Terminou o ano letivo, chegaram as “férias grandes”, momento muito aguardado e desejado pelos mais novos e um desafio para os pais. O período de férias das crianças e adolescentes é bastante comprido, de quase três meses, e os pais não têm esse tempo todo de férias, o que os impossibilita de acompanharem os filhos integralmente neste período.
No caso dos pais divorciados ou separados, pai e mãe devem antecipadamente conciliar as suas disponibilidades para acompanhar os filhos de ambos e definir a marcação e distribuição dos dias de férias em momentos alternados, para que os filhos partilhem mais tempos de férias com o pai e com mãe, em períodos alternados.
O tempo que os pais e filhos passam juntos durante as férias de verão são momentos de disponibilidade, envolvimento e partilha muito importantes, que correspondem a uma quebra de rotinas, a experiências de maior proximidade afetiva (como brincar, ou até não fazer nada) e com mais tempo e de maior qualidade, normalmente vividas em contextos diferentes daqueles em que passam o resto do ano, que permitem criar memórias positivas e sentimentos de pertença e de bem-estar.
Os pais podem e devem cuidar de criar ambientes positivos nas férias. Levar os amigos dos filhos de férias pode ser também um momento agradável para eles, permitindo-lhes entreter-se e divertir-se com amigos, além de que é uma excelente oportunidade para que os pais conheçam melhor os amigos dos seus filhos.
Em tempo de férias das crianças e adolescentes é também preciso encontrar um momento para aprofundar a partilha com a família alargada, com os avós, tios, primos e outros, que proporcionam experiências e momentos inesquecíveis, em muitos casos difíceis de acontecer no resto do ano. Os avós são normalmente mais descontraídos, tolerantes e pacientes e os netos gostam disso. As férias entre netos e avós são momentos únicos de criação de memórias felizes e de partilha do tempo com afeto.
Quando os pais não têm esta possibilidade de ajuda, ou porque os avós ainda trabalham ou porque os avós vivem longe, podem encontrar outras ideias alternativas de passar as férias. Podem escolher integrar os seus filhos em atividades lúdicas durante o período de férias, como campos de férias, e atividades de tempos livres, por exemplo. Neste caso, os pais devem fazer uma seleção prudente, garantindo que as crianças e adolescentes se mantêm ocupadas de um modo feliz e seguro. Outras soluções de atividades são os passeios ao ar livre, as idas à praia, a prática de atividades desportivas, culturais e artísticas, como o cinema, a música, a dança, a visita a museus, as atividades de divulgação de ciência, de uso de novas tecnologias, ou mesmo o envolvimento em atividade de voluntariado. Os pais devem cuidar de proporcionar aos seus filhos novas experiências de aprendizagem, lúdicas e divertidas, que promovam a autonomia e o convívio com novas pessoas (adultos e crianças). Desta forma, os pais ficarão mais descansados, enquanto trabalham.
Passar férias só com amigos é uma das atividades mais desejadas pelos filhos adolescentes, porque lhes permite ter uma sensação de liberdade e sentirem-se mais crescidos e independentes. Mas este é simultaneamente um dos momentos mais receados pelos pais. Esta oportunidade de promoção da autonomia, da tomada de decisões, da aquisição de responsabilidades, e do crescimento dos filhos adolescentes deve ser promovida, mas deve ser organizada e pensada em conjunto por pais e filhos, tomando decisões que, simultaneamente corresponsabilizem os filhos e deem aos pais a possibilidade de conhecer e negociar o que fazer nesta atividade, nomeadamente, o local, como se vão realizar as deslocações, quais são os amigos que vão (é importante os pais conheçam esses amigos), como contactar os amigos e os seus familiares, combinar um horário para dar notícias a partir de um local que tenha cobertura de rede de telecomunicações. Embora o facto de os filhos irem de férias, sem pais, sem avós, sem familiares causar receio e preocupação aos pais, é muito importante que estes guardem os seus medos para si e que transmitam aos filhos confiança e segurança, dizendo-lhes que eles vão ser capazes de lidar com todas as situações e problemas que possam surgir.
Organizar férias em que os filhos estejam com os avós, ou com os amigos, permite que os pais também tenham alguns dias de férias sozinhos, o que é muito bom para terem tempo para si. Um espaço de férias para os pais, sem se preocuparem com banhos, almoços, jantares para dar às crianças, sem horários, sem rotinas. Férias a dois, sem filhos, é imprescindível para a cuidar da sua relação amorosa, e devia tornar-se um hábito de todos os anos.
Passar as férias com os primos é um momento especial para o desenvolvimento de cumplicidades, através das vivências de aventuras comuns e da partilha de felicidades. São férias que os filhos frequentemente recordam com muita satisfação. Ter por perto, todos os dias, os primos que, muitas vezes, moram longe, permite aos filhos partilhar o quarto, a cama, a comida, emprestar a bicicleta, o skate, as bonecas, as roupas.