Uma publicação de Facebook tenta fazer uma ligação entre o fundador do Fórum Económico Mundial de Davos e o regime nazi alemão liderado por Adolf Hitler. O autor usa duas fotos, publicadas lado a lado, alegando que a da esquerda mostra Klaus Schwab, fundador da organização internacional, e a da direita mostra o seu pai, Eugen Schwab.

Na legenda, Eugen Schwab é descrito como “confidente próximo de Hitler, industrial e fascista” e que seria dono de “uma empresa estratégica que tinha o seu próprio campo de concentração onde os prisioneiros tinham que trabalhar de graça”.

Através de uma navegação simples no site do Fórum Económico Mundial é possível perceber que a fotografia da esquerda corresponde, de facto, a Klaus Schwab. Já a da direita mostra Walter Dybilasz, como é possível confirmar neste link do site armedconflicts.com (especializado em assuntos militares), ao qual se chega através de uma pesquisa reversa pela imagem.

Walter Dybilaz foi um major-general alemão que morreu em cativeiro na União Soviética em 1950, não estando por isso relacionado com Eugen Schwab, pai de Klaus Schwab, que morreu em 1982, de acordo com documentos verificados pela AFP Brasil. Uma investigação da agência de notícias alemã A recorreu a documentos do período nazi e posteriores e concluiu que, apesar de ter sido confirmada a ligação de Eugen Schwab a alguns grupos nacional-socialistas, não há evidências de uma proximidade com o círculo restrito de Adolf Hitler ou de uma relação direta — e de confiança — com o próprio ditador do século XX.

Conclusão

Apesar de ser verdade que Eugen Schwab e Klaus Schwab são pai e filho, as imagens desta publicação de Facebook só identificam de forma fiel o primeiro. A fotografia da direita mostra um general nazi que não é o pai do fundador do Fórum Económico Mundial. Não há evidências histórias de que Eugen tenha feito parte do círculo restrito de Adolf Hitler ou que tivesse sido general das forças armadas do Terceiro Reich.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de factchecking com o Facebook.