A teoria de que o FBI descobriu restos de carne humana num restaurante do McDonalds, nos EUA, está a circular nas redes sociais. As informações surgem devido a uma reportagem em Detroit onde o jornalista dá conta da presença do FBI no local e onde revela que há indícios de que as autoridades descobriram restos mortais. Porém, as publicações estão repletas de desinformação, já que não há qualquer indício comprovado de que a cadeia de fast food esteja envolvida na utilização de carne humana.

“O que está a acontecer? Uma investigação de rotina transformou-se num espetáculo de terror quando o FBI encontrou caixas com partes de corpos humanos numa empresa que supostamente fornece carne para o McDonald’s. Este não é um simples caso de carne estragada, é muito mais sinistro. Restos humanos, partes de corpos e uma rede distorcida de atividades ilegais estão agora na vanguarda desta história explosiva”, pode ler-se numa das publicações.

Para começar, a reportagem original data de 13 de dezembro de 2013, está publicada pelo canal no YouTube e não tem referências nem ao consumo de carne humana nem à venda da mesma por parte do McDonalds. Posto isto, não há nenhuma referência em órgãos de comunicação social fidedignos que dê conta de tal associação. O que existe é uma reportagem em direto que dá conta de que o FBI poderá ter encontrado restos mortais — nenhuma outra ligação ao consumo de carne humana, bem como nenhuma referência ao McDonald’s.

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Além de as publicações se basearem num vídeo para concluir algo que não está lá refletido, nenhum outro órgão de comunicação social noticiou informações equivalentes, não havendo sequer indícios de que a cadeia de fast food tenha vendido carne humana nos seus estabelecimentos. Sendo o McDonald’s uma das maiores cadeias de comida do mundo, seria impossível não haver referências caso se tratasse de algo verídico.

Conclusão

É falso que o FBI tenha encontrado carne humana no McDonald’s e que isso tenha sido noticiado durante uma reportagem em direto. O vídeo em causa dá conta de uma investigação que até tem referências a restos mortais, mas não faz qualquer ligação à cadeia de fast food e, muito menos, diz que foi consumida carne humana nos restaurantes, como é sugerido em várias publicações equivalentes. Também não há mais outras notícias que deem conta do mesmo.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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