Neste metaverso, a que o Partido Socialista aderiu, não há inflação galopante, não há recessão e não há, pasme-se, 2 milhões de portugueses em risco de pobreza

A velocidade a que as sociedades actuais evoluem, associada a uma crescente integração das tecnologias de informação no nosso quotidiano leva-nos a mundos virtuais e realidades paralelas de diferentes dimensões. Uma destas realidades, muito consumida por parte dos jovens de hoje, é o metaverso. O metaverso é a nomenclatura utilizada para designar um mundo virtual alternativo que replica a realidade através de dispositivos digitais. Esta realidade permite-nos combinar encontros, jogos e trabalho em ambientes paralelos e tridimensionais. Posto isto, podemos colocar a questão: como associar este novo conceito com o actual modelo de governação socialista?

No dia 26 de Setembro de 2022, no panorama económico intercalar da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), foram divulgados os dados referentes às projeções de crescimento do produto interno bruto para 2022 e 2023. Segundo a organização, prevê-se que a maior economia europeia e um dos maiores parceiros económicos de Portugal, a Alemanha, entre em recessão com valores a rondar os 0,7% em termos reais em 2023. Este estudo antevê também que as mais poderosas economias europeias estão a caminho da estagnação.

Foi neste contexto global de recessão, associado a uma inflação prevista pelo Conselho das Finanças Públicas de 5,1% em 2023, que o governo de António Costa e do Partido Socialista apresentaram o Orçamento de Estado para 2023 (OE2023), no passado dia 10 de Outubro de 2022. No cenário macroeconómico, a proposta de OE2023 antecipa um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a rondar os 1,3% em 2023 e uma taxa de inflação de 7,4% no ano corrente e de 4% no próximo ano.

É neste ponto que começamos a ficar sensíveis à proximidade entre os conceitos de metaverso e os diferentes ambientes paralelos em que o Partido Socialista está integrado.

Para a construção deste Orçamento de Estado, Fernando Medina e António Costa, pois já se percebeu que o Ministro António Costa Silva não conta para o “Totobola”, optam por colocar os seus óculos de realidade virtual e passear de mão dada por este país à beira mar plantado. Vivem um ano de 2023 com muitos abraços, amor aos familiares e às empresas a estes pertencentes. Facto é que, neste mundo cor-de-rosa, o Ministério das Finanças prevê um crescimento de 1,3% em 2023 quando um enorme parceiro de Portugal tem uma recessão praticamente carimbada.

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Neste metaverso a que o Partido Socialista aderiu, não há inflação galopante, não há recessão e não há, pasme-se, dois milhões de portugueses em risco de pobreza (dados do Eurostat), para além dos outros 1,6 milhões que vivem abaixo desse limiar.

Por muito que no metaverso socialista seja proposta uma majoração em 50% dos custos com a valorização salarial em sede de IRC para algumas empresas, o que seria um bom princípio, o Orçamento de Estado carece visivelmente de projeções e medidas realistas face à realidade actual.

Para bem de todos, e diria mesmo das próximas gerações, o Partido Socialista deve encarar os factos, retirar os seus óculos de realidade virtual e, competentemente, concluir que este não é o caminho.

Está na altura de criar medidas verdadeiramente estimulantes da economia, com responsabilidade, seriedade e sem prejuízo das gerações vindouras. Estas devem passar pela redução de impostos às empresas, redução de despesa publica e reorganização de toda a estrutura do Estado. Para tempos difíceis, medidas difíceis. Difíceis, mas essenciais para pôr Portugal a crescer, levando a cabo as reformas estruturais de que o país precisa em sectores tão fundamentais como a Saúde, a Justiça, a Segurança Social ou a Administração Pública.

Por parte da Iniciativa Liberal, e seja em que contexto for, os portugueses podem contar com consistência, coerência, credibilidade, criatividade e coragem, por um país mais liberal, que cresça e se desenvolva para um nível de vida condizente com os melhores indicadores europeus.