Na arena política, a expressão “a política é a arte do possível” tem sido repetida como um mantra, sugerindo que os limites do que pode ser alcançado são definidos pelas circunstâncias e pelas forças políticas em jogo.
No entanto, é hora de repensarmos essa máxima. A política não é simplesmente sobre fazer o possível dentro das restrições existentes, mas sim sobre a capacidade de encontrar compromissos que possibilitem o avanço em direção àquilo que definimos como o bem comum.
Os compromissos políticos entre partidos são a essência da dinâmica parlamentar. Eles representam a capacidade de diferentes ideologias e interesses trabalharem em prol de objetivos comuns, transcendendo as divisões partidárias em benefício da sociedade como um todo. Enquanto a polarização política continua a aumentar em muitas partes do mundo, é mais importante do que nunca reconhecermos o valor dos compromissos políticos na construção de sociedades coesas e democráticas.
Uma das principais vantagens dos compromissos políticos é a promoção da estabilidade e da governabilidade. Quando os partidos concordam em cooperar, mesmo em questões onde existem divergências laterais, isso cria um ambiente propício para que sejam tomadas decisões mais responsáveis, representativas e eficazes. Num mundo onde os desafios sociais, económicos e ambientais são cada vez mais complexos, a capacidade de alcançar compromissos políticos é fundamental para garantir que os governos possam responder de forma útil às necessidades da comunidade.
Além disso, os compromissos entre partidos políticos são vitais para a manutenção da legitimidade do sistema democrático. Quando os cidadãos veem os seus representantes políticos a trabalhar em conjunto para alcançar resultados concretos, isso fortalece a confiança nas instituições e promove uma maior participação cívica. Por outro lado, a falta de entendimentos pode levar à polarização, à paralisia política e, em última instância, à erosão do sistema, minando os fundamentos da Democracia.
As reformas na Saúde e na Educação, a promoção da Habitação e do Emprego Jovem e o Combate às Alterações Climáticas, são alguns exemplos de matérias que devem merecer a maior atenção dos partidos políticos e a quem os cidadãos devem exigir uma grande capacidade de estabelecer compromissos.
Em última análise, a política não é apenas sobre o que é possível fazer dentro das limitações do momento presente, mas sim sobre a capacidade que temos em construir consensos e encontrar soluções que beneficiem a sociedade como um todo.
Por isso, acredito que Luís Montenegro reúne as características necessárias para ser o Primeiro-Ministro capaz de responder aos anseios dos tempos e à vontade popular.
Acredito que nos últimos meses mostrou aos portugueses ser um político responsável, tolerante, conciliador e capaz de colocar os interesses de todos acima da vontade de um só.
Acredito que será o Primeiro-Ministro competente de que Portugal precisa, estabelecendo os compromissos necessários para desenvolver o país económica e socialmente, sem nunca transigir na defesa da Democracia.