Uma publicação partilhada no Facebook dá conta de um golpe no Equador em que o exército terá “tomado o país”, tendo também prendido os juízes do Supremo Tribunal do país. O país está em estado de exceção, mas será verdade que o exército interveio como consta nesta publicação?
“Exército equatoriano toma o país, prende ministros do STF e esquerdistas pilantras”, consta por cima de uma imagem de militares com a bandeira do Equador na farda. “Parabéns exército equatoriano”, remata a publicação.
A 8 de janeiro, o Presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou o estado de exceção em todo o país, depois de Adolfo Macías, chefe do maior grupo do narcotráfico, ter fugido da prisão — com a alegada cumplicidade de dois funcionários da prisão, segundo suspeita do Ministério Público. O Presidente decidiu decretar o estado de exceção para dar “todo o respaldo político e legal para agirem”, nomeadamente “no controlo das prisões”. Noboa manteve-se no cargo e as autoridades militares estão coordenadas com o poder executivo.
No Equador, o tribunal superior é a Corte Constitucional — o “STF” referido na publicação escrita em português do Brasil é o Supremo Tribunal Federal brasileiro — e está em funções, não existindo qualquer registo de que tenha sido tomado. Existem mesmo registos, como este, que mostram que o tribunal continua a funcionar no Equador.
Presidente do Equador: “Estamos em estado de guerra e não podemos ceder a estes grupos terroristas”
Conclusão
O Equador está em estado de exceção desde o início de janeiro, mas decretado pelo Presidente Daniel Noboa e em coordenação com as forças militares que estão mobilizadas para combater o terrorismo, depois da fuga da prisão do chefe do maior grupo de narcotráfico no país. Não há qualquer golpe militar e o tribunal superior não foi tomado como consta na publicação.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.