O rumor amplamente partilhado nas redes sociais teve origem num vídeo publicado no Youtube a 2 de setembro deste ano pelo canal Voyager, que se autodescreve como “um canal independente” que mistura “narrativas especulativas com conceitos científicos”. O bilionário, dono da Tesla e do X, é o foco da maioria dos conteúdos deste canal.

O vídeo tornou-se viral e em apenas duas semanas já contava com 349 mil visualizações. Além disto, o facto de Elon Musk ter comprado o Twitter em 2022 levou muitos a acreditarem nas alegações feitas pelo canal Voyager e espalhadas pelas redes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas a informação é falsa.

Tal como os próprios administradores do canal alertam num disclaimer, os seus vídeos constroem “narrativas especulativas”. Estes vídeos, que recorrem a imagens manipuladas com inteligência artificial, começam sempre com uma alegação falsa e, depois, exploram um cenário hipotético que aconteceria se a premissa inicial fosse verdadeira.

Importa ainda referir que a compra de uma plataforma com a dimensão do Youtube por Elon Musk teria sempre um enorme impacto mediático e já teria sido noticiada por vários órgãos de comunicação. Uma rápida pesquisa mostra que nenhuma fonte deu conta da notícia e os resultados apresentados mostram que as alegações são falsas.

O Observador pediu esclarecimentos ao Youtube sobre um eventual processo negocial com Elon Musk, mas não recebeu qualquer resposta até à publicação deste artigo.

Conclusão

Não existe qualquer informação em fontes credíveis e fidedignas que sustentem a afirmação de que Elon Musk pretende comprar o Youtube ou que tenha sequer iniciado esse processo. A própria conta de onde partiu o boato assume-se como local de construção de “narrativas especulativas”.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

IFCN Badge