- Poupa pouco por mês? Comece a investir mais cedo
- Quer investir para o seu objetivo? Adapte-se ao prazo
- Primeiro passo? Faça um fundo de emergência
- Tem medo de ser enganado? Fique longe dos produtos financeiros complexos
- Quer poder apalpar a sua riqueza? Nem pense em comprar ouro
- Quer ganhar muito dinheiro? Invista em ações
- É conservador? Descubra as aplicações certas para o longo prazo
- Só quer aplicações de curto prazo? Descubra as diferenças entre depósitos e Certificados de Aforro
- Será que o depósito é bom? Três métricas para descobrir
- Receia que o banco ganhe mais do que você? Corte nos custos
- Como eleger o melhor fundo? Comece pelos mais baratos
- Procura fundos ainda mais baratos? Vá à bolsa
- Quer simplificar ao máximo a sua carteira? Escolha fundos mistos
- Quer ajudar Portugal? Mesmo assim não compre Obrigações do Tesouro
- Continua a subscrever PPR? Há poucas razões para o fazer
- Tem medo de bolhas? Mal se notam no longo prazo
- Deve vender as suas ações da EDP? Sim, se não tiver outras
- Investir em dívida de empresas? Tenha muito cuidado
- O seu banco oferece-lhe uma taxa baixa? Negoceie ou mude
- Subscreveu um seguro de investimento. Deveria ter feito um depósito?
- Ainda deve confiar na banca? Sim, mas escolha bem
- Aplicações com benefícios fiscais compensam? Nem sempre
- Aderiu aos Certificados de Reforma. Fez mal?
- Que tal uma conta de poupança-reformado? Só se for no Novo Banco
- Reformou-se com um bom pé-de-meia. E agora?
- Amortizar ou investir? Prefira pagar as dívidas
- Comprar casa para arrendar? Duas razões para não o fazer
- Que fazer agora a cinco mil euros? Três ideias práticas
- Como juntar dinheiro para as férias? Não é na conta à ordem
- Poupa para mudar de carro dentro de cinco anos? Subscreva Certificados do Tesouro
- Mantenha o seu filho longe das contas para crianças
Explicador
- Poupa pouco por mês? Comece a investir mais cedo
- Quer investir para o seu objetivo? Adapte-se ao prazo
- Primeiro passo? Faça um fundo de emergência
- Tem medo de ser enganado? Fique longe dos produtos financeiros complexos
- Quer poder apalpar a sua riqueza? Nem pense em comprar ouro
- Quer ganhar muito dinheiro? Invista em ações
- É conservador? Descubra as aplicações certas para o longo prazo
- Só quer aplicações de curto prazo? Descubra as diferenças entre depósitos e Certificados de Aforro
- Será que o depósito é bom? Três métricas para descobrir
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- Continua a subscrever PPR? Há poucas razões para o fazer
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- Deve vender as suas ações da EDP? Sim, se não tiver outras
- Investir em dívida de empresas? Tenha muito cuidado
- O seu banco oferece-lhe uma taxa baixa? Negoceie ou mude
- Subscreveu um seguro de investimento. Deveria ter feito um depósito?
- Ainda deve confiar na banca? Sim, mas escolha bem
- Aplicações com benefícios fiscais compensam? Nem sempre
- Aderiu aos Certificados de Reforma. Fez mal?
- Que tal uma conta de poupança-reformado? Só se for no Novo Banco
- Reformou-se com um bom pé-de-meia. E agora?
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- Poupa para mudar de carro dentro de cinco anos? Subscreva Certificados do Tesouro
- Mantenha o seu filho longe das contas para crianças
Explicador
Poupa pouco por mês? Comece a investir mais cedo
Muitas pessoas não investem porque pensam que o que conseguiriam poupar mensalmente seria ridículo. Todavia, não poupar é que é ridículo, porque, se investir bem, conseguirá maximizar todos os euros que guardar.
Se pensa que o que amealha mensalmente é pouco, comece já. Se, em vez de guardar 360 euros por mês nos últimos dez anos da sua vida ativa, investir 68 euros por mês durante 35 anos, acumula aproximadamente o mesmo valor, pouco mais de 50 mil euros, assumindo uma rendibilidade anual de 3%. Ou seja, se mais do que triplicar o prazo de aforro, consegue reduzir o esforço mensal em mais de cinco vezes.
Também importante é a rendibilidade que consegue com os seus investimentos. Ao investir 200 euros por mês à taxa de 1,5%, o valor médio dos depósitos a prazo celebrados em agosto passado, acumula tanto ao fim de 30 anos como aplicar 100 euros a 5,6%. Pensa que 5,6% é muito? As ações mundiais renderam 5,2% por ano nos últimos 114 anos acima da inflação.
O ideal é combinar um bom investimento com um prazo alargado de aforro. Se, em vez de aplicar 100 euros por mês na última década da vida ativa à taxa de 1,5%, investir 100 euros por mês no mercado acionista durante 36 anos, acumula dez vezes mais na altura da aposentação, cerca de 135 mil euros, assumindo uma rendibilidade anual de 5,6%.
Técnicas de mealheiro
Ter uma poupança periódica reduzida tem algumas limitações. Por exemplo, não deve investir menos de dois mil euros na bolsa, se for comprar diretamente ações. As comissões de negociação são demasiado elevadas e é preciso um montante deste calibre para as diluir. De qualquer maneira, deve escolher um intermediário financeiro barato, como os portugueses Banco Carregosa (através da plataforma GoBulling Pro), Banco Invest e Orey Financial (via Orey iTrade), ou uma corretora internacional, como a DeGiro.
Uma estratégia inteligente é a de acumular os poucos euros numa aplicação temporária que tenha um mínimo de subscrição reduzido. A banca é rica nestas aplicações, mas os Certificados de Aforro apenas exigem 100 euros por subscrição e podem ser resgatados em qualquer altura após os primeiros três meses.
Alguns fundos de investimento também exigem pouco, pelo menos nos reforços posteriores à subscrição. Vários fundos da Caixagest, a gestora da Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, têm mínimos de subscrição de 100 euros. A Caixagest é a maior sociedade gestora de fundos em Portugal.
Quer investir para o seu objetivo? Adapte-se ao prazo
É fácil compreender porque pode arriscar mais quando tem mais tempo pela frente para investir: alguma oscilação desvantajosa na sua carteira terá mais tempo para recuperar. As maiores sociedades gestoras de fundos sabem disto. Por isto, construíram fundos mistos, que investem em ações e obrigações, que reduzem o risco da carteira à medida que o tempo passa.
Com base nos estudos de três das maiores gestoras de ativos do mundo – Vanguard, Fidelity e T. Rowe Price –, bem como as mais recentes investigações académicas, a composição das carteiras para prazos superiores a 20 anos devem ter entre 80% e 90% em ações, assumindo que os investidores já têm um fundo de emergência bem composto. A dez anos do objetivo, a carteira deve estar repartida igualmente por ações e obrigações, mas, a cinco anos, já só deverá ter no máximo um quarto em ações.
Naturalmente, são apenas referências para os aforradores. Se forem mais conservadores, é normal que prefiram ter menos exposição à bolsa.
Que quer fazer ao dinheiro?
Se for investir para a reforma dentro de 30 anos, não é estranho ter a carteira quase toda em ações ou fundos de ações. Se quer poupar para comprar uma casa no final de uma década, pode dividir o dinheiro entre fundos de ações e de obrigações (ou escolher um fundo misto neutro). Mas se for poupar para mudar de carro dentro de três anos, as ações devem ser minimizadas ou, mesmo, anuladas da poupança.
As obrigações (ou os fundos de obrigações) são normalmente apontadas como a alternativa às ações para baixar o risco da carteira. Todavia, os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro Poupança Mais são opções atraentes nesta área: têm baixo risco por serem garantidos pelo Estado português e o rendimento é interessante. A taxa anual líquida dos Certificados de Aforro era de 2,2% em novembro de 2014. Os Certificados do Tesouro Poupança Mais rendiam, pelo menos, 3% por ano no quinquénio seguinte.
Primeiro passo? Faça um fundo de emergência
De vez em quando, a vida lança uma rasteira: uma doença inesperada, um acidente de automóvel ou o colapso do teto da casa. Os imprevistos acontecem e, por isso, tem de estar preparado.
A primeira coisa que deve fazer com as suas poupanças é constituir um pé-de-meia contra as rasteiras. Normalmente, chamam-lhe “fundo de emergência”: uma poupança que está sempre acessível para socorrer a família caso seja necessário colmatar uma despesa que surge de surpresa.
As regras são muito liberais. É normal os especialistas aconselharem a amealhar o equivalente a quatro a seis meses de despesas fixas do agregado. No entanto, inicialmente, pode ser difícil reunir tanto dinheiro. O importante é que tenha este dinheiro de lado. No futuro, poderá reforçar a aplicação até um montante que o deixe dormir à noite descansado. Se tiver filhos, por exemplo, dormirá melhor se o fundo de emergência for mais gordo.
O dinheiro deve ficar parqueado numa aplicação simples, sempre acessível e de baixo risco. Os depósitos a prazo automaticamente renováveis seriam uma hipótese, se rendessem taxas de juro mais interessantes.
Para a maioria das pessoas, os Certificados de Aforro são a melhor escolha: segundo as regras da série C, pode começar e reforçar com apenas 100 euros em muitas estações dos Correios ou através do AforroNet, pode mexer no dinheiro após os primeiros três meses, são garantidos pelo Estado português e rendiam uma taxa anual líquida de impostos de 2,2%, em novembro de 2014.
Tem medo de ser enganado? Fique longe dos produtos financeiros complexos
Em setembro de 2013, os clientes do Montepio tinham à sua disposição um depósito muito especial: os juros poderiam ser de 7% no final de um ano. Se quisessem saber mais, seriam informados que a taxa a pagar dependeria de quatro ações de grandes empresas: Vodafone, McDonald’s, Royal Dutch Shell e Pfizer.
Um ano depois, o depósito Montepio Cabaz Diversificação 2013 rendeu uns magros 0,36%. Os aforradores teriam ficado mais bem servidos com um simples depósito a prazo. Quando o banco promoveu o depósito indexado, a taxa média das aplicações até um ano na banca nacional era de 1,4%, depois de descontar os impostos.
Quem leu atentamente o prospeto informativo do Montepio Cabaz Diversificação 2013 ficou a saber que ganhar 0,36% era a terceira e última hipótese de remuneração. Quem está a par dos produtos financeiros complexos, como este depósito do Montepio, sabe que normalmente a hipótese menos lucrativa é a mais provável. A prová-lo está a lista de depósitos indexados compilada pelo Banco de Portugal. São muitos os que renderam menos de 1% por ano e, por vezes, o resultado é nulo. Aconteceu, por exemplo, com o Depósito Indexado Valorização Petróleo do Banco Big.
A subscrição de outros produtos financeiros complexos que não sejam depósitos indexados pode ter resultados negativos. Em vez de deixar o seu dinheiro à mercê da sorte, leia o prospeto antes de subscrever e, se encontrar as palavras “produto financeiro complexo” logo nas primeiras linhas, vá à procura de soluções menos criativas para o seu dinheiro.
Quer poder apalpar a sua riqueza? Nem pense em comprar ouro
Oferecer uma libra de ouro aos afilhados é ainda uma tradição em Portugal. Todavia, é uma das piores prendas que se pode dar às crianças: mal sai da loja, a moeda já vale menos 15% do que pagou por ela.
Em outubro de 2013, os investigadores da Proteste Investe, a publicação financeira ligada à Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, percorreram Portugal a comprar e a vender ouro amoedado. Conclusão: “Em média, pagámos mais 15,2% do que os preços de referência e vendemos por menos 1,6 por cento.” A referência para os preços é o Banco de Portugal, que publica diariamente as cotações do ouro.
As perdas dos investigadores da Proteste Investe poderiam ser superiores se tivessem vendido numa das muitas lojas de compra de ouro espalhadas pelo país. “Se tivéssemos vendido todo o ouro nos franchisings, a perda na venda teria sido, em média, de 25,8 por cento”, concluem os analistas.
Investimento sem rendimento
Além das largas margens cobradas pelos intermediários deste mercado, o ouro como investimento tem uma grave limitação: não gera rendimento. Por isso, o preço depende sempre da luta entre os compradores e os vendedores. A aposta no metal amarelo é sempre especulativa, porque depende da relação entre os interessados em vender e em comprar.
Se, mesmo assim, quiser aplicar uma parte do seu dinheiro no mercado aurífero, faça-o pela via indireta: compre unidades de um fundo cotado que tenha ouro no seu cofre. O SPDR Gold Shares é um dos maiores: no início de novembro de 2014, tinha mais de 740 toneladas de ouro (quase o dobro do Banco de Portugal) maioritariamente nos armazéns londrinos do banco HSBC.
Ao comprar unidades de um fundo como o SPDR Gold Shares está a investir numa parte do ouro acumulado. O valor desse ouro acompanha diretamente o movimento do metal nos mercados cambiais, deduzido de uma comissão de gestão (que no caso do SPDR era de 0,4% por ano). Estes fundos são negociados na bolsa como se fossem ações. O SPDR Gold Shares está admitido à cotação na bolsa de Nova Iorque.
Quer ganhar muito dinheiro? Invista em ações
Em teoria, as ações são os ativos que mais se apreciam: como refletem o andamento das economias, os títulos valorizam-se se houver crescimento económico. Na prática, a teoria confirma-se: embora no curto prazo haja flutuações, muitas vezes bruscas, no longo prazo, as ações são os investimentos financeiros mais rentáveis.
A unidade de investigação do banco Credit Suisse publica, anualmente, um estudo sobre o desempenho de longo prazo dos principais ativos: ações, obrigações e Bilhetes do Tesouro. A edição de 2014, publicada em fevereiro, reforça o que já se sabia: as ações bateram a concorrência, por uma larga margem.
Enquanto as ações mundiais renderam 5,2% por ano acima da inflação desde 1900, as obrigações ganharam 1,8% e os Bilhetes do Tesouro norte-americano 0,9%. Portugal, incluindo pela primeira vez no estudo, não destoa: a bolsa portuguesa acumulou 3,7% acima da inflação nos últimos 114 anos, enquanto as obrigações registaram uma rentabilidade real de 0,6% por ano e os Bilhetes do Tesouro um desempenho anual negativo de 1,1%.
Contraste de longo prazo
A diferença entre ganhar 5,2% ou 1,8% por ano acima da inflação é brutal. Um casal que, a partir do zero, comece aos 26 anos a poupar cerca de 640 euros por mês, chegará à idade de reforma milionário, ganhando 5,2% por ano em ações. No entanto, se for conservador e investir em obrigações, o capital não chegará a 450 mil euros aos 66 anos.
Investir no mercado acionista não é para todos, como mostraram o colapso do Banco Espírito Santo e a desvalorização da Portugal Telecom que se seguiu. A maioria deve entregar o seu dinheiro a gestores profissionais, através de fundos de investimento. Regra geral, paga-se pouco para ter o dinheiro diversificado e gerido por pessoas dedicadas ao mercado.
As ações devem ser sempre aplicações de longo prazo. Para garantir que não mexe no dinheiro, é fundamental que tenha um fundo de emergência a postos, caso aconteça um imprevisto na sua vida.
É conservador? Descubra as aplicações certas para o longo prazo
Está a pensar investir no longo prazo, mas não se sente confortável com os mercados acionistas ou com os fundos com uma importante componente em ações? Pense duas vezes: a rendibilidade alcançada pelas ações pode fazer diferença no longo prazo.
Os depósitos a prazo dificilmente são a solução para quem quer aplicar por muitos anos. Os Certificados de Aforro também não são a melhor opção, porque os concorrentes Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) são mais interessantes. Tal como os Certificados de Aforro, os CTPM podem ser subscritos em algumas estações dos CTT e através do AforroNet, mas a duração máxima da aplicação é de cinco anos e não de dez anos. No entanto, a rendibilidade anual líquida dos CTPM era de 3%, pelo menos, em novembro de 2014.
Quem quer investir por mais de cinco anos com a garantia do Estado português tem de adquirir Obrigações do Tesouro através do seu intermediário financeiro. Contudo, em novembro de 2014, para conseguir uma taxa anual líquida superior a 3% teria de estender o prazo até 2037. Naturalmente, pode vender as obrigações antes da maturidade, mas a rendibilidade só é garantida no vencimento.
Os seguros de capitalização, que já têm uma tributação reduzida para quem investe no longo prazo, poderiam ser uma alternativa viável, mas a maioria tem comissões demasiado elevadas ou o rendimento é baixo. O Postal Valor Crescente VI, comercializado entre outubro e novembro de 2014, não tinha comissões, mas a rendibilidade anual líquida era inferior a 2% no final dos oito anos e um dia de duração do produto.
Os fundos de investimento em obrigações são provavelmente a escolha mais racional: são produtos diversificados (incluem muitos títulos na carteira), podem ser escolhidos consoante o seu risco e tendem a ser baratos. O Credit Suisse BF Corporate Short Duration era, entre os preferidos pelos analistas da Morningstar, um dos que tem uma taxa global de custos mais baixa em novembro de 2014. Investe em obrigações de empresas com vencimentos médios a três anos. Rendeu 3,9% por ano na década anterior, segundo a Morningstar.
Note, no entanto, que, ao contrário dos depósitos a prazo, dos Certificados de Aforro, dos CTPM e da maioria dos seguros de capitalização, não há garantia de capital nos fundos de obrigações.
Só quer aplicações de curto prazo? Descubra as diferenças entre depósitos e Certificados de Aforro
Os depósitos a prazo e os Certificados de Aforro são duas das aplicações mais populares ente os aforradores particulares em Portugal. No final de agosto de 2014, os portugueses tinham aplicado 101,2 mil milhões de euros em depósitos a prazo e 11,4 milhões em Certificados de Aforro. Para que não restem dúvidas, descubra as diferenças entre estes produtos de poupança.
Remuneração Os bancos decidem as taxas de juro que estão dispostos a pagar aos clientes. Regra geral, a taxa é fixa para todo o prazo (embora haja exceções, como os depósitos indexados, que devem ser evitados). A taxa dos Certificados de Aforro é calculada mensalmente, em função da evolução da Euribor a três meses no final do mês anterior. Em novembro de 2014, ficou estabelecida em 3,071%. Quando se subscreve Certificados, esta taxa é válida para os três meses seguintes. Após este período, a taxa é renovada trimestralmente.
Comercialização Os depósitos são realizados junto das instituições financeiras. Os Certificados de Aforro, atualmente na série C, podem ser subscritos em algumas estações dos CTT e através do AforroNet.
Mobilização Há depósitos que não podem ser mexidos antes do vencimento. Os que permitem a mobilização antecipada normalmente penalizam os aforradores que resgatam através da redução dos juros. Os Certificados de Aforro podem ser levantados a qualquer altura após os primeiros três meses. Se houver disponibilidade de caixa na estação dos CTT, o reembolso pode ser no momento. Não é possível o resgate antecipado através do AforroNet.
Prazo Há depósitos que se vencem em alguns dias, mas o prazo por ir até alguns anos, embora cerca de metade tenha duração até um ano, segundo as últimas estatísticas do Banco de Portugal. Os Certificados de Aforro têm um prazo de dez anos.
Montante mínimo São 100 euros o mínimo exigido para investir ou reforçar nos Certificados de Aforro. O valor mínimo dos depósitos depende do banco e do produto. É frequente um valor de 500 euros.
Para saber os detalhes do depósito a prazo proposto pelo seu banco, solicite a ficha de informação normalizada. Se quiser saber os pormenores dos Certificados de Aforro, leia a informação publicada pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.
Será que o depósito é bom? Três métricas para descobrir
A primeira coisa a fazer quando lhe oferecem uma taxa de juro num depósito a prazo é saber quanto é que dá em termos líquidos. Os residentes em Portugal continental e na Madeira têm de subtrair 28% por conta de IRS, enquanto os açorianos têm de descontar 22,4%. Assim, a taxa bruta de 0,15% que o Banco BPI propunha num depósito a um ano em outubro de 2014 convertia-se uma taxa líquida de 0,11% fora dos Açores, por exemplo. Mas é uma boa taxa?
Para começar, compare com a taxa de inflação prevista por uma entidade independente, como o Banco de Portugal ou o Fundo Monetário Internacional. O banco central português calculava, em outubro de 2014, uma taxa de inflação de 1% em 2015, por isso, no balanço entre o que perde com o aumento de preços e os juros que recebe, o resultado deveria ser negativo.
A seguir, compare com as taxas de juro da concorrência. Em outubro de 2014, os bancos mais generosos pagavam até 3,25% num depósito a um ano, ou seja, uma taxa líquida de 2,34% no Continente e na Madeira. A solução do Banco BPI caia por terra: é mais de 20 vezes pior.
É preciso alguns cuidados na comparação com a concorrência, em particular na possibilidade de mobilização antecipada e nas penalizações quando é permitida. As regras dos depósitos podem variar e, por isso, a comparação pode sair enviesada.
Por último, faça uma análise aos Certificados de Aforro. Embora sejam produtos diferentes, os Certificados de Aforro são substitutos por satisfazerem a mesma necessidade: poupança de curto ou de médio prazo com baixo risco. Em outubro de 2014, a taxa líquida dos Certificados de Aforro estava em 2,2%, mais alta do que a promovida pela esmagadora maioria dos depósitos a prazo em comercialização em Portugal.
Receia que o banco ganhe mais do que você? Corte nos custos
A Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor defendeu, na Assembleia da República, o fim das comissões nas contas à ordem, mas não convenceu: a coligação PSD/CDS-PP chumbou as propostas de lei do Partido Comunista, do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista. Foi uma “insensibilidade social”, disse a Deco.
A redução das comissões bancárias pode, todavia, partir da sua iniciativa. Lembre-se: tudo o que pagar ao seu banco é menos capital disponível para investir.
Para começar, corte nos custos da conta à ordem. Se tiver uma conta com domiciliação de ordenado ou da pensão, provavelmente já não terá despesas de gestão de conta, embora haja mínimos para o vencimento ou para a pensão. No entanto, outros produtos e serviços poderão ter custos. Evite-os sempre que possível.
Se não tem conta-ordenado, escolha o banco mais barato. O ActivoBank, pertencente ao grupo do Millennium bcp, destaca-se pelos baixos custos. Em novembro de 2014, era possível ter uma conta sem comissão de gestão, não pagar para ter cartão de débito e cartão de crédito e ter transferências interbancárias gratuitas através da Internet.
Cortar na hora de investir
Sempre que aforrar num produto financeiro, tenha presentes as despesas envolvidas. Os depósitos a prazo não podem ter custos, mas os depósitos indexados (que, como todos os produtos financeiros complexos, devem ser contornados) podem ter comissões implícitas no rendimento. Os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro Poupança Mais também não têm custos.
Se investir através de fundos de investimento, simplificando a sua carteira, evite sempre (sem exceção) as comissões de subscrição. Aceite apenas comissões de resgate nas aplicações de curto prazo nos produtos desenhados para o longo prazo, como os fundos de ações.
A Morningstar, uma agência de avaliação de fundos, publica os custos de todos os fundos distribuídos em Portugal. Vale a pena analisar antes de efetuar uma subscrição.
Para quem investe na bolsa diretamente, as comissões de negociação, de pagamento de dividendos e de guarda de títulos podem ter um elevado impacto na rendibilidade. É por isso que escolher um intermediário barato, como o Banco Carregosa, o Banco Invest, a Orey Financial ou a holandesa DeGiro é tão importante como escolher bons instrumentos financeiros e como começar a investir cedo.
Como eleger o melhor fundo? Comece pelos mais baratos
O entrevistador perguntou a William Sharpe, laureado com o Nobel da Economia em 1990, como escolhia os seus fundos de investimento. “A primeira coisa a procurar é a taxa global de custos, a segunda é a rotação da carteira e a terceira é alguma medida de desempenho passado. Mas se tivesse de olhar apenas para uma coisa, eu escolheria a taxa global de custos“, respondeu o académico da Universidade de Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos da América.
Sharpe, reconhecido como o pai da avaliação de fundos, alertava para os custos que muitas vezes os investidores pagam sem saberem. A comissão de subscrição e de resgate é reconhecida por muitos, mas menos analisadas são as comissões de gestão e de depósito. Estas duas comissões são as principais componentes da taxa global de custos.
Algumas entidades independentes que avaliam fundos, como a Morningstar, a Proteste Investe e a Citywire, publicam quadros comparativos que mostram as diferentes estruturas de comissões entre os fundos.
Replique um índice
As conclusões dos estudos de William Sharpe leva-o a recomendar fundos de índice, porque normalmente têm custos mais baixos. Estes fundos replicam índices bolsistas, logo os gestores têm um trabalho simplificado, cobrando menos por isso. “Em condições plausíveis, uma pessoa a poupar para a reforma que escolha investimentos de baixo custo em vez de custos mais elevados poderá ter um nível de vida na aposentação que é 20% superior”, explicou numa entrevista à publicação da sua alma mater.
Cruzando a base de dados da Morningstar com a lista de fundos comercializados pelas instituições financeiras em Portugal, descobre-se que os produtos mais baratos replicam índices. É o caso, por exemplo, do BNY Mellon S&P500 Index Tracker, distribuído pelo ActivoBank e pelo Banco Big, cuja taxa global de custos é de 0,5%. Este fundo procura replicar o principal índice de ações norte-americanas. A taxa global de custos média nos fundos de ações é de 1,9%.
Procura fundos ainda mais baratos? Vá à bolsa
A primeira regra para escolher os melhores fundos é procurar as comissões mais baixas. Mas não é possível reduzir ainda mais os custos, indo além dos fundos tradicionais? Sim, se for à bolsa. É na bolsa que se encontram os fundos cotados, normalmente conhecidos por trackers, exchange-traded funds ou ETF. Regra geral, replicam simples índices de ações ou de obrigações e, por isso, cobram comissões muito baixas. Em novembro de 2014, o maior fundo cotado, o iShares MSCI EAFE ETF, que investe nos mercados desenvolvidos exceto nos EUA e no Canadá, cobrava 0,3% por ano aos investidores participantes que adquiriram unidades na bolsa de Nova Iorque. Mas havia mais barato: o Schwab US Broad Market ETF cobrava 0,04% por ano para investir em mais de duas mil ações norte-americanas. Investir através de um fundo cotado tem os custos acrescidos do intermediário financeiro, como as comissões de negociação, de guarda de títulos e de distribuição de dividendos. Só é aconselhável para quem tem carteiras mais avultadas, de modo a diluir estes custos adicionais.
Quer simplificar ao máximo a sua carteira? Escolha fundos mistos
Os fundos de investimento podem simplificar a criação de uma carteira de aplicações, mas é sempre preciso equilibrar fundos de ações com fundos de obrigações, pelo menos, para ter um cabaz ajustado ao perfil do agregado familiar. Não há um instrumento mais simples? Sim, os fundos mistos.
Os fundos mistos combinam aplicações nos mercados de ações e de obrigações. Assim, estes fundos têm algum do maior potencial de valorização das ações e alguma da estabilidade das obrigações. Além de outras regras essenciais à seleção de fundos, os fundos mistos devem ser eleitos pela proporção investida em cada componente, ações e obrigações. Quanto mais longe estiver do objetivo para o qual está a poupar, maior deve ser a exposição ao mercado acionista.
Quase todos os bancos oferecem fundos mistos aos seus clientes, normalmente divididos entre defensivos (mais obrigações), neutros (equilibrados entre obrigações e ações) e agressivos (mais ações). Os planos de poupança-reforma também podem ser fundos mistos (embora nunca agressivos, por limitação legal), mas apenas devem ser constituídos quando o objetivo é mesmo o planeamento da aposentação.
Ainda mais simples
A Fidelity, uma das maiores sociedades gestoras de fundos do mundo cujos produtos são distribuídos por bancos portugueses, gere um tipo diferente de fundos mistos: começam por ser agressivos, convertem-se em neutros a meio caminho e, no final, são muito conservadores. A evolução é progressiva e poupa o investidor de ter de fazer mudanças na sua carteira, porque o gestor encarrega-se dos ajustes. São os chamados fundos de ciclo de vida.
Em outubro de 2014, havia fundos Fidelity Target que apontavam de 2015 até 2040, em intervalos de cinco anos. O Fidelity Target 2020 (Euro) tinha cerca de metade da carteira em ações, mas o Fidelity Target 2030 (Euro) tinha mais de 80% e o Fidelity Target 2040 (Euro) quase todo o dinheiro.
Em Portugal, estes fundos eram comercializados pelo ActivoBank, Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank e Millennium bcp.
Não dê demasiada liberdade ao gestor
Há um grupo de fundos que, embora possam combinar aplicações em ações e em obrigações, não são fundos mistos. Muitos investidores são atraídos para estes produtos, mas que nem sempre são a solução mais correta para o património.
Aconteceu, por exemplo, no Espírito Santo Liquidez, o maior fundo de investimento que alguma vez foi administrado em Portugal. O prospeto do fundo previa a possibilidade de investir num rol de instrumentos financeiros, mas, na prática, o fundo esteve muito tempo concentrado em títulos de dívida do Grupo Espírito Santo.
O Espírito Santo Liquidez é um fundo especial de investimento, mas os fundos flexíveis também autorizam os seus gestores a investir de forma mista em ações e em obrigações. No entanto, os administradores não se comprometem a limites em cada uma das componentes da carteira: tanto podem ter tudo em ações como tudo em obrigações ou em aplicações de tesouraria. Evite-os, porque não garantem que se adaptam sempre ao seu perfil de investidor.
Quer ajudar Portugal? Mesmo assim não compre Obrigações do Tesouro
As Obrigações do Tesouro (OT) são muito importantes para o financiamento da República Portuguesa. Em setembro de 2014, o valor emitido através destes títulos era cerca de seis vezes mais do que o aplicado em Certificados de Aforro e em Certificados do Tesouro Poupança Mais, mostram as estatísticas da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. No entanto, nessa altura, os aforradores particulares deveriam evitar as OT.
Para começar, é preciso um intermediário financeiro e alguns conhecimentos para investir nas OT. Embora quase todas estejam listadas na bolsa de Lisboa, a maioria dos negócios sobre obrigações é realizada fora do mercado, diretamente entre intermediários.
Além disso, até ao início de novembro de 2014, o rendimento que as OT garantiam até ao vencimento era muito baixo. Os títulos que se venciam em dois anos, em outubro de 2016, por exemplo, cotavam acima do valor nominal. O Banco Big calculava que a rentabilidade anual até à maturidade era de 0,8%, muito longe das taxas dos Certificados de Aforro.
Era preciso investir nas OT de maturidades mais longas para conseguir rendimentos potenciais mais altos, mas, mesmo assim, pouco interessantes. A OT que se vence em abril de 2037, a mais popular entre os clientes do Banco Best, oferecia uma rentabilidade anual até à maturidade de 4,2%, segundo o banco. Depois de descontar as comissões e os impostos, era provável que o rendimento anual caísse para 3% ou menos.
Para conseguir 3% por ano com a garantia do Estado português, bastava investir durante cinco anos nos Certificados do Tesouro Poupança Mais: é esta a rentabilidade anual líquida que estes produtos ofereciam no mínimo neste prazo em novembro de 2014.
Continua a subscrever PPR? Há poucas razões para o fazer
Apesar de todas as vantagens apregoadas dos planos de poupança-reforma, o Observador mostrou que os Certificados de Aforro renderam mais do que muitos PPR. As desvantagens dos planos de reforma acumulam-se: além de renderem pouco, as comissões são tendencialmente elevadas e a flexibilidade é reduzida (afinal, são criados apenas para garantir a aposentação).
Os PPR poderiam render mais se não estivessem limitados por lei no investimento no mercado acionista, que, no longo prazo, rende mais. Atualmente, os gestores de PPR podem aplicar um máximo de 55% da carteira em ações.
Se, mesmo assim, quer investir em PPR, releia a lista dos produtos favoritos do Observador publicada em outubro de 2014. Versão resumida: Espírito Santo PPR, Optimize Capital Reforma PPR Acções e Leve PPR Duo.
Tem medo de bolhas? Mal se notam no longo prazo
As bolhas financeiras, quando rebentam, são os maiores receios dos investidores. Mas não há razão para tanto medo. Se investir progressivamente, consegue abafar o efeito das bolhas e ainda aproveitar os preços baixos.
Apesar de, nos últimos 114 anos, as economias mundiais terem passado por duas Grandes Guerras, outras mais pequenas, uma Grande Depressão, várias crises financeiras e ainda mais crashes bolsistas, as ações mundiais renderam 5,2% por ano acima da inflação, em média.
Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton, os académicos da London Business School que iniciaram o estudo de longo prazo das ações, avaliaram as perdas potenciais da bolsa no relatório de 2011 do Credit Suisse. “As ações dos EUA perderam, em termos reais, 79% entre o pico de setembro de 1929 e julho de 1932”, revelam. Foi o pior momento possível para os investidores norte-americanos.
Contudo, se os investidores estivessem a comprar ao longo do período, fariam aquisições a preços muitos deprimidos e, assim que a depressão passasse, o ganho seria substancial.
Na vida real portuguesa
A estratégia do investimento progressivo funciona através de aplicações de igual montante (ou crescente) em intervalos de tempo semelhantes. Pode, por exemplo, comprar 250 euros por mês num fundo de ações ou num fundo misto de ações e obrigações. Através da tática, os investidores compram algumas vezes a preços inflacionados (no auge das bolhas) e, outras vezes, a preços muito bons (no fundo das depressões). Como, no longo prazo, as ações sobem, então o resultado da estratégia deve ser positivo.
O Observador simulou o resultado de um investimento trimestral de 500 euros num dos fundos de ações mais antigos gerido em Portugal, o BPI Europa. Os 500 euros aplicados em meados de março, junho, setembro e dezembro de cada ano desde o verão de 1991 até ao final de outubro de 2014 acumulariam um património superior a 142 mil euros. O capital aplicado, 91 mil euros, teria capitalizado a uma taxa anual líquida de impostos e comissões de 4,2%.
A escolha do BPI Europa pelo Observador deveu-se apenas à sua antiguidade. Repare que os analistas de fundos não o recomendam (a Morningstar atribui-lhe duas em cinco estrelas e a Proteste Investe aconselha a venda). Se tiver o máximo de cuidado com os seus investimentos, não há razões para o seu resultado não ficar mais perto dos 5,2% apregoados por Dimson, Marsh e Staunton, da London Business School.
Deve vender as suas ações da EDP? Sim, se não tiver outras
Não é preciso ser especialista para saber que a diversificação é importante. António, o mercador de Veneza de Shakespeare, dizia há quatro séculos: “Não tenho os meus bens confiados a um só casco, nem a um só lugar.” Todavia, desde a década de 1950, com os estudos de Harry Markowitz, que os benefícios da diversificação são estendidos tecnicamente ao mundo dos investimentos.
É uma má decisão ter a carteira concentrada numa só ação (ou num punhado pequeno de ações), mesmo que seja de uma empresa aparentemente sólida, como a EDP. Que o digam os acionistas do Banco Comercial Português ou da Portugal Telecom: os preços na bolsa desceram mais de 85% nos cinco anos que terminaram em outubro de 2014. Ou, pior, os antigos acionistas do Banco Espírito Santo, que viram o valor dos seus papéis a cair para zero.
Não há um número milagroso que indique o mínimo recomendado de ações diferentes. Há quem defenda 15 a 20 ações; há quem promova 30 títulos. É preciso bom senso: as carteiras têm de começar com poucos investimentos. À medida que o património cresce, o esforço de diversificação deve ser incrementado.
É crucial que as primeiras empresas selecionadas para o património atuem em negócios díspares. Se só investir na banca, é natural que a carteira sofra um terramoto da próxima vez que algum membro do setor financeiro passar por dificuldades acrescidas.
Investir em dívida de empresas? Tenha muito cuidado
Foram muitas a sociedades portugueses que exploraram o interesse dos investidores particulares na aquisição de obrigações de empresas entre 2012 e 2013. EDP, Portugal Telecom, Brisa, Semapa e Continente foram algumas das entidades que colocaram a sua dívida junto dos aforradores, prometendo taxas até 7% por ano.
Desde então, a rendibilidade potencial das obrigações desceu acentuadamente, abrindo caminho aos que compraram os títulos a venderem com bons ganhos, mas afastando os potenciais interessados. Os analistas da Proteste Investe calculam, por exemplo, que os títulos da construtora Mota-Engil que se vencem em março de 2016 ofereciam uma rendibilidade anual líquida de 1,5% no início de novembro de 2014, muito abaixo das taxas líquidas dos Certificados de Aforro.
Investir diretamente numa carteira de obrigações de empresas é desaconselhável, porque dificilmente conseguirá constituir uma carteira diversificada e porque o mercado obrigacionista é especialmente complicado de acompanhar. Prefira um bom fundo de obrigações.
O seu banco oferece-lhe uma taxa baixa? Negoceie ou mude
Se for ao seu banco à procura de um depósito a prazo, a primeira proposta que receberá é a que está inscrita no preçário. Em novembro de 2014, com a taxa de inflação prevista para 2014 próxima de zero e as Euribor abaixo dos 0,4%, a banca não pagava muito. Em agosto de 2014, os novos depósitos de particulares até um ano recebiam taxas de juro médias de 1,5%, mostram as últimas estatísticas do Banco de Portugal.
Se, usando algumas métricas, não ficar satisfeito com a primeira taxa que lhe propõem, negoceie. Negociar faz parte da atividade bancária. Aliás, alguns bancos reconhecem esta possibilidade antecipadamente.
A sua capacidade de negociação depende do montante que quer aplicar e do envolvimento que tem com o banco: se é um cliente antigo, se já tem outras aplicações e produtos financeiros ou se paga as prestações do crédito sempre a tempo.
Se, mesmo após uma negociação, não ficar satisfeito, não se prenda. Há muitos outros bancos, alguns dos quais pagam taxas interessantes. Se não quer abrir conta noutra instituição financeira, pode sempre aplicar a poupança em Certificados de Aforro.
Subscreveu um seguro de investimento. Deveria ter feito um depósito?
À partida, os seguros de capitalização parecem mais interessantes dos que os depósitos a prazo, porque normalmente pagam taxas de juro mais altas. No entanto, há duas coisas que devem afastar os aforradores mais atentos: as comissões e a falta de proteção independente.
Ao contrário dos depósitos a prazo, as entidades financeiras podem cobrar comissões nos seguros de investimento. O NB Capitalização Júnior, um seguro do Novo Banco destinado aos menores em comercialização em novembro de 2014, tem uma taxa mínima garantia de 3% para 2014. Porém, é cobrada uma comissão de subscrição de 1% e há lugar a uma comissão de resgate até à oitava anuidade do seguro. Um dos pontos comerciais do produto é a oferta de um porco mealheiro ao menor.
Os seguros de capitalização que cobram menos comissões tendem a render menos. O seguro Capital Taxa Garantida NB não tem comissão de subscrição, mas a taxa de juro garantida é de 2% em 2014.
Estas rendibilidades são brutas, isto é, são alvo de tributação. Porém, a taxa de tributação é reduzida se o rendimento for recebido após cinco anos da subscrição, tornando os seguros de capitalização mais atraentes como aplicações de longo prazo. Porém, em outubro de 2014, o Governo planeava estender a vantagem fiscal aos depósitos a prazo em 2015.
Seguros também perdem
Alguns seguros de investimento não garantem o capital, nem pagam rendimento mínimo. Às vezes, investem em aplicações mais voláteis, como fundos de ações. Embora os fundos investimento possam ser interessantes para os investidores, os seguros ligados a fundos podem ser menos atrativos, porque adicionam uma camada adicional de comissões aos investidores.
A informação pública sobre os seguros sem capital garantido é escassa. A Associação Portuguesa de Seguradores compila estatísticas de alguns produtos lançados por companhias de seguros. A análise à base de dados de 2013 mostra que dois em cada cinco seguros sem capital garantido tiveram prejuízos anuais na última década.
Sem fundo de garantia
Uma das grandes críticas que se fazem aos seguros de investimento prende-se com a inexistência de um sistema independente de proteção aos investidores. Os depósitos são protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos (até 100 mil euros por depositante num banco), enquanto a maioria dos instrumentos financeiros, como os fundos de investimento, são abrangidos pelo Sistema de Indemnização aos Investidores (até 25 mil euros por investidor).
Caso as aplicações em seguros fiquem indisponíveis (por fraude ou por falência, por exemplo), os aforradores não têm a quem recorrer sem ser o sistema judicial.
Ainda deve confiar na banca? Sim, mas escolha bem
Não há volta a dar: os bancos são cruciais para si e para todos. Se quer investir as suas poupanças, tornam-se ainda mais importantes. É básico saber que precisa de um intermediário financeiro para conseguir fazer aplicações em instrumentos financeiros.
A importância que os bancos têm na vida particular deve obrigar os consumidores a serem seletivos na eleição de quem pode mexer e saber sobre o seu dinheiro. Muitas pessoas são clientes de bancos apenas porque sempre o foram. Não deve ser assim: os bancos devem ser escolhidos pelo que podem fazer pelo seu dinheiro.
Se prefere depósitos a prazo, eleja bancos tradicionalmente generosos. Se procura fundos de investimento, busque os bancos com mais fundos (Banco Best, ActivoBank, Banco Big, Banco Invest e Deutsche Bank, por exemplo), porque é provável que tenham os melhores. Se apenas aplica o seu dinheiro em Certificados de Aforro e do Tesouro, opte por um banco sem custos do dia-a-dia, como o ActivoBank.
Evite colecionar contas bancárias. Ter dinheiro espalhado por muitos bancos aumenta as possibilidades de lhe cobrarem comissões e outras despesas sem que repare. Na poupança, todos os tostões contam.
Aplicações com benefícios fiscais compensam? Nem sempre
Todos gostam de benefícios fiscais, incluindo o setor financeiro. Por isso, quando um produto recebe uma redução fiscal, é normal registar-se um aumento dos custos dos produtos.
É por isso que os planos de poupança-reforma (PPR) na modalidade de fundos de investimento cobram mais na subscrição e no reembolso do que os fundos mistos, que são diretamente comparáveis. Mas é na modalidade de seguros de vida que os PPR mais cobram: a comissão de subscrição chega até 9% do aforro (Misto BA PPR da España S.A.), mostra a lista agregada pelo Instituto de Seguros de Portugal.
Os seguros de capitalização, cuja tributação sobre os rendimentos também é reduzida no longo prazo, primam por apresentarem frequentemente comissões de subscrição e de reembolso. Este tipo de cobrança é cada vez mais raro noutros produtos financeiros, como nos fundos de investimento.
Os depósitos a prazo, que, em 2015, juntam-se aos produtos com vantagens fiscais de longo prazo, não podem ter comissões.
Se quer investir com benefícios fiscais, garanta que o seu instrumento financeiro não tem custos acrescidos por causa disso.
Aderiu aos Certificados de Reforma. Fez mal?
Quem já desconta para a Segurança Social, para a Caixa Geral de Aposentações ou para a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores pode, opcionalmente, aumentar a sua contribuição com o objetivo de incrementar a pensão futura.
É possível contribuir com 2% ou 4% ou, para os maiores de 56 anos, com 6% do vencimento que já é alvo do desconto obrigatório. Este dinheiro é investido em Certificados de Reforma, que funcionam como se fossem unidades dum fundo de investimento independente dos sistemas de segurança social.
Os Certificados de Reforma foram apelidados de “PPR do Estado”, por serem uma poupança para a aposentação e por terem benefícios fiscais equiparados. No entanto, os Certificados de Reforma têm algumas vantagens e outras desvantagens:
Rendibilidade Para um fundo conservador (tem, no máximo 25% de ações), a rendibilidade anual de 4,4% dos Certificados de Reforma alcançada desde que foram lançados em 2008 até setembro de 2014 é interessante quando comparada com os PPR também conservadores.
Garantia de capital Não há garantia de capital. Os aderentes aos Certificados de Reforma podem perder dinheiro, tal como nos PPR não garantidos.
Comissões Os Certificados de Reforma não têm comissões, mas há custos de administração. Ficam em clara vantagem face aos PPR.
Mobilização Não há possibilidade de sacar o dinheiro dos Certificados de Reforma antes da aposentação, nem com penalização fiscal, como acontece com os PPR no reembolso antecipado. Em caso de morte do contribuinte, os direitos sobre os Certificados de Reforma passam para os herdeiros, como nos PPR.
Penhora Ao contrário dos PPR, que podem ser penhorados, os Certificados de Reforma são impenhoráveis.
A impossibilidade de mexer no dinheiro, mesmo em caso de emergência, é o principal elemento que o deve levar a evitar os Certificados de Reforma. Se aderiu e, entretanto, se arrependeu, pode suspender as aplicações mensais na altura da renovação anual ou em fevereiro de cada ano. A suspensão também pode ser pedida no caso de incapacidade para o trabalho, doença ou desemprego.
Que tal uma conta de poupança-reformado? Só se for no Novo Banco
As contas de poupança-reformado poderiam ser muito interessantes, se as taxas de juro estivessem ao nível das pagas pelos melhores depósitos a prazo. Os aposentados cuja pensão não ultrapassa o equivalente a três salários mínimos (1.515 euros, desde o início de outubro de 2014) podem aplicar até 10.500 euros nas contas de poupança-reformado sem pagar imposto sobre os juros recebidos.
Todavia, no final de outubro de 2014, entre os principais bancos portugueses, apenas o Novo Banco pagava uma taxa de juro aceitável: 2% nas aplicações a seis meses e 2,25% a 12 meses. Caixa Geral de Depósitos (pagava 0,1%), Millennium bcp (no máximo, 0,75%), Santander Totta (até 0,875%) e Banco BPI (0,05%) devem ficar longe, segundo as taxas publicadas nos seus preçários. O segundo banco mais generoso era o Banif: pagava uma taxa de 1,4%.
A taxa de 2,25% do Novo Banco a 12 meses fica ligeiramente acima do rendimento líquido proposto agora pelos Certificados de Aforro para os próximos três meses.
Reformou-se com um bom pé-de-meia. E agora?
Assim que se aposentam, os aforradores não têm de passar logo as poupanças para produtos menos arriscados, como depósitos a prazo e Certificados de Aforro. Atualmente, a esperança média de vida dos homens de 66 anos é de mais de 16 anos, enquanto a das mulheres da mesma idade é de quase 20 anos, revelam as tábuas de mortalidade publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística. Com os avanços médicos, espera-se que estes números se dilatem.
Se estiverem bem de saúde, os aforradores aos 66 anos devem fazer duas coisas:
- Resgatar mensalmente os montantes que necessitarem para compensar a perda de poder de compra registada com a passagem à aposentação. Os cálculos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico indicam que os pensionistas portugueses perdem cerca de um terço do rendimento.
- Transferir progressiva e lentamente as aplicações mais arriscadas para as aplicações conservadoras. Tudo o que não é necessário na próxima década pode ficar em instrumentos com algum risco para aumentar as probabilidades de fazer crescer o património, a não ser que o reformado seja completamente avesso ao risco.
Esqueça o dinheiro
Muitos aposentados não querem pensar no dinheiro, muito menos em escolher as aplicações certas. A solução é comprar uma renda vitalícia.
É possível ir a uma companhia de seguros e entregar todo o seu pé-de-meia em troca de um complemento à sua pensão. Como as mulheres vivem mais tempo, em média, sai-lhes mais caro adquirir uma renda vitalícia. Enquanto 200 mil euros devem conseguir comprar uma renda mensal de perto de mil euros a um cavalheiro de 66 anos, a mesma poupança deve oferecer uma prestação bastante inferior a 900 euros a uma senhora com a mesma idade.
Há várias modalidades nas rendas vitalícias. A reversibilidade, por exemplo, permite a transferência do direito a receber a renda quando o cônjuge que a contratou morreu. Também se pode optar por rendas crescentes, de modo a acompanharem de algum modo a inflação.
Como é uma decisão literalmente para o resto da vida, é preciso um especial cuidado na decisão, visitando o maior número possível de companhias de seguros e, se possível, repartindo o capital por mais do que uma seguradora.
Amortizar ou investir? Prefira pagar as dívidas
É uma das dúvidas mais anciãs nas finanças pessoais: o dinheiro que se junta todos os meses deve ser conduzido exclusivamente para investimentos ou deve-se preferir anular as dívidas. Na maioria dos casos, os créditos devem ser os destinatários do dinheiro amealhado.
Excluindo os empréstimos à habitação, as taxas de juro cobradas pelas instituições de crédito são muito altas. Em média, os créditos que se vencem até um ano pagavam 13,38% em agosto de 2014, revelam as estatísticas do Banco de Portugal. Mesmo os mais dilatados, que maturam depois de cinco anos, cobravam 6,30%. Nestes casos, não há dúvidas: é melhor amortizar do que investir.
Quer dormir melhor?
Nos créditos à habitação, a história é outra, porque a taxa média em agosto de 2014 era de 1,53%, pouco superior à taxa média que os bancos pagavam nos depósitos a prazo, de 1,51%. Assumindo estas taxas de juro, a amortização de um crédito de 100 mil euros em 10 mil euros permite poupar 12.476 euros no final de 30 anos. Todavia, a aplicação anual dos mesmos 10 mil euros à taxa de 1,51% acumula 13.832 euros no prazo de três décadas, mesmo depois de descontar os impostos sobre os rendimentos. Naturalmente, um aforrador que planeie um investimento por 30 anos conseguirá alcançar um rendimento superior a 1,51%, mesmo em produtos de capital garantido.
Embora matematicamente o investimento seja mais vantajoso que a amortização de um crédito à habitação, a redução da dívida tem um benefício acrescido: permite dormir melhor à noite. Se não gosta de estar atado ao seu banco devido ao crédito, a única maneira de se libertar é amortizá-lo e, simultaneamente, reduzir o prazo. No caso anterior, os 10 mil euros de amortização permitiriam reduzir o prazo da dívida em três anos e meio sem aumentar a prestação mensal.
Na decisão entre investir ou amortizar o crédito à habitação, pondere se quer ter provavelmente um pé-de-meia superior no futuro ou se pretende libertar-se mais cedo do seu banco.
Comprar casa para arrendar? Duas razões para não o fazer
A maioria das famílias portuguesas com disponibilidade para investir no mercado imobiliário já é dona da sua própria habitação. Os últimos Censos conduzidos pelo Instituto Nacional de Estatística indicaram que 73,24% dos alojamentos familiares clássicos estavam ocupados pelos proprietários em 2011.
Para a maioria dos investidores, a residência, muitas vezes adquirida com recurso ao crédito à habitação, já é uma exposição mais do que suficiente ao mercado imobiliário. Além disso, as expectativas de retorno no negócio de compra de casa para arrendamento são muito reduzidas.
No último estudo nacional, os analistas da Proteste Investe, a publicação financeira ligada à Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, indicaram que a rendibilidade média é de 3%, o que “não é suficiente para os riscos inerentes ao negócio”. O desempenho do mercado continua a ser negativo. O Índice APFIPP/IPD, que segue as tendências através das carteiras dos fundos de investimento imobiliário, registou uma queda anual de 3,2% em junho de 2014.
Que fazer agora a cinco mil euros? Três ideias práticas
Não recebeu os jackpot do Euromilhões, mas, se calhar, é um dos portugueses que ganhou os cerca de cinco mil euros do quarto prémio. Talvez tenha recebido um prémio pelo seu desempenho profissional. Ou uma herança. Qualquer que seja o motivo, tem cinco mil euros parados na sua conta à ordem e não precisa deles para já. Que lhes fazer?
Além de poder gastá-los para satisfazer os seus desejos consumistas, o Observador apresenta-lhe três sugestões financeiras para o dinheiro:
Faça ou reforce o seu fundo de emergência O fundo de emergência é o primeiro passo a dar nas finanças pessoais. Se ainda não o constituiu, aproveite a oportunidade.
Amortize as suas dívidas Excluindo alguns créditos à habitação, os empréstimos bancários são demasiado onerosos para o deixar dormir descansado. Amortize-os para ficar mais próximo da sua liberdade financeira.
Poupe para a reforma É, provavelmente, a maior preocupação dos portugueses. E percebe-se: quando se aposentam, perdem cerca de um terço do poder de compra. Para aligeirar a inquietação, amealhe para a aposentação.
Como juntar dinheiro para as férias? Não é na conta à ordem
São muitos os sistemas que os portugueses adotam para poupar para as férias. Uns contam apenas com o subsídio de férias. Outros esperam por uma boa devolução de IRS após o apuramento do imposto calculado pela autoridade fiscal. Muitos deixam acumular na conta à ordem.
A conta à ordem é o pior sítio para amealhar poupanças para as férias, especialmente se tiver um espírito mais consumista. Acontece a muita gente acabar por gastar o aforro fora do período veraneante.
Para a maioria das pessoas, as contas de poupança, versões dos depósitos a prazo que permitem reforços, são os instrumentos mais indicados para a preparação das férias. E não é pelo rendimento: em outubro de 2014, a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, não remunerava a conta CaixaPoupança quando os valores eram inferiores a 250 euros, por exemplo. O objetivo é mesmo afastar o pé-de-meia do seu dia-a-dia.
A vantagem das contas de poupança é que exigem mínimos de aforro muito baixos. A CaixaPoupança podia ser iniciada com 10 euros.
Certificados de Aforro dificultam estratégia
Os Certificados de Aforro, que, em outubro de 2014, pagavam uma taxa anual líquida de 2,2%, seriam um candidato natural às poupanças para as férias, mas, na prática, é difícil usá-los.
Uma pessoa que amealhe 100 euros por mês para juntar 1.200 euros dentro de um ano para as férias, poderia pôr o dinheiro mensalmente nos Certificados de Aforro mas apenas até ao nono mês. Como os aforradores são obrigados a permanecer pelo menos três meses nos Certificados de Aforro, se aplicassem os 100 euros dos últimos dois meses nestes títulos, não os poderiam levar para as férias.
Como os juros são capitalizados trimestralmente, algum dinheiro não capitalizaria na totalidade. Por exemplo, os 100 euros poupados no segundo mês capitalizaria os juros em três trimestres, mas os dois últimos meses não gerariam rendimento.
Feitas as contas, uma poupança mensal de 100 euros acumularia 1212 euros, ou seja, o esforço de aplicação nos Certificados de Aforro geraria um ganho líquido de 12 euros.
Além disso, as despesas das férias não se fazem todas no final de 12 meses. Se quiser cortar nos custos do bilhete de avião, por exemplo, deve comprar com uma antecedência de cerca de seis meses. Todavia, isto ainda dificultaria mais a gestão da carteira de Certificados de Aforro.
Poupa para mudar de carro dentro de cinco anos? Subscreva Certificados do Tesouro
Já tem o dinheiro para adquirir um automóvel novo, mas não precisa de trocar de carro nos próximos anos? Estacione o dinheiro nos Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM).
Em outubro de 2014, a estrutura de taxa de juros dos CTPM era crescente: 2,75% no primeiro ano, 3,75% no segundo, 4,75% no terceiro e 5% no quarto e no quinto ano. Nestes dois últimos anos, os 5% podem ser incrementados em 80% do crescimento médio real do produto interno bruto português.
Na prática, o rendimento anual líquido dos CTPM ao fim de cinco anos poderia ficar entre 3% e 3,4%, assumindo a estimativa de crescimento indicada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2018 e 2019. É um dos melhores investimentos de capital garantido que se podiam fazer para o prazo de cinco anos.
Mesmo para prazos inferiores, os CTPM são interessantes. Em quatro anos, o rendimento anual, que é pago na conta à ordem indicada pelo subscritor, ficaria entre 2,9% e 3,2%, em termos líquidos. Em três anos, o ganho anual líquido seria de 2,7% e, para dois anos, a rentabilidade seria de 2,3%, ainda assim superior à taxa líquida dos Certificados de Aforro.
A grande limitação dos CTPM pode ser verificada se precisar do dinheiro entre dois pagamentos de juros, porque perde o rendimento corrido desde o último juro. Por exemplo, se precisasse dos 50 mil euros aplicados um mês antes do quinto aniversário, perderia cerca de 2.135 euros em juros, assumindo a previsão de crescimento económico do FMI.
Por isso, quando receber juros dos CTPM, pense se tem a certeza que não precisará do dinheiro nos 12 meses seguintes. Se não poder garantir isto, peça o reembolso numa das estações dos CTT que podem fazer esta operação ou em AforroNet.
Mantenha o seu filho longe das contas para crianças
“O melhor do mundo são as crianças”, escreveu Fernando Pessoa, e os bancos dão-lhes um tratamento especial. Porém, as propostas exclusivas para os mais novos devem ser rejeitadas, porque, em geral, não fazem o melhor pelas poupanças dos miúdos.
Em outubro de 2014, a taxa mais alta que a Caixa Geral de Depósitos pagava aos mais novos é de 2,5%, eventualmente acrescida de 0,3% de bónus de permanência, numa aplicação de cinco anos. Todavia, os Certificados do Tesouro Poupança Mais rendiam 4,2% por ano no mesmo prazo, antes de descontar os impostos. O Millennium bcp propunha 2%. E o Novo Banco pagava um máximo de 1,85%.
As regras para investir os euros dos aforradores mais novos são as mesmas aplicadas ao dinheiro dos adultos. Por exemplo, quanto mais longe estiver o prazo esperado de movimentação do dinheiro, mais se deve arriscar. Tem mais lógica aplicar o dinheiro para a universidade de um recém-nascido no mercado acionista (porque rende mais no longo prazo) do que numa conta de poupança, desde que, à medida que ele fica mais velho, se passe o dinheiro para aplicações de menor risco, como Certificados de Aforro, Certificados do Tesouro Poupança Mais ou fundos de obrigações.
Sempre que possível, simplifique as poupanças, escolhendo, por exemplo,fundos de investimento. Como as poupanças das crianças não são geridas ativamente, podem facilmente cair no esquecimento dos mais velhos. Escolhendo instrumentos simples, a probabilidade de problemas por falta de acompanhamento desce.