O futuro das empresas depende da maneira como as chefias pensam e agem mas, quase sempre que o homem chega ao poder, aplica-o mal.
Muitas vezes transforma-o numa forma de tortura para os dominados, fazendo-os sentirem-se incapazes, dispensáveis e rapidamente substituíveis. Diz-lhes clara e abertamente que são criaturas inferiores, incapazes de decidir e de assumir responsabilidades e que assim deverão permanecer. Torna-se então apenas possível pensar acerca dele mas nunca com ele, pois qualquer pensamento original será sufocado.
A verdade é que a maior parte das pessoas nem sequer ousa dizer a alguém “superior” o que realmente pensa e sente em relação a muitas das decisões que são tomadas e que as envolvem diretamente. Ninguém tem coragem suficiente para dirigir uma crítica, assim como o homem todo poderoso não tem coragem suficiente para dirigir um elogio.
Focado no que corre mal (ou menos bem), na resolução de “problemas” e nas metas que têm, a todo o custo, de ser atingidas, esquece-se, muitas vezes, de reparar no que é bem feito. Esquece a empatia, perde a capacidade de reconhecer o esforço e empenho dos que o rodeiam e de os elogiar.
De acordo com um estudo da empresa de pesquisa de opinião, Gallup Poll, os funcionários cujo mérito é reconhecido têm uma produtividade 14% maior em relação àqueles que não vêem reconhecido o seu trabalho. A empresa diz-nos ainda que o reconhecimento está ligado a uma redução de 22% nas ausências dos trabalhadores.
O reconhecimento dos esforços e das habilidades das pessoas ao nosso redor melhora a autoestima pessoal e profissional, motiva para o trabalho, cria um ambiente de colaboração e apoio mútuo e é capaz de construir uma cultura organizacional baseada na confiança e no respeito, ajudando a instituição a chegar ao próximo nível. Um estudo da Harvard Business Review revelou que os funcionários que se sentem valorizados têm uma probabilidade significativamente mais reduzida de apresentar sintomas de burnout.
O elogio não é meramente um gesto simbólico, mas uma ferramenta poderosa de gestão. Um superpoder que é uma prática em vias de extinção. Por isso mesmo, antes de mais, temos de saber olhar para nós. Ver e reconhecer o que somos e que nenhum dos grandes chefes ou representantes nos dizem. Não seguir em silêncio quando destroem o nosso trabalho. Ter opinião própria, pensar pela própria cabeça e, ainda assim, saber reconhecer a nossa pequenez perante o mundo.
É necessário que os líderes estejam despertos para a criação de um ambiente de trabalho mais humano e produtivo, para o poder transformador do reconhecimento das equipas. Reconhecer o valor do outro não só não diminui o nosso como ainda o engrandece.