instituições.
Na década de 1960 foi Rainier quem começou a tradição da família real oferecer um presente a cada criança monegasca, com o objetivo de apresentar a princesa Grace aos mais pequenos do principado, segundo conta a Hello Monaco. A tradição ainda hoje se mantém com a ajuda dos príncipes Carolina, Alberto e Stéphanie.
E há ainda a Société des Bains des Mer, a empresa criada em 1863 pelo príncipe Carlos III. Fazia a gestão do jogo em Monte Carlo e era o maior empregador e a maior fonte de receitas do Mónaco. A SBM fazia e faz a gestão do Casino e da Ópera de Monte Carlo e do Hotel de Paris. Quando Aristóteles Onassis, o poderoso armador grego, quis fazer negócios com a SBM e lhe viraram as costas, ele simplesmente comprou a empresa. Em 1953 terá dado um milhão de dólares para ter a maior parte da sociedade, segundo conta a Vanity Fair. Na altura o grego ainda estava casado com a mulher Christina, mas em 1959 começou a famosa relação com a cantora lírica Maria Callas e ambos eram figuras de destaque no panorama europeu e frequentes visitantes do Mónaco. Contudo, com o avançar dos anos, Rainier não gostou dos planos que Onassis tinha para a SBM e provocou a recapitalização da empresa. O príncipe pagou 10 milhões de dólares ao grego em 1967 para ter o poder sobre a empresa, que hoje é do domínio do estado.
A festa do centenário de Rainier
O Mónaco vai celebrar em grande o centenário do seu príncipe construtor. As homenagens são muitas e variadas e arrancam já no dia 31 de maio com um programa que se chama mesmo “Prince Rainier III — O rochedo em festa”, prolongando-se pelos meses que se seguem. Destacam-se, pelo menos, duas exposições que revisitam a vida e a obra do soberano.
No dia que marca o centenário é inaugurada a exposição “O príncipe em casa”, nos apartamentos abertos ao público no palácio. São 100 imagens fixas e animadas que mostram o príncipe nas suas residências e ilustram a sua personalidade e obra no principado. A mostra é também uma visita pelas quatro moradas que marcaram as diferentes fases da sua vida: o Palácio do Mónaco onde nasceu, cresceu e reinou. A villa Iberia em Saint Jean Cap Ferrat, uma península também na côte d’azur, onde o príncipe viveu quando era solteiro e, durante alguns anos acompanhado pela namorada, a atriz francesa Gisèle Pascal. Roc Agel, a casa nos arredores do Mónaco para onde Rainier, Grace e os três filhos iam ao fim de semana para se afastarem do principado. E o Castelo de Marchais que fica no norte de França entre Paris e a Bélgica e pertence à família Grimaldi desde meados do século XIX, por causa de uma antepassada que veio desse país vizinho e tinha saudades da sua terra natal. Foi neste castelo que a mãe de Rainier, a princesa Charlotte, passou a segunda metade da sua vida e queria mesmo ser enterrada lá.
A sala de exposições do Quai Antoine I vai receber a exposição “O príncipe construtor. Uma ambição para o Mónaco”, de 20 de julho a 31 de dezembro, na qual uma série de “maquetes, plantas, fotografias, objetos e documentos nunca antes apresentados” se vai mostrar como Rainier mudou o principado. Toda a informação está reunida num site só dedicado à efeméride.
Política: a soberania, a crise com de Gaulle e a entrada nas Nações Unidas
Foi o rei francês absolutista Louis XIV que disse em meados do século XVII “L’état c’est moi”, mas foi sem dúvida, Rainier III em meados do século XX que melhor o personificou. Entende-se que o poder do príncipe vem diretamente de Deus. Segundo a Constituição de 17 de dezembro de 1962, o Mónaco “é uma monarquia hereditária e constitucional” e “o poder executivo deriva da alta autoridade do príncipe”. O principado é governado por um ministro de estado que é designado pelo príncipe e assistido por um conselho de governo com cinco ministros, também designados pelo príncipe. Todos respondem perante o soberano e o ministro de estado é o seu representante. Há ainda o conselho nacional que é uma assembleia eleita pelo povo monegasco.
O poder legislativo é partilhado. O chefe de estado dá início às leis e cabe depois ao conselho nacional fazê-las passar. No que toca à justiça, o poder judicial também está nas mãos do príncipe, segundo se pode ler no site do governo monegasco, mas segundo a constituição atual, o soberano “delega todo o exercício desses poderes nos tribunais que exercem a justiça em seu nome”. Os poderes do príncipe do Mónaco não ficam por aqui. Tem o direito de dar perdões, amnistias, naturalizações e recuperações da nacionalidade monegasca. Também é quem atribui ordens, títulos e outras distinções. E tem ainda um Conselho da Coroa para o assistir em assuntos de estado.
As relações com França são historicamente difíceis. A união aduaneira e monetária entre os dois países está em prática desde 1861, mas, segundo um tratado de 1918, França garante a independência e integridade territorial do Mónaco desde que os interesses do principado estejam de acordo com os dos franceses. Coube a Rainier assinar mais duas convenções com França, em 1951 e 1963.
Em 1962 houve um confronto sério com o General de Gaulle. O Presidente de França estava desagradado com a política de paraíso fiscal do principado, da qual os franceses usufruíam cada vez mais, e chegou mesmo a colocar guardas alfandegários nas fronteiras do Mónaco com França para pressionar o príncipe a tomar uma atitude. O drama resolveu-se com uma convenção, segundo a qual todos os cidadãos franceses que se mudaram para o Mónaco nos últimos cinco anos teriam de pagar impostos franceses. O Mónaco manteve a sua independência e autodeterminação económica e a situação terá sido considerada uma vitória para Rainier, segundo explica o Times.
Nesse mesmo ano Rainier colocou em vigor uma nova Constituição e chamou-lhe um programa de “princípios modernos sem quebrar de alguma forma com a tradição”, cita o jornal britânico. Entre as novidades foi incluído que uma criança adotada pode suceder no trono do Mónaco.
O Mónaco é o segundo país independente mais pequeno da Europa (só ultrapassado pelo Vaticano), mas nem por isso passa despercebido nas grandes organizações internacionais. Com Rainier, o Mónaco tornou-se membro das Nações Unidas em 1992 e do Conselho da Europa em 2004, foi o 46º estado europeu a fazê-lo. O Mónaco é um dos quatro micro-estados que não pertencem à União Europeia, mas têm o euro como moeda oficial e com um número limitado de moedas com os seus próprios designs, graças a um acordo monetário. A relação especial e proximidade física com França, faz com que o Mónaco esteja dentro do território aduaneiro da União Europeia e do espaço Schengen.
Jeffrey Robinson conta que, quando o príncipe ganhou confiança com ele, revelou-se uma pessoa extremamente divertida. “Em Houston, no Texas, têm um campo de baseball chamado The Astrodom, que é coberto. Numa viagem com amigos levaram-no ao estádio para assistir a um jogo e um deles disse-lhe ‘Rai, o que achavas de ter um estádio destes no Mónaco?’ E ele disse ‘seria muito interessante tornarmo-nos o primeiro país coberto do mundo’.”
O livro Rainier e Grace: an intimate portrait foi lançado em 1989 e foi reeditado com o nome Grace de Mónaco (edições Asa, 2014) a propósito do filme com o mesmo nome protagonizado por Nicole Kidman. Quando o livro foi publicado pela primeira vez o autor enviou a Rainier a primeira cópia e ligou ao príncipe para saber a sua opinião. “Demorei um bocado a habituar-me a ter a minha fotografia na capa”, foi o feedback que recebeu.