Os funcionários públicos receberam este ano o salário por inteiro durante 105 dias. O corte volta este sábado, agora com novas percentagens.

Uma parte dos funcionários vai já ter corte este mês. Apesar de o pagamento dos salários ser feito a partir do dia 20 e de por isso ser processado mais cedo, as Finanças garantem, em resposta ao Observador, que ainda será possível fazer cortes em setembro. Os acertos, correspondentes a cortes de metade de um mês, serão feitos em Outubro.

“As novas regras serão agora implementadas pelos vários serviços responsáveis pelos processamentos de salários da Função Pública. Devido à enorme complexidade processual alguns funcionários terão o acerto relativo às novas alterações refletidos já no mês de setembro enquanto outros, cujos processamentos foram já concluídos, verão a sua situação corrigida no mês de outubro.”

Se é funcionário público, faça contas a pelo menos metade do salário deste mês com corte. Mesmo que faça parte do lote dos funcionários que ainda vão receber o salário por inteiro, esse corte, correspondente aos dias trabalhados a partir de dia 13, vai refletir-se no mês seguinte. Assim, em outubro sofrerá uma redução agravada correspondente a mês e meio (metade de setembro e outubro inteiro).

Assim, a partir de amanhã, as remunerações totais ilíquidas mensais de valor superior a 1.500 euros terão um corte de:

  • 3,5 % sobre o valor total das remunerações superiores a 1.500 euros e inferiores a 2.000 euros;
  • 3,5 % sobre o valor de 2.000 euros acrescido de 16 % sobre o valor da remuneração total que exceda os 2.000, perfazendo uma redução global que varia entre 3,5 % e 10%, no caso das remunerações iguais ou superiores a 2.000 até 4.165;
  • 10 % sobre o valor total das remunerações superiores a 4.165.

A lei dos cortes temporários, que estabelece os cortes em cima descritos e a restituição de 20% da redução em 2015 foi alvo de fiscalização prévia pelo Tribunal Constitucional. E, dez dias depois de ter sido aprovada na Assembleia da República, entra este dia 13 em vigor.

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Se depois do chumbo do Tribunal Constitucional em maio ao corte duradouro nos salários houve disparidades nos pagamentos no mês de junho, com o montante cortado reposto no mês seguinte, desta vez o cenário repete-se, mas de maneira diferente. Ainda há serviços que vão conseguir atualizar os sistemas informáticos a tempo e processar já com o corte este mês.