O ministro do Ambiente inaugurou esta sexta-feira o novo Parque Fotovoltaico de Ovar, que está apto a produzir anualmente a energia solar equivalente ao consumo médio de 800 lares e foi apontado como exemplo da aliança possível entre sustentabilidade e competitividade.
Em causa está a nova infraestrutura da GlobalWatt, que, mediante um investimento de 4,3 milhões de euros, está equipada com 7.200 painéis fotovoltaicos dispersos por uma área de cinco hectares e pode produzir anualmente uma média de 3 Gigawatts por hora.
“Este é um exemplo de que é possível associar a competitividade à sustentabilidade”, defendeu Jorge Moreira da Silva, cuja tutela integra também o Ordenamento do Território e a Energia.
“A economia verde é incontornável, inexorável e uma oportunidade ao alcance dos talentos e das estruturas que existem em Portugal”, acrescentou o governante.
Jorge Moreira da Silva afirmou que o setor dá “garantias de salvaguarda ambiental e de criação de novas oportunidades de emprego”, pelo que apela aos empresários portugueses para que invistam nessa área na perspetiva da exportação.
“Os investidores devem encontrar uma oportunidade neste contexto, até porque há uma procura internacional cada vez maior por produtos verdes”, explica. “Portugal tem forma de, no curto prazo, abastecer o mercado internacional com esse tipo de produto”, realça.
José Ramos, administrador do Grupo Salvador Caetano, acionista da GlobalWatt, demonstrou que essa é também uma questão de “responsabilidade social”, o que explica que, da produção automóvel, o grupo tenha passado também a intervir nas energias renováveis.
O investimento no Parque Fotovoltaico de Ovar deverá permitir a venda anual de 0,8 milhões de euros de eletricidade, mas o administrador da Salvador Caetano defende que as perspetivas de negócio dependem de uma mais apurada regulamentação do setor.
“[Para incentivar a produção de energia elétrica renovável] é importante previsibilidade e estabilidade regulatória, de médio e longo prazo, dos sistemas que regulamentam a produção de energias renováveis no setor elétrico nacional”, argumenta José Ramos.
Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar, encara a nova infraestrutura de produção de energia solar como “emblemática para o município”, não só pelo que representa de menor independência quanto a fornecedores estrangeiros, mas também porque ajudará a autarquia a cumprir a meta de “reduzir em 20% as emissões de dióxido de carbono e os consumos de eletricidade”.
Dedicada à produção de eletricidade a partir de energia solar, a GlobalWatt promove a criação de parques fotovoltaicos e assegura atualmente uma média anual de 33 gigawatts por hora de energia renovável – o que evita a emissão anual de 8400 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
Para essa produção verde, a GlobalWatt já investiu um total de 90 milhões de euros em cinco parques fotovoltaicos em Portugal e três em Espanha. A vida útil estimada para um desses equipamentos é de 25 anos.