Temos assistidos nos últimos anos a uma mudança notável no setor da energia, tanto no setor em si, como em quem dele faz parte, nomeadamente com a ascensão do género feminino que tem conquistado cada vez mais espaço nesse domínio. Este espaço que as mulheres estão a ocupar, não só promove a igualdade de género, como também acabou por desencadear uma transformação muito importante na indústria.
Tradicionalmente, as energias renováveis eram vistas como um domínio masculino, mas as mulheres estão diariamente a desafiar essa ideia pré-concebida e a contribuir para a construção de um setor mais inclusivo. Além disso, a presença de cada vez mais mulheres no setor da energia desafia estereótipos e preconceitos que há muito permeiam a sociedade. Hoje, vemos engenheiras, cientistas, gestoras e empreendedoras a liderar projetos inovadores que moldarão o futuro energético, como também inspiram futuras gerações a seguirem carreiras nas ciências.
A transição de uma indústria centrada em combustíveis fósseis para uma baseada em energias renováveis é uma jornada que exige visão e liderança. A participação crescente das mulheres neste setor representa um avanço significativo no caminho para a igualdade de género, mas também para o sucesso do próprio setor. As mulheres, ao trazerem novas perspetivas e abordagens, desempenham um papel crucial nesta mudança de paradigma. A diversidade de pensamento que resulta da inclusão de mulheres no setor energético é um catalisador para a inovação, complementam a soluções mais sustentáveis e eficientes.
À medida que mais mulheres entram no setor, a sustentabilidade e a responsabilidade social tornam-se prioridades mais evidentes. A energia renovável não é apenas uma questão de eficiência energética, mas também de preservação do meio ambiente para as gerações futuras.
Importa, no entanto, deixar claro que é de extrema importância garantir que as oportunidades sejam igualmente acessíveis a todos os géneros. Programas de mentoria, educação inclusiva e políticas de igualdade de oportunidades são elementos essenciais para sustentar esta mudança positiva. A representatividade deve ser acompanhada por políticas que incentivem a participação e o avanço profissional, tanto de mulheres como de homens, em todas as áreas do setor energético e as empresas têm a responsabilidade de contribuir para esta mudança.
Contudo, a entrada das mulheres no setor da energia não é apenas uma questão de justiça social, é também uma estratégia inteligente para enfrentar os desafios futuros. À medida que avançamos na transição energética, a inovação, a sustentabilidade e a diversidade de pensamento tornam-se mais determinantes do que nunca. As mulheres têm assim a oportunidade de liderar esta transição, contribuindo assim para um futuro energético mais equitativo e sustentável.
Ainda que me encontre numa empresa predominante masculina, assistimos a cada vez mais a uma transição deste paradigma. O último ano foi marcado pelo aumento na contratação feminina, e também da chegada à mesa de decisão de mais mulheres, estreitando assim a diferença entre homens e mulheres. Uma estratégia assente na importância que a visão feminina traz aos negócios.
O respeito pela conciliação entre a vida pessoal e profissional, com regime híbrido e total flexibilidade de horários é um dos pilares do nosso sucesso e também fator de retenção de talento. Na minha visão, esta é uma realidade que deveria estar presente em todas as empresas, permitindo uma melhor relação entre a vida profissional e pessoal, principalmente se estivermos a falar no que toca à contratação de mulheres, uma vez que a maternidade é de difícil conciliação com o trabalho se não existir esta abertura por parte das entidades empregadoras.
A formação é outro aspeto muito importante em que as empresas devem apostar e uma oportunidade para diminuir o fosso entre homens e mulheres neste setor.
Concluindo, é fundamental reconhecer que a participação das mulheres não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia inteligente para enfrentar os desafios da transição energética. Ao fortalecer a representatividade e promover um ambiente de trabalho inclusivo, estamos não só a moldar um futuro energético mais equitativo, mas também a construir uma sociedade mais justa e sustentável para as gerações vindouras.