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O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE
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O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE

RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE

RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

Rankings 9.º ano. Melhor pública volta a ser do ensino artístico, mas privadas continuam a dominar top 25. Médias sobem em 60% das escolas

A média dos exames nacionais do 9.º ano aumentou em 60,3% das escolas. A percentagem de alunos carenciados que terminou a escolaridade no tempo previsto também subiu.

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Já não é em Braga, mas sim no Porto que fica a melhor escola pública do 3.º ciclo. Tal como no ano anterior, também em 2023 foi uma escola artística a primeira a quebrar o padrão sucessivo de escolas privadas no topo do ranking. A escola Artística do Conservatório de Música do Porto surge na 29.ª posição da tabela, liderada pelo (privado) Colégio Novo da Maia. Houve ainda um aumento das médias dos exames nacionais no 3.º ciclo em mais de metade das escolas (711).

No entanto, o top 25 das melhores escolas de 3.º ciclo do país voltou, uma vez mais, a ser dominado pelas instituições de ensino privadas. O líder, o Colégio Novo da Maia, no distrito do Porto, surge com uma média de 4,43 valores nas provas nacionais (86,75%).

Este ranking de escolas foi feito com base nos dados oficias divulgados pelo Ministério da Educação. E posteriormente organizados e analisados pelo Observador, em parceria com a Nova SBE. Estão incluídas escolas que realizaram pelos menos 20 exames nacionais, à semelhança do ano anterior.

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Em 2022, o norte liderava o topo da tabela, mas agora este domínio foi partilhado com o sul, com o 2.º lugar da tabela a ser ocupado pelo Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro, com uma média de 4,23 valores nos exames nacionais. Logo depois surge o Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, com uma média de 4,25 valores nos exames nacionais. No ranking de escolas do secundário, este mesmo colégio — que integra vários ciclos de estudos — também ficou bem colocado, ocupando o 5.º lugar.

Ranking das Escolas 2023. Veja na tabela interativa em que lugar ficou a sua?

Ainda no top 5 está o Colégio Horizonte, com uma média de 4,29 valores nas provas (82,95%). Face a 2022, este privado de ensino ocupava o 30.º lugar. E ainda o Grande Colégio Universal, do Porto, com uma média de 4,27 valores. Era esta a escola que abria a tabela de 2022 (com uma média de 4,53 valores).

“É absolutamente normal” que as privadas estejam no topo da tabela e as públicas na cauda, considera o presidente do Conselho das Escolas. “As públicas têm todo o tipo de alunos, inclusivamente os que têm mais problemas e são mais frágeis. É expectável que sejam piores”, diz António Castel-Branco.

A responsável pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Mariana Carvalho, concorda e lembra que “quando falamos de rankings falamos de exame”. “Muitas destas escolas treinam mesmo os alunos para o exame. Neste momento percebemos que, no que toca à resposta aos exames, as privadas prepararam melhor os alunos. E além disto, quando há famílias com melhores condições [socioeconómicas], colocam ainda os alunos em explicações. Temos de olhar para estes resultados com contexto.”

As 5 piores escolas são públicas (e estão na região de Lisboa)

Entre as 1174 escolas analisadas, é então na 29.º posição da tabela que surge a primeira escola pública. A escola Artística do Conservatório de Música do Porto, que registou uma média de 3,83 valores nos exames nacionais, e que em 2022 assumia o 73.º lugar (o que se traduz numa subida de 44 posições). No ranking anterior, a primeira escola estatal surgia duas posições abaixo e era, uma vez mais, uma escola de artes: a escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, com uma média de 3,89 valores nas provas nacionais.

As escolas públicas seguintes surgem poucas posições abaixo, em 37.º, 38.º e 39.º lugar e todas elas são, uma vez mais, especializadas em artes. Tratam-se da escola Artística de Dança do Conservatório Nacional (com uma média de 3,88 valores nos exames nacionais) e a escola de Música do Conservatório Nacional (com uma média de 3,83 valores), ambas em Lisboa. E por último o Conservatório de Música da Gulbenkian, em Braga, agora com uma média de 3,82 valores.

Para a presidente da Confap, estes lugares comprovam que “tudo o que seja ensino artístico, como a música ou a dança, ajuda os alunos na compreensão, aquisição e perceção do conhecimento. Diminui o stress e aumenta a motivação. Tudo o que seja atividade artística ajuda a potenciar o desempenho dos alunos”.

A primeira escola do Estado que não é especializada em ensino artístico surge apenas na 42.ª posição (a escola Infanta D. Maria, em Coimbra, com uma média de 3,78 valores nas provas).

As escolas públicas são escassas no início da tabela, mas abundantes no fim. As últimas cinco localizam-se na região da Grande Lisboa, em concreto nos concelhos de Lisboa, Montijo e Oeiras. Em último lugar do ranking, na 1174.ª posição, está a básica Francisco de Arruda, também na capital, com uma média de 1,6 valores nas provas nacionais.

"É absolutamente normal [as privadas no topo da tabela e as públicas no fim]. As públicas têm todo o tipo de alunos, inclusivamente os que têm mais problemas e são mais frágeis."
António Castel-Branco, presidente do Conselho das Escolas

Na posição imediatamente anterior surge a Básica do Bairro Padre Cruz, em Lisboa (1,57 valores); a básica D. Pedro Varela, no Montijo (1,69 valores); e as básicas Pintor Almada Negreiros (em Lisboa) e Sophia de Mello Breyner (em Oeiras), ambas com uma média de 1,7 valores.

Para o presidente do Conselho das Escolas “não surpreende que as piores sejam na região de Lisboa”. Afinal, realça António Castel-Branco, “não podemos esquecer que a falta de professores afetou muito essa zona. Se falta um professor de Português durante três meses, como é óbvio vai afetar os resultados, mesmo com muitos apoios assegurados pela escola”. Por outro lado, é esperado que “as escolas do Norte e Centro do país tenham melhores resultados por terem mais professores”.

A média aumentou em mais de metade das escolas

15 escolas de 3.º ciclo conseguiram garantir uma média superior a 4 valores nos exames nacionais. Todas são do ensino privado, sendo que em cerca de metade (8) houve um aumento da média obtida. Em 2022, o número de escolas que conseguiu obter 4 valores ou mais foi apenas ligeiramente superior: 17 escolas.

A maioria das escolas (97%) obteve entre 2 e 3,99 valores, tendência que se mantém em relação a 2022 (em que 95,2% das escolas registou médias entres estes mesmos valores). Relativamente às instituições com médias abaixo de 1,99 valores, o número diminuiu: de 39 (3,3%) em 2022 para 20 (1,7%) em 2023.

Se voltarmos ao total de 1174 escolas do ranking de 2023, a média obtida nos exames nacionais aumentou em 711 escolas (60,5%) e só não se alterou numa, a básica Paulo da Gama, no Seixal. A escola em que a média mais cresceu (24,42%) fica no distrito de Bragança e foi a básica e secundária do Mogadouro (em 597.º lugar no ranking de exames). Por contraste, a escola em que a média mais caiu (-22,90%) foi a secundária de Caldas de Vizela, em Braga (em 504.º lugar). “Se a média aumentou, independentemente dos lugares do ranking, significa que há melhores resultados. Merece mais atenção este dado do que o ranking em si”, defende a presidente da Confap.

Das 1174 escolas, 66,01% teve pior desempenho a Matemática

Getty Images

A disciplina em que mais escolas baixaram a nota foi Matemática. Das 1174 escolas, 66,01% (775) teve um pior desempenho a Matemática, enquanto apenas 15,75% (185) piorou a Português. “A maioria dos alunos não conhece nem quer conhecer a disciplina, tem aversão à Matemática só por ter”, considera Mariana Carvalho. Questionada se estes resultados podem ter sido influenciados pelo nível de dificuldade das provas, a presidente da Confap diz que receberam “informações de que os exames eram difíceis, mas não há dados para aferir se foi isso” que influenciou os resultados.

Já o presidente do Conselho das Escolas não tem dúvidas: “Grande parte das questões [no exame] eram de escolha múltipla. É diferente de quando é para desenvolver a resposta, porque aí os critérios dão pontuação às varias fases da resposta. Os bons alunos não são muito afetados por isto, mas os médios e piores são. É um ‘tudo ou nada’ e pode prejudicar os alunos”.

A escola que mais baixou a média no exame de Matemática em 2023 (-41,25%) foi, uma vez mais, a secundária de Caldas de Vizela. A que mais subiu (19,42%) foi o Colégio Senhora da Boa Nova, em Cascais (em 158.º no ranking).

No que toca à prova de Português, a escola com pior desempenho face a 2022 (-14,44%) foi o Colégio Português, em Cascais (em 115.º). E a escola com melhor desempenho (26,70%) foi básica e secundária do Mogadouro, em Bragança.

Equidade. Duas escolas do Sul entram no top 10

Se nos focarmos apenas nas escolas de 3.º ciclo que conseguiram levar os alunos mais carenciados a ter melhor desempenho, a ordem da tabela altera-se e no primeiro lugar passa a estar uma escola pública localizada no distrito de Viseu. O número de escolas a ser analisadas também muda: reduz de 1174 para 851 (uma vez que algumas não fornecem os dados de contexto necessários).

"Equidade não existe na [escola] privada, a menos que seja com contrato de associação. [Os privados] trabalham para a nota do exame e o público trabalha para diminuir as diferenças“
António Castel-Branco, presidente do Conselho das Escolas

Em causa está o ranking da equidade, introduzido pelo Ministério da Educação com o objetivo de perceber se as escolas estão a ser o desejado “elevador social”, conseguindo levar os alunos com mais dificuldades económicas — um dos motivos que justifica o insucesso escolar — a obter melhores desempenhos. Tem por base uma comparação entre a percentagem de percursos de sucesso numa determina escola (ou seja, o número de alunos com Ação Social Escolar que completou a formação no período esperado) e o desempenho de alunos com perfil semelhante a nível nacional.

É na região Norte e Centro que estão as três escolas que mais puxam pelos alunos com dificuldades socioeconómicas. Em primeiro lugar está a básica e secundária da Sé, no distrito de Viseu (em 370.º no ranking de exames). Aqui, 34,4% dos alunos eram apoiados pelo Estado e todos eles concluíram o percurso escolar no tempo esperado. Face a 2022, esta escola subiu 285 posições.

O 2.º e 3.º lugar são ocupados pelo Instituto Vaz Serra e pelo Externato de Vila Meã, dois privados que já tiveram contratos de associação anteriormente. Em ambos registou-se um sucesso escolar de 100%, ou seja, todos os alunos com apoio terminaram a formação no tempo previsto. Em 2022 estas duas escolas não entraram neste ranking.

No Instituto Vaz Serra, em 516.º no ranking de exames e localizado no distrito de Castelo Branco, os alunos com ASE tiveram um desempenho escolar 18,74% acima da média. Já no Externato de Vila Meã (em 632.º nos exames), que fica no distrito do Porto, os alunos carenciados tiveram um desempenho 18,5% acima da média. Ambos asseguraram que todos os alunos carenciados terminaram a formação escolar no tempo previsto.

“Sabemos que equidade não existe na [escola] privada, a menos que seja com contrato de associação. O trabalho das privadas é muito intenso, e há muitos apoios para que os alunos tenham sucesso nos exames, que é uma das bandeiras que privados acenam. Trabalham para a nota do exame e o público trabalha para diminuir as diferenças“, refere António Castel-Branco, responsável pelo Conselho das Escolas.

Se expandirmos a análise para as 10 melhores escolas a incentivar alunos carenciados, o Sul do país destaca-se, por conseguir que duas escolas públicas entrem no ranking. Em causa está a escola básica Manuel Ferreira Patrício, no distrito de Évora, em que 41,5% dos estudantes são carenciados. Nesta escola alentejana, 95,65% dos alunos com ASE completaram a formação no tempo esperado. No ranking de exames a escola ocupa o lugar 1148, mas no de equidade sobe para 4.º, ao conseguir que os estudantes mais carenciados tenham resultados 18,49% acima da média nacional.

A segunda e última escola pública do sul entre as 10 melhores a nível de equidade fica em Portalegre. Na D. Sancho II (7.º no ranking da equidade e 651.º no de exames), 34,6% dos alunos são carenciados, mas ainda assim o sucesso escolar foi de 100%. Os alunos tiveram desempenhos 18,37% acima da média.

Tanto uma escola como outra tiveram uma evolução positiva face a 2022, ano em que ocupavam o 142.º e 157.º lugar, respetivamente.

Sucesso escolar dos alunos carenciados sobe — já não há escolas com taxa de 0%

Os rankings de 2023 mostram ainda um aumento do sucesso escolar dos alunos face ao ano anterior: em 81 escolas (9,5%) todos os alunos com apoio do Estado concluíram a formação no tempo previsto face a 56 escolas (6,9%) em 2022. Em contraste, o sucesso escolar dos alunos mais desfavorecidos ficou abaixo dos 50% em 7 escolas (precisamente o mesmo número face ao ano anterior).

Em 2022, três escolas registaram uma taxa de sucesso de 0% — nomeadamente a escola básica da Ponte (distrito do Porto), o Externato António Sérgio (Beja) e o Colégio do Minho (Viana do Castelo) — mas em 2023 este cenário não se repetiu. “Tem havido uma grande aposta em garantir que os alunos mais frágeis têm sucesso”, destaca o responsável pelo Conselho das Escolas.

Rankings. Média dos exames subiu (e chegou à positiva), há mais públicas no topo e alunos carenciados mantêm-se: 5 curiosidades do 9.º ano

Para António Castel-Branco, “este resultado é sinal de que as escolas estão a trabalhar bem no prisma de diminuírem o fosso social entre os alunos e os resultados demonstram-no. Estes alunos, apesar de terem sucesso, normalmente não têm classificações tão elevadas porque não têm acesso a certos recursos como explicações. Mas acabam por ter sucesso”.

É na Amadora que fica a escola com menor percentagem de sucesso (35%) — a escola básica e secundária D. João V. Aqui, 30,9% dos alunos são carenciados e o desempenho escolar (equidade) ficou 45,35%  baixo da média. Houve ainda 36% de chumbos. No ranking de exames esta escola está em 1066.º e no ranking de equidade em 41.º.

Em 2022 a escola tinha um sucesso escolar mais alto, de 65%, mas a equidade também era negativa: o desempenho escolar dos alunos ficou 7,57% abaixo da média.

 
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