Dia Mundial da Conservação da Natureza a 28 de Julho. Desde 1988, que a ONU decidiu decretar este dia, mas foi muito antes -1968 –  que a agenda conservadora do Clube de Roma convocou a Ecologia para a ribalta mundial de forma a discutir os limites do crescimento económico. A preocupação estava na certeza de que o petróleo iria acabar no final do século XX, e era preciso garantir a riqueza e a prosperidade das sociedades.

Quando os partidos ecológicos surgiram na Europa, no início dos anos de 1980, faziam questão numa posição política: “nem capitalismo, nem socialismo, somos verdes”! Formavam uma terceira via que fugia das posições extremadas da Guerra Fria. Estes ambientalistas tinham a ideia de que ambos os sistemas económicos defendidos por esses polos políticos maltratavam a natureza. Só muito recentemente o “ambientalismo” derivou para o campo da esquerda.

Relembremos que, historicamente, os primeiros conservadores da natureza foram as nobrezas europeias, com a gestão de ecossistemas para fins de recreação cinegética. A Real Tapada de Mafra foi criada em 1747, para constituir um espaço com 1200 hectares de recreio venatório para o Rei D. João V, e para sua corte, conservando a natureza existente e salvaguardando os recursos naturais.

As primeiras leis conhecidas de proteção de animais são de 1809, com o Barão Erskine, ex-Chanceler Inglês, que se sentia atormentado pela crueldade com os animais. Apresentou um projeto de lei para proibir a crueldade a todos os animais domésticos. Em 1822, também em Inglaterra, um projeto de lei “para prevenir o tratamento cruel e impróprio do gado” foi aprovado na Câmara dos Comuns tendo sido defendido por Richard Martin, conhecida como a Martin’s Act. Tornou crime tratar um animal pecuário cruelmente ou infligir-lhe sofrimento desnecessário.

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Mais modernamente, o conceito de parques nacionais foi criado por um republicano conservador americano, Ulysses Grant, e todo o sistema de parques foi expandido por outro republicano, Teddy Roosevelt. A primeira Agência de Proteção Ambiental, a americana, foi também criada por um republicano conservador – Richard Nixon.

Em Portugal, o nosso único Parque Nacional, o Parque Nacional da Peneda-Gerês foi criado em 1971, num regime conservador. Também aquele a quem podemos chamar o pai da ecologia em Portugal, o Arq. Gonçalo Ribeiro Teles, foi um proeminente conservador, tanto na política como no ambiente!

Os conservadores, querem conservar as coisas. É o próprio nome que indica isso! E uma das coisas que queremos conservar é o nosso meio ambiente, porque sabemos que só podemos ter um povo e um país saudável com um ambiente natural saudável.

Eu, conservador, amo tanto ou mais o meio ambiente como os autointitulados ambientalistas que, na verdade, são Animalistas… O animalismo é uma corrente de opinião que nega o antropocentrismo para igualar o ser humano com todas as espécies de seres vivos. Igualar significa colocá-los em igualdade de direitos (não de deveres) e querer uma inserção social para todos os efeitos.

Os animalistas negam o humanismo. O humanismo, que é a corrente filosófica suportada pela ciência e até pelas religiões, que situam o ser humano como centro de todas as vidas, estimulando o desenvolvimento da sua inteligência, sensibilidade e criatividade. Hoje em dia, confunde-se “animalismo” com ecologia, e são coisas opostas.

Esses ambientalistas de pensamento marxista e estatizante querem dizer-nos que o melhor, e o único caminho para a conservação da natureza, é através de uma regulamentação asfixiante de nível nacional e internacional, acrescida de enormes taxas e impostos às mais variadas atividades humanas.

Nós, os conservadores, sabemos que a melhor maneira de proteger o meio ambiente é proteger os direitos de propriedade, de forma regulamentada e, ao mesmo tempo, incentivar à prosperidade pela inovação, com economia de recursos! Principalmente em recursos de energia mais segura e eficiente – como a nuclear, a geotérmica, a de biomassa – ou qualquer coisa que gere energia a um preço que os consumidores desejam e podem pagar!

Hoje e no século passado, os piores criminosos ambientais foram os grandes governos repressivos e socialistas. A ideologia de esquerda não é só responsável pelos maiores genocídios da história da humanidade, mas também é responsável pelos maiores desastres naturais antropogénicos.

São exemplos gritantes: os desastres nucleares de Kyshtym, na Rússia, em 1957 e de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Também a República Popular da China, sempre foi a recordista mundial na exploração e tráfico de animais selvagens para alimentação humana, no finning de tubarões, na sobrepesca industrial, na construção de megabarragens com gigantes impactos ambientais, entre outras alarvidades ambientais.

Também podemos lembrar toda a seca de um mar, o Mar Aral, URSS, para a irrigação agrícola de 7,7 milhões de hectares dos territórios da Ásia central, desde 1960. Este mar com 66.000 Km² na década de 80 estava já reduzido a um sétimo em 1992, foi pedido ao Banco Mundial que coordenasse a ajuda internacional em resposta à crise na bacia do Mar de Aral… já sendo tarde demais, o Mar secou constitui hoje o chamado deserto de “Aralkum”!

O que foi verdade no séc. XX é verdade no séc. XXI. A China, por exemplo, emite aproximadamente duas vezes mais dióxido de carbono para o ar por ano, que os Estados Unidos, embora a economia dos EUA ainda seja maior que a da China, pelo menos por enquanto…

Se olharmos, ainda, para o Green New Deal, uma proposta ambiental defendida pelos partidos progressistas, vemos que grande parte da proposta não tem nada a ver com o meio ambiente: falam em medicina social, reparações por erros históricos e programas de garantia de emprego universal… é apenas uma melancia, esta agenda socialista num embrulho verde.

Por outro lado, nós, os conservadores queremos inovar o caminho para um ambiente mais limpo, sem privar ninguém das suas liberdades. Como aconteceu, por exemplo, com a perfuração por fracking, que a esquerda demoniza, mas que é mais barata, mais limpa e ainda traz alguma independência do petróleo do Oriente Médio.

A conservação do ambiente é, de facto, uma prioridade! Somos os testamenteiros duma herança ambiental inter-geracional. Por isso, a defesa equilibrada e ponderada do ambiente é uma causa nacional e humanista, como conservadores liberais que somos temos de retirar da esquerda, e de vez, esta causa da conservação da natureza que usurparam indevidamente! Temos de mostrar a verdadeira forma de fazer política ecológica conservadora!