A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) confirmou este domingo que existe um vídeo pornográfico que envolve o seu antigo diretor de operações na China e que tal gravação está relacionada com um escândalo de corrupção atualmente em investigação naquele país – embora ainda não se perceba de que forma.

A GSK está a ser investigada desde julho passado por alegados subornos a médicos e funcionários de hospitais e centros de saúde chineses no valor de 354 milhões de euros, para ganhar quota de mercado e poder praticar preços mais altos. Na sequência dessa investigação, quatro gestores da farmacêutica foram detidos e o próprio diretor de operações na China, Mark Reilly – que aparece no vídeo agora conhecido – poderá vir a ser indiciado, enfrentando décadas na prisão.

O vídeo íntimo envolve Reilly e uma sua namorada chinesa, mas não se sabe quem o gravou nem com que objetivo. Aparentemente, Mark Reilly desconhecia que havia alguém a gravar um vídeo. O diretor da farmacêutica na China foi, em maio, impedido de sair do país, depois de ter lá regressado – após uma estada no Reino Unido – para “ajudar” a polícia nas investigações, declarou o próprio. Neste momento, Rilley está em parte incerta.

Também em maio, a agência noticiosa estatal chinesa Xinhua, emitiu um despacho onde considerava que “as ações da GSK corroeram a sua integridade corporativa e poderão causar um dano irreparável à empresa na China e noutros locais. Este caso serve de aviso a outras multinacionais de que na China a ética tem importância.”

A ser considerada culpada, a GSK poderá ser avultadamente multada e ainda perder a licença de venda de medicamentos no país, o que significaria um enorme revés para a empresa. “Estamos muito empenhados na China. Este é um mercado muito importante para a GSK. A China é um país do futuro extremamente importante”, comentou Andrew Witty, presidente executivo da farmacêutica em outubro de 2013, quando se soube que as vendas da empresa no país tinham caído 61% em apenas três meses.

A GSK tem 7 mil empregados na China, distribuídos por cinco fábricas e um centro de investigação. A empresa considera “vergonhosas, muito preocupantes e contrárias aos valores” da GSK as acusações que têm vindo a público.

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