Ao lançar o debate da disciplina de cidadania e desenvolvimento, o primeiro-ministro mobilizou figuras públicas em defesa da difusão de conteúdos ideológicos de extrema-esquerda nas escolas, com uma ideia de que o simples facto de haverem algumas tarefas e atividades que são conotadas com um ou outro sexo, comprova de que a sociedade impõe toda a identidade de uma pessoa.
Esta opinião, de que “o género é um construto social”, constitui um conceito esquizofrénico, em quem a detém vê na sociedade um inimigo que a tenta controlar. A ideia passa por recusar as imposições da sociedade na área da sexualidade, para libertar um mundo de infinitas possibilidades. O nosso Ministério da Educação, no tempo de João Costa, achou por bem difundir esta ideia através da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento (ver aqui – convido o leitor a observar esta página com especial atenção).
Quando confrontados com o conteúdo da disciplina em debate, figuras públicas como João Costa e Catarina Martins optaram por negá-lo, para depois chamar os opositores (Paulo Núncio e Cecília Meireles) de perigosos ultraconservadores. Adicionalmente, também passaram pela afirmação bizarra de que nada na educação é livre de opinião, afirmação essa que faz o ponto que trago aqui. Esta opção de defender o indefensável é incompreensível, pois estamos a falar de colocar numa disciplina obrigatória conteúdos típicos do esquerda.net (exemplo: ver aqui e aqui), site que é conhecido como o espaço de propaganda do Bloco de Esquerda. Estamos a falar de catapultar uma ideia radical, que viveu durante anos escondida no seio de extremistas radicais de esquerda, para o currículo escolar nacional, para todas as crianças do país. Esta é mais uma das heranças da Geringonça.
Devemos respeitar a opinião dos outros, mas quem serão os perigosos radicais? Será possível negar algo tão evidente como a transcrição de uma teoria para o currículo escolar (ver, por exemplo, a definição no wikipedia ). Para compreender que há opiniões divergentes, o que faz do caso uma matéria de opinião, há estudos que contestam a afirmação. Será sensato ensinar este tipo de teorias às nossas crianças? Será que isso as torna melhores cidadãs e mais desenvolvidas? Deixo ao critério do leitor.