A indústria farmacêutica, à semelhança dos demais setores de atividade, tem vivido tempos de transformação e evolução. Se há algo que aprendemos nos últimos anos, foi a viver na incerteza e a adaptarmo-nos à mudança. No caso da logística farmacêutica, apesar de a situação económica estar a afetar fortemente as cadeias de abastecimento, a experiência adquirida pelos operadores logísticos na pandemia está a ajudar a superar este desafio.
Com os laboratórios a reduzir os inventários e, em alguns casos, a alterar os seus modelos de comercialização de produtos, o sector farmacêutico e da saúde enfrenta uma abordagem muito mais disruptiva dos seus planos estratégicos. Além disso, as despesas farmacêuticas continuam a crescer todos os anos.
A fim de gerir corretamente a logística hospitalar, é muito importante compreender que grande parte das despesas farmacêuticas hospitalares é alocada a pacientes ambulatórios, o que significa que devem ser estabelecidas novas fórmulas para a gestão e distribuição de produtos associados à entrega ao domicílio e aos cuidados ao domicílio.
Podemos dizer que a logística farmacêutica está de boa saúde, mas os operadores logísticos devem continuar a investir em cadeias de abastecimento cada vez mais digitais, intuitivas e sustentáveis.
A nossa tarefa é simplificar a logística associada às entregas ao domicílio aos pacientes hospitalares, quer fornecendo-lhes a receita diretamente a partir dos nossos armazéns, quer recolhendo o produto no hospital e entregando-o aos pacientes. Tudo isto é realizado com soluções tecnológicas avançadas, que garantem o controlo dos produtos a todo o momento e a sua correta conservação às diferentes temperaturas necessárias até à entrega ao paciente.
A digitalização, a inteligência artificial (IA) e a sustentabilidade são, neste contexto, fundamentais para melhorar a gestão global das cadeias de abastecimento. Os operadores que ainda não estão a investir nestas áreas estão atrasados e podem enfrentar problemas significativos a curto prazo para satisfazer as necessidades dos seus clientes em geral, e do sector farmacêutico em particular.
Um fator a ter em conta é a análise de dados, que é essencial para a tomada de decisões e para prevenir acontecimentos imprevistos e erros em tempo real, reduzindo, desta forma, as perdas económicas e otimizando a gestão da cadeia de abastecimento.
Do mesmo modo, um grande desafio para a indústria é assegurar que os rótulos dos medicamentos contenham a informação necessária para uma melhor gestão. Neste sentido, a IA ganhará importância nos próximos anos, tanto para a melhoria dos processos de receção, expedição ou fornecimento de medicamentos, como para o seu fabrico ou implementação de melhorias na sua produção.
E nunca esqueçamos a sustentabilidade: o compromisso com a sustentabilidade deve ser claro para continuarmos a avançar para o objetivo de emissões zero, porque também estamos conscientes dos esforços feitos neste domínio pelo sector farmacêutico.
Sem dúvida, a digitalização, a IA e a sustentabilidade são peças-chave para o sucesso da logística farmacêutica.