O coração é um órgão crucial para o funcionamento do nosso corpo, uma vez que bombeia o sangue para todos os órgãos. É constituído por músculo – o miocárdio – e válvulas, que garantem o correto fluxo de sangue – e está conectado aos pulmões e à aorta. O coração tem células específicas que lhe permitem contrair no seu próprio ritmo. Para desempenhar as suas funções, recebe sangue através de duas artérias, designadas de coronárias.

As doenças do coração podem atingir os seus vários componentes: o músculo (miocardiopatias), as válvulas (valvulopatias), o ritmo (arritmias), a irrigação sanguínea (doença coronária), etc. Podem ser congénitas, desde o nascimento, ou, mais frequentemente, adquiridas ao longo da vida.

A doença coronária é a doença cardíaca mais comum e a principal causa de morte em todo o mundo. Esta patologia consiste no estreitamento do interior das artérias coronárias causado pela acumulação de placas de gordura. Essas placas podem romper e obstruir a artéria, levando ao enfarte e em alguns casos à morte. Como sequela do enfarte, os doentes podem também desenvolver insuficiência cardíaca.

São vários os fatores que aumentam o risco de desenvolver esta doença, nomeadamente a tensão arterial alta, o colesterol alto, a diabetes, a obesidade e o tabagismo. Ao identificarmos e agirmos precocemente sobre estes fatores de risco, podemos prevenir ou retardar o aparecimento da doença coronária. Além de consultas médicas regulares para monitorização destes parâmetros, é fundamental adotar um estilo de vida saudável.

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Em primeiro lugar, deve manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, mas também uma prática regular de exercício físico, incluindo exercícios aeróbicos por pelo menos 150 min/semana e de fortalecimento muscular. Adicionalmente, evite o consumo de álcool e de tabaco – se fumar, procure ajude junto do seu médico. Finalmente, procure manter uma boa higiene do sono e reduza o stress na sua vida, equilibrando a sua vida pessoal e profissional.

Deve também estar atento e relatar ao seu médico qualquer sintoma que possa indiciar um problema cardíaco, como dor no peito, sensação de falta de ar com os esforços ou deitado, inchaço nas pernas, tonturas, desmaios e palpitações.

Será com base nos seus antecedentes médicos, sintomas e observação clínica, que o seu médico escolherá os exames complementares ao diagnóstico mais adequados. Para além das análises ao sangue, os principais exames cardíacos são o eletrocardiograma (ECG) – que avalia a atividade elétrica do coração e permite detetar arritmias e enfartes prévios, entre outros –, o Holter, isto é, a monitorização contínua de ECG ao longo de 24h, o MAPA, para medição contínua da pressão arterial durante 24 horas – e a prova de esforço, que avalia a resposta do coração ao exercício. Existem também exames de imagem importantes para avaliar a estrutura e o funcionamento coração, nomeadamente, o Ecocardiograma Transtorácico, a Cintigrafia de Perfusão Miocárdica, a Tomografia Axial Computorizada (TAC) e Ressonância Magnética Cardíaca.

De acordo com os resultados, podem ser depois requisitados novos exames mais invasivos, como o cateterismo cardíaco, com intuito diagnóstico e eventualmente terapêutico.

Como devo então cuidar do meu coração? O mais importante é adotar um estilo de vida saudável, através de uma alimentação equilibrada, prática regular de exercício e evitar o tabaco e álcool. O seu médico pode ajudá-lo a abordar de forma individualizada o seu risco cardiovascular e eventuais sintomas. O foco será prevenir ou detetar mais precocemente doenças cardíacas, salvando vidas e melhorando a qualidade de vida.