A humanidade1, todos nós, devemos imenso à China2, por todas as suas contribuições para o nosso progresso civilizacional incluindo a instituição do hétero-patriarcado, a descoberta da pólvora3 e a popularização daquela variante da cultura pop conhecida por maoísmo. É uma dívida4 que não nos exige reparações, apenas agradecimento5.

Como se já fosse pouco o que a China fez ao longo dos séculos pelo desenvolvimento humano, o governo chinês continua ativamente empenhado na melhoria do nosso bem-estar. Só assim se compreende que tenha recentemente procedido, a grande custo para sua reputação como planeador central, e a enorme perigo para a continuidade a longo-prazo do seu regime, a uma arriscada experiência social de valor inaudito para o nosso futuro6.

Depois de ter orientado, durante anos, as nossas antoninas faucis no combate à pandemia, exemplificando com medidas concretas e fáceis de entender como se pode levar pessoas adultas & cultas a aceitar serem tratadas como bovinos, e a comportarem-se como tal, os comunistas chineses decidiram, aparentemente de repente, no final do ano passado, retirar o estado do combate à pandemia. Tal como os americanos se retiraram de subitamente de Cabul, de um dia para o outro desapareceram da China os dabai7, os testes obrigatórios, as cercas sanitárias a prédios, quarteirões, bairros, cidades e províncias e, crucialmente, o apoio estatal à assistência médica & farmacêutica aos infetados. Da noite para o dia milhões de chineses ficaram sozinhos no combate à doença, tal como os vietnamitas em Março de 1973 no combate ao comunismo.

E o que aconteceu? A vitória da pestilência8? O caos? Inicialmente, sim. Mas rapidamente, a solidariedade9 humana, até aí castrada pela omnipresença do estado e da sua agência, desapontou & floresceu e minorou a catástrofe anunciada. Assim, por exemplo, Share Xue, de 31 anos, e a filha ficaram de repente com febre de 40ºC poucos dias depois da repentina deserção & fuga do estado. Aflitas, deram a conhecer a sua penosa situação numa app do WeChat e imediatamente começaram a receber ofertas de testes covid e de antipiréticos feitas por pessoas totalmente desconhecidas. E qual foi a consequência? Declarou Share Xue: “Esta foi a primeira vez que senti realmente o calor das pessoas que se entreajudam. Ensinarei à minha filha a fazer o mesmo.”

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Histórias semelhantes a esta são inúmeras, e estão disponíveis online, na imprensa e nas redes sociais. Quando uma familiar grávida da sra. Tang ficou com febre alta e a necessitar de um antipirético apropriado à sua condição de expectante, esta contactou uma associação de apoio alimentar que, após várias diligências, lhe conseguiu arranjar o medicamento necessário.

Um dentista de Gongcheng, em Guangxi, com um stock excedentário de antipiréticos, dividiu-os em pequenas doses de 3 e 4 comprimidos, colou-as na montra da sua clínica juntamente com o letreiro que dizia: “Medicamentos para a febre. Gratuitos. Por favor leve apenas a dose necessária.” Conta ele: “As pessoas já levaram o equivalente a mais de 20 caixas, mas ninguém levou mais do que necessitava.”

Um último exemplo, este mais sistémico: foram organizados inúmeros grupos locais, um pouco por todo o país, com o objetivo de facilitar a partilha de medicamentos excedentários, e que frequentemente contam com o apoio & aconselhamento de profissionais de saúde na sua atividade solidária.

Que lições podemos tirar dos resultados desta experiência científica, cuidadosamente planeada pelo estado chinês? Primeiro que, em caso de necessidade, o espírito social, gregário & solidário dos humanos vem ao de cima e eles ajudam-se espontaneamente uns aos outros. É intrínseco da nossa humanidade ver um irmão na pessoa que sofre & precisa da nossa ajuda.10 Se isto não parecer natural a algum tuga, isso é evidencia de como os fumos tóxicos da pervasiva intervenção estatal na nossa sociedade lhe estão a perverter a natureza humana.

Segundo, que o estado não é preciso para nada em muitas áreas da vida humana em sociedade, nomeadamente na saúde. É pouco provável que, por exemplo, um desaparecimento repentino do nosso SNS crie uma onda de sofrimento e miséria inultrapassáveis, e quase certo que, na ausência de barreiras policiais & legais, algo de muito de melhor, mais barato & mais humano surgiria rápida & espontaneamente para o substituir.

De isto tudo segue um corolário: o estado não deve meter o bedelho em áreas para que não é chamado, nem tem vocação, antes deve tentar atuar competente & eficazmente naquelas que são a sua razão de ser: a defesa nacional11, a justiça e a segurança pública.

Os comunistas chineses conseguiram introduzir o capitalismo na China. Será que, com esta experiência, conseguem introduzir juízo na nossa nação e ensinar-nos que “quando o estado fenece, a solidariedade floresce”?

U avtor não segve a graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein a do antygo. Escreue coumu qver & lhe apetece. #EncuantoNusDeixam

  1. Humanidade: a coletividade de todos os seres humanos com a exclusão dos antroPoideS políticos; a qualidade de se ser humano para os outros, i.e. de tratar as pessoas como elas o merecem, sendo que EstaLine & Mau são dois excelentes exemplos desta virtude.
  2. China: nação cujos vícios são a arte, a cultura, o empreendedorismo, a frugalidade, a indústria, e a perícia; terra onde a indústria barateia uma miríade de produtos de modo a os tornar acessíveis aos pobres, até em Portugal, e torna possível que os portugueses trabalhem em gabinetes y escritórios (não nos campos ou fabricas); país cujo desenvolvimento capitalista não causa nem perplexidade a warxistas nem admiração a eurocratas, mas ressentimento & inveja a ambos e a muitos outros.
  3. Pólvora: tipo de incenso usado em cerimónias militares; pó cuja invenção é atribuída aos chineses, e cujo uso na resolução pacífica de conflitos é evidência da sua influência civilizacional; o Pe. Mário Centavo discorda desta teoria e defende que a pólvora foi inventada pelos demónios para destruir os anjos, uma espécie em vias de extinção, cuja raridade atual é evidência conclusiva a favor da sua teoria, e cuja preservação ainda não é defendida nem pelo pan nem por nenhuma outra organização ecologista; em Portugal usa-se húmida.
  4. Dívida: cadeia de anéis financeiros, ou fiscais, que acorrentam indivíduos e nações à servidão e à escravatura; instrumento usado pelus guvernos do ps/d para acorrentar a nação ao estado, à pobreza, e á miséria.
  5. Agradecimento: sentimento médio entre a satisfação e a inveja; emoção a meio caminho entre lembrança de benefício recebido e expectativa de benesse a receber.
  6. Futuro: aquele período em que Portugal prospera, os ministros são gente séria sem casos & casinhos, o sns não tem listas de espera, as escolas ensinam a ler, escrever e contar e o ps/d não está no governo
  7. Dabai 大白: grandalhões brancos; papões usados na China para meter medo a adultos que não querem ir para a cama quando o governo manda; violência estatal mascarada; símbolo do imperialismo europeu na sua encarnação neo-warxista.
  8. Pestilência: doença sociável e sem preconceitos de raça, religião, ou classe social; linha de produto pouco rentável para médicos, mas extremamente pingue para empresas farmacêuticas.
  9. Solidariedade: aquilo de que os warxistas fogem como o diabo foge da cruz; antigénio que despoleta na sociedade uma resposta imune ao comunismo & socialismo.
  10. Que outros primatas se entreajudavam já era conhecido da sciência. Agora, que esta caraterística também é partilhada pelo ramo sapiens da malta, isso apanhou de surpresa a comunidade scientifica e as agremiações warxistas. Se eles são capazes de se ajudarem uns aos outros, para que serve o estado social? Não será uma intromissão abusiva num ecossistema natural & saudável?
  11. Se a República de Cabo Verde invadisse agora Portugal, será que seriamos capazes de nos defender sozinhos sem a ajuda da Nato?