O 35.º aniversário da queda do Muro de Berlim, assinalado no dia 9 de novembro, passou quase despercebido no panorama mediático português.  Penso que deveria ter tido outro destaque e tratamento, pois marcou o fim da Guerra Fria e o início de um tempo de reconciliação e harmonia entre os povos.

Muitas pessoas que visitam o Santuário de Fátima desconhecem que na entrada lateral sul existe um monumento que guarda um fragmento do Muro de Berlim e, se o conhecem ou já viram, não sabem a razão de ele estar na Cova da Iria. O monumento é composto por um fragmento autêntico do Muro de Berlim, doado ao Santuário por iniciativa de um emigrante português na Alemanha, em 1994. Com cerca de 2,6 metros de altura e com 2,5 toneladas.

O Muro de Berlim está em Fátima porque é uma prova do cumprimento do «Segredo» revelado aos três videntes na aparição de julho de 1917. Nossa Senhora disse-lhes que o Papa consagraria a Rússia que se converteria e haveria um tempo de paz, mas, antes, essa nação espalharia os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja e que várias nações seriam aniquiladas.

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Para os crentes, nada é coincidência, tudo é providência, pois acreditam que Deus orienta os passos da História e Ele deixa sinais nos tempos que sucedem. E a História recente demonstra que nada acontece por acaso.

Terá sido coincidência os pastorinhos falarem da conversão da Rússia quando ela ainda nem sequer se tinha tornado na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)? Já reparamos que as aparições de Fátima ocorrem no mesmo ano em que se dá a Revolução Russa, a Revolução de Outubro de 1917. Este é o mês do conhecido «milagre do sol» de 13 de outubro.

Será mera coincidência o Muro de Berlim ter sido construído na madrugada do dia 13 de agosto de 1961? O tão conhecido dia 13 das aparições de Fátima e logo o 13 de agosto a data daquela aparição que não se realizou porque os videntes estavam presos por ordem do regime anticatólico da Primeira República?

A 13 de maio de 1981, o Papa João Paulo II (polaco) sofre um atentado em Roma, perpetrado por um assassino profissional contratado pelos serviços secretos búlgaros, cumprindo ordens do KGB, a polícia política da URSS. Esta é mais uma data coincidente… o 13 de maio.

A 25 de março de 1984 (há 40 anos), o Papa João Paulo II consagrava a Rússia e todo o mundo, na Praça de São Pedro, no Vaticano, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima cumprindo o pedido de Nossa Senhora. E, no ano seguinte, no dia de aniversário do nascimento da vidente Jacinta (11 de março) tomava posse como secretário-geral do Soviete Supremo da União Soviética, Gorbachev. Será este o líder que porá fim à Guerra Fria, iniciará a Perestroika e a Glasnost, as políticas de reconstrução e de transparência da URSS, as quais culminarão no colapso do Pacto de Varsóvia, na queda do Muro de Berlim e na retirada do Exército Vermelho dos países do leste da Europa, bem como a independência das antigas repúblicas soviéticas.

Também será coincidência a União Soviética ter terminado no dia 25 de dezembro de 1990, o Dia de Natal?

Penso que são demasiados factos para serem apenas coincidência. Penso que há uma consciência providencial que guia a Humanidade para um novo tempo de paz, pois nada ocorre por acaso… há uma finalidade e utilidade em tudo o que acontece.