O que é o 5G?
A sigla 5G designa a quinta geração de redes de comunicações móveis. Muito mais do que uma simples evolução, a nova tecnologia promete um impacto sem precedentes nas nossas vidas. O 5G vai permitir a conectividade de inúmeros objetos à internet e entre si. Já não se trata apenas de conectar pessoas, mas também de permitir o controlo de máquinas, dispositivos e objetos utilitários do nosso dia-a-dia.
Tudo começou com a primeira geração de comunicações móveis, o 1G, que servia apenas para a transmissão de voz e ficou marcada pela possibilidade de usar um telefone sem fios no automóvel ou qualquer outro lugar. O 2G introduziu o SMS (do inglês Short Message Service, ou seja, Serviço de Mensagens Curtas) e o correio de voz, conhecido por Voice Mail. A mudança para o 3G veio permitir velocidades de rede mais elevadas, tornando possível a videochamada e a visualização de conteúdos em streaming, apesar da lentidão e instabilidade das primeiras ligações. Com o 3G nasceram os smartphones e o mercado das apps, com uma variedade crescente de aplicações cujo desenvolvimento viria a ser potenciado pelo 4G que, graças a taxas de transmissão de dados ultrarrápidas, criou as condições para o desenvolvimento dos dispositivos e serviços conectados.
Com níveis de desempenho e eficiência superiores às tecnologias atuais, o 5G abre caminho para um quotidiano tecnológico mais simples, instantâneo e imersivo.
O que há de novo no 5G?
O 5G é considerado o ingrediente facilitador que tornará possíveis os automóveis sem condutor, o controlo de trânsito conectado e centralizado através da cloud e outras aplicações que exigem a análise instantânea de grandes volumes de dados e respostas imediatas.
Quando se fala em 5G, o aumento da velocidade é uma das primeiras vantagens apontadas. Mas a redução da latência representa uma evolução que é tão, ou mais, importante do que a velocidade. A latência corresponde ao período de tempo necessário para processar uma ordem que desencadeia uma ação, ou de outra forma, o tempo que demora a processar o protocolo de acesso à rede e a visualização dos conteúdos num dispositivo. Na prática, uma latência muito baixa significa ver um filme em alta definição, sem falhas nem interrupções. Ao reduzir a latência, as ordens tornam-se imediatas e as ações instantâneas, configurando uma experiência em tempo real, sem atrasos nem desvios, característica essencial para o desempenho das aplicações de gaming mais exigentes, por exemplo, ou para o controlo remoto de veículos e máquinas.
As redes 5G vão permitir uma latência próxima de zero e uma velocidade 10 vezes superior do que a atualmente disponível. Será esta combinação de velocidade mais rápida e baixa latência que vai transformar a experiência dos utilizadores, abrindo caminho para o desenvolvimento da inteligência artificial ou de aplicações de realidade virtual. Os serviços na cloud vão passar a ser mais rápidos e intuitivos, sendo mais fácil trabalhar online, com acesso instantâneo e edição de conteúdos imediata, acabando com os downloads desnecessários.
Qual é o impacto do 5G no dia a dia?
Vamos ter downloads mais rápidos numa rede mais robusta, que vai produzir mudanças radicais no nosso país, nas nossas cidades e nas nossas casas. Os benefícios do 5G vão aumentar a eficiência nas empresas, bem como permitir novas aplicações que vão transformar processos e serviços. Além dos smartphones e computadores, também os avanços ao nível das smart things vão aumentar e a quantidade de equipamentos ligados à internet e entre si, vai aumentar de forma exponencial.
A maioria dos especialistas aponta a redução da latência como o grande fator de disrupção trazido pelo 5G, abrindo um novo horizonte de possibilidades. São milissegundos que fazem toda a diferença em atividades como controlar máquinas industriais ou fazer cirurgias à distância, através de robots de precisão. Existem aplicações em desenvolvimento, há vários anos, que exigem tempos de latência reduzida para serem eficazes. É o caso dos sistemas de suporte à condução autónoma, envolvendo veículos e infraestrutura rodoviária em permanente comunicação, visando a otimização de fluxos de trânsito nas cidades e o aumento da segurança rodoviária. As máquinas industriais também vão poder comunicar, otimizando fluxos de operação e acelerando a cadeia logística. E a transmissão de vídeo em direto, com câmaras 360º e alta definição, vai ser feita sem cortes nem atrasos.
É graças a estas capacidades que o 5G vai acelerar o desenvolvimento da chamada Internet das Coisas, tornando possível conectar praticamente qualquer objeto que usamos no dia a dia. Atualmente existem quase nove biliões de “coisas” conectadas, havendo previsões da consultora Gartner que apontam para os 20 biliões de objetos conectados, já em 2020. É a promessa de uma vida mais simples e mais livre de tarefas rotineiras como pensar numa lista das compras, que passa a ser enviada pelo frigorífico conectado indicando os produtos em falta, chamar um técnico a casa quando falha um eletrodoméstico ou fechar as persianas no sótão para manter a temperatura.
Com o 5G vai, também, ser possível assistir a concertos ou jogos de futebol de forma imersiva, através de tecnologias holográficas, de realidade virtual e aumentada. Com acesso a maiores quantidades de informação, a alta velocidade e com muito baixa latência, a experiência de ver filmes em alta definição e do gaming, por exemplo, será elevada a níveis nunca antes vistos.
Será toda uma nova sociedade conectada.
Vai ser assim tão rápido?
A televisão e o mundo do entretenimento são bons exemplos da exigência dos consumidores, que vão conhecer uma nova internet a velocidades incríveis. Tomando como referência a velocidade de 1 Gbps (um gigabit por segundo), podemos calcular o tempo de download de um episódio da sua série favorita (350 MegaBytes) em três segundos, ou de um filme em alta definição (HD), equivalente a 15 GigaBytes, em apenas dois minutos.
O 5G representa um enorme salto tecnológico, oferecendo velocidades aproximadamente 10 vezes mais rápidas do que as possíveis com o 4G. A latência pode baixar até alguns milissegundos, tornando praticamente impercetível qualquer atraso ou falha na transmissão de vídeos ou em aplicações de realidade virtual e realidade aumentada. As novas potencialidades das redes 5G são, de facto, tão avançadas que alguns especialistas apontam já para uma nova Revolução Industrial.
Quando chega o 5G?
O 5G já anda por cá. Aproveitando a celebração do Dia dos Oceanos, a NOS levou a cabo uma demonstração das potencialidades da quinta geração de comunicações móveis, aplicada à vigilância das praias e zonas costeiras, através da transmissão de vídeo em alta definição 4K e 360º. O exercício comprovou a diferença que a nova geração de comunicações móveis representa ao nível do tempo de resposta em ambiente de emergência, a nível de tempo de resposta (latência) e elevada largura de banda (velocidade), especificamente para a videovigilância e salvamento. O 5G vai permitir, às entidades responsáveis pela segurança das praias, maior capacidade de antecipar, prevenir e atuar em situações de perigo. Já durante o Portugal Smart Cities Summit, evento dedicado ao impacto da transformação digital nas cidades portuguesas, a NOS realizou a primeira demonstração em 5G live, materializada na condução remota de veículos.
A Europa pretende ter as primeiras redes 5G implementadas até 2020 em algumas cidades, com os primeiros testes a ter lugar ao longo deste ano em vários países. Existe um investimento avultado para alterar a infraestrutura, que ficará a funcionar em paralelo com a atual rede 4G. À semelhança do que aconteceu em anteriores transições, a mudança não será exclusiva, estando aliás prevista a coexistência de ambas as tecnologias.