Mais de um em cada três adultos na União Europeia não cumpre as recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre a atividade física, sendo Portugal o país mais mal colocado na lista dos 27 países. Como consequência, os dados mais recentes sobre doenças em Portugal apontam para dois aspetos muito negativos e que devem merecer toda a atenção por parte do Estado, das Empresas e da comunidade em geral:

1)    57,3% dos portugueses têm excesso de peso ou são obesos de acordo com a OMS;

2)    23% da população portuguesa sofre de alguma doença mental, de acordo com o último estudo epidemiológico em Portugal.

Já sabemos que o desporto faz bem à saúde, mas também já é certo e sabido que também pode fazer bem às contas do sistema de saúde e à economia portuguesa. Colocando isto em números, uma população sedentária custa perto de 980 milhões de euros aos serviços de saúde. Em outras contas, o sedentarismo contribui – de igual forma – para a redução da produtividade dos trabalhadores, uma vez que as faltas ao emprego – por doença – custam à economia portuguesa 1569 milhões de euros por ano, segundo o estudo da consultora Delloite.

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É possível melhorar estes dados através da atividade física regular e o Governo deve utilizar incentivos fiscais como uma ferramenta para atingir os seus objetivos. Com os incentivos fiscais certos a pessoas e empresas, a atividade física pode mesmo aumentar.

Utilizando como exemplo, a iniciativa do governo romeno, que fez com que a Roménia se tornasse uma das primeiras nações do mundo a introduzir a atividade física isenta de impostos para a sua população. Isto fará, certamente, com que o número de pessoas que praticam exercício físico aumente.

É também fundamental investir em campanhas de conscientização sobre os benefícios da atividade física regular para a saúde e o bem-estar. Da mesma forma, é importante investir na criação e melhoria dos espaços públicos para a prática de atividades físicas. Devem ser implementados, pelo Governo, programas e incentivos que promovam a atividade física. As escolas devem ter ainda mais ações e atividades, para além do Balé, Futebol, ginástica, entre outras…

Para enfrentar este desafio é essencial estabelecer parcerias entre o governo, instituições de saúde, setor privado, organizações desportivas, escolas e comunidades locais. A colaboração de diversos atores pode fortalecer as iniciativas, compartilhar recursos e conhecimentos, e ampliar o alcance das ações para termos mais pessoas, mais ativas e mais saudáveis.

É com base nisto, que irei, como Vice-Presidente da Associação Portugal Activo, apresentar um breve documento estratégico, que deverá ser considerado pelo Governo na elaboração do OE2024, que tem como objetivo aumentar o número de pessoas que faz exercício, mesmo que seja na rotina diária, através do uso de bicicletas para deslocação ou até mesmo em pausas ativas no local de trabalho.

Acredito que é fundamental que todas as iniciativas sejam sustentáveis a longo prazo, com investimentos contínuos e acompanhamento para garantir resultados efetivos. Além disso, é importante promover uma mudança cultural, onde a atividade física seja valorizada e incorporada como parte integral do estilo de vida dos portugueses.