Dezenas de pessoas que fugiram recentemente de regiões ucranianas sob ocupação russa relataram uma pressão crescente de Moscovo para que obtenham passaportes russos, denunciaram hoje as Nações Unidas (ONU).

Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Ucrânia, a subsecretária-geral para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz da ONU, Rosemary DiCarlo, explicou que essa pressão está vinculada a um decreto presidencial russo que determina que as pessoas sem cidadania russa nas áreas ocupadas das regiões ucranianas de Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk serão consideradas “estrangeiras” após 1 de julho deste ano.

“O Direito Internacional Humanitário proíbe uma potência ocupante de obrigar a população do território ocupado a jurar-lhe lealdade. Isto inclui forçar a população a obter a cidadania da potência ocupante”, frisou DiCarlos.

Além das dezenas de pessoas que fugiram das regiões ocupadas, a ONU também entrevistou centenas de prisioneiros de guerra ucranianos libertados, que relataram tortura e maus-tratos sistemáticos e generalizados, incluindo violência sexual, segundo a subsecretária-geral.

A rara visita de um líder internacional à Coreia foi marcada pelos elogios mútuos entre Moscovo e Pyongyang, avançou a Reuters.

Num comunicado, Vladimir Putin agradeceu ao “camarada Kim” e saudou “a RPDC [República Popular Democrática da Coreia] e o seu heroico povo coreano na sua oposição ao inimigo insidioso, perigoso e agressivo”.

Já os media estatais norte-coreanos expressaram o apoio de Kim Jong-un, às ofensivas russas na Ucrânia, que classificam como “uma guerra santa de todos os cidadãos russos”.

As primeiras imagens oficiais da visita de Vladimir Putin à Coreia do Norte mostram o presidente russo e toda a delegação a ser recebidos pelo líder norte-coreano e uma comitiva.

🇷🇺🇰🇵 FOOTAGE: PUTIN LANDING IN NORTH KOREA – MEETING KIM

In a shocking display of transparency, North Korea has allowed Russia to release the ENTIRE arrival of Putin and his greeting to Kim.

Is a new age of openness for North Korea dawning?

Source: Kremlin https://t.co/e3QhqS780Q pic.twitter.com/BjRbn1obzP

— Mario Nawfal (@MarioNawfal) June 18, 2024

Os dois líderes trocaram cumprimentos e caminharam pela pista do aeroporto enquanto conversavam, com recurso a tradutores. As imagens foram transmitidas em direto pela Sputnik.

Antony Blinken argumentou que o apoio chinês permite à “Rússia manter a base industrial de defesa a funcionar, para manter a máquina de guerra a funcionar, para manter a guerra a funcionar“.

Em conferência de imprensa com Jens Stoltenberg, citada pelo The Kyiv Independent, o secretário de estado norte-americano instou Pequim a parar com o apoio a Moscovo.

A China insiste que mantém uma postura neutra e recusa as acusações de estar a fornecer equipamento militar à Rússia.

A emissora pública neerlandesa NOS afirmou que Mark Rutte vai mesmo assumir o cargo de secretário-geral da NATO, depois da saída de Stoltenberg, em Outubro.

Com a aprovação húngara anunciada hoje, apenas a Roménia se opõe à decisão, que tem de ser consensual, para o próximo secretário-geral da Aliança. Mas fontes da NOS confirmam que o presidente romeno vai desistir da sua candidatura.

Stoltenberg reagiu à seleção confirmando que o processo está quase completo e que Rutte é um “candidato forte”.

O presidente russo já aterrou no aeroporto de Pyongyang, onde foi recebido pelo líder norte-coreano Kim Jong-un, confirmou a agência noticiosa estatal russa.

A primeira visita de Putin à Coreia do Norte desde 2000, tem um programa preenchido que inclui negociações, “conversas informais entre os líderes” e uma receção de estado.

O ministro da Defesa letão anunciou que o valor vai ser retirado do fundo de contingência do orçamento de Estado, para proteção contra potenciais ataques russos.

O investimento “faz parte da criação da Linha de Defesa do Báltico, que incluirá a criação de pontos de apoio para as unidades das Forças Armadas Nacionais ao longo de toda a fronteira russo-bielorrussa”, declarou o ministro letão, citado pelo The Kyiv Independent.

A Letónia partilha 283 quilómetros com a Rússia e tem mantido um apoio constante à Ucrânia, o que faz temer retaliações do Kremlin. O acordo de defesa com a Lituânia e a Estónia já tinha sido anunciado em janeiro.

Vikot Orbán vai apoiar a candidatura de Mark Rutte, primeiro ministro neerlandês, a secretário-geral da NATO, por este se ter comprometido a manter o acordo que a Hungria assinou com a Aliança.

O acordo prevê que “nenhum membro do pessoal húngaro participará nas atividades da NATO na Ucrânia e não serão utilizados fundos húngaros para as apoiar”, tal como escreveu o primeiro-ministro húngaro no X.

Following the recent European elections, where Hungarians voted in huge numbers in favour of #peace, we reached an important agreement with #NATO Secretary General @jensstoltenberg . We agreed that no Hungarian personnel will take part in the activities of NATO in Ukraine and no… pic.twitter.com/Cliu4rZGCE

— Orbán Viktor (@PM_ViktorOrban) June 18, 2024

A decisão de Órban vai encontro da postura que tem mantido: próxima da Rússia e crítica do apoio da NATO à Ucrânia, que classificou como “uma missão louca“.

Uma vez que as decisões da Aliança são tomadas por consenso, o sucessor de Stoltenberg precisará do apoio dos 32 membros. Com a declaração de Órban, só a Roménia ainda se opõe a Rutte.

Major-General Isidro Morais explica que a Rússia vai “pagar” pelo contínuo aumento do esforço de guerra. Ainda, não confundamos o Executivo Israel com as “genes” do país.

Ouça aqui o novo episódio de “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.

“A economia russa vai alavancar”? Não é bem assim

De visita a Kiev, a presidente do parlamento da Lituânia expressou o seu apoio à entrada da Ucrânia na UE e na NATO e a responsabilização da Rússia pela guerra.

Zelensky agradeceu a Viktorija Čmilytė-Nielsen a visita e a “participação na implementação da Fórmula da Paz”.

“Debatemos as necessidades urgentes de reforço das capacidades de defesa da Ucrânia, os resultados da primeira Cimeira Mundial da Paz e os próximos passos para uma paz justa”, escreveu ainda o presidente ucraniano no X.

I met with Lithuania’s Seimas Speaker @VCmilyte.

I am grateful to the Seimas for its significant political support, as well as military and humanitarian assistance provided by Lithuania and its participation in implementing the Peace Formula.

We discussed urgent needs for… pic.twitter.com/7Yc8rUZpSt

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) June 18, 2024

O incêndio começou num tanque de combustível atingido hoje por um ataque com drones ucranianos num porto russo no sul do mar de Azov.

O ataque foi relatado pelas autoridades regionais russas e confirmado por uma fonte dos serviços de informação ucranianos à Reuters.

“Incêndios de grandes proporções deflagraram nas instalações após a utilização bem sucedida dos drones dos Serviços de Segurança da Ucrânia”, afirmou a fonte. Os ataques a terminais petrolíferos fazem parte do esforço ucraniano para enfraquecer a ofensiva russa e a sua indústria militar, acrescentou.

O diretor do Centro de Pesquisa de Energia da Ucrânia avisa que o país vai enfrentar restrições energéticos pelo menos nos próximos dois invernos devido aos danos provocados pelos ataques russos às infraestruturas da Ucrânia.

No entanto, Oleksandr Kharchenko — citado pela Sky News –adianta que essa situação pode ser evitada caso a Ucrânia recupere o controlo da central nuclear de Zaporíjia.

Desde março que as forças russas têm intensificado os ataques contra o setor energético ucraniano, o que já provocou apagões em várias regiões do país. A Ucrânia já perdeu metade da capacidade de produção de energia que tinha no início da guerra.

O nono pacote de ajuda italiana à Ucrânia vai incluir mísseis Storm Shadow (com alcance de 300 quilómetros) e uma bateria de mísseis de defesa aérea SAMP/T, escreve o Kyiv Independent, citando o jornal italiano Il Fatto Quotidiano.

Não se conhece ainda o número de mísseis de longo alcance que Roma vai enviar a Kiev.

O pacote de ajuda militar vai ser levado ao parlamento no final deste mês pelo ministro da Defesa de Itália, Guido Crosetto. Recorde-se que o governo italiano já tinha anunciado o envio de uma bateria de defesa aérea.

O porta-voz do Conselho de segurança nacional dos EUA disse esta manhã que a Ucrânia “tem de ganhar a guerra” contra a Rússia antes de poder integrar a NATO.

“Primeiro, têm de ganhar à guerra. Estamos a fazer todos os possíveis para garantir que o conseguem fazer”, disse John Kirby.

Ainda assim, o porta-voz, citado pelo Kyiv Independent, disse aos jornalistas que “o Presidente [Joe Biden] acredita firmemente que a NATO vai estar no futuro da Ucrânia em algum momento”.

No entanto, a posição da Casa Branca a este respeito não tem sido clara. Recentemente, o Presidente norte-americano disse que a paz na Ucrânia é uma garantia de que a Rússia não volta a ocupar o país de novo e “não significa NATO”, isto é, a adesão à aliança atlântico.

A marinha russa iniciou hoje um conjunto de exercícios navais, que vão decorrer até 28 de junho, nas águas do mar do Japão, do Oceano Pacífico e do mar de Okhotsk, no extremo oriente da Rússia, escreve a Sky News, que cita a agência estatal russa Tass.

[Já saiu o sexto e último episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio, aqui o segundo, aqui o terceiro, aqui o quarto episódio e aqui o quinto episódio.]

Os exercícios de guerra anti-submarina e exercícios contra ataques aéreos começam numa altura em que o Presidente russo, Vladimir Putin, se prepara para iniciar uma viagem de dois dias à Coreia do Norte e ao Vietname.

As manobras envolvem cerca de 40 navios, lanchas e outras embarcações, bem como cerca de 20 aviões e helicópteros.

Um tribunal militar russo condenou uma mulher ucraniana a 12 anos de prisão por “espalhar desinformação” e “fazer parte de uma organização terrorista”, de acordo com o jornal independente russo Mediazona.

Krystyna Liubashenko passou uma gravação contra a guerra na Ucrânia e uma outra com o hino ucraniano em Moscovo. A mulher lançou ainda balões com a bandeira da oposição ao regime russo.

Liubashenko argumenta que foi enganada e paga para ir a Moscovo realizar o protesto antiguerra. Depois da invasão russa da Ucrânia, a mulher enfrentava grandes dificuldades financeiras e decidiu mudar-se para a Suíça. Foi neste país que conheceu um homem, seu vizinho, que lhe alegadamente lhe emprestou dinheiro para ir até Moscovo protestar contra a guerra na Ucrânia.

A República Popular da China acusou a NATO de provocar a discórdia condenando diretamente os comentários do secretário-Geral da organização, Jens Stoltenberg sobre o alegado apoio de Pequim à guerra da Rússia na Ucrânia.

“Instamos (o Secretário-Geral da NATO) a deixar de culpar os outros e de semear a discórdia, e a não deitar ‘achas para a fogueira’”, disse Lin Jian, porta-voz da diplomacia chinesa

Lin Jian, numa conferência de imprensa de imprensa em Pequim, sugeriu que Stoltenberg deve “fazer algo de concreto para uma resolução política da crise”, referindo-se à guerra na Ucrânia.

O Presidente chinês Xi Jinping está a tentar “dar a impressão de que se está a afastar deste conflito, para evitar sanções e manter os fluxos comerciais”, disse Stoltenberg durante uma visita aos Estados Unidos, o principal apoiante militar da Ucrânia.

“A realidade é que a China está a alimentar o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e, ao mesmo tempo, quer manter boas relações com o Ocidente”, disse o líder da NATO.