A diversidade será sempre o catalisador que faz avançar o mundo. Aprendermos a avançar com ela, nas múltiplas formas de ser, pensar e agir é imperativo para o desenvolvimento de todas as sociedades. No entanto, isso não pode apenas resumir-se à tolerância superficial, mas sim alicerçar-se na verdadeira inclusão e respeito pelas individualidades.

Tal como a sociedade, a escola tem também vindo a enfrentar um desafio importante: a aceitação da diferença. Nesse sentido, a diversidade desempenha um papel decisivo, não apenas como um elemento a ser tolerado, mas como um recurso valioso que enriquece o ambiente educacional. Ao reconhecer e valorizar a riqueza da diversidade presente nas nossas escolas, esta transforma-se numa verdadeira comunidade de aprendizagem, onde todos têm a oportunidade de crescer e de ser bem-sucedidos. Torna-se assim fundamental reconhecer que a diversidade está presente em todas as suas formas dentro das salas de aula, numa variedade de diferenças étnicas, culturais, socioeconómicas, necessidades físicas, emocionais e cognitivas às quais a escola tem o dever de dar resposta.

Saber lidar com o outro, com a sua diversidade, contribui para formar jovens e adultos mais bem resolvidos e, provavelmente, mais empáticos e com uma visão do mundo mais humanizada e humanizante. O grande desafio a alcançar numa escola inclusiva é tão simples como permitir que todas as crianças e todos os jovens, apesar das suas singularidades, aprendam, atinjam os seus objetivos e cortem a meta. Ainda que o caminho para lá chegar tenha de ser diferente e que a partida seja em desvantagem. A diversidade contribui para um mundo melhor e essa é a premissa para uma educação que se exige inclusiva, numa escola de todos e com todos.

A escola que eu amo é um lugar de compromissos! Em que todos têm direito a estar e que por particularidades intrínsecas ou ambientais requerem uma maior rede de suporte e de apoio especializado. Torna-se necessário extravasar as paredes da escola e alavancar a comunidade educativa de competências, estruturas e recursos necessários à implementação do direito de uma educação de qualidade, potenciando o nível de proficiência, de independência e autoestima dos alunos.

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É fundamental criar um ambiente acolhedor e seguro onde cada aluno se sinta aceite e acima de tudo valorizado. Saber respeitar a diferença, não tem preço, é um valor humano que deve ser intrínseco às nossas relações interpessoais. Quem respeita o outro, respeita-se a si próprio. Infelizmente ainda se assiste a situações de discriminação e exclusão, que demonstram uma clara falta de preparação para lidar com a diferença. Mas não basta implementar políticas educativas nem bons decretos. A inclusão está em cada um de nós, na nossa capacidade de criar práticas educativas que promovam o respeito pela diferença e respeitem a singularidade de cada um. É necessário combater atitudes discriminatórias e preconceituosas, promover a igualdade de oportunidades e reconhecer o valor da diversidade em todos os setores da vida pública. E isso começa na família.

Os alunos com situações específicas de aprendizagem aprendem melhor num ambiente estruturado e organizado. Tendem a sentir-se mais envolvidos e sociáveis e não se sentem rotulados. Têm também mais motivação para evoluir, na medida em que são respeitados e desafiados diariamente a desenvolver os seus pontos mais fortes, catapultando as capacidades de aprendizagem e de desenvolvimento. É neste trabalho cooperativo que terá de estar na génese da pluralidade dos espaços educativos inovadores e diferenciados, de forma a capacitar os nossos alunos através de respostas de aprendizagem adequadas que consigam responder ao perfil de funcionalidade de cada um.

A possibilidade de trabalhar em conjunto com outros profissionais, partilhando novas estratégias de ensino e uma maior monitorização dos progressos do aluno, reveste-se da maior importância para o bom desenvolvimento do mesmo, permitindo alcançar níveis de proficiência e de competência maiores e mais estruturados.

A sociedade portuguesa, e a escola têm ainda um longo caminho a percorrer no que diz respeito a aceitar a diferença. No entanto, este é um desafio que não podemos ignorar. A verdadeira inclusão é basilar num país mais justo, equitativo e harmonioso e isso apenas se alcança na nossa capacidade de aceitar o outro, diariamente. Esta é a escola em que acredito. Faça cada um de nós a sua parte.