A Federação Internacional dos Hospitais (IHF) vai realizar o 46º Congresso Mundial dos Hospitais em outubro e Lisboa foi escolhida como cidade anfitriã. É uma ótima notícia. Traduz a centralidade de Portugal neste tipo de acontecimentos, mas revela outra realidade: a oferta de saúde em Portugal ganhou claramente relevância internacional nos últimos anos.

Esta é a segunda vez que este evento vem a Lisboa – a 10ª edição foi aqui realizada em 1957 – mas é a primeira vez que o Congresso é coorganizado por um grupo de três Associações de Saúde. A articulação entre a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH), a Associação Portuguesa de Dirigentes Hospitalares (APAH) e a Associação Portuguesa de Hospitais Privados (APHP) permitiu apresentar a candidatura portuguesa como verdadeiramente nacional e de todo o setor e assim foi reconhecida pela IHF.

Entre 25 e 27 de outubro de 2023, Lisboa será, portanto, a capital mundial dos hospitais, sob o mote “Global learning, local action”.

O Congresso Mundial dos Hospitais (WHC) é um fórum global único que reúne líderes e gestores de hospitais, serviços e organizações de saúde, para partilhar conhecimentos e boas práticas, trocar ideias e inovações e estimular networking com os seus pares da comunidade internacional de Saúde. Os hospitais têm um papel central nos sistemas de saúde, que funcionam tanto melhor quantos as suas diferentes componentes desempenharem cabalmente as suas missões.

Para a edição deste ano, o desafio que todos temos é o de construir uma estratégia partilhada, pensando o futuro – “TOMORROW’S WORLD” – em termos de saúde sustentável, transição digital, abordagens inovadoras de prestação de cuidados, valorização dos profissionais e liderança. O objetivo assumido é de contribuir para melhores sistemas de saúde, garantindo e melhorando a saúde das populações nestes tempos difíceis.

Estes são temas que podem ser sentidos de diferente forma e intensidade pelas diversas instituições, mas que são reconhecidamente estruturantes para todos os hospitais. Não são palavras ocas, não é marketing: apesar da intensidade da vida diária dos hospitais, é fundamental pensar e planear, é obrigatório recolher informação nas mais diversas origens e aprender a tempo. O Congresso da IHF faz isso mesmo: discute e aprofunda os temas para que possamos todos decidir melhor. Os hospitais mudam um pouco todos os anos para oferecer melhores soluções aos doentes: abrem as portas à melhor ciência, à tecnologia mais avançada e procuram atrair e gerir o talento dos profissionais. No Congresso de Lisboa este investimento e atualização permanentes ficarão bem explícitos.

Os participantes nesta reunião global são todos especialistas em saúde e hospitais. Estarão em Lisboa 1.500 representantes, gestores e profissionais de todo o mundo — uma invulgar concentração de conhecimento e experiência. Naturalmente, desejamos que os congressistas sejam recebidos em Lisboa da melhor forma, para que se sintam ainda mais motivados para a partilha de experiências e boas práticas, o diálogo com stakeholders (dos doentes às autoridades, dos parceiros tecnológicos às unidades de investigação, etc) e inter pares.

Temos a certeza que a organização do Congresso Mundial dos Hospitais escolheu bem a localização para a sua reunião magna de 2023 e estamos também convictos que as conclusões de Lisboa serão uma referência para novas soluções no acesso das pessoas aos cuidados de saúde e para a resiliência e sustentabilidade dos sistemas de saúde. Numa altura em que a saúde está no topo das prioridades dos cidadãos — em Portugal e pelo mundo fora — este debate deixará também como contributo um fortalecimento da discussão pública à volta desta preocupação tão relevante nas nossas vidas.

Foi com este espírito que convidámos todas as organizações de saúde do mundo a virem a Lisboa em outubro e, é com esse espírito que tudo faremos para que este Congresso seja inesquecível e memorável.