Sabemos que a Inteligência Artificial entrou nas nossas vidas para ficar. Tem sido usada das mais variadas formas, inclusivamente para criar conteúdos que depois são usados para difundir informações falsas. Uma publicação que surgiu no Instagram alega que a candidata do Partido Democrata Kamala Harris às eleições presidenciais norte-americanas do próximo mês de novembro vestiu roupas ousadas quando era nova. “Só para toda a gente ver como Kamala começou”, alega o autor, dando a entender que a ainda vice-presidente dos Estados Unidos explorou a própria imagem para obter ganhos na sua carreira. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.
Fora a citação, mais nenhuma informação é prestada pelo autor. Também não diz, em lugar algum da publicação, onde e quando foram tiradas as fotografias em questão. Já quando se utilizam ferramentas de identificação da fonte de imagens como o Google Images, também se vai contra um muro sem respostas. Outros fact-checkers internacionais, como o Lead Stories, dos EUA, também disseram que se trata de uma publicação falsa, não tendo encontrado nenhum registo credível daquelas fotografias.
Também é importante olhar para a acusação que é feita pelo autor sobre como a vice-presidente norte-americana terá progredido na carreira. Kamala Harris formou-se em Direito em 1989 e em Ciência Política pela Universidade de Howard em 1986 e trabalhou como procuradora-geral na Califórnia a partir de 1990. Já foi senadora e é, ainda, vice-presidente dos Estados Unidos da América, estando agora a candidatar-se à presidência do seu país. Não é conhecida nenhuma reportagem ou artigo credíveis onde se tenha investigado a fundo a vida pessoal de Kamala Harris, onde sejam apresentadas estas fotografias.
Conclusão
Não há qualquer registo fidedigno de que as imagens de Kamala Harris, que surgiram numa publicação viral, são, de facto, verdadeiras. Quando se procura por resultados credíveis nos jornais sobre aquelas imagens, não é possível encontrar qualquer resultado em sites oficiais de meios de comunicação social. Ao mesmo tempo, recorrendo a ferramentas de identificação de imagens como o Google Images, também não é possível encontrar a fonte original daquelas fotografias. Resta a possibilidade de as imagens terem sido manipuladas digitalmente.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.