O cancro do pulmão, segundo dados de incidência de 2020 (Globocan), foi o quarto mais comum em Portugal com 5.415 novos casos representando 9% dos novos casos de cancro, nos homens foi a terceira causa depois da próstata e do colon e recto e nas mulheres também a terceira causa depois da mama e colo-rectal. Foi a primeira causa de mortalidade por cancro em homens e mulheres, representando 18,5% das causas de morte por cancro.
No nosso país são detetados anualmente cerca de 5.000 novos casos de cancro do pulmão e 5.000 doentes morrem anualmente na sequência desta doença. Este cancro tem um impacto marcado na qualidade de vida dos doentes dada a elevada carga sintomática que a doença acarreta a nível respiratório e por metastização óssea, fazendo com que seja o cancro com maior número de anos vida perdidos e também com maior número de anos de vida útil perdidos.
Estes dados, demonstram que o cancro do pulmão tem de ser encarado como um problema de saúde pública, sendo necessário o envolvimento de toda a sociedade médica e não médica para a abordagem desta patologia alertando para a prevenção primária e para o diagnóstico precoce atendendo ao impacto que o diagnóstico precoce tem no prognóstico e nos ganhos em saúde.
Às instituições de saúde impõe-se a criação de condições para a prestação de cuidados integrados centrados no doente, com qualidade e eficiência, assentes na multidisciplinariedade e na interdisciplinaridade.
O tratamento do cancro do pulmão tem tido uma evolução muito positiva nas últimas décadas, com a descoberta das terapêuticas alvo e posteriormente com a imunoterapia, tendo neste momento um aumento significativo da sobrevivência mesmo nos estadios mais avançados.
O aumento da esperança de vida e melhoria de vida dos doentes / sobreviventes e cuidadores que lidam com a doença exige desafios diários, novas reflexões, novos diálogos, num processo contínuo de melhoria de prestação de cuidados, com acesso à inovação, assente na sustentabilidade e na responsabilidade social. Exige sinergias entre profissionais de saúde, autoridades de saúde e sociedade civil.
A prevenção é a melhor estratégia. Para isso o melhor é Não Fumar!
O cancro não tira férias. Por esse motivo todas as pessoas devem estar atentas a sintomas como tosse, dispneia (falta de ar), dores ósseas de predomínio noturno, dores de cabeça diferentes do habitual, e procurar o seu médico de família. E especialmente os fumadores que habitualmente já têm alguns destes sintomas, devem valorizar pequenas alterações do padrão habitual da sua tosse, aparecimento de sangue na expetoração, agravamento da falta de ar, ou qualquer outro sintoma que os preocupe.