O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, lembrou esta terça-feira que um co-piloto da TAP “ganha mais” que o chefe de Estado Maior da Força Aérea e que assim continuará a ser.
“Independentemente do estado das nossas finanças públicas, dificilmente a Força Aérea poderá voltar a concorrer com os ordenados praticados numa companhia aérea civil. Esta é a realidade”, disse, na cerimónia do Dia da Força Aérea, em Sintra.
Reagindo à falta de pilotos na Força Aérea, o ministro defendeu, em contrapartida, mais articulação entre a instituição militar e as companhias aéreas nacionais, na órbita do Estado. “Articular o recrutamento com a TAP e com a SATA significa aumentar a capacidade de planeamento da Força Aérea Portuguesa. Significa melhorar a capacidade de projectar atempadamente a formação de novos pilotos, capazes substituir aqueles que saem”, explicou.
Isto para que a Força Aérea não fique “numa situação crítica”. O ministro da Defesa procurou explicar que o problema da falta de pilotos não é novo. Citou mesmo títulos de jornais desde 2005 sobre “debandada” de pilotos.
“Já se tentou uma abordagem mais moralista, com apelos patrióticos à vocação militar…e o problema continua! Já se tentou uma abordagem mais restritiva, com o aumento do tempo mínimo de serviço na especialidade de piloto aviador, de oito para 12 anos,… e, mesmo assim, o problema continua”, afirmou, admitindo, assim, que a Força Aérea tem que se adaptar a esta realidade.