Há duas coisas que me enervam profundamente. Uma é correr!

A outra é ter que chamar um táxi…

E não. Eu não chamo a Uber para fazer exercício.

Design de serviços. Esta é a verdadeira questão que se coloca neste novo mundo em que vivemos. O mundo digital. O mundo dos serviços digitais.

Podia ser arrogante ao ponto de dizer que o mundo mudou principalmente pelas mãos dos designers e pela mão da tecnologia. Mas isso já está a acontecer e muito poucos se aperceberam disso. Portanto, por agora isso pouco importa. Mudámos. Get use to it!

Permitam-me a bazófia, mas nós designers mudámos tudo! Melhor. Inovámos tudo.

Metemos a mão em tudo. Estamos em todo o lado.

Não há negócio onde a mão criativa, cada vez mais tecnológica é certo, não esteja presente.

Metemos a mão nos modelos de negócio, nas startups, nas finanças e na economia.

Nos gadgets, nos devices, nas cenas tecnológicas da vida.

O mundo mudou. O mundo é mais criativo. O mundo é intangível e digital.

Esta nossa aptidão enquanto indivíduos ou organização que temos para causar novas combinações, dar respostas inesperadas, originais, úteis e satisfatórias, dirigidas à sociedade civil, é a definição de capacidade de antever o futuro. É a definição de criatividade.

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Melhor. É a definição do presente. É o resultado de um pensamento, de uma intenção colocada ao serviço de um problema, na perspectiva de se chegar a uma solução.

Lá está! Colocada ao serviço de um problema, ao serviço de uma solução, ao serviço de alguém.

Este mundo de serviços digitais é virtual, e ao mesmo tempo é real e está mesmo a acontecer.

A virtualidade de chamar um táxi real agrada-me. E a realidade de ter um serviço de topo, isso então, agrada-me muito mais.

Melhor que ter um serviço de topo, é ter também um serviço que me melhora o meu quotidiano. A minha forma de estar e de viver o dia-a-dia.

A possibilidade de termos disponível pequenas porções do mundo em formato digital não é o futuro. É o presente.
No presente os jornais estão a reinventar-se. Estão a questionar, para não dizer abandonar, o papel. E os melhores exemplos vêm de fora. Veja-se este nosso Observador por exemplo. A indústria hoteleira essa então teve mesmo que se reinventar. O seu serviço passou a ser “desenhado” de outra forma. Mudou. E para melhor.

Tantos e tantos exemplos. Tantos e tantos novos (e melhores) serviços. Música é no Spotify. Não é na rádio. Ver televisão já não é na televisão. É no Netflix. É no Youtube.

Este novo consumidor digital, que somos nós, é mais exigente. E muito menos tolerante.

Queremos tudo e já. E com o máximo de conforto.
O presente é lixado! Está a andar a uma velocidade demasiado rápida que nos confunde o ser com o acontecer, o que temos com o que está para vir. Na realidade o que está para vir está mesmo aí. Melhor. Está aqui!

O serviço premium que outrora era chamar um táxi, deixou de o ser. O mundo digital deitou isso por terra. O design de um novo serviço deitou isso por terra.
O presente é então pensar nos ditos modelos de negócio associados à prestação de um serviço. Digital claro!

Alugar um quarto de hotel, comprar uma passagem aérea, alugar um filme, ver televisão e até… correr!
Se há gente que corre copulada a um smartphone e ainda nos dizem quantos quilómetros fizeram e quantas calorias perderam! Porque não assumir que podemos correr de modo bem mais confortável no banco de trás da Uber?

Dean da Escola de Tecnologias, Artes e Comunicação na Universidade Europeia, Vice-Reitor no IADE-U, carlos.rosa@universidadeeuropeia.pt