Comemora-se a 3 de Junho, o Dia Mundial da Bicicleta. A bicicleta é uma máquina que se vem popularizando, e muito, na sociedade portuguesa e mundial. É impossível imaginar uma vila ou cidade moderna sem ciclovias.

Não pretendo neste artigo abordar questões jurídicas de direitos dos ciclistas, ou dos peões cidadãos, nem tão pouco fazer juízo de valor sobre o que quer que seja que se viva ou sinta na via pública, sejam ruas, avenidas ou estradas. Vamos à História. Há quem afirme que a “primeira bicicleta” foi concebida num projecto “muito parecido” com as bicicletas de hoje, de que seriam autores Leonardo da Vinci e/ou os seus discípulos. Eventualmente, é atribuído a Lu Ban, na China a invenção da bicicleta. Mas é o Barão Alemão Karl Von Drais que pode ser considerado o inventor da bicicleta, em 1817. Deixando a dificuldade de definição correcta sobre o verdadeiro inventor, a bicicleta é um velocípede de 2 rodas, considerado o meio de transporte mais utilizado do mundo e com a vantagem de ser um veículo com zero emissões.

Face aos múltiplos modelos, materiais utilizados e performances, desconhecemos a “pegada ecológica” que é deixada na sua fabricação e também qual o impacto que cria no ambiente quando deixa de ser utilizada e se torna sucata. Sabemos que a bicicleta tradicional, com base nos materiais que compõem as suas peças (metal, borracha, plástico, couro e espuma) são recicláveis. Excluo desta afirmação os componentes das bicicletas mais actuais e eléctricas, por desconhecimento e não ter colhido das fontes o rigor desejado sobre a forma da reciclagem das suas baterias e componentes eléctricos.

A nova forma de pensar a mobilidade nas cidades em Portugal vem timidamente implementando pequenas “estações de bicicletas” espalhadas nas zonas mais urbanas, mas está ainda muito longe de ser uma forma de mobilidade concorrencial e de verdadeira impregnação nos hábitos dos Portugueses. Timidamente, algumas Câmaras Municipais e Institutos Politécnicos atribuem aos seus autarcas, colaboradores e alunos uma bicicleta para se deslocarem, como é o caso da Câmara Municipal de Viana do Castelo e do Instituto Politécnico da mesma cidade. Outros exemplos, com certeza existirão.

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Quando a engenharia trouxe até nós as bicicletas de alumínio, carbono e outras ligas, eis que, perante toda a evolução tecnológica, vieram as “trotinetes” que se multiplicam pelas cidades, com todos os maus exemplos dos seus utilizadores: mal estacionadas, abandonadas, lançadas ao rio e valetas, a circularem abusivamente pelos passeios, autênticos estorvos aos peões, idosos, crianças, invisuais e pessoas com dificuldade de locomoção.

Voltando às bicicletas. Houve uma preocupação crescente nos autarcas para a criação de ciclovias nas cidades, vilas e zonas limítrofes para a fruição deste meio de transporte, quer em momentos de trabalho, quer em momentos de lazer. Em muitas cidades europeias há um aumento de bicicletas, (Barcelona, Valência, Amesterdão, Copenhaga e Estocolmo, além de países asiáticos) e, para além de espaços de estacionamento para as bicicletas que os seus cidadãos usam devido a variadíssimas razões, há também “estações” de aluguer e estacionamento/entrega das bicicletas que são usadas pelos turistas nos passeios pelas ruas e avenidas das cidades. Em algumas delas, este aluguer não é barato, e às vezes um pouco burocrático, para se conseguir a sua utilização.

Em Portugal o uso da bicicleta foi exponencial. Apesar dos custos, podemos ver, pelas nossas ruas, cidades e estradas, “ciclistas” com bicicletas para todas as carteiras. Associado ao uso da bicicleta, foi também proporcional o uso de equipamento de protecção para os seus utilizadores. Um mercado que cresceu e ganhou identidade própria.

Associado ao uso de bicicleta, estão também e inequivocamente, os benefícios para a saúde. Entre uma infindável lista podemos encontrar: emagrecimento saudável e controle do peso, baixa do colesterol, controle da glicemia no sangue, bem-estar, previne más condições de saúde mental, promove momentos saudáveis de lazer e convívio entre familiares e amigos, aumenta a autoestima, reforça a capacidade de resposta do organismo a outros esforços musculares e esqueléticos, favorece a eliminação de toxinas e favorece o sono repousante e reparador. São inúmeros os seus benefícios.

Entendemos também que, associado a estes benefícios descritos, deveria haver também benefícios fiscais, por forma a favorecer e ampliar a aquisição deste meio de transporte, trazendo mais-valias para a saúde do cidadão e do ambiente saturado das cidades – poluição e trânsito.

Concluindo, este é mesmo um meio de transporte económico, amigo do ambiente, transmite sentimento de liberdade e faz bem à saúde. Repliquemos o uso da bicicleta!